sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Declaração de voto para a Prefeitura de nossa capital; desapotenção e um argumento de peso a seu favor; e Teori mostrando o que é ser magistrado para a presidenta do STF

Acredito, sinceramente, que nenhum eleitor deve ficar muito preocupado com as consequências de seu voto, caso queira votar em Alexandre Kalil, no segundo turno das eleições de domingo próximo, dia 30.
Por mais que muitos possam ter receio do temperamento que o ex-presidente do Galo demonstrou e demonstra ao longo de sua trajetória, ou por mais que possam estar preocupados com as denúncias do tipo de tratamento dispensado pelo Kalil empresário aos funcionários de sua empresa, ou ainda, por mais que tenham medo de estar elegendo para a administração da nossa cidade alguém que nunca respeitou a coisa pública, a ponto de não ter pago o imposto sem o qual a cidade teria dificuldades de funcionar, a verdade é que cada vez mais fica claro que nada disso deve ser motivo para deixar de votar  no número 31.
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Por quê?
A resposta é simples, clara, cristalina.
E vinha já sendo sinalizada na campanha do Leite Ninho na última semana e ficou mais que evidenciada no programa da propaganga eleitoral de ontem.
Como todos vimos, o Leite Ninho primeiro adotou a tática das agressões a seu oponente, deixando de apresentar suas propostas para tentar achincalhar o outro candidato.
Não satisfeito e desesperado por sua queda nas pesquisas de intenção de voto, colocou um locutor para vir chorar que estava sendo atacado, em completa inversão da verdade dos fatos. A partir da mentira que passou a veicular, na tentativa de construir uma realidade virtual capaz de substituir a vida real, passou a dizer que foi ele, sua pessoa, seu partido e seus chefes que foram vítimas de agressão desde o início da campanha.
É bom dizer, quando Kalil tinha menos que meio minuto para poder atacar tanta gente, a falar ainda um discurso fácil e oco. Afinal, também Kalil nunca disse a que veio e que propostas concretas tem para nossa cidade, caracterizando-se por um discurso piegas, do tipo daquele que Leonardo Quintão empregou quando foi candidato ao mesmo cargo.
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Mas, agora, sabemos que o malvado Kalil, que está virando, pelo visto, o malvado favorito da cidade e de Leite Ninho que não o tira da boca, foi quem agrediu e vilipendiou o nome de seu adversário.
Nao bastasse isso, a campanha do Leite em  pó, tão desidratada que se encontra, apresentou agora uma peça publicitária, em que aparece o nosso menino do Rio, o golpista do poroso Aecinho, pedindo votos. Para o bem do país. Para o bem da cidade. Para o bem de Alckmim em 2018....
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E vê-lo falar do avô e das liberdades que ele sempre defendeu, e ouvi-lo citar a Constituição cidadã, que Ulisses ajudou a aprovar, com todas as suas conquistas sociais e benefícios que ele, golpista que deve estar fazendo o avô rolar de raiva no túmulo, agora ajuda a destruir, resolvi atender ao pedido que ele fazia com tanta convicção.
Nestas eleições vou votar em Aécio, para prefeito de BH.
Para poder fazer com que o menino do Rio possa ficar mais tempo aqui conosco, nos ensinando o que é liberdade, o que é respeito à democracia e à vontade do povo.
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Mas, se de todo acontecer como em 2014, que ninguém queira comprá-lo ou às suas ideias elitistas e preconceituosas, também você que escolheu votar em Kalil pode ficar despreocupado.
Caso seja Kalil o eleito, já no dia seguinte o golpista irá, com sua tropa e o Leite desidratado, alegar que as urnas foram adulteradas.
Posteriormente, entrarão com pedidos de anulação do pleito nos tribunais eleitorais.
Em último caso, arranjarão algum amigo que mesmo não sendo o próprio poderá atender pela al..cunha de Cunha e, antes que possamos perceber, o impeachment de Kalil estará sendo votado e estaremos sob nova direção.
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Ou seja: você eleitor de quem quer que seja, tem de agora em diante a opção sempre de votar no PSDB, ou votar em alguém cujo mandato será interrompido por quem se considera e age como dono do apito, da bola, e do jogo de camisas, e por tudo isso, não aceitará que é perna de pau, e que a torcida não quer vê-lo no time.
Como sabem todos que já viveram histórias semelhantes na infância, chorão, o menino vai embora com seus pertences, dando fim, democraticamente,  ao jogo.
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Quanto à desaposentação

