Quando eu te vir
estrela rasgando os céus
seu brilho eu vir chegando
para iluminar
o escuro que se fez em minha vida
de amores que fizeram
sangrar meu coração
Tanta decepção
tanto sofrer
depois de cada queda
um novo renascer
até enfim
você aparecer e resgatar
o melhor que tenho a oferecer
Quando sua presença
vier me envolver
e a alegria em meu peito
puder então desabrochar
como a flor mais linda de meu jardim
quem dera minha vida
pudesse então tornar real
minha quimera
podendo então fazer de mim
eterna primavera
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Pesquisa com animais e a preocupação em não inverter os sinais em relação à raça de animais que deve estar no foco principal de cuidados
Tive e tenho cachorros em casa, desde sempre. Desde uma dálmata que parecia uma lady, até uma beagle que era louca de jogar pedra, ou um daschshund que adotou entre as pessoas da família aquela que seria seu dono. E só essa pessoa, minha mulher, podia entrar em casa ou nos cômodos do apartamento sem que ele desse início a uma sessão de latidos que incomodava a todos do prédio. Fosse a hora que fosse.
Nossa preferência, entretanto, é pela raça boxer, um cão de maior porte, pelo curto, mas de uma alegria e um espírito brincalhão e uma paciência que o torna um excelente cão para casa com crianças pequenas.
Não é nosso caso. Mas, ainda assim, o boxer tem nossa preferência.
***
Se revelo isso é porque, embora não seja desses que gostem de ficar com o cachorro no colo, ou que fiquem tratando o cachorro como se fosse um ser humano, ou uma pequena criança, gosto de tê-lo a meu lado, seja apenas para vê-lo brincar com a bolinha de tênis, seja para vê-lo de orelha empinada olhando para algo inusitado, seja para poder sair com ele para dar uma corrida e fazer exercícios na rua.
E sempre senti muito, todos sentimos em nossa casa, quando com o passar dos anos, vemos que também eles, como todos nós vão ficando velhos, doentes, quietos em seu canto, até sua morte.
Que a gente sente como se fosse a perda de alguém muito próximo de todos nós.
Afinal, eles fazem sim, muita falta.
***
Mas, embora seja fanático por esse tipo de animal, já que respeito mas não gosto e não gostaria de ter gatos, por exemplo, acho que há sim uma semelhança muito grande entre esse mamífero e a raça humana. Razão porque concordo com a utilização desse tipo de animal, e não apenas esse tipo, na realização de experiências para o desenvolvimento de drogas para o tratamento de doenças e enfermidades que atingem a nós, humanos.
Claro que acho um absurdo o uso de qualquer animal para experiências vinculadas a questões como o desenvolvimento de produtos considerados mais supérfluos, como são os cosméticos, e também acho um absurdo que o uso de alguns animais em pesquisas ainda em suas fases muito iniciais.
Mas, acho preferível que sejam utilizados animais, e de preferência o mais parecidos com nossa constituição, para o caso de testes necessários na fase final de desenvolvimento de medicamentos e drogas que poderão, no futuro, trazer benefícios imensos a nós mesmos.
Sei que é difícil identificar o que é a droga já em fase final de testes, mas é inegável que o teste em animais ajuda, na medida em que impede que remédios que tenham a possibilidade de trazer efeitos colaterais muito graves possam ser colocados no mercado.
***
Nesse sentido, embora respeite aqueles que são ardorosos defensores da proibição de maus tratos a animais, incluindo aí o uso deles em testes científicos, e ache que foi muito importante toda a celeuma criada pela invasão do Instituto Royal, por ativistas dos direitos dos animais, não concordo com a ideia matriz da ação daquele grupo.
Uma coisa é tentar identificar se aqueles animais específicos estavam sendo submetidos a verdadeiras sessões de torturas e sofrimentos. Outra coisa é tentar impedir o uso desses animais a testes, desde que comprovada a realização dos testes, o que pode ser feito tanto a partir de um exame visual, clínico dos cães, quanto pelos dados registrados nas fichas de acompanhamento dos animais em que os tais testes estão sendo realizados.
Ou seja: toda pesquisa séria, deve ser toda documentada e mais que isso, deve ser planejada antes de seu início.
Então, uma coisa é, em minha opinião, solicitar às autoridades que investiguem a instituição que faz tais testes e experiências, solicitando que elas acompanhem de perto a realização de tais pesquisas, exigindo a apresentação de planos de pesquisa, metodologias, resultados e relatórios da evolução dos testes e resultados de exames periódicos nos animais testados.
