quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A corporativa resposta de Carmem Lúcia, a indicada por Lula para o STF; o Galo em Porto Alegre; o que não sabemos da desaposentação; e debate em BH: o que Leite Ninho (não) vai fazer com a região da Izidora

É forçoso reconhecer que o Galo saiu com um resultado muito bom de Porto Alegre ontem, mesmo não jogando  bem de forma que algum desavisado pudesse acreditar que a vitória tenha sido um resultado justo.
Como já estamos nos acostumando, ou estamos acostumados, o Atlético mais uma vez sofreu para obter o resultado, e embora seja mesmo esse o estilo do time de Marcelo Oliveira, jogou recuado, sem posse de bola, diria até com medo. Mas fazendo o suficiente para garantir a vantagem que a sorte lhe permitiu construir ao lograr marcar um gol logo ainda aos três minutos de partida.
Desse momento em diante, como era de se esperar, o Internacional partiu para cima do Galo buscando virar o placar a seu favor, e contando com o apoio de sua torcida, que apoiou o time até que o juiz apitasse o final do jogo. Interessante observar que só então ouviram-se vaias vindas dos próprios colorados e gritos de segunda divisão dirigidas ao time.
Ao longo do jogo não.
A torcida cantou, gritou, pressionou o juiz que, em minha opinião não cometeu erros importantes de arbitragem.
Contando com o placar a seu favor, e algum nervosismo e ansiedade do time gaúcho, o time do Galo se encolheu e ficou apenas esperando uma bola para arrancar em contra ataques em velocidade.
Velocidade que teve dificuldade para imprimir à saída de bola, não só pela postura da defesa do Inter, mas por falta de inspiração, e algumas vezes de pernas de Robinho.
Com Robinho parecendo mais lento, Otero cercado e sem o apoio dos laterais que ficaram impedidos de subir ao ataque pelo esquema armado por Celso Roth, o time deu espaço e foi dominado pelo meio campo do adversário, que conseguiu construir várias jogadas de grande perigo.
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Assisti o jogo acompanhando a transmissão da Fox, e embora PVC tenha dito que havia uma avenida nova em Porto Alegre, a avenida Carlos  César, dada a facilidade encontrada pelo Inter para penetrar na defesa mineira pelo lado direito da defesa, a verdade é que fiquei observando, e como qualquer aluno em sala de aula, que começa a anotar a quantidade de vezes que o professor usa (e abusa) uma expressão marcante, repetitiva e cansativa, pus-me a marcar mentalmente a quantidade de vezes que Fábio Santos cometeu erros.
E a conclusão a que cheguei é que foi Fábio Santos e não o jogador William do Colorado, jogando ontem pelo meio, que merecia o título de melhor jogador do time gaúcho.
Fábio Santos errou tudo que tentou e que fez.
E nem estou falando da falta de seriedade dele, ao querer enfeitar uma jogada dentro da área, depois de cabeçada completamente equivocada tentada por Valdívia e que cruzou a área para ir sair à lateral.
Pois ao invés de fazer o simples, enfiar um bico na bola afastando-a daquele local, Fábio quis fazer embaixadinha, perdendo a bola para Anderson e depois, atingindo o jogador adversário.
Antes disso, já no primeiro tempo, dos passes errados dele saíram os principais lances de ataques perigosos do Internacional. E, quanto à capacidade de marcação dele, nem convém falar. Como já disse aqui em outras oportunidades, é completamente nula.
Fábio Santos não tem pernas, não consegue correr atrás de quem quer que seja que corra pelo lado direito do ataque do time que esteja enfrentando o Galo e sempre é facilmente batido, quando é dele a obrigação de dar o primeiro combate.
Porque às vezes, nem isso dá conta de fazer. Aí corre para o meio da área, onde também mais complica a vida de seus companheiros de defesa, já que obriga Erazo a sair da área, para fazer o que ele não teve condições de fazer.
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Para não ficar muito repetitivo, mais uma vez acho que Marcelo falhou ao não trocar mais cedo Robinho por Cazares, muito mais rápido e parece-me que com mais preparo físico que o nosso Pedalada.
E isso ficou claro, em duas participações do equatoriano, ambas em saídas com velocidade, quando a partida já parecia estar com o placar definido, e um empate em 1 a 1, não era resultado ruim para o Galo.
E devo reconhecer que o domínio de bola de Cazares, sua calma para lançar a corrida de Luan e o toque do Maluquinho para Pratto livre aniquilar o Inter, foi das coisas e das jogadas mais bonitas dos últimos jogos, ao menos do Galo.
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O gol de Pratto coroou o esforço do jogador que mais se doou na partida e que apenas reforça a mística de que o jogador argentino, qualquer que seja, realmente dá o sangue por seu time e por uma conquista.
Não bastasse o primeiro gol, em que toda a jogada, mesmo quando parecia perdida foi de Pratto, durante todo o primeiro tempo, não havia bola em que o argentino não estava tentando recuperar quando os defensores do time gaúcho tentavam sair trocando passes.
Pratto foi um leão, como de costume. E só não foi mais efetivo, porque Robinho parecia não ter pernas na maioria das jogadas.
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Para concluir, é importante destacar a presença, sempre destacada, e mais destacada quando a defesa joga com um jogador a menos como esse Fábio Santos, de Victor, novamente fazendo o que poderíamos falar de milagres.
Também é importante fazer referência a Gabriel, jogando seguro e sem ficar enfeitando; Donizete, e seu esforço costumeiro; e Júnior Urso, também muito bom ajudando a Carlos César pela direita de nossa defesa.
Otero muito marcado parece ter recebido uma pancada no joelho, impedindo que seu futebol pudesse se desenvolver de forma mais objetiva.
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Agora é esperar e torcer para que o segundo jogo possa não trazer tanto sofrimento à massa que deverá lotar o Independência.
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De futebol à política

