segunda-feira, 10 de março de 2014

O Galo e o medo que não se afasta nem depois das fantasias de carnaval

Enfim, acabou o carnaval e agora sim, começa o ano de 2014, conforme diz a lenda.
Só mesmo a lenda, já que nas escolas já estamos adentrando a fase de provas relativas ao bimestre, uma vez atingido metade do mês de março.
Com relação à economia brasileira, muito já aconteceu e foi noticiado também. Do anúncio do crescimento de 2,3% do PIB, surpreendendo a todos os analistas, à decisão do COPOM de promover um novo aumento, agora menor, da taxa de juros básica da economia, a SELIC.
Do anúncio do decreto do governo federal determinando o contingenciamento - leia-se corte dos gastos orçados em R$ 44 bilhões, de forma a assegurar um superávit plausível de 1,9% do PIB, ao anúncio e preocupação com o comportamento das contas relativas ao setor externo e o resultado preocupante em transações correntes.
No futebol, já estamos em plena disputa da Taça Libertadores, e os campeonatos estaduais já entram nas suas rodadas decisivas, aquelas disputas finais, entre os principais classificados. Depois de uma disputa que, ao final, acaba servindo apenas para confirmar os nomes dos reais concorrentes ao título.
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Infelizmente, no futebol mineiro, temo que o time do Galo não vá conseguir a proeza de vencer pela terceira vez consecutiva. E há razões mais que suficientes e argumentos muito fortes para defender esse ponto de vista.
Primeiro, porque o nosso principal adversário está sobrando, já com mais de 6 pontos de frente na tabela. Pior, com o número de gols assinalados de deixar qualquer admirador do futebol jogado para a frente, com objetividade e velocidade, admirado.
Segundo por ter um time montado e embalado, com jogadores que entrosados, um técnico que entende do futebol e que tem o controle do elenco, como já o demonstrou ao disputar e conquistar o título de campeão brasileiro do ano passado.
Terceiro, porque isso tudo que foi dito acima, refere-se ao time dito titular, mas encaixa também como um luva para o time dito de reservas, o que demonstra que o adversário conseguiu montar um plantel de elevada qualidade e muito uniforme, o que é raro.
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Já o nosso Galo conseguiu a façanha de jogar mal com o time titular tanto quanto com o time reserva. Embolado, sem jogadas pelas pontas, ou pior, jogando com uma armação tática covarde, medrosa, como ocorreu ontem, contra o fortíssimo esquadrão do Guarani de Divinópolis. Ou entrando em campo com jogadores parecendo pesados, cansados, completamente desinteressados.
O time titular, embora seja necessário reconhecer não ter tido tempo para uma pré-temporada, apresenta uma apatia que dá sono a quem acompanha os jogos do time. Isso no campeonato mineiro poderia ser reflexo de um desinteresse natural, pela fraqueza dos demais adversários, à exceção do Cruzeiro.
Mas, como então justificar a apatia e o futebol pouco inspirado demonstrado nos jogos da Libertadores?
O time considerado misto, embora tivesse aplicado duas goleadas em jogos anteriores, não transmite confiança. Julgada a campanha que vem fazendo, os resultados não permitem tirar conclusões positivas. Nem alimentar qualquer expectativa mais otimista.
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Ontem então, contra o Guarani, foi um fiasco. A ponto de, no primeiro tempo, lembrar-me da musiquinha carnavalesca, da paródia que cantamos nos idos de 1964/65, mais ou menos assim:  "Com Elci, apanhamos até do Guarani".
Mais uma vez o time mostrou falta de jogadas ensaiadas, falta de ataque pelas pontas, falta de aproveitamento de bolas alçadas na área, exceto as cobranças de escanteio; falta de combate na saída de bola do time bugrino.
Tão feio esteve o jogo que o Guarani mereceu ganhar, e digo que 1 a zero teria sido pouco, não fosse a apresentação brilhante, de muita sorte, de Giovanni.
O segundo tempo, embora mostrasse melhora do Galo, não foi capaz de mudar o panorama do jogo, servindo tão somente para conter o ânimo demonstrado pelo time do Guarani.
Ao final, com um gol aos 45 minutos, conquistamos os três pontos, consagrando mais uma vez o fato de que o futebol é mágico exatamente porque permite que, em um lance de sorte, o time que não merecia vença o jogo.
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E isso porque temos um técnico que está fechado com o time, de acordo com a imagem que estão tentando nos vender a todo custo. E que todos os jogadores admiram e respeitam e obedecem. E pior, que a imprensa já começa a elogiar, por sua capacidade de mexer certo no time, mudando o panorama do jogo.
Isso porque escalou mal, não treinou e apela para o desespero.
Ou lançar Berolinha, que está já virando nosso ídolo, não é indício de pobreza do elenco e do time?
Triste e preocupante.

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