Em sendo confirmado que os cachorros ou outros pequenos animais estão seguindo o planejamento da pesquisa, e não estão sendo submetidos a nenhum excesso, então, as pesquisas devem ter sequência, claro, partindo sempre da ideia de que a pesquisa conduza a algum objetivo considerado lícito, e importante.
***
Impedir que os animais sejam submetidos a exames sem qualquer planejamento, ou sem qualquer controle justifica em minha opinião a invasão que foi efetuada pelos ativistas dos direitos dos animais, embora isso não significa dizer que acho ter sido isso que estava por trás da invasão do Royal. Ao menos, a julgar por uma série de depoimentos saídos na imprensa de cientistas de renome e reconhecimento, que atestaram o adequado tratamento dos animais pelo instituto e até lamentaram que algumas das pesquisas, interrompidas pela ação, inutilizaram pesquisas já em curso há muitos anos.
***
Pois bem. Embora admitindo a ação dos ativistas como válida, temo que ela possa dar origem, até pelo estardalhaço que ela gerou e que já disse que reputo ter sido importante por despertar o debate na sociedade, a uma onda de proibição de pesquisa com animais, por força de uma reação desencadeada na opinião pública ou em seus representantes, de caráter muito carregado de emocionalismo.
Afinal, com já li em algum lugar, ou ouvi talvez na imprensa, fosse a pesquisa interrompida feita com ratos, ou outros bichos menos simpáticos e não com beagles, a repercussão na mídia poderia ser bastante diferente. Com muito menos impacto, já que cães são, para recordar o ex-ministro Magri, seres humanos como nós...
E meu temor tem a ver com um comportamento que nossa sociedade mesmo resolveu adotar, em causa distinta, mas com raízes semelhantes, e que hoje dão ensejo a várias queixas ou críticas que creio sejam sérias e devam ser evitadas. Se possível.
Refiro-me à questão da defesa do meio ambiente, em especial à defesa de nossa vegetação, nossas florestas nativas, nossa fauna e flora.
Tentando evitar corretamente, em minha opinião, o abate de árvores, ou a devastação de florestas, ou ainda a caça ou o cativeiro de animais selvagens e os crimes ligados aos maus tratos que são infligidos a eles, a legislação foi sendo aperfeiçoada e tornando-se cada vez mais rigorosa e punitiva.
Até que chegamos ao ponto, hoje criticado por muitos grupos de ativistas mesmos, de termos uma legislação que penaliza mais a quem provoca maus tratos a plantas, árvores, florestas e animais que a outros seres humanos.
Chegamos ao ponto de prendermos sem direito a liberdade, por crime inafiançável, aqueles que cometem crimes contra o ambiente, e liberamos na primeira oportunidade aqueles que cometeram crimes muito mais sérios e graves contra seus iguais.
Creio que não preciso me alongar. Já me fiz entender: temo que acabemos tornando os pesquisadores que utilizam animais para desenvolver drogas para dar conforto e saúde aos seres humanos passíveis de punição, para depois ficarmos nos lamentando de que alguns de nós estamos sofrendo pela ausência de drogas e medicamentos.
Seria a mesma inversão que aconteceu com os crimes ambientais. Para preservar o ambiente para o ser humano (que em última instância é disso que importa, nossa sobrevivência futura como raça nesse planeta) nós passamos, acertadamente a punir os que cometem atos que vão contra o ambiente. Mas não adotamos o mesmo rigor para punir aqueles que são responsáveis por exterminar diretamente os integrantes dessa mesma raça.
Tomara que, para pouparmos o sofrimento de animais domésticos e simpáticos, amigos e companheiros, não estejamos condenando o homem a enfrentar sofrimentos maiores no futuro, por falta de adequados medicamentos que não puderam ser desenvolvidos pela preocupação com o bem-estar dos animais.
Nossa preferência, entretanto, é pela raça boxer, um cão de maior porte, pelo curto, mas de uma alegria e um espírito brincalhão e uma paciência que o torna um excelente cão para casa com crianças pequenas.
Não é nosso caso. Mas, ainda assim, o boxer tem nossa preferência.
