Temo em me
aposentar
E ficar
assim
Como alguns
colegas que observo
De quando em
vez
Manifestando-se
nas redes do antigo emprego
Ou postados
nas filas de bancos
Esperando
seu momento de ocupar a atenção
Dos gerentes
Ou ocupando
o tempo raro
E precioso dos
caixas
Apenas em
busca de informação
Que não os
deixe se sentirem solitários
Temo em me
aposentar
E ficar
desfilando os horrores
De dores que
me esmere em inventar
Temo em me
aposentar
E ficar
pelos cantos da casa
Reclamando
da arrumação desatenta da doméstica
Ou da
ausência dela
Cada vez tão
mais cara
Cada vez
mais joia rara
E tendo que
fazer eu
Aquilo que
encontrava antes pronto
E acabado
Temo em
ficar pelos bares
Ou por
lugares onde possa afogar
Minha
inutilidade completa
E cada vez
mais percebo
Que temo em
me aposentar
E perder o
encantamento de meus tempos de criança
Quando o
ócio era tempo de crescimento
E diversão
E o mundo do
trabalho
Somente uma
distante preocupação
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