segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Marina embarca em canoa furada??

Marina, morena Marina, você se queimou... Marina, você faça tudo, mas faça o favor...
Os versos de Dorival Caymmi, aqui alterados talvez não sirvam para a ex-senadora, mas convenhamos que ao se decidir pela filiação ao PSB de Eduardo Campos, Marina fez uma jogada de alto risco.
Primeiro, porque é muito difícil que ela consiga fazer a transferência de votos, que acredito tenha sido a hipótese que tenha levado a ingressar naquela sigla.
Se é verdade, como se afirma, que no Brasil o eleitor vota na pessoa e não no partido, a questão é saber se o eleitor irá identificar na  pessoa de Campos, a figura de Marina.
Exceto se Marina resolver sair como vice-candidata na chapa encabeçada pelo governador pernambucano, e nessa condição, estivesse junto do candidato em todas as fotos e material de campanha.
Mas, aí é que acho que está o maior perigo da ex-petista e ex-PV. A imagem que passa, a mensagem implícita, de que na hora que lhe chutaram a canela, negando-lhe e à sua Rede o reconhecimento oficial, ao invés de reagir partindo para o ataque, a candidata acovardou-se e correu para engrossar as fileiras de outro candidato, então considerado mais fraco, aos olhos dos eleitores, ao menos a julgar pelos índices apontados nas pesquisas eleitorais.
Afinal, Eduardo Campos, estava lá atrás nas pesquisas, sendo o último dos candidatos considerados com alguma chance. Ao contrário, Marina é que estava lá em cima, em condições de atrapalhar as pretensões de reeleição de Dilma.
Além disso, se conseguir transferir sua popularidade, Marina tende a desaparecer, mesmo no caso de uma vitória de sua chapa no segundo turno. Nunca é demais lembrar que vice no nosso país, não tem nenhuma importância.
Mas, no caso de uma derrota, então, ficará em uma situação ainda mais desfavorável, já que sem poder usar o argumento de sua votação estrondosa... como foi em 2010.
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Também não sei se Marina avaliou exatamente a sua possibilidade de transferir votos, quando se recorda que uma grande parte de sua votação significativa em 2010 foi obtida em Minas. Especialmente significativa, a sua votação em Belo Horizonte.
Pois bem, tendo agora em 2014 que enfrentar um candidato mineiro, e que foi governador de Minas por dois mandatos, o que o torna nome imbatível em Belo Horizonte, será que Marina iria conseguir mesmo fazer a transferência de votos com que parece estar contando?
Por ser conservador o voto do estado mineiro, em especial no tocante à crença de que mineiro deve votar em mineiro, independente de quaisquer outros aspectos que estejam presentes em uma eleição, acho que Marina arriscou demais, em sua opção.
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Também não convence a ninguém, e vai ser difícil que o PSB consiga passar uma mensagem de partido de oposição, ele que esteve participando do governo Dilma, inclusive contando com cargos no primeiro escalão, até nesse mês de setembro.
Ora, sem conseguir se mostrar efetivamente contra tudo isso que aí está, o PSB retira de Marina até a oportunidade do discurso de quem foi injustiçada pelo PT e pela justiça de nosso país, que alguns poderiam acusar de a serviço de interesses do partido no poder.
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Bem, que a senadora tenha sorte em seu intento. Mas, que acho que embarcou em uma canoa furada, isso é o que penso.

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