Como tudo na vida, e como também
ocorre em outros setores de atividade, também o futebol vai sofrendo a ação do
tempo. E das perdas.
Ainda há alguns dias, o futebol
perdeu Djalma Santos, o grande lateral direito da Seleção Brasileira.
Agora, foi a vez de De Sordi, o
lateral titular, a quem coube a Djalma Santos substituir, no final da Copa da
Suécia em 58.
Pouco ouvi falar de De Sordi,
exceto de que foi um dos heróis da conquista de 58.
Mas, por coincidência, no mesmo
dia e hora, também veio a notícia da morte de Gylmar dos Santos Neves, o
goleiraço titular da seleção campeã de 58 e bicampeã de 62.
De Gylmar, guardo maiores
recordações, em especial por sua passagem pelo Santos Futebol Clube, aquele
invejável time de Pelé, Coutinho, e companhia.
Sim, porque naquela época,
independente do time para o que nós meninos torcíamos, todos éramos santistas,
em São Paulo, e botafoguenses no Rio, com raras exceções. Ou melhor, todos
éramos torcedores de Pelé e de Garrincha.
A esse propósito, lembro-me que lá
pelos idos dos anos 60, talvez entre 66 e 68, D. Serafim Fernandes de Araújo, o
então arcebispo auxiliar de D. João Resende Costa junto à arquidiocese de Belo
Horizonte, e atleticano fanático, promoveu um concurso de votação para avaliar
qual o clube mais querido do Brasil.
Curiosamente, os votos eram dados
para o mais querido de BH, de São Paulo e do Rio. A apuração ia sendo divulgada
por um placar montado ali no estacionamento da igreja de São José, próximo à
saída da R. Tamoios com Tupis.
Como não poderia deixar de ser,
ganharam o Atlético, em Belo Horizonte, o Santos e o Botafogo.
Acho que, muito disso, por
influência das transmissões de futebol que nas tardes de domingo, proibidas que
foram de transmitirem jogos do Mineirão, para não atrapalharem a renda, optavam por passar as partidas do Rio, com
transmissão de Mauro Montalvão, entre outros.
Poucos jogos eram transmitidos
direto, de São Paulo. Para acompanhar a essas partidas, devíamos nos valer do
famoso Canal 100, que antecedia a apresentação dos filmes, no cine Jacques
(antes Tupis), ou Palladium ou Metrópole, ou ainda Guarani, na R. da Bahia.
***
Mas, se todos os meninos de minha
época recitavam de cor e salteado o famoso ataque santista, que fechava com
Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe, muitos de nós também se lembram de Orlando;
Rildo, o lateral esquerdo:, de Zito,
Lima e Mengálvio no meio campo.
Claro, havia outros, cujo nome
ficaria gravado para a história pelas conquistas internacionais do time
praiano, como Toninho Guerreiro e até o pernambucaninho Almir, o endiabrado e
já falecido maluquinho a quem o Santos deve muito da conquista do bicampeonato
do título mundial interclubes, no Maracanã, contra o Milan, em partida em que
Pelé contundido, não pode jogar.
Mas, lembro-me dos nomes desses
jogadores, para manifestar minha homenagem ao goleiro.
Independente de quem fosse
participar na zaga, ou que jogasse no meio de campo, a certeza de que Gylmar
estaria debaixo das traves, era uma tranquilidade e dava confiança de que o
Santos dificilmente sairia derrotado.
Curiosamente, no Santos, Gylmar
nem tanto brilho parecia ter, quanto quando envergava o uniforme da seleção
canarinha. Ao contrário de seu substituto, Castilho, sempre fechando o gol no
Fluminense, onde era o dono da leiteria, mas parecia sentir toda a
responsabilidade da camisa da seleção, quando acionado.
Pois bem, só nessa postagem foram
citados Garrincha, Castilho, Djalma Santos e De Sordi, Almir e Gylmar. Vários
nomes que engrandeceram nosso futebol e que já não se encontram mais entre nós,
o que indica que seja onde estiverem, deve estar sendo organizada uma “pelada”
das mais agradáveis de se ver.
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