segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Eleições em BH. Comentários e divagações sobre o novo quadro na capital mineira

Passadas as eleições municipais em seu segundo turno, a sensação que me domina é a de que entre a direita envergonhada e a direita escancarada, a população da capital mineira optou pela direita escancarada.
Por um posicionamento que poderia ser chamado de nihilista, até, e que expõe em toda sua crueza os pés de barro da maior liderança política do Estado, o senador playbou, Aécio Neves.
Menos que optar por Kalil em contraposição a João Leite, o comportamento adotado por parcela importante da população de BH foi ratificar, de forma definitiva, sua repulsa à um tipo de política que não levou em qualquer instante em consideraçao a vontade, as necessidades, o interesse popular. 
A discordância com uma espécie de político e de modo de se fazer política ultrapassada, de conchavos e acertos de pé de orelha, de conversa mole e vazia de conteúdo, de autocelebração, sempre e tão somente para poder buscar sustentação para alçar vôos maiores. 
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Em minha opinião foi essa a característica mais marcante dos governos de Aécio, cujas práticas foram repetidas mais tarde por seu menino de recados, o também ex-governador Anastasia. 
No caso de Aécio, um governo que se propôs a fazer um choque de gestão que acabou com a situação sólida de caixa estadual a ele legada pelo governo Itamar Franco, e que se preocupou mais com a ostentação e as obras, ainda faraônicas, como a construção da Cidade Administrativa e seus acessórios, como o Boulevard e a linha verde, que visavam, em primeiro lugar, a valorização de terrenos de uma região de nossa capital onde, por acaso, Anastasia, era proprietário de imóveis. (e não investigadas ou comprovadas por ora), por empreiteiros responsáveis por sua construção como origem de um canal de pagamento de propinas e utilização de caixa dois.
Importa frisar que não se nega alguma racionalidade à instalação, em um mesmo local, de todas as repartições públicas estaduais, responsáveis pela prestação de serviços ao público. A questão no caso específico da cidade administrativa foi a distância do centro da capital, onde o acesso seria muito mais facilitado. Isso, sem contar com a questão de que havia outros locais e até outras construções, já prontas que poderiam servir para alojar as secretarias e órgãos integrantes da composição da máquina de administração estadual.
O resultado, além de uma construção cara que estourou os orçamentos previstos, e cheia de problemas ao menos em seus primeiros anos de funcionamento, foi que não conseguiu centralizar, nem mesmo apenas concentrar em um mesmo lugar toda a atividade da máquina do Estado, que continua tendo a necessidade de alugar prédios mais próximos da população que deve ser atendida, com os custos daí decorrentes e que eram os que se desejava evitar.
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Mas, não foi apenas esse o problema do governo Aécio, que promoveu uma reforma administrativa, que entre outras medidas, propôs aumentos diferenciados que privilegiaram mais os ocupantes de cargos e menos os funcionários menos graduados, em uma política bem ao estilo do governador, de favorecimento a seus amigos e iguais.
Fenômeno que, aliás, teve como ilustração cabal a realização de um jogo de futebol, entre Brasil e Argentina, o mesmo jogo que marca a volta da seleção ao estádio onde passou seu maior vexame. 
Já naquela oportunidade pelas eliminatórias de Copa anterior, os privilégios e distribuição de convites para os amigos foram tantos que valeram o comentário e a manifestação contrária do comentarista Jorge Kajuru.
Bem, como todos hão de se lembrar, Kajuru não foi apenas demitido da rádio em que trabalhava, como por pressões feitas pelo imperadorzinho que ocupava o Palácio da Liberdade, teve de sair do Estado.
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Na noite de ontem, em programa que analisava o resultado das eleições, um cientista político afirmava que o erro de Aécio foi, diferente de seu avô, não gostar de fazer política no interior, mantendo controle e pulso firme sobre os deputados de sua base de apoio e suas bases eleitorais.
Acredito que a diferença possa ser essa, em parte, já que o menino do Rio preferia mesmo estar na orla da praia, e nas festas cariocas, que cortando o interior do estado que dirigia. 
Mas, há outra diferença maior entre avô e neto: o avô era um democrata, e lutava pela liberdade, como compromisso primeiro do mineiro. O neto é um mero menino mimado, oportunista e pior, GOLPISTA.
E foi também esse traço de seu caráter que sofreu outra, mais uma derrota, nas eleições de ontem.
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Perdeu o poroso Aécio, como já havia perdido as eleições para presidente na capital do Estado que governou com mão de ferro, por doze anos. Tanto no primeiro como no segundo turno. E perdeu o governo de Minas, para alguém politicamente de situação tão frágil quanto Fernando Pimentel. 
E torna a sofrer uma derrota significativa para seus sonhos e pretensões, com o Leito Ninho. Derrotados por um arrivista, neófito e oportunista dono de um discurso com grande carga de perigo.
Sinal de que não valeu compor com a imprensa, dominar o fraquíssimo jornal Estado de Minas, dos Diários Associados, obter benesses da Globo (a quem tanto ajudou) ou da Isto é, nem mesmo manter uma censura férrea em Minas, como vez por outra, algum site internacional mencionava em denúncias que nunca puderam repercutir. 
A censura de Aécio, outro traço de seu caráter marcado pelo autoritarismo, acabou, por linhas tortas, tornando-se de conhecimento público, tendo se espalhado como se espalhavam as apostilas de textos proibidos, pelas escolas, na época da repressão da ditadura militar.
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O Leite Ninho perdeu por estar em má companhia, por estar com políticos que a população já havia manifestado não desejar mais no comando da política mineira. 
E perdeu por ter, entre outras coisas, em minha opinião, por ter mostrado pouca firmeza e muito destempero. 
Que seu pai tenha sido militar, que ele tenha nascido e se criado na Vila Oeste, que tenha passado alguma dificuldade em sua juventude, nada disso impedia que ele reconhecesse, até por conhecer bem a origem sem apoios, ter sido sim, um lutador incansável dos direitos humanos daqueles que falharam e cometeram atos contrários ao convívio social. 
E isso não significou, em momento algum, em minha opinião, estar passando a mão na cabeça de bandido. Apenas que, mesmo falhando, todos merecem uma chance de recuperação e, se ainda não se recuperarem para a vida em sociedade, merecem, no mínimo, serem tratados com a dignidade que merece um ser humano.
Afinal, cada vez mais não se fazem campanhas para se libertar animais do cativeiro, não se prendem e condenam e se denunciam maus tratos a animais, e a sociedade não se horroriza com atos de crueldade e castigos contra animais?
E que contradição é essa que parece defender que seres humanos, mesmo que criminosos, não tivessem um tratamento ao menos semelhante ao que se exige para os animais?
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Por isso, em eleições anteriores, votei no João Leite, que defendia o que eu acreditava como defendeu com brilho o gol de meu time do coração.
Mas Leite Ninho, talvez até influenciado pela responsável de sua campanha, agora no segundo turno, passou a negar esse seu comportamento merecedor de elogios. 
Preferiu ficar como presidente da Comissão de Segurança, para prender bandidos, conforme dizia nos debates, do que admitir que tinha sim uma diferença com o discurso de Kalil, que também adotava comportamentos sociais abjetos ou criticáveis: a de não acreditar que bandido não tinha direito a um tratamento digno.
Perdeu aí, meu voto, negando seu próprio passado, que deveria deixá-lo orgulhoso.
E saiu para uma baixaria de acusações, muito típicas de campanhas em que Andréa Neves esteja presente, de deconstrução do adversário, para depois acusar esse mesmo adversário de ter iniciado as trocas de acusações.
A população mineira já aprendeu com a experiência que essas acusações, não são nem significam propostas que irão melhorar sua vida no futuro.
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Quanto a Kalil, nem coxinha, nem mortadela, agora kibe, não apresentou nada de propostas concretas, nem promessas que não iria cumprir. 
Foi um discurso típico de um vazio completo de programa de ações. E perigoso, por alguns de seus comentários, seja acusando João Leite de passar a mão em cabeça de bandido, seja de que vai armar a guarda municipal, vai fazer um governo, conversando com todo mundo ... ou não conversando com ninguém, dado seu caráter autoritário até na hora que agradece por ter aprendido com o povo.
Pior, embora não seja cientista político, e seja apenas curioso no tema, acho que seu discurso dá margem à criação de verdadeiros aproveitadores da boa fé do povo, para alicerçar um governo populista, voluntarista, e muito próximo de alguns acontecimentos históricos que permitiram a ocupação do poder por alguns nomes como os de Hitler, Mussolini, e outros políticos autoritários famosos.
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Mas, isso é um risco apenas, e podemos como sempre nos surpreender com a administração e comportamento de Kalil.
E que seja uma administração de segurança e paz. Mas sobretudo respeito aos direitos humanos, e não alguém que trata presidiários ou bandidos, como ele deu a entender que deveriam ser tratados. Nem as mulheres, com o desrespeito que tentaram lhe imputar. Nem os trabalhadores, como o acusaram de fazer com os empregados de sua empreiteira. 
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Aesse propósito, apenas gostaria de terminar, deixando uma mensagem gravada, para que ela não se perca, ao menos em minha memória, sem compartilhá-la com outros.
Diz que o menino pequeno perguntou ao pai: papai, se matarmos todos os bandidos vão ficar só os homens bons, não?
_ Não meu filho, respondeu o pai. Vão ficar os assassinos. 
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É isso.
  

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Declaração de voto para a Prefeitura de nossa capital; desapotenção e um argumento de peso a seu favor; e Teori mostrando o que é ser magistrado para a presidenta do STF

Acredito, sinceramente, que nenhum eleitor deve ficar muito preocupado com as consequências de seu voto, caso queira votar em Alexandre Kalil, no segundo turno das eleições de domingo próximo, dia 30.
Por mais que muitos possam ter receio do temperamento que o ex-presidente do Galo demonstrou e demonstra ao longo de sua trajetória, ou por mais que possam estar preocupados com as denúncias do tipo de tratamento dispensado pelo Kalil empresário aos funcionários de sua empresa, ou ainda, por mais que tenham medo de estar elegendo para a administração da nossa cidade alguém que nunca respeitou a coisa pública, a ponto de não ter pago o imposto sem o qual a cidade teria dificuldades de funcionar, a verdade é que cada vez mais fica claro que nada disso deve ser motivo para deixar de votar  no número 31.
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Por quê?
A resposta é simples, clara, cristalina.
E vinha já sendo sinalizada na campanha do Leite Ninho na última semana e ficou mais que evidenciada no programa da propaganga eleitoral de ontem.
Como todos vimos, o Leite Ninho primeiro adotou a tática das agressões a seu oponente, deixando de apresentar suas propostas para tentar achincalhar o outro candidato.
Não satisfeito e desesperado por sua queda nas pesquisas de intenção de voto, colocou um locutor para vir chorar que estava sendo atacado, em completa inversão da verdade dos fatos. A partir da mentira que passou a veicular, na tentativa de construir uma realidade virtual capaz de substituir a vida real, passou a dizer que foi ele, sua pessoa, seu partido e seus chefes que foram vítimas de agressão desde o início da campanha.
É bom dizer, quando Kalil tinha menos que meio minuto para poder atacar tanta gente, a falar ainda um discurso fácil e oco. Afinal, também Kalil nunca disse a que veio e que propostas concretas tem para nossa cidade, caracterizando-se por um discurso piegas, do tipo daquele que Leonardo Quintão empregou quando foi candidato ao mesmo cargo.
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Mas, agora, sabemos que o malvado Kalil, que está virando, pelo visto, o malvado favorito da cidade e de Leite Ninho que não o tira da boca, foi quem agrediu e vilipendiou o nome de seu adversário.
Nao bastasse isso, a campanha do Leite em  pó, tão desidratada que se encontra, apresentou agora uma peça publicitária, em que aparece o nosso menino do Rio, o golpista do poroso Aecinho, pedindo votos. Para o bem do país. Para o bem da cidade. Para o bem de Alckmim em 2018....
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E vê-lo falar do avô e das liberdades que ele sempre defendeu, e ouvi-lo citar a Constituição cidadã, que Ulisses ajudou a aprovar, com todas as suas conquistas sociais e benefícios que ele, golpista que deve estar fazendo o avô rolar de raiva no túmulo, agora ajuda a destruir, resolvi atender ao pedido que ele fazia com tanta convicção.
Nestas eleições vou votar em Aécio, para prefeito de BH.
Para poder fazer com que o menino do Rio possa ficar mais tempo aqui conosco, nos ensinando o que é liberdade, o que é respeito à democracia e à vontade do povo.
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Mas, se de todo acontecer como em 2014, que ninguém queira comprá-lo ou às suas ideias elitistas e preconceituosas, também você que escolheu votar em Kalil pode ficar despreocupado.
Caso seja Kalil o eleito, já no dia seguinte o golpista irá, com sua tropa e o Leite desidratado, alegar que as urnas foram adulteradas.
Posteriormente, entrarão com pedidos de anulação do pleito nos tribunais eleitorais.
Em último caso, arranjarão algum amigo que mesmo não sendo o próprio poderá atender pela al..cunha de Cunha e, antes que possamos perceber, o impeachment de Kalil estará sendo votado e estaremos sob nova direção.
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Ou seja: você eleitor de quem quer que seja, tem de agora em diante a opção sempre de votar no PSDB, ou votar em alguém cujo mandato será interrompido por quem se considera e age como dono do apito, da bola, e do jogo de camisas, e por tudo isso, não aceitará que é perna de pau, e que a torcida não quer vê-lo no time.
Como sabem todos que já viveram histórias semelhantes na infância, chorão, o menino vai embora com seus pertences, dando fim, democraticamente,  ao jogo.
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Quanto à desaposentação