***
Se revelo isso é porque, embora não seja desses que gostem de ficar com o cachorro no colo, ou que fiquem tratando o cachorro como se fosse um ser humano, ou uma pequena criança, gosto de tê-lo a meu lado, seja apenas para vê-lo brincar com a bolinha de tênis, seja para vê-lo de orelha empinada olhando para algo inusitado, seja para poder sair com ele para dar uma corrida e fazer exercícios na rua.
E sempre senti muito, todos sentimos em nossa casa, quando com o passar dos anos, vemos que também eles, como todos nós vão ficando velhos, doentes, quietos em seu canto, até sua morte.
Que a gente sente como se fosse a perda de alguém muito próximo de todos nós.
Afinal, eles fazem sim, muita falta.
***
Mas, embora seja fanático por esse tipo de animal, já que respeito mas não gosto e não gostaria de ter gatos, por exemplo, acho que há sim uma semelhança muito grande entre esse mamífero e a raça humana. Razão porque concordo com a utilização desse tipo de animal, e não apenas esse tipo, na realização de experiências para o desenvolvimento de drogas para o tratamento de doenças e enfermidades que atingem a nós, humanos.
Claro que acho um absurdo o uso de qualquer animal para experiências vinculadas a questões como o desenvolvimento de produtos considerados mais supérfluos, como são os cosméticos, e também acho um absurdo que o uso de alguns animais em pesquisas ainda em suas fases muito iniciais.
Mas, acho preferível que sejam utilizados animais, e de preferência o mais parecidos com nossa constituição, para o caso de testes necessários na fase final de desenvolvimento de medicamentos e drogas que poderão, no futuro, trazer benefícios imensos a nós mesmos.
Sei que é difícil identificar o que é a droga já em fase final de testes, mas é inegável que o teste em animais ajuda, na medida em que impede que remédios que tenham a possibilidade de trazer efeitos colaterais muito graves possam ser colocados no mercado.
***
Nesse sentido, embora respeite aqueles que são ardorosos defensores da proibição de maus tratos a animais, incluindo aí o uso deles em testes científicos, e ache que foi muito importante toda a celeuma criada pela invasão do Instituto Royal, por ativistas dos direitos dos animais, não concordo com a ideia matriz da ação daquele grupo.
Uma coisa é tentar identificar se aqueles animais específicos estavam sendo submetidos a verdadeiras sessões de torturas e sofrimentos. Outra coisa é tentar impedir o uso desses animais a testes, desde que comprovada a realização dos testes, o que pode ser feito tanto a partir de um exame visual, clínico dos cães, quanto pelos dados registrados nas fichas de acompanhamento dos animais em que os tais testes estão sendo realizados.
Ou seja: toda pesquisa séria, deve ser toda documentada e mais que isso, deve ser planejada antes de seu início.
Então, uma coisa é, em minha opinião, solicitar às autoridades que investiguem a instituição que faz tais testes e experiências, solicitando que elas acompanhem de perto a realização de tais pesquisas, exigindo a apresentação de planos de pesquisa, metodologias, resultados e relatórios da evolução dos testes e resultados de exames periódicos nos animais testados.
Em sendo confirmado que os cachorros ou outros pequenos animais estão seguindo o planejamento da pesquisa, e não estão sendo submetidos a nenhum excesso, então, as pesquisas devem ter sequência, claro, partindo sempre da ideia de que a pesquisa conduza a algum objetivo considerado lícito, e importante.
***
Impedir que os animais sejam submetidos a exames sem qualquer planejamento, ou sem qualquer controle justifica em minha opinião a invasão que foi efetuada pelos ativistas dos direitos dos animais, embora isso não significa dizer que acho ter sido isso que estava por trás da invasão do Royal. Ao menos, a julgar por uma série de depoimentos saídos na imprensa de cientistas de renome e reconhecimento, que atestaram o adequado tratamento dos animais pelo instituto e até lamentaram que algumas das pesquisas, interrompidas pela ação, inutilizaram pesquisas já em curso há muitos anos.
***
Pois bem. Embora admitindo a ação dos ativistas como válida, temo que ela possa dar origem, até pelo estardalhaço que ela gerou e que já disse que reputo ter sido importante por despertar o debate na sociedade, a uma onda de proibição de pesquisa com animais, por força de uma reação desencadeada na opinião pública ou em seus representantes, de caráter muito carregado de emocionalismo.
