Não apenas pela selvageria do ato, com o devido destaque ao policial que nada tinha contra o Profeta Maomé, até prova em contrário e pagou com a vida apenas por estar em serviço. Pior, caído no chão, de mãos levantadas.
O ato terrorista, por qualquer que seja o motivo fere nossa dignidade humana e nos diminui e atinge a todos os seres humanos. Nos equipara às bestas, merecendo ser condenado por todos.
Acrescente-se a isso, o fato de que o ato terrorista foi dirigido contra um órgão de imprensa, e acaba representando uma tentativa de intimidação, mais ainda, de censura à liberdade de imprensa, à liberdade de expressão, à liberdade de pensamento.
O que vai contra os direitos mais sagrados do homem, depois do direito à vida, também vilmente desrespeitado.
Assim, nossa homenagem, aos jornalistas, aos humoristas, aos cartunistas, ao policial e a todas as vítimas.
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Mas o ato de terror, tão justamente condenado por todos os principais líderes de todos os povos, inclusive islâmicos, além da repulsa causa outra reflexão.
Creio não estar fazendo afirmação falsa ao dizer que, custe o que custar, dure o tempo que levar, esse ato merece que seus atores sejam perseguidos, procurados e, descobertos, feitos prisioneiros. E que os irmãos mais o rapaz que com eles participou da chacina sejam julgados - de forma justa - e CONDENADOS. De preferência que peguem a maior pena que lhes puder ser determinada.
Além disso, também devo ter razão ao afirmar que qualquer um de nós acredita, deve acreditar que atos de barbárie como o perpetrado ontem, sejam imprescritíveis.
Dure o tempo que durar para alcançar os criminosos, não há como permitir que tal crime prescreva. Pelo ato de terror que representa, pelo atentado à humanidade, pelo fato de ser contrário à expressão livre.
Tudo bem. Eu concordo com tudo isso, claro.
Mas, fico me lembrando que, há alguns anos em nosso país, a D. Lyda Monteiro da Silva, secretária da OAB no Rio de Janeiro, faleceu vítima de uma atentado à bomba que feriu ainda outras 6 pessoas. E essa não foi a única bomba do terror e contra a liberdade de imprensa e de expressão, já que outras 30 bombas, no mínimo foram lançadas contra BANCAS DE JORNAIS, contra jornaleiros, apenas por manterem em suas bancas revistas, jornais que não eram tolerados.
E não eram tolerados por trazerem artigos, denúncias, críticas ao governo militar autoritário e decadente.
Como bem sabemos, não foram essas as únicas bombas, também dirigidas contra redações de jornais como o Estadão, ou contra sindicatos, como a atirada no Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.
Outra famosa foi a que explodiu, matando, um dos autores do atentado do Riocentro.
O que me leva à reflexão nesses casos, é que embora causassem a mesma repulsa, tais atos tornaram-se, vários deles, não passíveis de punição, pela Lei da Anistia aqui aprovada.
Como se um crime que não poderia nunca perder seu caráter hediondo, deixasse de ser crime, apenas por que, mais tarde, as pessoas resolveram contemporizar e ... fazer vistas grossas. Seja lá que justificativa possa ser utilizada. Inclusive a de que caso não fosse assim, a lei, os militares não concordariam em devolver o poder à sociedade.
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Lamentável a sociedade que não arranca e conquista o Poder com sua própria luta e suas mãos. Com seu sangue, talvez. Porque já mostra desde o início que sua liberdade é consentida e tal situação aceita.
Por que permite que alguns idiotas, outros saudosistas, outros por quaisquer intenções que possam ter, sendo amigos de militares, inclusive a de saber que em períodos de ditadura, os amigos dos reis se locupletam. Livremente. E sem que tal ou tais atos de corrupção possam vir a público.
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Não vou muito longe, nem ficar detratando pessoas que já não estão entre nós, os vivos, para se defenderem. Se vou citar-lhes o nome é apenas para lembrar aos ignorantes de plantão hoje, de como a ditadura e seu período de 21 anos de escuridão também deu ensejo, ao contrário do que muitos pensam, ou creem, a acusações de enriquecimentos suspeitos.
A bem da verdade, é necessário dizer que nem ficou apurado, em qualquer momento, nem ficou jamais comprovado que tais comentários não eram vãos e falsos, apenas com a intenção de manchar a honra das pessoas. Mas que muito se falou de Paulo Maluf, prefeito de São Paulo, indicado pelo ditador de plantão; o Coronel Mário Andreazza; o candidato ao governo de Minas, senhor Eliseu Rezende, contra quem nada foi descoberto, o senhor Nestor Jost, que ocupou o posto de presidente do Banco do Brasil; e até esposas de líderes políticos, como a D. Dulce, esposa do último presidente do ciclo militar, João Batista Figueiredo.
Apenas que se havia o comentário maldoso, não havia, nem podia haver, investigação, qualquer que fosse.
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Até para que atos feitos sob A autoridade mais bem intencionada não fossem utilizados para mostrar que mesmo essa autoridade também tinha seus pontos de fragilidade e imperfeição.
Algo que a história é pródiga em exemplos, um dos quais, o que deu origem ao famoso J'accuse de Zola eternizando nas letras, o caso de Dreyfus.
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Deveríamos refletir se mesmo a Lei de Anistia não teria de ser revista, para punir os atos imprescritíveis de crime contra a humanidade como um todo, considerando todos os lados envolvidos, inclusive considerando as diferenças de quem tem o poder constituído e quem não o tem, para definir as penas. Sejam por atos que resultaram em morte, seja por atos de tortura ou castigos que também ferem a dignidade humana.
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Posse de Ministros
Da posse de Levy e seu discurso a favor do rigor fiscal e dos cortes que já estarão sendo determinados nos gastos públicos, deixamos para tratar outro dia.
Apenas recomendo a quem puder, que veja o programa "Entre Aspas" dessa última terça-feira, no Globo News, com um professor de Economia da FEA-USP e outro da Unicamp.
No programa tratou-se, basicamente, das expectativas para a economia brasileira criadas pelo discurso de posse, e mesmo a indicação do ministro e de sua equipe.
De minha parte, acho preocupante tanto elogio feito, por Levy, à Palocci e sua passagem pelo Ministério, lá pelos idos do primeiro mandato de Lula.
Porque se algum mérito teve o ministro médico, foi o de se curvar aos interesses do mercado financeiro como poucos o fizeram. Talvez por não entender de economia e ter de ouvir a opinião de quem entende: ou seja, por ter de ficar refém de quem ele deveria estar controlando.
Mas, no programa referido, os professores abordaram a necessidade de cortes, para dar mais tranquilidade à equipe do governo e ao controle do orçamento. Abordaram a ameaçã do aumento da carga tributária e falaram o óbvio: só o ajuste fiscal não conseguirá fazer o país crescer, como parece ser a ideia do ministro.
Mas isso é tema para outra postagem, da mesma forma que a posse de Patrus Ananias, colocando a casa em ordem, e restabelecendo certas verdades, ignoradas por Kátia Abreu.
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Ficam para depois também o comentário de nossa Balança de Comércio e as questões ligadas ao câmbio.
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