Dentre alguns dos argumentos que ouvi, justificando a decisão adotada pelo STF, um me pareceu bastante bem fundamentado. Trata-se daquele raciocínio de que, sendo nosso sistema previdenciário fundado na ideia de solidariedade, inclusive intergeracional, o que significa que os contribuintes de hoje pagam para os aposentados de agora, e não para gerar os recursos que, capitalizados,  irão retornar sob a forma de benefícios amanhã,, não seria legítimo que os aposentados que voltaram ao trabalho e continuaram a contribuir pudessem pleitear, a melhoria de seus ganhos.
Caso tal ideia fosse aprovada, transformaria mesmo que canhestramente, a contribuição e nosso sistema em um tipo baseado na capitalização individual, negando o princípio maior e mais justo que o rege, nos dias de hoje.
Acho que esse é um argumento válido e correto.
Mas, se acredito que o argumento e a decisão do STF são corretos, o INSS querer o ressarcimento dos valores pagos a esse título, daqueles que vêm recebendo por decisão judicial conquistada em outras instâncias, ou seja, recebidos de boa fé, é um disparate.
Abuso absurdo cuja única responsabilidade é de nosso Poder Judiciário e suas constantes demoras em julgar questões controversas, que se arrastam por longo período de tempo.
Tivesse o Supremo já tomado a decisão adotada desta feita, não teria havido nenhum pagamento a ser ressarcido nem prejuízos acumulados para o INSS.
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Teori põe ordem na confusão e faz o STF recobrar o juízo

Como já havíamos dito ontem, a reação da ministra Carmem Lúcia havia sido uma resposta corporativista, de nosso ponto de vista, à reação desesperada e para além do exagero, de Renan Calheiros.
Entretanto, e por mais que a figura de Renan como autoridade da República e presidente do Senado, ou até mesmo como senador por Alagoas, seja merecedora da nossa mais veemente repulsa, dados todos seus antecedentes e suspeitas, indícios e acusações que recaem sobre sua pessoa, a verdade é que Renan estava certo em alegar o abuso de autoridade por parte do juiz de 1a instância que emitiu a ordem de busca e apreensão no Senado.
Afinal, se o senador tem foro privilegiado assegurado por lei, mesmo que esse instituto do foro privilegiado não tenha qualquer amparo ético, moral, assim como outras autoridades, nem a Polícia Federal teria poder para investigar esses privilegiados, sem que o Supremo os autorizasse, nem a Casa como  um todo poderia estar sofrendo a invasão que a PF protagonizou. Pior ainda, estar recolhendo equipamentos, prendendo funcionários que apenas cumprem ordens.
Qual a razão de tal postura, senão o mero autoritarismo? E como justificar a incompetência de um juiz para tratar do assunto, embora talvex estando repleto de boas intenções, esse juiz tenha exorbitado sua competência, como tão bem mostrou, como de costume, Jânio de Freitas, em sua coluna na Folha.
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Pois, a sorte é que, para além das fanfarronices e do espírito de corpo, além de um Gilmar Mendes, e de uma Carmem Lúcia, que parece querer estar precisando provar à sociedade que, embora indicada por Lula, não fez parte, nem concorda com os esquemas de que Lula é acusado de ter armado no Poder, o nosso Supremo tem um Teori.
E Teori, alheio às luzes e brilho dedicado a quem se crê no centro do palco, repôs as coisas em seus devidos lugares.
Tal como já havia feito com os procuradores e seu ridículo espetáculo de power point, em que tentavam condenar Lula, mesmo sem terem mostrado capacidade para investigá-lo e provar qualquer das acusações. Condenação por indícios e convicções tão somente.
Desta feita, Teori deixou claro que o juiz não poderia ter adotado a decisão que resultou na invasão do Senado, e requisitando todo o fruto da visita da PF àquela Casa Legislativa, para a alçada do Supremo.
Ou seja: Teori mostrou à Carmem Lúcia e a todos os idiotas autoritários que aplaudiram a brilhante resposta da presidenta do Supremo, que para ser um grande magistrado, não é necessário estar solidário com práticas que ferem a legislação.
Basta, na verdade, que se dê cumprimento à própria legislação. Seja ela boa ou não. Questionável ou não. Carente de reforma e reformulação ou não.
Teori veio nos lembrar, que dura lex, sed lex. E ponto.
Obrigado por mais isso, Teori.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A corporativa resposta de Carmem Lúcia, a indicada por Lula para o STF; o Galo em Porto Alegre; o que não sabemos da desaposentação; e debate em BH: o que Leite Ninho (não) vai fazer com a região da Izidora

É forçoso reconhecer que o Galo saiu com um resultado muito bom de Porto Alegre ontem, mesmo não jogando  bem de forma que algum desavisado pudesse acreditar que a vitória tenha sido um resultado justo.
Como já estamos nos acostumando, ou estamos acostumados, o Atlético mais uma vez sofreu para obter o resultado, e embora seja mesmo esse o estilo do time de Marcelo Oliveira, jogou recuado, sem posse de bola, diria até com medo. Mas fazendo o suficiente para garantir a vantagem que a sorte lhe permitiu construir ao lograr marcar um gol logo ainda aos três minutos de partida.
Desse momento em diante, como era de se esperar, o Internacional partiu para cima do Galo buscando virar o placar a seu favor, e contando com o apoio de sua torcida, que apoiou o time até que o juiz apitasse o final do jogo. Interessante observar que só então ouviram-se vaias vindas dos próprios colorados e gritos de segunda divisão dirigidas ao time.
Ao longo do jogo não.
A torcida cantou, gritou, pressionou o juiz que, em minha opinião não cometeu erros importantes de arbitragem.
Contando com o placar a seu favor, e algum nervosismo e ansiedade do time gaúcho, o time do Galo se encolheu e ficou apenas esperando uma bola para arrancar em contra ataques em velocidade.
Velocidade que teve dificuldade para imprimir à saída de bola, não só pela postura da defesa do Inter, mas por falta de inspiração, e algumas vezes de pernas de Robinho.
Com Robinho parecendo mais lento, Otero cercado e sem o apoio dos laterais que ficaram impedidos de subir ao ataque pelo esquema armado por Celso Roth, o time deu espaço e foi dominado pelo meio campo do adversário, que conseguiu construir várias jogadas de grande perigo.
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Assisti o jogo acompanhando a transmissão da Fox, e embora PVC tenha dito que havia uma avenida nova em Porto Alegre, a avenida Carlos  César, dada a facilidade encontrada pelo Inter para penetrar na defesa mineira pelo lado direito da defesa, a verdade é que fiquei observando, e como qualquer aluno em sala de aula, que começa a anotar a quantidade de vezes que o professor usa (e abusa) uma expressão marcante, repetitiva e cansativa, pus-me a marcar mentalmente a quantidade de vezes que Fábio Santos cometeu erros.
E a conclusão a que cheguei é que foi Fábio Santos e não o jogador William do Colorado, jogando ontem pelo meio, que merecia o título de melhor jogador do time gaúcho.
Fábio Santos errou tudo que tentou e que fez.
E nem estou falando da falta de seriedade dele, ao querer enfeitar uma jogada dentro da área, depois de cabeçada completamente equivocada tentada por Valdívia e que cruzou a área para ir sair à lateral.
Pois ao invés de fazer o simples, enfiar um bico na bola afastando-a daquele local, Fábio quis fazer embaixadinha, perdendo a bola para Anderson e depois, atingindo o jogador adversário.
Antes disso, já no primeiro tempo, dos passes errados dele saíram os principais lances de ataques perigosos do Internacional. E, quanto à capacidade de marcação dele, nem convém falar. Como já disse aqui em outras oportunidades, é completamente nula.
Fábio Santos não tem pernas, não consegue correr atrás de quem quer que seja que corra pelo lado direito do ataque do time que esteja enfrentando o Galo e sempre é facilmente batido, quando é dele a obrigação de dar o primeiro combate.
Porque às vezes, nem isso dá conta de fazer. Aí corre para o meio da área, onde também mais complica a vida de seus companheiros de defesa, já que obriga Erazo a sair da área, para fazer o que ele não teve condições de fazer.
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Para não ficar muito repetitivo, mais uma vez acho que Marcelo falhou ao não trocar mais cedo Robinho por Cazares, muito mais rápido e parece-me que com mais preparo físico que o nosso Pedalada.
E isso ficou claro, em duas participações do equatoriano, ambas em saídas com velocidade, quando a partida já parecia estar com o placar definido, e um empate em 1 a 1, não era resultado ruim para o Galo.
E devo reconhecer que o domínio de bola de Cazares, sua calma para lançar a corrida de Luan e o toque do Maluquinho para Pratto livre aniquilar o Inter, foi das coisas e das jogadas mais bonitas dos últimos jogos, ao menos do Galo.
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O gol de Pratto coroou o esforço do jogador que mais se doou na partida e que apenas reforça a mística de que o jogador argentino, qualquer que seja, realmente dá o sangue por seu time e por uma conquista.
Não bastasse o primeiro gol, em que toda a jogada, mesmo quando parecia perdida foi de Pratto, durante todo o primeiro tempo, não havia bola em que o argentino não estava tentando recuperar quando os defensores do time gaúcho tentavam sair trocando passes.
Pratto foi um leão, como de costume. E só não foi mais efetivo, porque Robinho parecia não ter pernas na maioria das jogadas.
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Para concluir, é importante destacar a presença, sempre destacada, e mais destacada quando a defesa joga com um jogador a menos como esse Fábio Santos, de Victor, novamente fazendo o que poderíamos falar de milagres.
Também é importante fazer referência a Gabriel, jogando seguro e sem ficar enfeitando; Donizete, e seu esforço costumeiro; e Júnior Urso, também muito bom ajudando a Carlos César pela direita de nossa defesa.
Otero muito marcado parece ter recebido uma pancada no joelho, impedindo que seu futebol pudesse se desenvolver de forma mais objetiva.
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Agora é esperar e torcer para que o segundo jogo possa não trazer tanto sofrimento à massa que deverá lotar o Independência.
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De futebol à política

Interessante apenas repercutir os comentários de alguns amigos, e suas postagens nas redes sociais, criticando a fala de Carmem Lúcia, a presidenta do Supremo Tribunal Federal, em solidariedade ao juiz de primeira instância, "ofendido" por Renan.
Disse a ministra, com vários comentários em seu apoio, que toda vez que um juiz sofrer uma agressão, ela também está sendo agredida, assim como toda a justiça.
Bem,  nada mais corporativista que essa frase ou comentário, que foi tão aplaudida pelos ignorantes que a trataram como se fora uma reprimenda ao presidente do Senado, Renan Calheiros.
Aliás, esses que correram a elogiar a ministra, o fizeram apenas por ser Renan a figura que todos, muito justamente não respeitam.
Mas daí, de achar que o político alagoano é corrupto e que já passou da hora de estar também pagando por seus possíveis abusos, a aplaudir a frase da magistrada vai uma grande distância, ao menos em minha opinião.
Porque quando o povo ou parcela da população brasileira é alvo de comentários agressivos ou ataques de deputados na tribuna da Câmara e até fora do âmbito da casa legislativa, a ministra mantém silêncio, não sai em defesa do povo agredido.
Talvez porque não seja ou se sinta parte do povo. O que é mais provável, ela não se incomoda por não se sentir agredida por não fazer parte do povo, já que tem assento no Olimpo.
Uma pena. Mas nada estranho vindo de uma juíza que já deu demonstrações anteriores de, na situação que o país atravessa atualmente, já ter tomado partido. Infelizmente, o partido das elites e do poder do grande empresariado e do capital.
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Curioso: agora transformada em grande exemplo de caráter e dignidade, e assumindo o papel de ídolo nacional, para as pessoas mais conservadoras e de mentalidade mais embotada de nosso país, a ministra, tal como Joaquim Barbosa antes, na época do julgamento do mensalão, também foi indicada pelo PT, para chegar à corte superior.
Ou seja: a "ídola" atual desses que se recusam a perceber que o cérebro foi feito para que as pessoas o utilizem, era até pouco tempo, um dos exemplos de como o PT só colocou gente desqualificada ou mal intencionada no Supremo.
Carmem Lúcia é pois, mais uma das consequências nefastas do governo de Lula.
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A desaposentação