Afinal, com já li em algum lugar, ou ouvi talvez na imprensa, fosse a pesquisa interrompida feita com ratos, ou outros bichos menos simpáticos e não com beagles, a repercussão na mídia poderia ser bastante diferente. Com muito menos impacto, já que cães são, para recordar o ex-ministro Magri, seres humanos como nós...
E meu temor tem a ver com um comportamento que nossa sociedade mesmo resolveu adotar, em causa distinta, mas com raízes semelhantes, e que hoje dão ensejo a várias queixas ou críticas que creio sejam sérias e devam ser evitadas. Se possível.
Refiro-me à questão da defesa do meio ambiente, em especial à defesa de nossa vegetação, nossas florestas nativas, nossa fauna e flora.
Tentando evitar corretamente, em minha opinião, o abate de árvores, ou a devastação de florestas, ou ainda a caça ou o cativeiro de animais selvagens e os crimes ligados aos maus tratos que são infligidos a eles, a legislação foi sendo aperfeiçoada e tornando-se cada vez mais rigorosa e punitiva.
Até que chegamos ao ponto, hoje criticado por muitos grupos de ativistas mesmos, de termos uma legislação que penaliza mais a quem provoca maus tratos a plantas, árvores, florestas e animais que a outros seres humanos.
Chegamos ao ponto de prendermos sem direito a liberdade, por crime inafiançável, aqueles que cometem crimes contra o ambiente, e liberamos na primeira oportunidade aqueles que cometeram crimes muito mais sérios e graves contra seus iguais.
Creio que não preciso me alongar. Já me fiz entender: temo que acabemos tornando os pesquisadores que utilizam animais para desenvolver drogas para dar conforto e saúde aos seres humanos passíveis de punição, para depois ficarmos nos lamentando de que alguns de nós estamos sofrendo pela ausência de drogas e medicamentos.
Seria a mesma inversão que aconteceu com os crimes ambientais. Para preservar o ambiente para o ser humano (que em última instância é disso que importa, nossa sobrevivência futura como raça nesse planeta) nós passamos, acertadamente a punir os que cometem atos que vão contra o ambiente. Mas não adotamos o mesmo rigor para punir aqueles que são responsáveis por exterminar diretamente os integrantes dessa mesma raça.
Tomara que, para pouparmos o sofrimento de animais domésticos e simpáticos, amigos e companheiros, não estejamos condenando o homem a enfrentar sofrimentos maiores no futuro, por falta de adequados medicamentos que não puderam ser desenvolvidos pela preocupação com o bem-estar dos animais.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Os outros perdem para o Cruzeiro ser campeão. O que está acontecendo com o futebol e o equilíbrio do campeonato?
Tenho de admitir que não é nenhuma arrogância do torcedor cruzeirense, já vestir a faixa de campeão do Brasileirão série A deste 2013.
Nem tampouco, ao agir assim, estará ele passando o carro adiante dos bois.
Afinal, 12 pontos - equivalentes a 4 jogos - para o time que venceu 20 de 30 partidas, não é nada mais que respeitar as estatísticas e os métodos de projeção.
Seguindo nessa linha de raciocínio, se vence 4 dos jogos que lhe resta, sendo um deles, contra o Grêmio, terceiro colocado e ainda um dos dois clubes que podem aspirar ao título, o campeonato fica decidido. Antes, bem antes do que seria de se esperar, para um campeonato que fosse disputado com um mínimo de equilíbrio.
Em minha opinião, resta agora saber, o porque de tamanho desequilíbrio, com o time do Cruzeiro tão disparadamente melhor, lá na frente, enquanto o Náutico, na situação inversa, apresentava-se tão disparadamente pior, na rabeira. Náutico já rebaixado, nas mesmas condições estatísticas que o time mineiro.
***
Em programa da ESPN, outra noite, discordando da opinião geral de seus colegas de programa, Juca Kfouri afirmava argumentava que esse campeonato era muito equilibrado, mas um equilíbrio obtido a partir da mediocridade. Para ilustrar seu raciocínio, citou que em dado momento, 14 clubes, ou 70% do total da primeira divisão, lutavam para não cair, nenhum deles mais podendo almejar o título.
Sem dúvida, é preocupante tal constatação.
Mas, a discussão não avançou muito daí em diante.
PVC interviu citando o Cruzeiro, como contra-argumento e o próprio Náutico e ficou por isso.
