quinta-feira, 13 de março de 2014

Maior posse de bola atrás é jogar contra o nosso patrimônio. E é assim que o Galo está jogando... covardemente

Semana ruim para os clubes brasileiros, principalmente os mineiros.
Nem tanto pela derrota do outro time, mas pelo resultado do jogo do Galo, em gol de penalty marcado com um rigor tão excessivo que sou levado a crer que, fosse contrária a situação e o juiz não teria marcado aquela penalidade contra o time da casa.
Mas, por pior que possa ter sido, o Galo ainda saiu de alguma forma beneficiado com o resultado da outra partida de ontem, em que o Zamora, time considerado mais fraco, acabou obtendo a vitória.
E enquanto o Galo chega aos sete pontos, mantendo a liderança do grupo, os demais times embolam com 4 pontos o Nacional, e três pontos cada os dois restantes.
Na semana que vem, contra o Nacional, o Atlético tem condições de definir já sua classificação, jogando no Horto, o que lhe dará maior tranquilidade.
Mas perdeu uma chance de ouro na noite de ontem.
E, pior, perdeu, momentaneamente a possibilidade de terminar a fase de grupos como o time de melhor campanha, que significa a vantagem de jogar sempre em casa a última partida da fase de mata-mata.
Embora ainda tenha muito chão pela frente, resta agora torcer para que também o Grêmio tropece, já que até o momento é o time gaúcho que apresenta a melhor campanha.
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Com relação ao jogo, apenas vou dizer que vi a repetição de tudo que o Atlético de Autuori vem mostrando até aqui: uma defesa desarrumada; um ataque que não sabe jogar pelas pontas, procurando sempre jogar embolando pelo meio; Ronaldinho Gaúcho ainda pouco eficiente para o time, embora vez ou outra apresente lampejos que nos fazem lembrar do craque que é; Fernandinho completamente apagado, ao menos no segundo tempo, e excessivamente individualista, embora de duas ou três arrancadas que tentou na etapa final surgiram os lances de maior perigo do Galo e, por fim, um Tardelli completamente displicente. Apático, a maioria das vezes.
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Dizem os comentaristas que o time já consegue mostrar o dedo de Autuori em sua forma de jogar. Segundo eles, ao contrário do time de Cuca, que era mais objetivo em seu comportamento de verticalidade, rumo ao gol adversário, fruto do jogo de chutão ou ligação direta com o ataque, Autuori privilegia o toque de bola, a trama de jogadas e a retenção da bola por maior quantidade de tempo. O resultado é que, em alguns momentos, as estatísticas mostravam que o Atlético detinha a posse de bola em 60% do tempo de jogo.
Outros analistas dizem que Autuori gosta que seu time jogue com os volantes liberados para subirem ao ataque e aparecerem mais como elementos surpresa.
Daí, segundo eles, a explicação do gol de Josué,  ontem.
Insistem que essa é a forma moderna de um volante jogar, ao estilo do que se vê no futebol e nos campeonatos europeus.
Mais uma vez, como se percebe, o complexo de vira-lata, que nos faz copiar o que outros estão fazendo, como se nosso futebol não tivesse se destacado e alcançado suas maiores conquistas e toda sua glória exatamente por ser diferente do futebol praticado nos demais países.
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Ok. Que seja o dedo de Autuori o responsável pelo time se acovardar no segundo tempo, a ponto de recuarmos tanto que o Nacional, mesmo sem qualquer objetividade nos pressionou todo o tempo.
Razão por que eu temia ou tremia, a cada vez que eles avançavam contra o gol de Victor. Afinal, nunca se sabe se em algum momento, por acaso ou sorte, um chute de fora da área não possa nos surpreender. Ou um lance fortuito de rigor do árbitro, como a bola que tocou o braço de Otamendi.
E de que adianta, agora, Autuori reconhecer falhas no segundo tempo, que se somaram àquelas apresentadas pelo sistema defensivo no início do primeiro?
E as substituições, então?
Tudo bem que Josué não estava bem, perdendo muitos passes. Mas em que Donizete fez diferente? Errou passes e fez jogadas bisonhas.
E quanto à entrada de Rosinei no lugar de Ronaldinho, tirando uma das poucas possibilidades de levarmos perigo ao gol adversário?
Rosinei entrou para fechar o meio, dizem. Mas era apenas a confirmação de que o Galo abdicava do jogo, para procurar segurar o resultado.
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De mais a mais, posso estar errado, mas dar preferência a um tipo de jogo que retém mais a bola e valoriza sua posse por si só não significa nada.
Porque em que parte do campo estamos mantendo a posse da bola? Se for como no jogo de ontem, em nosso próprio campo, isso apenas serve para chamar o time adversário para cima de nossa defesa. Isso apenas dá ao time contrário a oportunidade de jogar no sufoco.
Enfim, o resultado acabou não sendo tão ruim. Mas, continuo com todos os pés atrás contra esse time que tem a feição de Autuori.

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