E no STF ontem, foi negado o direito ao funcionário que se aposentou pela regra de aplicação do Fator Previdenciário e continuou trabalhando e recolhendo contribuição ao INSS, de obter o recálculo do valor de sua aposentadoria.
O assunto é complexo e exige mais estudos e análises, mas se o funcionário não irá poder aproveitar as contribuições que continua fazendo em seu benefício futuro, também não seria justo que não precisasse de recolher as contribuições?
Ou para ele, pode ter se iniciado novo período de contagem de tempo de serviço e, cumprido o tempo mínimo, hoje de 15 anos, ele poderia pleitear junto ao INSS, uma nova aposentadoria, baseada nessa contribuição?
Confesso que não acompanhei a  questão e a discussão travada, e que pouco vi os jornais tratarem. O que é uma pena.
Caso algum advogado que entenda de Direito Previdenciário pudesse dar alguma explicação, eu teria imenso prazer em ter mais informação do tema.
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E em BH, continua Leite Ninho, desesperado, apenas falando do nome de Kalil

Parece que o Leite Ninho, não tem mais qualquer proposta para a Prefeitura de BH, se é que já teve alguma, séria, em algum momento.
A única proposta que demonstra é a do projeto de poder que seu padrinho apresenta (e o candidato contrário passou a veicular em sua propaganda eleitoral), tentando aplainar a dura caminhada até o Planalto em 2018.
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Mas o curioso é que, agora, parte majoritária da imprensa, especialmente aquela que está no bolso do padrinho de Leite Ninho, aquele político golpista de imagem poluída, está fazendo tudo para mostrar que o candidato das forças tradicionais recuperou-se nas pesquisas.
E esforçam-se para mostrar que as pesquisas apontam um empate técnico, claro que, se a margem de erro for toda aproveitada contra o candidato que está à frente e a favor do seu preferido.
Ora, se era para fazer as contas com 6 pontos a mais para o Leite em pó, dos 3 pontos da margem de erro, porque não apresentarem de uma vez esses pontos a favor do candidato que desejam seja vitorioso?
É no mínimo estranho o tratamento que dão ao resultado da pesquisa e à distribuição da margem de erro entre os dois postulantes (melhor talvez fosse pustulantes, caso a palavra existisse!).
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Tão estranho o comportamento, quanto a afirmação de Leite Ninho, de que vai dar títulos de regularização de propriedades para quem já tem mais de 30 anos ou 40 anos de ocupação de alguma área.
Ora, isso a lei assegura, pelo usucapião urbano.
A Izidora, e as ocupações de sua vasta área, que parecem não ter tanto tempo assim (embora seja região até de quilombolas), então  não vai ser tratada.
E foi essa a pergunta feita ao Leite Ninho no debate do SBT, por seu opositor.
Mas, não falar da região, era o que se poderia mesmo esperar, de quem tanto tem a ganhar se, retiradas as famílias lá instaladas, os amigos do construtor visionário da Cidade Administrativa de Belo Horizonte, puderem construir empreendimentos imobiliários de alto padrão, cujo projeto até já existe.
O que faz a Izidora e as regiões de Rosa Leão, Vitória e Esperança ficarem mais uma vez sujeitas às ações de despejo.
#ResisteIzidora.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

De novo, debate. Hoje, o MMA da baixaria, no SBT. E ainda respingos da PEC 241

Mais um "round", hoje, dessa baixaria em que se transformou a campanha política no segundo turno, aqui em BH.
Hoje, com o duelo previsto para ir ao ar pelo SBT, a partir das 22:30 horas.
A julgar pelo tom das denúncias, principalmente aquelas apresentadas pelo candidato João Leite, e pela desfaçatez com que o candidato Kalil vem se apresentando. lamenta-se é que a Globo tenha incluído a apresentação do futebol apenas às segundas feiras, no  novo horário adotado para os jogos.
Mas é bom lembrar, há sempre a alternativa do Master Chef pela Bandeirantes, e outras atrações que podem ser procuradas.
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De minha parte, indico a quem puder ter acesso ao youtube, buscar a série de documentários lutas.doc, em especial o que trata de recursos humanos.
Trata-se de uma aula de formação social do nosso país e explica grande parte das mazelas com que nossa sociedade convive e que, agora, graças à PEC 241, que se procura aprovar na Câmara hoje, em segundo turno, devem ser liquidadas.
No pior sentido que a expressão ser liquidada possa ser entendida, tendo em vista que o corte de gastos proposto pelo governo usurpador tende a liquidar com todo o tipo de benefícios sociais, ao longo de vinte anos de uma política destinada a asfixiar o governo, de forma a que, pela falta total de recursos, o Estado não possa cumprir nem minimamente o papel de provedor do bem estar social.
Ou seja, nem saúde, nem educação, nesse Estado que, não é difícil prever, deixará de ser mínimo, para ser nulo. Um espectro apenas.
Mas que certamente abrirá espaço para que a iniciativa privada venha a invadir o espaço deixado vago pelo Estado, cumprindo a máxima que na realidade, os espaços não ficam vagos, sendo logo ocupados por outros tipos de entes ou indivíduos ou interesses.
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E, como o abandono das  comunidades do Rio de Janeiro foram adotadas pelo tráfico, agora em disputa aberta com as milícias, veremos a saúde invadida pelos planos médicos de saúde, prestados pela rede de assistência que tem sempre disputado e não raro ocupado o destaque das listas de reclamações dos Procons do país.
A educação será invadida pela escola privada, "ensalando",  para poder ter retornos positivos, mais de 100 alunos por turma.
A segurança será assegurada pelas empresas de vigilância privada, em substituição ao policiamento. E em relação à previdência então, nem é bom pensar. Todos serão levados a buscar as previdências privadas complementares, diligentemente geridas por bancos e grandes instituições do mercado financeiro.
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Preliminarmente, devo dizer que não sou contra que serviços - de forma complementar - possam ser prestados à sociedade, por entidades privadas. Eu mesmo, sempre estudei no ensino fundamental e médio, em escolas privadas e muito do que sou, devo à formação que nelas eu recebi. Incomparavelmente superior à formação educacional dos dias de hoje, sem qualquer nostalgia.
Também, tive a felicidade de poder me filiar a planos de assistência médica, dos quais não posso me queixar.
Mas, aí está o xis do problema.
Os serviços privados, diferente dos prestados pelos governos, devem ser pagos, e não raras vezes, sabe-se que a melhoria da qualidade está diretamente relacionada a um valor cobrado mais elevado.
E como a grande maioria dos trabalhadores brasileiros, com a fábula que recebem de salário mínimo, poderão arcar com esse tipo de gastos?
Como poderão ter assistência nem digo digna, que a Constituição prevê para eles? Como poderão poupar para poder fazer  um pé de meio que lhes assegure uma velhice tranquila, com uma aposentadoria que os respeite, se para isso tiverem que entrar no círculo vicioso e perverso de terem que se endividar para conseguir sequer sobreviver?
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Ou muito me engano, ou é disso que a PEC do teto dos gastos trata. De favorecer o desenvolvimento dos negócios privados, que irão sem dúvida alguma querer realizar investimentos na prestação de serviços antes públicos, mas sem conseguir fazer desse país uma verdadeira nação, onde não se favoreçam apenas algumas das castas desde sempre mais privilegiadas.
***
Mas, o pitaco de hoje começou tratando do renhido bate-boca com que os candidatos à Prefeitura de nossa BH tem nos brindado.
Uma lástima, para não exceder em adjetivos.
De um lado, um candidato que nasceu rico, cresceu rico, frequentou os melhores bairros, clubes, colégios de nossa capital, e teve toda essa oportunidade por ser filho de um empresário, que mesmo que a empresa nunca tenha tido qualquer atitude questionável, não pode deixar de reconhecer que cresceu às custas do setor público, a Erkal.
Afinal, sendo uma grande empreiteira, não há mal algum em que a empresa tenha participado de licitações, tenha vencido as concorrências de que participou, supondo que os processos, desde os editais tenham se caracterizado pela lisura.
Não há mal algum que a empresa, em se partindo do princípio de que a legalidade prevaleceu no processo licitatório, depois na execução da obra, nas medições, tenha contratado 50 ou mais milhões de obras.
Repito, sendo dentro de um processo lícito, não ha nada de anormal, até pelo contrário, já que as obras devem ter, em tese, favorecido a população da cidade, ou dos bairros beneficiados.
Mas, supondo tudo isso, não há como negar, não fora o Estado, representado por seu ente municipal, não haveria nem obras, nem empresa, nem a riqueza do empresário.
Como esse empresário, e outros em situações semelhantes, podem atacar o poder público, e sair fazendo propanda das vantagens da iniciativa privada.
Em minha opinião, como contratados dos entes públicos, ainda que momentaneamente, não deixaram de ser prestadores de serviços públicos, funcionários públicos.
E assim são muitos dos engenheiros de firmas que deitam a falação contra o governo, mas vivem e recebem salários e lucros de contratos e obras para esse mesmo governo.
(E nem estou falando de propinas, e superfaturamento, etc.)
***
Também não vejo como que a introdução na campanha do fato de que um candidato não ser religioso, ou de usar a religião e a fé, com o fim de angariar votos possa melhorar o nível de debates, ou de propostas que, supostamente os debates deveriam estar apresentando.
E olhe que ouvi até comentários de que o candidato, no caso João Leite, deixou de segurar uma bola defensável, chutada pelo Nunes, um centroavante do Flamengo, em jogo de mais de trinta anos atrás....
***
Ao focar essa questão, do debate-boca, como Zé Simão definiu à perfeição, posso passar a impressão de estar tomando um lado da disputa.
Não é verdade. Se comento mais as baixarias e ataques cometidos pela chapa tucana de João Leite, a explicação talvez resida no fato de que ele foi o vitorioso no primeiro turno e, agora, é ele que perdendo a dianteira nas pesquisas acusa o golpe agindo de forma mais desesperada.
E, como o outro candidato em alta nas pesquisas não precisa, não agride ou ataca o adversário.
Tampouco apresenta propostas, que não possui. Nem plano de governo, por nem estar preparado para isso.
***
A verdade é que chegamos a uma situação muito ruim, de uma disputa entre o ruim e o pior, para escolhermos com quem somos capazes de conviver de forma menos dramática, nos próximos quatro anos.
Mas, se chegamos a essa situação foi apenas por nossa culpa mesmo.
Culpa de uma população que, até induzida pela midia, acredidta mesmo que o  melhor é fugir da política, evitar os políticos e abandonar de vez qualquer atividade que dê oportunidade para que os políticos possam ter espaço e aparecerem.
Pois bem, a situação de abandonode qualquer manifestação,  de qualquer participação, de qualquer formação de juízo relativo à ação política não redunda em nada, exceto a má política e esse tipo de políticos oportunistas e aproveitadores que surgem. (E não estou aqui falando que os dois candidatos sejam asism. Apenas que a ausência de seriedade com as questões que envolvem a cidadania, a vida em sociedade, acaba levando ao surgimento de tudo que todos nós gostaríamos de evitar. E não seu contrário!)
***
De tudo isso, de toda a baixaria, uma questão deve ser ressaltada, em minha opinião.
Independente de tudo que se possa dizer da campanha e de seu nível rasteiro, não há como aprovar um candidato que se apresenta como uma pessoa que não paga ou pagou os impostos devidos.
Até entendo que há discussões de valores que podem estar por trás do não pagamento, já que a discordância pode ensejar, e isso é legítimo e correto, que se leve a discussão aos tribunais. Aí, a morosidade de nossa justiça acaba de fazer o restante: adiar indefinidamente o pagamento. Ajudando ao mal pagador a ganhar tempo e alcançar sua intenção.
Se for essa a situação, o que não se entende é a razão do candidato não reagir. O que demonstra o nível de seriedade com que ele trata até seu próprio nome.
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Mas, pior, sem dúvida alguma não é ter patrimônio, carros importados, motos, ou gastar mais de dois milhões de SEU dinheiro com a sua campanha. Como fiz questão de frisar, é o dinheiro dele.
Ele faz com o dinheiro o que quiser.
Agora recolher a contribuição previdenciária de seus empregados e não fazer o repasse ao órgão competente sem sombra a dúvidas é um dos maiores crimes. Mais até que o FGTS, não recolhido. Afinal, o Fundo, o trabalhador embora tenha direito, não era o titular do dinheiro, do qual não foi alienado. O empregado tinha nesse caso, um direito futuro aos recursos depositados no fundo.
Mas descontar o dinheiro do empregado, com uma finalidade e desviar o recurso, em prejuízo do empregado, é desprovido de qualquer argumento de defesa.
É roubo. E ponto.
Dos piores. Crime hediondo.
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E ver o candidato Kalil, reconhecer que deve ao empregado e que vai acertar as contas, então, é escárnio. Só isso.
Como também é uma baixeza não dar a baixa no registro da carteira de trabalho de empregado já fora dos quadros da empresa.
***
Aliás, antes de concluir esse pitaco, um comentário a mais.
Não raras vezes, ouvi patrões dizerem que vão deixar de fazer o acerto devido com seu empregado, seja ele doméstico ou trabalhador em outra atividade, para evitar que, depois de pagos os direitos, o empregado possa ir reivindicar na Justiça do Trabalho mais algum valor ou direito.
Confesso que não entendo como, para evitar isso, alguns possam admitir que é melhor deixar que eles recorram diretamente à justiça, onde o acerto feito uma vez, é definitivo.
Porque embora admito que possam haver erros de cálculo, acho que quem anda certo não pode temer, caso tenha feito o acerto correto, que seja ameaçado de ser levado à justiça.
É tudo uma questão de consciência tranquila.
E mesmo assim, se de fato for levado à justiça e ainda estiver devendo algo, não vejo como não pagar o devido e por um fim ao problema.
É isso.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Debate Kalil e João Leite sobe o tom e baixa o nível (coisa que a liderança do PSDB sabe fazer como poucos). E a reforma da Previdência.