Juca ainda lembrou que no ano anterior, ainda havia disputa entre três times nessa etapa do campeonato, reconhecendo que não foi o futebol que definiu a disputa, renhida até o final. Citou inclusive o camisa 10 do Flu, time campeão, o Apito Amigo da CBF...
***
Mas, independente de ser o time rival de meu Galo o campeão do torneio, e ser justo reconhecer sua superioridade ao longo da competição, acho que os cronistas têm a obrigação de discutirem seriamente e desapaixonadamente, mesmo que torcedores que são, o que aconteceu e vem acontecendo no campeonato desse ano.
Deixando de lado a questão do Cruzeiro, porque o Inter, com um dos mais elogiados plantéis não deslanchou? D'Alessandro, Scocco, Alex, Otávio, Leandro Damião, Forlan, porque um time com jogadores como os citados para jogarem no meio e no ataque, não conseguiram fazer o Inter estar lutando pelas primeiras posições? Até que ponto, o time do Inter por mais fantástico que seja do meio para a frente, é muito ruim e inseguro, na defesa? E aí, qual a importância do Dunga, na campanha ruim do time gaúcho, logo ele, com fama de retranqueiro? Como um retranqueiro não conseguiu armar uma boa defesa e desmantelou, nessa busca, um ataque poderosíssimo?
E o Grêmio? Porque Zé Roberto e Elano ficam de castigo no banco de reservas, enquanto seu time joga pela janela uma chance após outra, de lutar pelo título?
Qual a influência tem Renato Gaúcho nessa campanha claudicante, se alguma?
E os times de São Paulo, o que explica o ponto a que chegaram, todos muito aquém da sua tradição, embora tenham elencos considerados caros e de ponta?
E os times do Rio, será que a questão dos salários atrasados em praticamente todos eles justifica a campanha que estão fazendo, capaz de ter praticamente dois clubes como Vasco e Fluminense, em condições de caírem?
***
Quer dizer: o campeonato está sim, com um nível muito medíocre, o que não é culpa ou responsabilidade do Cruzeiro, que apenas se aproveitou da situação.
Mas, que é necessário que uma discussão séria possa ser levada a cabo, para que o nível baixo não seja a norma de agora em diante, o que ajudaria a matar o esporte mais popular de nosso país, isso parece-me mais que necessário, URGENTE.
Dia de São Judas: só mesmo o Santo das Causas Impossíveis para apadrinhar a categoria do funcionalismo público
Não! O Também quero dar pitaco não estava em recesso!
Em recesso, merecido, encontram-se os funcionários públicos municipais, estaduais e federais, neste dia 28 de outubro, dia dedicado a São Judas Tadeu, que os apadrinha.
E só mesmo São Judas, o Santo das causas impossíveis, para conseguir fazer com que o funcionalismo público de nosso país possa ser devidamente valorizado, reconhecido e respeitado.
E de quebra que possa se livrar do estigma que o apresenta como desinteressado, despreparado, omisso, descuidado e que justifica o nível exíguo de remuneração que lhe é atribuído.
Que é justo dizer, é muito pequeno, considerado o funcionário e as necessidades suas e de sua família. Mas que acaba se elevando a valores bastante significativos, quando se leva em conta o total da despesa com o gasto da folha de pagamento, situação que dá margem a interpretações sempre apressadas. Interpretações e críticas que consideram o todo e a média, não descendo à análise mais detalhada da situação.
Apenas para citar um exemplo, se considerarmos um qualquer grande estado da Federação, e formos analisar a composição da sua folha de pagamento e de seu corpo funcional, o que veremos de imediato, longe do tão cantado inchaço do folha é um número muito importante e significativo de funcionários exercendo funções de professores, um número bastante elevado de militares ou profissionais vinculados à área de segurança, só para citar alguns casos que, reconhecidamente a sociedade demanda e que sempre reclama de serem em número insuficiente para o desenvolvimento, com qualidade de suas funções.
***
Isso, sem esquecermos que esses funcionários trabalham para o pior dos patrões, o governo. Situação que pode ser comprovada pelo número de causas e ações que entulham as Varas de Justiça e que se arrastam por anos, décadas...
Afinal, tendo como seu patrão verdadeiro e último toda a população, especialmente aquela parcela que paga religiosamente seus impostos, os detentores ocasionais do poder não se vêem, muitas vezes, na obrigação de tratar os assuntos trabalhistas com a seriedade e presteza que merecem.