Interessante apenas repercutir os comentários de alguns amigos, e suas postagens nas redes sociais, criticando a fala de Carmem Lúcia, a presidenta do Supremo Tribunal Federal, em solidariedade ao juiz de primeira instância, "ofendido" por Renan.
Disse a ministra, com vários comentários em seu apoio, que toda vez que um juiz sofrer uma agressão, ela também está sendo agredida, assim como toda a justiça.
Bem,  nada mais corporativista que essa frase ou comentário, que foi tão aplaudida pelos ignorantes que a trataram como se fora uma reprimenda ao presidente do Senado, Renan Calheiros.
Aliás, esses que correram a elogiar a ministra, o fizeram apenas por ser Renan a figura que todos, muito justamente não respeitam.
Mas daí, de achar que o político alagoano é corrupto e que já passou da hora de estar também pagando por seus possíveis abusos, a aplaudir a frase da magistrada vai uma grande distância, ao menos em minha opinião.
Porque quando o povo ou parcela da população brasileira é alvo de comentários agressivos ou ataques de deputados na tribuna da Câmara e até fora do âmbito da casa legislativa, a ministra mantém silêncio, não sai em defesa do povo agredido.
Talvez porque não seja ou se sinta parte do povo. O que é mais provável, ela não se incomoda por não se sentir agredida por não fazer parte do povo, já que tem assento no Olimpo.
Uma pena. Mas nada estranho vindo de uma juíza que já deu demonstrações anteriores de, na situação que o país atravessa atualmente, já ter tomado partido. Infelizmente, o partido das elites e do poder do grande empresariado e do capital.
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Curioso: agora transformada em grande exemplo de caráter e dignidade, e assumindo o papel de ídolo nacional, para as pessoas mais conservadoras e de mentalidade mais embotada de nosso país, a ministra, tal como Joaquim Barbosa antes, na época do julgamento do mensalão, também foi indicada pelo PT, para chegar à corte superior.
Ou seja: a "ídola" atual desses que se recusam a perceber que o cérebro foi feito para que as pessoas o utilizem, era até pouco tempo, um dos exemplos de como o PT só colocou gente desqualificada ou mal intencionada no Supremo.
Carmem Lúcia é pois, mais uma das consequências nefastas do governo de Lula.
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A desaposentação

E no STF ontem, foi negado o direito ao funcionário que se aposentou pela regra de aplicação do Fator Previdenciário e continuou trabalhando e recolhendo contribuição ao INSS, de obter o recálculo do valor de sua aposentadoria.
O assunto é complexo e exige mais estudos e análises, mas se o funcionário não irá poder aproveitar as contribuições que continua fazendo em seu benefício futuro, também não seria justo que não precisasse de recolher as contribuições?
Ou para ele, pode ter se iniciado novo período de contagem de tempo de serviço e, cumprido o tempo mínimo, hoje de 15 anos, ele poderia pleitear junto ao INSS, uma nova aposentadoria, baseada nessa contribuição?
Confesso que não acompanhei a  questão e a discussão travada, e que pouco vi os jornais tratarem. O que é uma pena.
Caso algum advogado que entenda de Direito Previdenciário pudesse dar alguma explicação, eu teria imenso prazer em ter mais informação do tema.
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E em BH, continua Leite Ninho, desesperado, apenas falando do nome de Kalil

Parece que o Leite Ninho, não tem mais qualquer proposta para a Prefeitura de BH, se é que já teve alguma, séria, em algum momento.
A única proposta que demonstra é a do projeto de poder que seu padrinho apresenta (e o candidato contrário passou a veicular em sua propaganda eleitoral), tentando aplainar a dura caminhada até o Planalto em 2018.
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Mas o curioso é que, agora, parte majoritária da imprensa, especialmente aquela que está no bolso do padrinho de Leite Ninho, aquele político golpista de imagem poluída, está fazendo tudo para mostrar que o candidato das forças tradicionais recuperou-se nas pesquisas.
E esforçam-se para mostrar que as pesquisas apontam um empate técnico, claro que, se a margem de erro for toda aproveitada contra o candidato que está à frente e a favor do seu preferido.
Ora, se era para fazer as contas com 6 pontos a mais para o Leite em pó, dos 3 pontos da margem de erro, porque não apresentarem de uma vez esses pontos a favor do candidato que desejam seja vitorioso?
É no mínimo estranho o tratamento que dão ao resultado da pesquisa e à distribuição da margem de erro entre os dois postulantes (melhor talvez fosse pustulantes, caso a palavra existisse!).
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Tão estranho o comportamento, quanto a afirmação de Leite Ninho, de que vai dar títulos de regularização de propriedades para quem já tem mais de 30 anos ou 40 anos de ocupação de alguma área.
Ora, isso a lei assegura, pelo usucapião urbano.
A Izidora, e as ocupações de sua vasta área, que parecem não ter tanto tempo assim (embora seja região até de quilombolas), então  não vai ser tratada.
E foi essa a pergunta feita ao Leite Ninho no debate do SBT, por seu opositor.
Mas, não falar da região, era o que se poderia mesmo esperar, de quem tanto tem a ganhar se, retiradas as famílias lá instaladas, os amigos do construtor visionário da Cidade Administrativa de Belo Horizonte, puderem construir empreendimentos imobiliários de alto padrão, cujo projeto até já existe.
O que faz a Izidora e as regiões de Rosa Leão, Vitória e Esperança ficarem mais uma vez sujeitas às ações de despejo.
#ResisteIzidora.

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