Não passou despercebida a ninguém a guinada da campanha eleitoral de João Leite, candidato hoje desesperado a prefeito de Belo Horizonte. A fala antes mansa, tranquila, alterou-se. As propagandas deixaram de mostrar visitas do candidato a bairros, vilas, comunidades da capital mineira e passaram a apresentar apenas um objetivo: destruir Kalil.
Assim, o que o blog de Josias, o jornalista Josias de Souza, apresenta hoje a seus leitores no portal UOL se já não era de conhecimento, já fazia parte da grande maioria de eleitores de BH.
O presidente nacional do PSDB, o senador mineiro mais carioca do país, o candidato derrotado a presidência da República em 2014 e porta voz desse programa político nunca vitorioso nas ruas, que vem sendo posto em prática pelo usurpador que ocupa o Planalto, enfim, para resumirmos em uma palavra apenas, o golpista e mau perdedor aécio, capaz de comportamentos moralmente tão baixos que até mesmo as letras minúsculas para se referirem a ele tornam-se gigantescas, assumiu o comando da campanha do ex-goleiro do Galo.
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Mas, como eu vários de nós já poderíamos ter presumido, a retomada da baixaria de sua campanha desesperada de 2014 já prenunciava isso.
O blog do Josias apenas ratifica. Confirma. Andréa Neves assumiu o comando da campanha, Marcos Pestana, o boneco mais utilizado nos últimos tempos, como ventríloquo de aécio, já assumiu posto na coordenação e há um radialista, também deputado, requisitado para integrar a troika que, agora, passa a dominar e fazer João Leite transformar-se em boneco de pano.
Uma pena! Mas previsível.
Afinal, depois de mostrar sua face golpista que deixaria seu avô Tancredo envergonhado, não resta mais nada ao menino do Rio, em seu desespero para chegar à presidência, que tudo fazer para não voltar a ser derrotado na capital do estado que governou.
É verdade que alguns dizem que, de fato, quem governou foi sua irmã, junto com o hoje senador Anastasia.
Seja como for, era aécio quem, aproveitando-se de seu carisma e alguma simpatia, natural, que todos somos forçados a admitir, se expunha nas ruas e nas eleições.
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O problema é que quem o conhece não o compra, como dizia o antigo ditado, que pode ter sido algo modificado depois que comentários sobre Furnas passaram a fazer parte de algumas delações de políticos presos na Lava Jato.
E, como as vitórias mais estrondosas do candidato mineiroca em 2014 se deram em São Paulo, sob a influência de um cada vez mais competente Alckimin, novamente o desespero ronda o menino de Cláudio. Afinal, o governador paulista não só tornou aécio vitorioso em seu estado, como fez agora o prefeito João Dória.
Enquanto isso, nas Gerais...
Enquanto isso, João Leite perde o controle de sua própria campanha e reedita toda a baixaria de que a ex-presidenta Dilma foi acusada ter lançado mão em sua campanha eleitoral, há dois anos.
O curioso é que, como dessa vez não há qualquer petista na corrida eleitoral, vai ser difícil eles alegarem que o adversário é que sempre dá início às baixarias. E vai ser bastante interessante verificar a quem eles irão culpar pelo comportamento que estão adotando.
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Quanto a Kalil, não há muito o que dizer de um homem que, como presidente do Atlético, conseguiu colocar toda o antro que é a CBF, contrária ao clube e ao time.
A ponto de haver comentários de que enquanto Kalil fosse presidente do clube, o Galo não ganharia nada em território nacional.
Boquirroto, inconsequente, Kalil sempre foi bastante respeitado, entre outras coisas, por ser empresário, dono de uma grande empreiteira prestadora de serviços para a Prefeitura de Belo Horizonte: a Erkal.
Como as pessoas têm memória curta, poucos sabem que foi Elias Kalil, um dos maiores presidentes que o Galo já teve, que fundou a empresa e a projetou.
Sabemos agora, graças à campanha de baixaria dos tucanos, que Kalil conseguiu levá-la a uma situação pré falimentar ou pior.
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O que me leva a concluir que a cidade estará muito mal servida, ganhe Kalil, o que nada fala por falta absoluta de propostas a apresentar, seja Joâo Leite, aquele que azedou e talhou.
E devo admitir que, desde seus tempos de jogador,  eu sentia uma grande simpatia por João Leite. Por seu comportamento e postura, como atleta, em primeiro lugar.
Pela luta intransigente por seus direitos, em segundo lugar. Lembro-me que, apesar das ameaças, sempre feitas pelos cartolas, João Leite nunca se curvou, nunca voltou atrás em suas propostas e acertos para a renovação de seus contratos com o clube.
Lembro-me de que teve ocasião que ficou várias semanas fora do time, por não se submeter aos caprichos dos dirigentes, até que assinou nas condições que, desde o início havia apresentado.
João Leite era um jogador diferenciado, por apresentar vontade própria. E discernimento. E, uma vez renovado os contratos, por ser sempre o profissional sério e dedicado que era.
***
Quando encostou as chuteiras tendo mostrado o interesse em entrar para a vida política, ele, que já era pregador na igreja que frequentava, mostrou estar interessado em trabalhar em prol da melhoria da qualidade de vida da população de sua cidade.
E, embora não fosse em sua primeira eleição, confesso que, acompanhando sua carreira, e o fato de ter sido presidente da Comissão de Direitos Humanos, cheguei a votar nele.
E olhe que tinha gente que hoje quer decidir os rumos de sua campanha que, na época, o ridicularizavam e criticavam por ser, como disse o Kalil no debate ontem, na Record MG, alguém que passava a mão em cabeça de bandido.
***
Pobre de nós que temos, em nosso convívio, pessoas que, achando-se muito corretas, ainda acham que procurar preservar as condições mínimas de dignidade, mesmo dentro das celas do sistema prisional, é passar a mão em cabeça de quem estaria melhor, se morto.
Pobre de nós que, sem perceber, manifestamo-nos, em muitas ocasiões, com um mesmo tipo de comportamento, ou até pior, mais selvagem, mais grotesco, mais animal, que o comportamento de quem a sociedade houve por bem punir.
***
Pois votei em João Leite por ser alguém que se preocupava em punir, sem querer vingar. Ou eu, iludido, acreditava assim.
E antes de qualquer crítica: não tenho sangue de barata e também reajo. E, no calor dos acontecimentos, acho que qualquer pessoa que reaja deve ter todas as atenuantes a seu favor. Que, no momento de uma agressão, parta para o confronto com as armas a sua disposição, acho natural. Mas, para aí, já que a ideia de dar a outra face só mesmo para quem era muito superior a qualquer de nós.
Mas, passado o momento, depois de ter o criminoso já contido, preso, às vezes de forma a não poder ter qualquer reação, daí passar a puni-lo com agressões, etc. não é reação. É vingança. Em minha opinião é ser tão ou mais criminoso que o delinquente.
***
Dito isso, qual não foi minha decepção quando vi João Leite, anos depois, no plenário da Câmara discursando, líder dos tucanos, contra proposta de aumento dos professores, contra uma série de temas que ele teria apoiado, não fosse ele também ver-se mordido pela mosca azul do poder, a ponto de negar sua própria trajetória.
Sim, porque ele passou a renegar parte de sua atuação na Comissão de Direitos Humanos e passou a fornecer uma releitura de sua passagem por aqueles órgãos.
Ou seja, ou mudou João Leite, por ter talhado, ou ele já era tudo isso, e apenas seu embuste conseguia funcionar.
Mas, acho que em verdade, foi ele que mudou, ou nem tanto. Já que a direção de seu partido foi forçada a intervir, temendo que ele não tenha a mesma capacidade de baixar tanto o nível da disputa, quanto eles querem e estão acostumados.
Uma pena, João.
Mesmo que você venha a sair vitorioso, porque depois de vender a alma ao diabo, ... bem, dessa questão que toca alguns aspectos religiosos, você entende mais que eu, seguramente.
Caso eleito, espero só que você tenha condição de assumir mesmo o cargo, não ficando apenas como fantoche de aécio e de sua irmã.
***


E em relação à Previdência


A Folha estampa em sua capa da edição impressa a manchete que diz que o aposentado do INSS custa 1/3 do valor do servidor federal.
Ao final, diz que o ocupante do Planalto quer criar regra única de aposentadoria via reforma eleitoral.
Fico me perguntando qual o interesse do jornal, além do de apoiar o usurpador, e vender uma imagem de que, com esse presidente, as coisas começam e vão entrar nos eixos.
Porque, afinal de contas, a matéria não trás, minimamente, algo de conteúdo, para ajudar aos seus leitores, a formar opinião sobre o sistema previdenciário, sua crise e sobre a necessidade alegada de reforma desse sistema no país.
***
Senão vejamos: como toda matéria sobre o assunto, apresenta cálculos feitos pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, baseado em hipóteses. Mas, faz isso de maneira completamente equivocada e mal intensionada.
A começar por afirmar que "os servidores federais aposentados custam hoje aos cofres públicos o triplo dos empregados do setor privado."
Curiosamente, entretanto, o parágrafo seguinte afirma que "um funcionário ... que se aposentar neste ano, aos 60 anos e com expectativa de viver...". Ora, se o funcionário ainda vai se aposentar, como ele poderia estar aposentado no parágrafo anterior, já hoje?
Além disso, o que a Folha fez com a reforma introduzida pela EC-40 de 2003, ainda no governo Lula, que estabeleceu que, dali em diante, os funcionários públicos teriam os mesmos critérios de contribuição e de benefícios a serem pagos, como os empregados do regime geral do INSS?
***
Além disso, apenas por uma questão de matemática financeira, porque a Folha não informa que enquanto um trabalhador que recebesse, no mercado de trabalho, um rendimento mensal de R$ 10 mil, que eu sei bem que é raro, pagaria uma contribuição para o INSS de 11% sobre o teto de R$ 5.200, para arredondar, enquanto o servidor público com mesmo salário pagaria 11% sobre o total do montante de 10 mil.
Ou seja: enquanto o empregado privado pagaria perto de R$ 550, o funcionário público pagaria R$ 1100?
Uma observação simples mostra que o servidor público contribuiu com o dobro da contribuição do empregado privado.
Por que isso não é levado em consideração?
***
Também porque a Folha não mostra uma questão interessante. O patrão do setor privado, contribui com 20%. E o patrão do servidor público, contribui? Com quanto?
Sabemos que o governo nunca contribuiu com sua parcela, por que estaria tirando dinheiro de seu caixa, para entrar em um fundo cujos recursos também irão parar em seu caixa. Ou não?
Por não contribuir no papel de empregador, o governo reconhece que, quando da aposentadoria, ele deverá pagar a conta, que não pagou durante muitos anos.
Seria essa a conta de mais de 3,3 milhões de gastos que a Folha apresenta?
***
Ou seja, pode-se acreditar na seriedade do jornal?
Ou, a que interessa a matéria que mais desinforma e cria dúvidas que esclarecimentos?
***
A ver.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Retomando a discussão: o professor e intelectual Rogério Cezar e nosso super herói brasileiro, o juiz de Curitiba