Pior, às vezes, não podem tratar com celeridade de qualquer dessas questões, já que estando todos sujeitos ao cumprimento de atos vinculados, o que significa que tendo que agir tão somente dentro do que determina a lei, e não podendo ir além daquilo que o estatuto legal determina, muitas vezes, são obrigados a tomar medidas que são claramente contra o que o patrão da iniciativa privada adotaria.
Em se tratando de questões legais, por exemplo, manda a lei que o Estada, por seus prepostos, sempre recorra, quando de derrota em tribunais, o que mesmo que não sendo o objetivo, acaba apenas protelando decisões por anos a fio.
Temos pois, uma situação completamente esdrúxula: o Estado fiscaliza o cumprimento das normas legais e age com rigor no sentido de punir e obrigar o empresário privado a respeitar os direitos de seus empregados. Mas, em relação a seus funcionários, não há nenhuma possibilidade de se determinar e adotar medidas tempestivas para resolver situações, a princípio, de injustiça evidente.
Pior ainda, como patrão, é o fato de que mesmo condenado, em última instância e sem mais qualquer direito a recursos, ainda pode se valer de artifícios como o uso do pagamento (quando é o caso), por meio de precatórios, que alongam ainda muito mais a agonia dos que têm direitos líquidos e certos a receber.
***
Mas, dizia eu, por ter atos vinculados, baseado em lei, e dado que a lei nunca é feita para tratar de casos particulares, sendo um de seus princípios basilares o caráter geral, situações particulares de direitos afetados não podem ser tratadas com o devido e merecido esmero e agilidade.
Acrescente-se a isso, o fato de que, dada a rotatividade normalmente havida no tocante aos responsáveis pelas decisões de governo, muitas vezes o gestor, por interesses não necessariamente inconfessáveis, deixa de tomar as decisões que poderiam sanar o problema, para que, lá na frente, em outra administração, outros sejam obrigados a lidar com essas questões.
***
Por esse motivo, nesse dia do Funcionário Público, rendo minhas homenagens a essa classe tão mal reconhecida.
E admito que só mesmo São Judas, para ser patrono de categoria cujas causas são sempre tão arrastadas e difíceis de serem resolvidas.
Em recesso, merecido, encontram-se os funcionários públicos municipais, estaduais e federais, neste dia 28 de outubro, dia dedicado a São Judas Tadeu, que os apadrinha.
E só mesmo São Judas, o Santo das causas impossíveis, para conseguir fazer com que o funcionalismo público de nosso país possa ser devidamente valorizado, reconhecido e respeitado.
E de quebra que possa se livrar do estigma que o apresenta como desinteressado, despreparado, omisso, descuidado e que justifica o nível exíguo de remuneração que lhe é atribuído.
Que é justo dizer, é muito pequeno, considerado o funcionário e as necessidades suas e de sua família. Mas que acaba se elevando a valores bastante significativos, quando se leva em conta o total da despesa com o gasto da folha de pagamento, situação que dá margem a interpretações sempre apressadas. Interpretações e críticas que consideram o todo e a média, não descendo à análise mais detalhada da situação.
Apenas para citar um exemplo, se considerarmos um qualquer grande estado da Federação, e formos analisar a composição da sua folha de pagamento e de seu corpo funcional, o que veremos de imediato, longe do tão cantado inchaço do folha é um número muito importante e significativo de funcionários exercendo funções de professores, um número bastante elevado de militares ou profissionais vinculados à área de segurança, só para citar alguns casos que, reconhecidamente a sociedade demanda e que sempre reclama de serem em número insuficiente para o desenvolvimento, com qualidade de suas funções.
***
Isso, sem esquecermos que esses funcionários trabalham para o pior dos patrões, o governo. Situação que pode ser comprovada pelo número de causas e ações que entulham as Varas de Justiça e que se arrastam por anos, décadas...
Afinal, tendo como seu patrão verdadeiro e último toda a população, especialmente aquela parcela que paga religiosamente seus impostos, os detentores ocasionais do poder não se vêem, muitas vezes, na obrigação de tratar os assuntos trabalhistas com a seriedade e presteza que merecem.
Pior, às vezes, não podem tratar com celeridade de qualquer dessas questões, já que estando todos sujeitos ao cumprimento de atos vinculados, o que significa que tendo que agir tão somente dentro do que determina a lei, e não podendo ir além daquilo que o estatuto legal determina, muitas vezes, são obrigados a tomar medidas que são claramente contra o que o patrão da iniciativa privada adotaria.
