sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Mais uma vez, sofrimento. É o Galo nos mata-matas. Agora, contra o ligeiro e bom time do Botafogo

Sem dúvidas, Cuca terá muitas dificuldades para conseguir montar o time do Galo, de forma a que ele volte a praticar o mesmo futebol que jogou no campeonato brasileiro do ano passado, ou ainda com mais brilho, o vistoso futebol praticado na primeira fase da Taça Libertadores da América.
E, embora admitamos que o Atlético tem entrado em campo a cada partida com um time diferente, impedido por uma série de razões de repetir a mesma escalação, a verdade é que a grande maioria das vezes, as contusões, expulsões, suspensões, convocações para a seleção têm afetado os jogadores de frente.
Mas, em minha opinião, não é na frente que está o maior problema da equipe e, para mim a causa da sua instabilidade.
É certo, e não se discute,que o ataque perdeu aquela força ofensiva que caracterizou o time, mais uma vez, na primeira e espetacular fase da Libertadores, quando aplicou goleadas históricas e inesquecíveis nos adversários da fase de grupos.
De lá para cá, Jô parou de fazer gols e já acumula um bom número de partidas passando em branco.
Também houve a saída do time de Bernard, vendido à Ucrânia, e a contusão de Tardelli.
Entretanto, não é aí na frente que o time tem demonstrado sua maior fraqueza.
O problema maior, que tem tirado o time de seu equilíbrio situa-se atrás. E nem diria na defesa, embora acredite que os gigantes Réver e Léo Silva estão passando dos limites toleráveis de cometer falhas.
Na verdade, ambos parecem muito mais preocupados em irem à frente, e tentarem fazer os gols que seus colegas atacantes não têm tido êxito em fazer.
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E, embora pudesse listar várias falhas da dupla de zaga do Galo, como por exemplo as cometidas por Réver na partida contra o Atlético Paranaense, que nos custou a invencibilidade na Arena Independência, cada vez mais acredito que o problema maior nem é do miolo da defesa.
Tampouco acredito que a principal deficiência de nosso time esteja nas laterais como muitos torcedores parecem crer. Mesmo sabendo que há uma intolerância da torcida de maneira geral em relação a Marcos Rocha, na minha opinião injustificável e incompreensível.
A esse respeito, acho até que, por força dessa marcação e, provavelmente de alguma orientação de Cuca, para que o lateral direito não fique muito exposto, Marcos Rocha perdeu parte de seu ímpeto e da alegria de jogar futebol.
Tenho reparado, já há algum tempo, que ele não parte mais, como antes, para cima da defesa adversária, entrando em diagonal pela defesa adversária, nem se apresentando como autêntico ala para as jogadas de linha de fundo, lá na frente.
Ao contrário, tenho percebido que, em muitas situações, ao receber a bola sua primeira preocupação é rolar a bola para trás, seja para Josué, seja para Léo Silva ou Réver.
Para mim, inclusive, foi uma grata surpresa vê-lo surgir ontem, completamente livre no meio do ataque, em condições de receber o passe adocicado de Ronaldinho e de partir em direção ao gol, abrindo o placar contra o Botafogo.
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E, vá lá. Embora não me passe muita tranquilidade, não há o que ficar culpando seja Júnior César, seja Richarlyson, embora o primeiro tenha dado mais segurança à defesa.
Quanto a Victor, embora uma ou outra falha de colocação, como acho que foi o caso ontem, no gol de empate do Botafogo, em que acho que ele estava adiantado, é inegável que ele tem sido o grande salvador do time, evitando derrotas e garantindo muito de nossos resultados.
Mesmo ontem, contra o Botafogo, é inegável que mesmo que tenha estado mal colocado no primeiro gol, ainda assim não teve culpa nos demais gols que tomou, e ainda foi responsável por defesas importantes, que poderiam ter causado um desastre ainda maior.
Ou seja: mesmo falhando como todo goleiro, ainda assim, há sempre tempo suficiente nos jogos para que ele se recupere, e acabe, com suas defesas, reabilitando-se e apagando de nossa memória o gol tomado por sua falha.
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Então, onde está a falha crucial de nosso time, que está nos matando?