Ainda não havia tido a oportunidade de fazer qualquer comentário em relação a um dos assuntos que dominou as discussões havidas na semana passada, envolvendo o professor e membro do Conselho Editorial da Folha, Rogério Cezar de Cerqueira Leite e o nosso novo super herói da nação carente, o juiz Sérgio Moro.
Antes, é necessário esclarecer quem são os dois participantes da pendenga, para evitar que nosso pitaco venha dar margem a mais algumas das várias tolices que andaram sendo ditas e compartilhadas pelas redes sociais, por pessoas que, cada vez mais, insistem em aumentar a nossa decepção a respeito delas e de suas opiniões.
Pessoas que julgávamos, ao menos, mais esclarecidas, e que fazem questão de mostrar, em cada comentário e postagem nas redes sociais, o tamanho de sua ignorância e toda sua estreiteza mental, sob o manto da ideologia mais conservadora.
Pessoas que chegaram a partilhar a informação de que o professor teria publicado um artigo de opinião apenas por ser membro do Conselho da Folha, como se não tivesse autoridade para publicar fosse o que quisesse em que órgão da imprensa o desejasse.
Pior, chegaram a divulgar que o artigo do professor, contrário aos métodos e comportamentos do juiz Moro, se devia ao fato de ele ter sido integrante do governo da presidenta ilegitimamente afastada do poder, Dilma Roussef.
***
Faz-se assim, necessário, começar a apresentação dizendo que o professor é Professor Emérito da Unicamp, tendo se graduado em Engenharia Eletrônica e Computação pelo prestigiado Instituto Tecnológico de Aeronáutica, e obtido seu doutorado em Física de Sólidos pela Sorbonne.
Como pesquisador, trabalhou nos laboratórios da Bell, e como professor tem passagens pela Universidade de Paris, Universidade de Montreal, a própria Unicamp, onde foi Diretor do Instituto de Física e Artes.
Na França, obteve a Comenda da Ordem Nacional do Mérito da França.
Ah, mas o artigo por ele escrito não era sobre Física, sua especialidade.
Sobre algumas das bobagens que foram ditas por quem não é capaz de fazer uma mínima busca na internet,
prossigamos com as informações de que ele foi vice-presidente executivo da CPFL no governo de Franco Montoro, e é membro do Conselho da Folha desde 1978, onde além de textos técnicos escreve sobre assuntos tão diversos quanto atuação de multinacionais, programa nuclear, ensino superior, transferência de tecnologia. Assuntos, na maior parte das vezes, polêmicos. Além de ser autor de vários livros.
Como colunista, publicou em vários órgaõs mais de duas mil publicações.
E, parece que não há muito como questionar se ele tem ou não currículo para tal atuação, mas uma olhada rápida pelo Wikipedia, nos mostra que ele ...

Foi Presidente do Conselho de Administração do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais), entidade responsável pela gestão dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), de Biociências (LNBio), de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e de Nanotecnologia (LNNano). Atualmente, é presidente honorário do Conselho de Administração do CNPEM. Foi membro de vários conselhos de entidades científicas , tais como SBPC e FAPESP. É consultor de várias agências estatais , tais como a FINEP, e de organizações privadas.

Ou seja: por sua capacidade, ele ocupou já foi membro em vários cargos em Conselhos, de vários governos, não precisando de defender a quem quer que seja, por ter participado do governo Dilma. Aliás, o governo que o indica para participar de tais órgãos tem mais a ganhar do que ele teria, caso fosse apenas e tão somente um puxa-saco, como muitos tentaram difundir.
***
De outro lado, o juiz Sérgio Moro, sobre quem não há muito o que ficar falando, já que esse todo mundo já conhece, por estar há algum tempo sob a atenção e holofotes da midia. Apenas deixar claro que é um juiz que age de maneira autoritária, mesmo que bem intencionado. Que é um juiz que tem tido um comportamento sério, embora espalhafatoso demais, a ponto de cada vez mais dar demonstrações que maior que sua competência e seriedade, é o tamanho de seu ego.
Aliás, não fui pesquisar para saber a veracidade, mas postagens também no facebook, de alguém que se passa por seu antigo colega de escola ou conhecido, fala exatamente de como o nosso paladino da moralidade e da justiça é vaidoso.
Não há problema, vaidoso muitos são. Alguns que nem podem sê-lo. Parece que no caso de Moro há razões para a sua vaidade, embora não combine muito, esse tipo de postura, com a f unção e o cargo que exerce, que tem como premissa básica a discrição.
Fora isso, talvez seja necessário apenas lembrar que, mesmo antes de surgir no panorama nacional, e em todas as mídias de nosso país, ele já era um juiz com algumas posições que levaram a que ele fosse algumas vezes, questionado em instâncias superiores, quanto à legalidade de seu comportamento.
Especialmente nos dias de hoje, é justo se dizer que ele tem tido respaldo dos tribunais superiores, que têm mantido e aprovado as decisões que tem tomado.
Para terminar, também é importante dizer que, recentemente fez parte da lista de pessoas mais influentes no mundo, exatamente por sua atuação no processo necessário de se combater a corrupção em nosso país.
***
Quanto ao artigo, que é de opinião, nada houve de mais grave, exceto a comparação do juiz, por seu modus operandi, a um padre que viveu na cidade de Florença no século XV, Girolamo Savonarola, famoso por ter incendiado, com seus sermões,  aquela cidade. A biografia do padre dominicano o apresenta como portador de um comportamento demagógico, conservador, ascético.
Pois bem, a história do padre informa que depois de ter sido preso e acusado de heresia, morreu por ordem do papa a quem atacava.
A história do religioso era relembrada, por seu discurso moralista, conservador que, na opinião do professor Rogério Cezar, tornava sua figura e seu comportamento muito semelhantes ao do juiz Moro.
Ou seja, a ideia de fundo do artigo era, penso eu, a de mostrar que de forma messiânica, o juiz tem adotado comportamentos que, podem por sua forma, estar desrespeitando questões que um magistrado não poderia deixar de atender.
***
Vá lá. Que o professor tenha exagerado, ou que tenha carregado na comparação. Qual o problema de se tentar mostrar que o perfil que muitas vezes é adotado pelo juiz corre o risco de resvalar para uma ação autoritária, que supera a própria lei que o juiz prometeu cumprir?
Qual o problema de se alertar que tanta homenagem e elogios e palmas a ele direcionadas, parte das quais feitas de forma acrítica, não podem estar gerando um monstro, um homem que se acha superior a tudo e a todos, apenas por acreditar que seus interesses são superiores aos dos demais?
Qual o problema de se tentar mostrar a tantos que dão seu apoio a Moro, incondicionalmente, que todo apoio histérico é passageiro e pior, pode terminar mal?
Tais alertas não poderiam ser benéficos ao próprio juiz, para que ele fizesse  um exame de consciência e verificasse onde está, se assim o considerar, se excedendo?
***
Mas não. Mostrando com bem salientou o jornalista Elio Gaspari, que talvez haja mesmo, algo de Savonarola na personalidade do super herói de um país cuja população precisa de construir ídolos e líderes, ou heróis, o juiz encaminhou carta à Folha de São Paulo, insinuando que o jornal não deveria aceitar publicar tais artigos, que inclusive ameaçavam sua segurança e integridade.
Ou seja, não apenas o juiz não entendeu o que estava lendo, ou não quis entender a linguagem figurada do artigo, como ainda não se atreveu a solicitar ao jornal o direito de réplica, publicando artigo em resposta ao professor. Optou pela mais cômoda coluna da carta dos leitores para, finalmente, deixar claro como é seu padrão de comportamento: mais voltado à censura.
A Folha deveria ter censurado o artigo. Essa a mensagem embutida na carta de reclamação do juiz. E como o colunista era do Conselho do jornal, o jornal não teve autoridade para fazer o certo, em sua opinião, não deixar publicar um artigo que o criticava. Logo ele, tão superior a maioria dos mortais...
***
Essa parte final, é comentário meu, não do juiz, claro.
Mas, que é essa a imagem que fica transmitida, para mim, é sem sombra de dúvidas.
E claro, na mesma coluna do leitor, o professor respondeu ao juiz, curto e grosso, para mostrar que o juiz deveria primeiro ler o que estava expresso, e a partir daí interpretar como recomenda a boa leitura, não o fazendo ao pé da letra.
***
E não é que muitos leitores e outras pessoas que nem conhecimento da questão resolveram opinar, tomando claro, o partido do nosso paladino mor da moralidade?
Apenas para, ao se manifestarem nas redes sociais e assemelhados, transmitir para os que os conhecem, a certeza do grau de ignorância de que são portadores. Ignorância que, até então era mera desconfiança.
É isso.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Prisão de Cunha e seus efeitos. PEC de teto e o vexame do Galo que ainda assim se classifica... para matar a torcida do coração