Dentre alguns dos argumentos que ouvi, justificando a decisão adotada pelo STF, um me pareceu bastante bem fundamentado. Trata-se daquele raciocínio de que, sendo nosso sistema previdenciário fundado na ideia de solidariedade, inclusive intergeracional, o que significa que os contribuintes de hoje pagam para os aposentados de agora, e não para gerar os recursos que, capitalizados,  irão retornar sob a forma de benefícios amanhã,, não seria legítimo que os aposentados que voltaram ao trabalho e continuaram a contribuir pudessem pleitear, a melhoria de seus ganhos.
Caso tal ideia fosse aprovada, transformaria mesmo que canhestramente, a contribuição e nosso sistema em um tipo baseado na capitalização individual, negando o princípio maior e mais justo que o rege, nos dias de hoje.
Acho que esse é um argumento válido e correto.
Mas, se acredito que o argumento e a decisão do STF são corretos, o INSS querer o ressarcimento dos valores pagos a esse título, daqueles que vêm recebendo por decisão judicial conquistada em outras instâncias, ou seja, recebidos de boa fé, é um disparate.
Abuso absurdo cuja única responsabilidade é de nosso Poder Judiciário e suas constantes demoras em julgar questões controversas, que se arrastam por longo período de tempo.
Tivesse o Supremo já tomado a decisão adotada desta feita, não teria havido nenhum pagamento a ser ressarcido nem prejuízos acumulados para o INSS.
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Teori põe ordem na confusão e faz o STF recobrar o juízo

Como já havíamos dito ontem, a reação da ministra Carmem Lúcia havia sido uma resposta corporativista, de nosso ponto de vista, à reação desesperada e para além do exagero, de Renan Calheiros.
Entretanto, e por mais que a figura de Renan como autoridade da República e presidente do Senado, ou até mesmo como senador por Alagoas, seja merecedora da nossa mais veemente repulsa, dados todos seus antecedentes e suspeitas, indícios e acusações que recaem sobre sua pessoa, a verdade é que Renan estava certo em alegar o abuso de autoridade por parte do juiz de 1a instância que emitiu a ordem de busca e apreensão no Senado.
Afinal, se o senador tem foro privilegiado assegurado por lei, mesmo que esse instituto do foro privilegiado não tenha qualquer amparo ético, moral, assim como outras autoridades, nem a Polícia Federal teria poder para investigar esses privilegiados, sem que o Supremo os autorizasse, nem a Casa como  um todo poderia estar sofrendo a invasão que a PF protagonizou. Pior ainda, estar recolhendo equipamentos, prendendo funcionários que apenas cumprem ordens.
Qual a razão de tal postura, senão o mero autoritarismo? E como justificar a incompetência de um juiz para tratar do assunto, embora talvex estando repleto de boas intenções, esse juiz tenha exorbitado sua competência, como tão bem mostrou, como de costume, Jânio de Freitas, em sua coluna na Folha.
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Pois, a sorte é que, para além das fanfarronices e do espírito de corpo, além de um Gilmar Mendes, e de uma Carmem Lúcia, que parece querer estar precisando provar à sociedade que, embora indicada por Lula, não fez parte, nem concorda com os esquemas de que Lula é acusado de ter armado no Poder, o nosso Supremo tem um Teori.
E Teori, alheio às luzes e brilho dedicado a quem se crê no centro do palco, repôs as coisas em seus devidos lugares.
Tal como já havia feito com os procuradores e seu ridículo espetáculo de power point, em que tentavam condenar Lula, mesmo sem terem mostrado capacidade para investigá-lo e provar qualquer das acusações. Condenação por indícios e convicções tão somente.
Desta feita, Teori deixou claro que o juiz não poderia ter adotado a decisão que resultou na invasão do Senado, e requisitando todo o fruto da visita da PF àquela Casa Legislativa, para a alçada do Supremo.
Ou seja: Teori mostrou à Carmem Lúcia e a todos os idiotas autoritários que aplaudiram a brilhante resposta da presidenta do Supremo, que para ser um grande magistrado, não é necessário estar solidário com práticas que ferem a legislação.
Basta, na verdade, que se dê cumprimento à própria legislação. Seja ela boa ou não. Questionável ou não. Carente de reforma e reformulação ou não.
Teori veio nos lembrar, que dura lex, sed lex. E ponto.
Obrigado por mais isso, Teori.


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