Em se tratando de questões legais, por exemplo, manda a lei que o Estada, por seus prepostos, sempre recorra, quando de derrota em tribunais, o que mesmo que não sendo o objetivo, acaba apenas protelando decisões por anos a fio.
Temos pois, uma situação completamente esdrúxula: o Estado fiscaliza o cumprimento das normas legais e age com rigor no sentido de punir e obrigar o empresário privado a respeitar os direitos de seus empregados. Mas, em relação a seus funcionários, não há nenhuma possibilidade de se determinar e adotar medidas tempestivas para resolver situações, a princípio, de injustiça evidente.
Pior ainda, como patrão, é o fato de que mesmo condenado, em última instância e sem mais qualquer direito a recursos, ainda pode se valer de artifícios como o uso do pagamento (quando é o caso), por meio de precatórios, que alongam ainda muito mais a agonia dos que têm direitos líquidos e certos a receber.
***
Mas, dizia eu, por ter atos vinculados, baseado em lei, e dado que a lei nunca é feita para tratar de casos particulares, sendo um de seus princípios basilares o caráter geral, situações particulares de direitos afetados não podem ser tratadas com o devido e merecido esmero e agilidade.
Acrescente-se a isso, o fato de que, dada a rotatividade normalmente havida no tocante aos responsáveis pelas decisões de governo, muitas vezes o gestor, por interesses não necessariamente inconfessáveis, deixa de tomar as decisões que poderiam sanar o problema, para que, lá na frente, em outra administração, outros sejam obrigados a lidar com essas questões.
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Por esse motivo, nesse dia do Funcionário Público, rendo minhas homenagens a essa classe tão mal reconhecida.
E admito que só mesmo São Judas, para ser patrono de categoria cujas causas são sempre tão arrastadas e difíceis de serem resolvidas.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Pitacos vários: a queda do futebol do time de Marcelo, à censura e o caso das biografias, passando por algumas referências e recomendações
Enquanto o time do Galo, todo cheio de alterações vencia o Flamengo, em jogo que deu MUITO sono em quem estava assistindo, com um gol tão bonito quanto improvável de Lucas Cândido, o outro time de BH na divisão principal do Campeonato Brasileiro voltava a ser derrotado na competição.
Desta feita em Curitiba, para o time da casa: o Coxa.
Razão para que grande parte da torcida e de profissionais da crônica esportiva passassem a criticar novamente o técnico Marcelo Oliveira.
O que acho um absurdo, mas completamente previsível no time azul.
Afinal essa é uma característica da torcida celeste, segundo alguns tão acostumada a vencer que não é capaz de apoiar o time quando de algumas dificuldades, mesmo que passageiras.
Vá lá, embora essa percepção de "tão acostumada a vencer" seja mais uma invenção já que o último título de importância já vai se transformando em uma cada vez mais apagada memória e uma amarelada foto na parede.
Acho Marcelo um excelente técnico. Um estudioso e entendedor do futebol. Que o digam os próprios comandados, seja no Atlético, quando esteve por lá. Seja no próprio Cruzeiro agora. Por isso os jogadores do time o respeitam e o homenageiam, brincando com seu líder.
Porque Marcelo não é o professor. Boleiro que foi, e de excelente qualidade, Marcelo é o cara que mostra para os seus jogadores que sabe do que está falando por ter mais idade e mais experiência. E é isso que faz o plantel do time que ele dirige se fechar em torno dele.
De sua capacidade, que o diga a torcida do Coxa, que reconhecendo todo seu trabalho aplaudiu sua entrada no domingo em campo.
***
Então porque razão o Cruzeiro que vinha embalado no campeonato, danou a perder.
As hipóteses são várias e todas plausíveis, mas a primeira questão a ser discutida é que o time de Marcelo começou para sorte dele, apenas a essa altura já bastante avançada do campeonato a sofrer daquilo que outros times experimentaram desde o início. Refiro-me à questão do cansaço, de contusões, suspensões e outras várias causas, como as convocações para a seleção, que o time agora tem enfrentado e que impede a manutenção da mesma equipe por jogos seguidos e, de certa forma, prejudica o entrosamento e o rendimento do time.