As manchetes dessa quinta feira não poderiam ser diferentes. Afinal, a prisão do ex-homem forte do Congresso, ou do ainda homem forte da política (uma das razões alegadas a justificar sua prisão) Eduardo Cunha, domina todas as capas de jornais.
A julgar pela interpretação que pode ser extraída de uma série de leituras tratando do tema, Eduardo Cunha parece ter sabido de que seria preso. Avanço ainda mais: passa a impressão até de que, se não desejava esse desfecho, não se incomodou em que ele seguisse adiante.
Uma das razões, se se pode esperar atitudes nobres de quem é apresentado como um dos maiores operadores dos mercados marginais do país, poderia ser a de atrair para si as atenções da Lava Jato e seus personagens, o que permitiria tirar o foco, ou ao menos ganhar algum tempo para que fossem tomadas medidas contra sua esposa.
Outra razão possível, hipótese levantada pelo colunista da Folha, Jânio de Freitas, é a de que sua tranquilidade deve-se ao fato de que são tantos os casos de corrupção, tantos os nomes, tantas as operações que ele tem conhecimento ou participou, direta ou indiretamente, e que poderiam comprometer tanta gente que ocupa posições de relevo na nossa pobre e podre política nacional, que ele não teria que temer por qualquer punição mais dura.
Ou seja, o fato de ser  um autêntico homem bomba, prestes a explodir, asseguraria por si só, a formação de uma barreira, uma blindagem a sua pessoa, por parte daqueles que poderiam ser atingidos por estilhaços de sua delação.
***
Acompanhamos todos as denúncias feitas contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados. Ao longo de mais de ano, vimos como ele tinha ascendência sobre um conjunto de colegas, que agiam como se fossem, não representantes eleitos de parcelas da população, mas integrantes de sua tropa de choque particular.
Vimos as explicações ou suspeitas de que tanto poder tinha ligações com o fato de ter financiado, seja por que métodos o fizera, lícitos ou não, as campanhas de eleição ou reeleição desses colegas, ou cúmplices.
Pudemos acompanhar sua participação voluntária, na Comissão instalada para tratar de questões da operação Lava Jato, e ser testemunhas de sua declaração de não ser portador de contas no estrangeiro.
Tudo para depois verificarmos que era ele sim, o principal beneficiário - exclusivo, até, de contas mantidas na Suíça, apenas que se os recursos fossem seus e a gestão toda sob sua coordenação e comando, sob a titularidade de uma truste.
Vimos a cada momento ele se enredar mais na teia de contradições e mentiras que o levaram, mais de um ano depois, à perda do mandato por quebra de decoro.
Sabemos todos, enfim, de quanto de informações ele não dispõe e de como, bem mais que qualquer operação Lava Jato, sua disposição de contar o que sabe poderia, sim, passar o Brasil definitivamente a limpo.
***
E aí reside outra questão interessante, ou outra hipótese para seu comportamento de quem não tem qualquer dúvida de  que  não será molestado ou punido: sabe-se tanto do que ele sabe, e levantam-se tantas as hipóteses de questões nas quais ele teve algum papel de protagonismo, que não é muito difícil acreditar em matérias jornalísticas que, analisando o caso da prisão feita ontem, já aventam a possibilidade de que a Lava Jato pode não fechar um acordo de delação premiada com ele.
Simplesmente porque iriam extrair dele muito menos do que, provavelmente qualquer cidadão brasileiro hoje, imagina que ele poderia saber ou conhecer, para denunciar.
Ou seja: tanto se vendeu a imagem de que ele tudo conhece de todos, que se não entregarem aos procuradores ou investigadores da Operação, mais, bem mais que o que eles já imaginam, não haveria acordo algum de delação.
Principalmente se, como virou febre e todos acabam até suspeitando, se dentre tantos que poderão ter seus nomes citados por Cunha, não aparecer o nome que o pessoal da Operação mais procura, mais busca e que já virou sua obsessão: Lula, o grande demônio a ser derrotado, aniquilado e expulso do paraíso...
***
Como há denúncias suficientes para encher páginas de jornais, de que aconteceu com funcionários da Odebrecht, cuja ameaça de não se beneficiarem de acordos caso não citassem Lula, são de conhecimento público.
Ou de delação como a de Leo Pinheiro, que Janot chegou a dizer que estaria cancelada, por ter vazado, mas sabe-se que muitos que o entrevistaram estavam, na verdade, esperando o nome que não veio: a indicação da propriedade do triplex para além de apenas conjecturas; ou do sítio, para mais que as suspeitas de que  ninguém manda reformar sítios de outros, o que seria uma intolerável intromissão na casa de um amigo.
***
Dizem as notícias que já foi dito Cunha terá que cuspir fogo, muito mais que a Odebrecht, para que possa transmitir,  aos seus interrogadores, um mínimo interesse em iniciar as tratativas de acordo de delação.
Enquanto isso, Cunha fica em Curitiba, preso, e a  minha curiosidade me leva a questionar, será que ele teria, nesta situação, condição de concluir seu livro?
O que traria seu livro, afinal de contas? Seria apenas informações de bastidores, de acordos, acertos, reuniões tramando golpes de destituição de quem foi legitimamente eleita pelo povo, nas urnas?
Sem qualquer manifestação clara de que negócios escusos, mais que o próprio golpe estavam também em curso, por baixo das aparências?
Seria esse livro apenas uma jogada de marketing, destinada a levá-lo a primeiro lugar nas listas de mais vendidos, de best sellers, para assegurar que ele ainda obtivesse mais dinheiro, com ainda e sempre, o mesmo caso, apenas que citado de raspão, nas entrelinhas?
E agora, caso ele tenha que fazer a delação que tanta gente graúda do governo ilegítimo teme, será que o livro ainda teria alguma serventia? Algum interesse? Algum leitor?
Ou seria sempre, mesmo sem considerar qualquer delação, a prova cabal e definitiva de tudo que todos nós imaginamos?
***
Em meio a toda essa situação que acompanhamos curiosos, estupefatos, causa-me estranheza o fato de que há pessoas que vêm a público manifestar-se no sentido de elogiar o juiz Moro.
Há até quem já argumente que, para não fugir da regra de cair malhando o PT, a prisão de Cunha é ótima no sentido de que mostra a imparcialidade de Moro.!!!
Ora, que imparcialidade é essa que só foi exercida quase um ano depois que ele deu origem a sua cassação, e depois de tanto adiamento permitir a ele, Cunha, praticar as maiores vilanias possíveis, inclusive dando lugar a um golpe, de destituição de uma presidenta incompetente, mas eleita pela vontade popular?
***
O que não consigo enxergar é o que faz um idiota que pensa dessa forma, ou do grupo de pessoas que pensem como esse idiota, deixar agora, de ir para as janelas defender o país contra a corrupção, como faziam antes quando os interesses mais escancarados da midia, permitiam à imprensa manipular a grande maioria da classe média. O que não consigo ver é porque o silêncio tão atordoante e audível, das pessoas para quem apenas a saída do PT do governo já é suficiente para acreditar que o país agora está limpinho...
Porque ninguém foi bater panelas quando temer diz que, se for para toda hora que tiver alguma acusação ou suspeição levantada contra um de seus ministros, o governo tiver de trocá-lo ou ir analisar o caso, não será possível governar?
Bem, ao menos a questão levantada pode ser a explicação de porque Dilma, tão acusada por essa turma de oportunistas, não podia governar. E olhe que tinha muito menos acusações em relação a seus ministros...
***
Da mesma forma não vejo ninguém fazendo estardalhaço em relação ao fato de o Banco Central ter sido pressionado e, pior, cedido à pressão do arremedo de governo, em relação à redução da taxa de juros básica.
Fico imaginando o que seria se tal decisão do COPOM se desse em mandato ainda de Tombini, com a gerentona interventora Dilma, no comando.
***
Mas, como já foi observado por um analista, a situação mudou. Melhorou muito, do início do ano para cá. A ponto de permitir que os ânimos exaltados dos que estavam nas ruas já se serenassem e eles passassem a ter mais tolerância, e passassem a aceitar melhor a situação que vêm presenciando.
Afinal, como diz o senso comum, o tempo é sábio conselheiro, e já se passou tanto tempo, desde o governo que empesteava nossa política e nossa república, não é!!!???
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Mudando o foco, mas ainda mantendo a crítica à incapacidade de reação da população manipulada pela grande imprensa e todos os interesses econômicos que a movem, coluna de Clóvis Rossi, no caderno principal da Folha de hoje, mostra que o teto não é nem o piso.
Trata, como é perceptível, da malfadada PEC 241, dos gastos públicos.
Mas, faz referência a professor Gray Newman, da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Colúmbia. A apresentação ainda cita que o professor foi ex-diretor-gerente e economista chefe para a América Latina, do banco Morgan Stanley.
Conforme o professor, o problema do Brasil, por mais que possa aparentar várias faces, tem apenas uma palavra para resumi-lo: produtividade.
Para concluir em artigo sobre a economia de nosso país, adaptado e publicado recentemente, para a Americas Quarterly, que os planos e propostas discutidos hoje, não terão efeito sobre a trajetória de crescimento do Brasil.
O que torna a medida tanto desejada pelos mercados - que a ela reagiram sempre, tão bem- apenas um exagero, que não terá capacidade para melhorar nem o que se propõe a corrigir.
***
Sobre esse tema, PEC, estivemos ontem, em programa de entrevista da Rede Minas, o Palavras Cruzadas. A entrevista foi ao ar ontem mesmo, mas normalmente o programa é reprisado no domingo, às 22 horas.
Embora ainda não seja de meu conhecimento, também fica à disposição no youtube, devendo ser procurado em endereço ligado à televisão pública de nosso Estado, que vem honrando seu papel de bem informar.
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E para encerrar

Gostaria de ver reeditada uma final como a da Copa Brasil de 2014, entre o Galão e o time rival aqui da terra.
Mas acho isso cada vez mais improvável. Porque se o Galo já não mereceu ganhar ontem e passar pelo Juventude, não acredito que irá passar pelo difícil e tradicional, Internacional.
Que tem mais nome, mais peso de camisa e joga suas fichas todas no torneio.
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O que me faz perguntar: será que só eu, e mais ninguém está vendo que Marcelo não conseguiu nada com o melhor e mais caro elenco do Brasil?
Que técnico é esse que, em entrevista ao fim de jogo, argumenta que todos viram que o time está cumprindo tudo que foi ensaiado, conversado, etc. e que com o Atlético é assim mesmo, sempre com sofrimento?
Ora o que todos vimos foi que o time não jogou nada, falta futebol.
E não tem conjunto, jogada ensaiada, nada. Nem futebol.
Pratto não dialoga com Robinho, que não sabe onde jogar e como se posicionar. Não consegue, por isso, fazer uma tabela, uma troca de passes com o nosso homem de área. Aliás, para não dizer que não é bem assim, ontem houve uma única triangulação entre os homens de frente.
No mais, não houve uma jogada que Robinho conseguiu, mesmo tentando e com toda sua genialidade, lançar Pratto em condições adequadas.
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Alguém precisa me dizer porque tanto elogio ao melhor passador do time do Galo, Rafael Carioca. Está bem que como PVC mostrou durante a transmissão da Fox, ele acertou 92% dos passes. Mas, só passa em sentido lateral ou pior, para trás. Assim, o que me assusta é que ele ainda erre...
Donizete tornou-se ontem nosso principal lançador de bolas, um jogador prá lá de limitado, que acerta um passe a cada dez ou doze jogos.
Erra tudo que tenta com a saída de bola.
A defesa, lenta e pesadona, é uma avenida. E pior, não tem o apoio dos cabeças de área.
Aqueles que criticavam Marcos Rocha ou Douglas Santos devem agora, estar sem ação. Fábio Santos é apenas  um bom lançador de bolas na área adversária. E só.
Não marca ninguém e toda jogada que disputa, é sempre um problema. Além de velho, é lento, e não dá conta de marcar ninguém. Além de ser sempre facilmente driblado por qualquer jogador que resolver partir para cima, e encará-lo.
O miolo de área é muito bom para cabecear na área adversária, e Leo Silva não é artilheiro por acaso. O problema é que ele joga na defesa, e lá atrás, como foi ontem, a bola passa por cima da sua cabeça e ele apenas acompanha.
Quantos gols de cabeça a defesa do Galo tem levado, com Léo participando da jogada?
Contra o Botafogo no terceiro gol, de Dudu Cearense. Ontem, aos 33 segundos do jogo...
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Será que ninguém na direção do Galo está vendo que Marcelo não é o técnico que queríamos ao pedir seu nome, tal como Tite não foi o técnico desejado pela massa?
Será que ninguém no Galo o chama para ter uma conversa séria, mesmo vendo que ao fim do jogo, parece que saímos de campo, arrastando todo o gramado conosco, tamanho o peso que carregamos?
Será que ninguém vai cobrar o fato de ontem, como em outras ocasiões, ele mexeu na escalação do time, por medo de jogar para a frente. E querendo assegurar com o resultado escalou um time defensivo, com três volantes, para ser castigado logo no início?
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Podemos até chegar mas, hoje, não tenho certeza nem de manter o quarto lugar do Campeonato Brasileiro, quanto mais ser o campeão. Embora, sempre tenhamos que contar com o Santo das defesas impossíveis...