Em minha opinião, no meio campo, onde Josué tem mostrado uma capacidade de marcação mais acanhada e onde Pierre tem cada vez mais dado a impressão de não estar no melhor de sua condição física, na maioria das jogadas chegando atrasado e tendo de cometer faltas para parar as jogadas.
Talvez seja uma questão de colocação, não sei.
Mas, que caiu o futebol de Pierre, depois da saída de Donizete, isso não há dúvida.
E que Josué seja um jogador mais dedicado à armação que à destruição de jogadas, também parece ser inquestionável.
Entretanto, o que temos visto é que caiu o nível de proteção que a zaga tinha no início desse ano. O que, muitas vezes, tem como consequência a obrigação de que Marcos Rocha saia de sua posição, para aparecer cobrindo seus companheiros de defesa, no meio da área. Às vezes, até na marca de pênalte.
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O que está acontecendo com Pierre, cuja cobertura e proteção permitia se não impedir, ao menos disfarçar as falhas do miolo de área, quando confrontados com atacantes velozes, rápidos, leves e tecnicamente melhores?
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Tome-se o exemplo do futebol praticado ontem, contra o Botafogo, em que por muito pouco não jogamos fora qualquer possibilidade de avançarmos para a próxima etapa de mata-mata da Copa do Brasil.
Ressalte-se que o início do primeiro tempo foi avassalador, com o Galo partindo para cima e encurralando o Botafogo e dando um verdadeiro sufoco.
O que resultou em uma série de lances de ataque perigosos, com Fernandinho, Ronaldinho Gaúcho, até culminar no contra-ataque mortal, em que Victor serviu de soco a Luan, que acreditou na jogada - que para muitos teria dado a impressão de estar perdida, tendo este passado a Ronaldinho Gaúcho, que deu uma assistência magistral a Marcos Rocha. Este com categoria, entrou na área e tocou sem qualquer chance de defesa para o goleiro do time carioca.
Mas, daí para a frente, o Galo se retraiu. Parou de jogar, parece que esperando sair apenas em contra-ataques. E, com isso, chamou o Bota para cima e o time carioca começou a gostar do jogo, com Vitinho se soltando mais, e os atacantes do time da estrela solitária encontrando espaços para partir para cima, invertendo o sufoco.
Também é verdade que o time do Galo deu muito azar, seja com Josué, interceptando e errando um lance na entrada da área, talvez até tirando Victor do lance, o que o deixou fora do gol, situação que facilitou o empate do Botafogo.
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Mas, já que a presença de Ronaldinho em campo não é para que ele fique preocupado em marcar, com ele apenas limitando-se a ficar cercando os jogadores contrários, nessa hora, ou talvez até antes do gol de empate, Pierre e Josué já deveriam ter ficado mais atentos, e Fernandinho, que sumiu por um bom tempo do jogo, deveria estar ali atrás, ajudando os volantes a fecharem o meio.
Pierre, também pouco apareceu, no entanto.
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No segundo tempo, logo no início, uma infelicidade de Léo Silva, decretou a virada. Mas, daí para a frente, o Galo recuou tanto, que levou um verdadeiro sufoco do time carioca, que foi cada vez mais se aproximando de nos aplicar uma sonora goleada.
Chegar ao quarto gol, que proporcionava uma vantagem ao Botafogo que só foi diminuída com o gol salvador de Guilherme (novamente passe magistral de Ronaldinho), no finzinho do jogo, foi consequência natural de nossa fragilidade no meio campo.
E aqui é que reside meu receio.
Que Cuca tem condições de dar maior proteção ao nosso miolo de defesa e tornar o time mais fechado e seguro atrás, é um fato.
E que o Galão tem condições, tal qual na Libertadores, de tirar a diferença de dois gols, no Independência, também é fato.
O problema é o medo que a defesa e sua fragilidade têm nos transmitido. O que faz com que ao menos eu alimente muito medo de que nossa defesa não dê conta da responsabilidade de não levar gols, que pesará sobre seus ombros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enfim o reconhecimento que a defesa do Galo é uma bela porcaria!!!!
E note-se que seu comentário vem corraborar que há somente uma jogada de ataque: lançamento do Ronaldinho para o companheiro que entra em diagonal pela direita.. valeu