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Diversos pitacos

Em entrevista a órgãos da Globo, com quem parece que tem contrato de exclusividade, como qualquer outro empregadinho, o usurpador temer comentando a PEC 241 falou que a proposta, já aprovada em primeiro turno, não congela gastos por 20 anos.
Embora, a princípio ela se estende por dez anos, prorrogáveis por outro tanto, nada impede que outro governo, em 4 anos possa propor nova emenda constitucional e alterar a situação agora criada.
Acreditava eu que apenas um energúmeno poderia fazer uso de tal argumento. Ou isso ou alguém que, tendo chegado ao posto que chegou sem qualquer mérito, mais uma vez, por ausência de mérito e luz própria, resolveu assumir o papel de grande comandante político, capaz de convencer e bancar a aprovação, por larga margem de proposta que apenas os grandes líderes teriam capacidade para alcançar.
Se se tratar desse caso, e não do fato de ser um energúmeno, temos aí uma péssima ilustração de como as pessoas medíocres acreditam que são as responsáveis e as vitoriosas por apenas terem servido de títeres de quem, por trás do pano, puxa a cordinha.
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A respeito, recomendo a leitura da coluna de Vladimir Safatle, na última página do caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo de hoje.
Sob o sugestivo título de que michel temer não existe, o professor disseca a razão fundamental subjacente à medida: a preocupação em se assegurar que a junta de interesses financeiros e banqueiros, que de fato manda no país, tenha tranquilidade e segurança asseguradas, de que o pagamento de seus juros não serão afetados.
Juros de uma dívida pública que, no fundo, em muitas situações foi se acumulando pela estatização da dívida  assumida pelo setor privado.
Ou seja, o povo que, como sempre, paga duplamente: por não ter assegurado o seu acesso aos direitos básicos, mínimos, e por ver que é do seu, do meu, de nosso dinheirinho que sai a fortuna que é paga aos que rentistas, aquele pessoal que não paga e não gosta de pagar impostos, de qualquer espécie.
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Quanto à ideia exposta pelo usurpador, ocupante indevido do Planalto, parece não ter aprendido nada com a situação vivenciada pela Argentina, em pleno período de implantação de seu plano de estabilização, no governo Menem, incluindo na Constituição daquele país o valor da taxa de câmbio do peso frente ao dólar.
E a dificuldade que foi para alterar a Constituiição, por meios democráticos, quando a situação econômica assim o exigiu.
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E sabendo como agem os deputados, representantes dos interesses dos donos do dinheiro que bancam suas eleições, e que vêm a ser os verdadeiros interessados na PEC agora em tramitação, verificamos como será fácil outro governante, mesmo eleito, alterar o crime de lesa patria que está em curso.
A menos que o ocupante indevido do cargo estivesse pensando em algum tipo de manifestação popular, mais próxima de uma revolta.
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Por seu turno, no Valor Econômico de hoje, Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, em artigo,  tenta mostrar que não haverá a restrição de gastos tão propalada.
Primeiro porque a despesa irá se elevar, embora limitado pelo valor da inflação passada. Ora, em brilhante texto que circulava ontem pelas redes sociais, de autoria da professora Laura Carvalho, coloca-se claramente que o problema é a previsão de queda de gasto em educação por aluno, e gasto de saúde por habitante. O que já temos dito aqui: a população cresce. Com isso, cresce também a demanda, em especial com gastos de saúde e proteção para uma população que todos afirmam, está envelhecendo mais rapidamente.
Então, a situação vai piorar, sim.
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Como lembra a professora, quando a situação por recursos transforma-se em uma espécie de disputa, é comum que os grupos de maior poder, inclusive de organização, sejam os beneficiados.
Assim, aproveito para concordar com meu colega Tarcício, do Banco Central, que postou um comentário em meu Facebook, perguntando se não seria melhor que a sociedade pudesse discutir e, efetivamente, definir o que seria prioritário, através de uma disputa pelos recursos capaz de estabelecer uma maior racionalidade no que o Estado deve fazer e como o governo deve gastar.
A resposta está aí, Tarcísio. Os grupos mais organizados e mais poderosos serão sempre os beneficiários. Em prejuízo do povo que mais precisa.
Pelo menos em minha opinião.
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Mansueto, entre outros argumentos, alega que a proposta é a mais gradual possível, rebatendo quem, comparando nossa situação com a de países europeus que adotaram medidas semelhantes, acabaram em situação pior. E por que ele afirma isso?
Por que não está havendo corte nominal de despesas, nem aumento da carga tributária. Ou seja, os ricos que estão no comando da economia não serão taxados, como nunca foram em nosso país, para valer.
Quanto a não haver corte de gastos o próprio Mansueto nos dá a resposta, poderá sim, haver gastos maiores em certos setores, além do valor da inflação acrescentado ao gasto do ano anterior, desde que outro setor tenha sua despesa reduzida. Se isso não significa que alguns setores terão cortes nominais é interessante que alguém diga como seria o funcionamento desse corte.
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Seguindo em seu raciocínio, a Educação não perderá recursos, uma vez que os gastos que serão contidos, que são os federais são uma parcela de apenas 23% dos gastos totais para a área, os gastos restantes sendo de responsabilidade dos demais entes administrativos.
Seria cômico, não fosse trágico, já que os Estados encontram-se, praticamente todos, de pires na mão, e o governo federal está condicionando o socorro a esses entes, à adoção de comportamento semelhante ao adotada na esfera da União.
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Ao final do artigo, vemos ainda uma discussão sobre outro ponto tratado aqui, citando como seu principal autor o economista do PSDB, José Roberto Afonso: a questão do valor programado e orçado, em contraposição ao valor empenhado e o liquidado, esse último bem menor que os outros dois. O que acarreta como lembra o Secretário restos a pagar crescentes, a cada ano.
Diz Mansueto que a PEC trará equilíbrio fiscal e que com ..
"a volta do equilíbrio fiscal, despesas programadas serão efetivamente pagas, ao contrário do que ocorreu com a despesa com saúde de 2011 a 2015.
Mas se não fizermos o ajuste fiscal, o baixo crescimento continuará e o Tesouro Nacional não terá recursos para pagar nem as despesas sociais e nem os seus credores. Sem ajuste fiscal, o resultado será uma inflação crescente e um risco maior de calote da dívida pública, uma situação que todos perderiam, em especial, os mais pobres.

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Do trecho final do artigo, acima transcrito, vê-se que caso não seja feito o ajuste fiscal, sempre livrando o lado dos mais ricos, já que sem a necessidade de elevação da carga tributária, o baixo crescimento continuará. E dessa forma o Tesouro não terá recursos para pagar despesas sociais - que estarão congeladas em termos reais, ou pior, até em declínio nominal, nem aos seus credores.
E eu gostaria de frisar que é exatamente essa a questão de fundo: pagar os credores, os donos do dinheiro e agora, concordando com Safatle, os donos do poder.
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Imperioso é afirmar que Nelson Barbosa e a presidenta Dilma, também em pleno curso de sua capitulação aos interesses do grande capital financeiro, a partir do início de 2015, haviam já encaminhado proposta próxima a essa de agora, de congelamento dos gastos em termos reais ao Congresso.
O que nos mostra que, nem nessa questão, o governo ilegítimo tem a originalidade ou a primazia.
Mas, o tempo de duração da medida não era como agora proposto.
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Perdas

Além de Dario Fo, prêmio Nobel de Literatura, na data de ontem, foi anunciada também a perda do psiquiatra  Flávio Gikovate, e do artista criador de Fofão e de outros personagens como o Patropi, da Escolinha do Professor Raimundo.
São perdas importantes e deixam o mundo e a humanidade mais pobre.

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Por outro lado, o Nobel concedido a Bob Dylan, por mais estranhamento que provoque significa a abertura, sempre necessária, para novos horizontes, novos ares.
Parabéns ao autor de Like a Rolling Stones e Blowing in the Wind.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Ainda a PEC, a pressão sobre os juros e a Previdência. Além do desencanto com pessoas que até pareciam ter capacidade para pensar por conta própria mas engolem o que lêem sem qualquer reflexão

Seguem as discussões sobre os efeitos da PEC 241, aprovada por uma grande maioria de votos em primeiro turno na Câmara, indicando a força do nosso ilegítimo ocupante do Planalto e de contrapeso, a força ainda maior dos argumentos, de sempre, utilizados para conseguir uma maioria de coalizão: a distribuição de cargos e a concessão de uma série de favores, inclusive, os relativos a liberação de emendas e muita, muita grana.
Isso depois de um jantar oferecido no domingo à noite para ao menos duas centenas de deputados, tudo a título de forçá-los a estarem em Brasília para obter o quorum necessário para a sessão que trataria da questão na segunda feira. Como se sabe, evento que, embora tratasse de redução de gastos deve ficado caro aos cofres públicos, embora ninguém tenha ido para as janelas bater panelas vazias, reclamando do (mau) uso de seu escorchante imposto.
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Muito pelo contrário. Continuam circulando pelas redes sociais postagens que criticam a má vontade de o governo patrocinar cortes de gastos públicos, o que obriga a elevação de impostos sem fim.
Em outra postagem, a foto de uma nota fiscal, como sempre para informar que o brinquedo do dia da criança seria muito mais barato, muito mais em conta, não fosse ter um sujeito oculto como beneficiário do presente, talvez o sujeito que mais benefícios dele extrairia: o governo. E lá na foto, o destaque dado ao imposto incluído no preço do bem.
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Comportamentos que me levam a lembrar de uma frase contida no livro dle Giambiagi e Além, intitulado Finanças Públicas, de que todos são a favor de um corte de gastos públicos, em geral, e como tal todos são defensores de um corte de impostos. O problema, dizem os autores que não podem ser acusados de serem petistas ou de terem qualquer parte com os atuais representantes do demo, é que quando você desce ao detalhe, sempre as pessoas querem que se corte o gasto que beneficie ao outro, à outra categoria, à outra classe social.
Ou seja: desde que corte os benefícios que afetam aos outros da sociedade, e permita a manutenção dos benefícios que atendem a minhas demandas.
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Assim na discussão sobre corte de despesas, muitos não são favoráveis a programas de assistência social, como a postagem de alguém que afirmava que tem que cortar esse negócio de bolsa família, já que todo mundo tem é que trabalhar. E a pessoa ainda se manifestava com efetivo orgulho, por ter falado que o pagamento do programa de  bolsa família   -que é bom lembrar, todos os países do mundo, incluindo os mais desenvolvidos têm para cuidar das correções das desigualdades e injustiças que a distribuição de renda via mercado promove-,  tinha que ser eliminado por estar sustentando a uma grande massa de vagabundos.
Ok. Ninguém precisa de ler redes sociais. Como também ninguém precisa de ter conhecimento sobre os assuntos que deseja tratar nessas redes. Esse, inclusive, um dos principais e mais democráticos motivos do sucesso e da explosão da utilização de tais redes e da própria internet.
Porque a verdade é que a internet e as redes criaram um espaço em que qualquer um, mesmo que o mais ignorante da face da terra, pode falar e tratar do tema e manifestar a opinião que quiser.
Mesmo que não entenda minimamente do assunto objeto da discussão e que tenha como principal fonte de informação para sustentar suas convicções um material informativo completamente distorcido e destinado a não trazer esclarecimentos mas a criar cada vez mais dúvidas e críticas.
A razão, claro, fazer a população que por ser mais medíocre e acomodada prefere ler os resumos semanais das revistas da imprensa marrom, ou os jornais de grande circulação, que pesquisar por conta própria as informações relevantes sobre os temas em debate.
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A esse respeito, vejamos um exemplo ilustrativo. Por que o imposto sobre valor adcionado, que é adotado nos Estados Unidos é tão mais barato que no nosso país. Além de lá ser pago à parte e permitir a todos saberem quão pouco estão pagando?
Por que um carro lá custa muito mais barato que o mesmo carro quando chega aqui em nosso país?
A resposta é imediata. Lá o imposto é sobre o valor adicionado, e portanto mais racional e mais razoável. O imposto é pago à parte para  que o público possa ser sempre bem informado de quanto paga em cada compra.
Oba! dirão alguns. Temos que copiar isso, aqui em nosso país.
Pois bem, está lá no livro do Giambiagi, um dos primeiros países que aprovaram o uso de impostos calculados sobre o valor adicionado, é exatamente o nosso. Todos os alunos da área do Direito Tributário e ou de Economia do Setor Público sabem que o imposto IPI e ICMS são calculados dessa forma.
Sabem também que, até por facilidade de cálculo e de arrecadação e simplificação da forma de cobrança, embora os impostos citados sejam do tipo que todos desejam, cada vez mais, ao longo do tempo, foram aparecendo cobranças sobre novos produtos que alteraram a forma de cálculo, tornando esses impostos cada vez menos sobre o valor agregado e mais cumulativos, ou seja, em cascata.
Mas é importante lembrar que desajustes introduzidos não significam que o princípio foi alterado.
Quanto à informação ao povo que paga os impostos, sempre esteve presente no nosso país, apenas que sob a forma menos visível e menos compreensível de ser apresentado em destaque, em quadro próprio no documento fiscal ou nota emitida pelo estabelecimento vendedor.
Que pouca gente saiba ou leve em conta aquela informação existente obrigatoriamente na nota, é questão ligada à falta de informação e de educação de nosso povo. Mas, já existe e está lá. Inclusive, mais recentemente até sendo destacada e informada por lei, nas fichas de caixa emitidas pelas máquinas PDV, mais modernas.
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Ah! e por que o carro aqui é mais caro?
Simples, embora quanto mais complicada a questão seja apresentada, mais alguns interesses se beneficiam. Ocorre que nos Estados Unidos, por exemplo, os impostos indiretos, que são pagos por todos, têm alíquotas muito baixas, já que todos as pagam, ricos ou pobres. Desde que comprem os bens.
Percebe-se que, se for necessário ter uma receita maior de impostos, a solução seria ou  a de se elevar a alíquota desse imposto ou criar e cobrar outros impostos, chamados diretos, que irão cobrar apenas de uma parte das pessoas. Por exemplo, o imposto de renda, que permite que se cobre cada vez mais dos que têm mais, os mais ricos.
Ou o imposto sobre fortunas, ou sobre heranças. Impostos chamados de progressivos, por cobrarem apenas dos mais ricos, liberando de seu pagamento a ampla maioria da população pobre ou remediada da classe média. E, no caso dos mais ricos, cobrando valores cada vez maiores de quem mais rico. Ou seja, praticando concretamente, um arremedo que seja, de justiça social.
Com isso os impostos que a todos atingem, por serem sobre produtos, e até carros, são baixos. E afetam pouco o preço dos bens, inclusive carros, que são vendidos mais baratos.
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E aqui em nosso país?
A solução não é segredo para ninguém. Se necessário for que se eleve a receita, o imposto que atinge a todos é que deverá ser aumentado. Aqui, não existem impostos sobre fortunas, sobre heranças. O imposto mais sonegado e que menos arrecada é o sobre propriedade de terras, o ITR; e até o imposto de renda cobra mais de quem ganha menos. A alíquota cobrada de 27,5% sobre os salários é menor que os 20% cobrados, quando são, das aplicações financeiras. E outras aplicações, como as de renda variável, ações, por exemplo, nem pagam sobre dividendos ou juros sobre o capital.
Então, para compensar que os ricos não pagam, nem gostam de pagar ou ser cobrados, e sabendo-se que são os ricos que financiam e colocam seus funcionáriozinhos no Congresso, para aprovar matérias a seu favor, o que o Congresso faz é obedecer. E atender aos reclamos do governo, no caso da elevação de receita, elevando o imposto que encarece tudo.
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Para algumas pessoas com quem até convivo ou convivi, e que vejo se manifestando nas redes sociais e compartilhando sem qualquer filtro crítico um amontoado de asneiras e desinformações ou distorções mesmo, talvez fosse o caso de perguntar se está claro ou quer que desenhe.
Como no nosso país, grandes empresas, pessoas muito ricas não gostam de pagar impostos e, de resto mesmo tendo de pagar, não o fazem, sempre esperando que algum projeto de perdão ou facilitação de pagamentos seja proposto ou aprovado, a conta tem que ser paga por todos, indiretamente, regressivamente, injustamente, e encarecendo a vida para todos. Inclusive o preço dos carros, que tanto incomodam os mais ricos, mesmo que não tão ricos.
Só para lembrar que além do imposto de renda comentado ser cobrado antes de a pessoa receber o dinheiro de seu salário, na fonte, para os assalariados, a alíquota de 27,5% é a mesma receba a pessoa 5 mil, ou 50 mil. Ou 100 mil.
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Mas e quanto ao programa de apoio e formação de vagabundos que uma pessoa não esclarecida qualquer pode ter comentado, sem saber do que estava falando?
Ele foi prêmio da ONU, várias instituições o recomendam e, se o governo Lula teve algum ponto positivo, foi a ampliação e melhoria e universalização do programa de bolsa família, para tirar mais de 40 milhões de pessoas de abaixo da linha de miséria.
Justiça seja feita, assim como até Collor trouxe algum benefício, para a abertura da economia brasileira e com isso, incentivou uma modernização de nossa indústria, Lula teve, além de outros esse ponto positivo, de um programa assistencialista já existente desde Sarney e que veio sendo aperfeiçoado por governos que o sucederam, inclusive chegando muito longe em seus objetivos, no governo Fernando Henrique.
O que mostra que a questão não é política ou ideológica com tem sido tratada por quem ouviu o galo cantar e sai falando, apenas para mostrar que a ignorância no Brasil tem também oportunidade de se manifestar.
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Voltemos ao corte de gastos e à PEC 241, que já falamos aqui que não irá trazer por si só quaisquer benefícios para as contas do governo, já que pode, ao contrário, levar a maior redução dos estímulos de mercado para o investimento. Ou seja, pode reduzir ainda mais a demanda agregada, a expectativa de venda que o empresariado tem. E que o leva a querer produzir e até a aumentar sua capacidade de produzir.
Sem essa demanda, o país não irá crescer por magia ou apenas por nossa vontade de que volte a crescer. Aliás, com o teto de gastos sendo aplicados a qualquer ação ou tentativa de intervenção pública, exceto no pagamento de juros da dívida, o que podemos perceber é a perda ou enfraquecimento da capacidade do governo articular e liderar um projeto de desenvolvimento coordenado, capaz de assegurar o apoio das classes produtivas.
E, com isso, a arrecadação fiscal não terá necessariamente razões para reagir. O que não levará à cobertura dos rombos. Se como vem acontecendo, a arrecadação não crescer ou até mesmo, crescer menos que a inflação, então o nosso déficit estará se elevando, mesmo que o teto seja finalmente aprovado.
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O que muitos economistas têm mostrado, independente de sua filiação partidária, é isso, a medida por si só é fraca e não assegura o cumprimento de seu intento: o ajuste fiscal.
De mais a mais, independente da linha de pensamento, economistas vários têm mostrado que o corte irá sim, atingir aos mais pobres, principalmente na Saúde, Educação, e programas sociais.
A perda de 743 bilhões estimada na Saúde em estudo feito por analistas do IPEA não pode ser desprezada.
Embora a grande imprensa, que é mera porta voz dos setores econômicos mais privilegiados aplauda a iniciativa. Não sem razão. Ela, a imprensa tem razão e conhece e sabe do que está tratando. Diferente dos que acham que por ler Estado de Minas, Folha ou Globo, ou Veja ou Época, já são detentores da verdade e do saber.
Pois bem, esses jornais todos e revistas, que apenas manifestam suas opiniões tendo como objetivo seus próprios interesses e/ou o interesse dos setores de capital seus associados, sabem que, não é possível que uma medida de tal magnitude seja adotada, ainda mais no prazo previsto, de vinte anos, simplesmente porque nesse período de tempo, a população pode apresentar taxas de crescimento e evolução, que levará a aumento da demanda pela prestação de serviços públicos, que não poderão ser prestados por falta de recursos.
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Nesse caso, os lapsos de atuação do Estado e do governo, deverão ficar ou na ausência total de atendimento, ou na mão dos setores privados.
Veja-se o exemplo dos morros cariocas, onde a ausência da figura do Estado e do governo, levou ao surgimento dos padrinhos das comunidades, não raras vezes, criminosos e traficantes, que dominaram os morros.
E, na ausência de policiamento, o que foi que surgiu para poder combater os pequenos assaltantes, que roubam o pequeno comércio que atende a essas comunidades, e que por isso, atraem polícia e atenção indesejada pelos chefões do tráfico? As milícias privadas, matando milhares de jovens, negros, para combater o mal pela raiz, como muitos aprovam.!!!???
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A falta do Estado traz a ocupação do espaço por interesses privados, no caso da Saúde, Educação, ou Previdência, por empresas que atuam em setores mais legítimos que o do tráfico.
E por isso, a midia aplaude sem maiores contestações ou discussões mais aprofundadas, as medidas dessa PEC. Por que isso abre mercado para a atuação ou ampliação da atuação de seus financiadores, como os bancos, os planos de saúde complementares, as instituições financeiras de previdência complementar. Que não apenas são as que, via publicidade asseguram a sobrevivência dos órgãos de imprensa, quanto também são as principais empresas em número de reclamações no PROCON.
Vai saber por que, né?
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Mas, apresentar opiniões contrárias ao governo usurpador, colocado lá pela mídia e setores do grande capital, que manipularam a opinião pública, com lhes aprouve, é sinal de que a pessoa está contra a Pátria.
Não à toa, a pátria de chuteiras e sua camisa símbolo, da CBF foi o uniforme preferido para ser utilizado nas manifestações de massa que essa gente bem intencionada mas mal informada protagonizou. Camisa da CBF para marcar, pelas cores, a luta contra a corrupção.... O que seria cômico, se não tivesse resultado em um golpe contra a democracia.
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A PEC tem defeitos mas a imprensa não quer apontá-los ou discuti-los, pois vale mais preservar os interesses do capital que o da população que a medida, em discurso diz atender.
O que pode ser comprovado com o comportamento dos mercados financeiros e a euforia que a aprovação da medida trouxe, com as bolsas subindo e o dólar caindo...
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Mas, mais interessante é observar e registrar nesse pitaco, pelo menos a título de memória, o comportamento que tenho observado no mercado e na imprensa, com relação a um subproduto da aprovação da PEC.
Trato dessa forma, de subproduto, a possibilidade que vários analistas têm comentado, e a imprensa repercutido, de que agora os juros poderão começar a baixar em nosso país.
Antes de tratar diretamente da questão, acredito que não seria incorreto, lembrar que quando o governo eleito democraticamente, de Dilma Roussef começou um ciclo de baixas de juros, não houve quem no mercado ou na imprensa, não criticasse ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, por não ter forças para ir contra a ordem vinda do Planalto para derrubar os juros.
Pombini, para fazer um trocadilho com a postura passiva do pombo foi o que de menos agressivo foi falado da falta de autonomia e de altivez do presidente da Autoridade Monetária.
Lembro do fato, porque, desde o início de sua nova gestão, o presidente Ilan, do Banco Central vem sendo pressionado, até por declarações na imprensa por temer e seus assessorezinhos, para baixar a taxa de juros, como forma de retomar o estímulo à atividade econômica.
Ou melhor, para não abortar pela manutenção da taxa o movimento de recuperação dos negócios já iniciados.
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Mal sabem os que acreditam nessas falsidades de uma Miriam Leitão, que embora a inflação tenha, por força das condições da natureza e seus efeitos sobre o preço dos alimentos, caído, não há muita certeza de que irá se manter na mesma trajetória surpreendente de setembro, já que tradicionalmente ela se eleva no último trimestre do ano.
E, ao contrário do que as notícias antecipam, e gostariam de que fosse verdade, a atividade industrial tem apresentado retração.
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Então, não há razões objetivas para que a taxa de juros seja reduzida, mesmo considerando que ela é escandalosamente elevada. Mas, se toco nesse assunto é porque fosse no tempo de Tombini, e a reunião do Copom promovesse a redução de juros que o Planalto deseja e cria pressão par ser adotada, ou que os mercados impõem, a reação seria completamente outra.
Seria uma reação tal que na mesma hora todos se lembrariam de que era um absurdo a adoção da medida, apenas reveladora de quão intervencionista e voluntariosa  ex-presidente era.
Hoje não, todos tentam, com inverdades justificar a medida, dada como certa.
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Nessa direção está no Valor Econômico de hoje, a entrevista com Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central, e atualmente trabalhando no mercado financeiro, argumentando que, como para a trajetória da inflação 0,25 ou 0,5% de queda dos juros é irrelevante, mas como para a atividade a queda maior é mais importante, então, o BC não deveria ser rigoroso a ponto de perder a oportunidade de uma economia que ensaia os primeiros passos de reação, e reduzir os juros, para fortalecer tais sinais.
Ele até menciona que empréstimos para empresas são pouco afetados pela Selic, de forma direta, já que a maioria é baseada nas taxas de CDI, mas como argumenta, essa taxa segue a taxa básica.
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Ora, sabe-se que não é porque caiu a taxa Selic que as condições do ambiente econômico irão melhorar de repente, e são essas condições que justificam as decisões dos bancos e emprestarem e o preço a que concedem os empréstimos.
Ou admitimos isso, ou não há como entender que, nas explicações normalmente dadas para os níveis dos spreads bancários sempre se citar que uma parte que explica os elevados juros cobrados  é a inadmplência, os riscos ampliados de negócios, as condições específicas do tomador, etc.
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O entrevistado até diz que se o BC for duro demais, mantendo a taxa ou evitando reduzi-la mais firmemente, sem contar com o benefício da inflação, não haverá ganho para a atividade econômica. Assim, o BC não pode errar para a inflação ser mais alta, nem pode errar para ser mais baixa. Ou seja, como ele reconhece, há um trade-off.
Ok, mas se tal pressão fosse feita nos governos anteriores e se o BC as acatasse, seria por estar subordinado ao governo autoritário. Agora, se o fizer será por estar subordinado a seu verdadeiro patrão, o mercado financeiro, que precisa, para ter a quem financiar, que as empresas desempenhem suas atividades em nível normal.
Subordinados ao mercado financeiro e a seu menino de recados, confortavelmente instalado em local em que não deveria estar, pela vontade do povo.
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Para terminar, reportagem da Band em seu Café com Notícias agora de manhã, sobre a situação da Previdência e suas necessárias modificações, mostra que a conta da previdência urbana é superávitária, em 6 bilhões. Mas, face ao pagamento da previdência rural, de mais de 98 bilhões, o déficit acumula mais de 90 bilhões.
Apenas não menciona o absurdo que é o fato de que os trabalhadores rurais não terem contribuído para terem direito ao que recebem.
E como não são culpados, até porque muitos deles sofreram descontos para o pagamento à Previdência, que seus patrões nunca repassaram para o órgão público, a sociedade muito justamente decidiu conceder-lhes o direito ao benefício.
Justo e correto. Incorreto é não ir atrás dos valores que os patrões nunca recolheram.
Mas, se é justo e toda a sociedade não pode discordar disso, exceto se acreditar que estamos incentivando a pessoas que não trabalham e que são vagabundas..., a verdade é que esse tipo de decisão da sociedade como um todo, deveria ser financiada por um recurso que a sociedade como um todo também tenha gerado. Ou seja: por impostos, de caráter geral.
Agora financiar tal medida JUSTÍSSIMA, com recursos de apenas parcela da sociedade, aquela que sempre contribuiu com a Previdência. é que não está correto. Porque apenas parte paga aquilo que todos deveriam (e concordaram com isso) estar pagando.
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E quando aparece o rombo nas contas previdenciárias, um rombo falseado, novamente são os contribuintes e até os já beneficiários que são chamados a cobrir.
Ou seja, mais uma vez, os que são mais ricos e privilegiados e que nem se preocupam em contribuir - por não precisarem - com a Previdência, é que saem ganhando.