Por outro lado, chegando já ao final de um ano de muitos jogos, como sempre no calendário desorganizado de nosso futebol, e ostentando uma vantagem que lhe assegura 97% de probabilidades de ganhar o título, é natural que o time dê mesmo uma desacelerada. E comece a jogar com o freio de mão puxado, independente do que o técnico esteja mandando ou berrando na beira do gramado.
Lances que no início do campeonato o jogador poria o pé com vontade, correndo riscos de se machucar, por exemplo, ele agora pensa duas vezes, já que a fatura está praticamente liquidada.
***
Como atleticano que sou, acho muito lamentável que o time tenha aberto tanta vantagem e que seja já virtualmente o campeão. Admito para que o Imponderável de Souza, primo irmão do Sobrenatural de Almeida consiga impedir esse título. Mas, a verdade é que o Cruzeiro jogava enquanto outros dormiam.
E daí a diferença que ele colocou. A tal ponto e aproveitando-se da sonolência dos rivais que nem mesmo o que vimos acontecer no ano passado teve chance de ser tentado novamente.
Ou seja: nem a CBF, nem os juízes, nem a imprensa carioca ou paulista percebeu o que estava acontecendo, para tirar com a mão do gato (no caso os árbitros), o que o time fazia em campo.
Ao contrário do Atlético, garfado no ano passado, escandalosamente, o Cruzeiro não teve problemas com arbitragens, maiores que os normais que todos enfrentam.
Abrindo parênteses: o Galo só chegou a campeão da Libertadores, porque era a Conmebol e não a CBF...
***
Mas, o que acho que explica mais a questão da campanha do time de Marcelo, é que enquanto está em franca e natural desaceleração, consequência da folga que ele mesmo criou, vai enfrentar alguns times que estão lutando pela sobrevivência. Sem nada a perder. Alguns em casa.
Para esses, é natural que o time de Marcelo venha a perder ou enfrentar dificuldades homéricas. Não digo o mesmo em relação aos jogos contra os times que lutam desesperadamente para fugir do rebaixamento nos domínios do adversário. Embora mesmo nesses jogos o time de Fábio não terá a mesma facilidade que vinha tendo.
Afinal, quem está lutando para não cair, não tem mais nada a perder. E se os jogadores tiverem brio, como parece que a maioria tem, vão para cima com tudo.
E, franco atiradores, acabam conseguindo coisas que até o mais crédulo, duvida.
***
De minha parte, continuo torcendo para que o estigma do Fluminense que foi capaz de não ser rebaixado sob a batuta de Cuca possa prevalecer e que a probabilidade possa mais uma vez perder de goleada para o que se passa dentro das quatro linhas.
Censura
Sou a favor da publicação de qualquer biografia, especialmente das não autorizadas.
Isso porque a biografia chapa branca conta a história que o personagem central criou para si. Não necessariamente a que reflete sua vida e sua trajetória.
Ora biografia autorizada é livro de memórias. Pode ser de grande qualidade e importância, mas sempre será a versão edulcorada da vida do autor.
São vários os exemplos de como o personagem objeto da homenagem pode acabar influenciando a descrição de sua história e moldando a imagem que lhe interessa transmitir. E como são objeto de manipulação, ou podem ser, acho que muito da compreensão da personagem se perde.
E vou repetir para ficar mais evidente: em minha opinião, quem resolve gastar seu tempo, pesquisando e entrevistando e relatando a vida de outra pessoa, está prestando uma das maiores homenagens a essa outra pessoa que pode ser imaginada.
Afinal, pública ou não a pessoa, a imagem, a figura biografada, o que interessa divulgar a vida dela, se o autor não imaginasse que teria um impacto - não comercial, apenas, mas de exemplo, para o bem ou para o mal?
Porque se para a História poderia ser muito útil a biografia de um Zé da Silva qualquer, morador de um barraco pendurado no morro, e usuário de quatro ônibus todo dia, para se deslocar até o trabalho, a verdade é que essa biografia, autorizada ou não, não seria escrita, nem publicada.
Então, a biografia é uma homenagem. E se não é uma homenagem à pessoa, ao menos ao ambiente, ao meio de que ela fez parte.
E muitas vezes é exatamente naquilo que a pessoa não gostaria de ver publicado, que se encontra a explicação para muitas das ações, dos riscos, das posturas e comportamentos que a pessoa adota e que, por isso mesmo, a transforma em uma pessoa ímpar. Capaz de vencer obstáculos, problemas físicos que a outros abateria, problemas que apenas sua tenacidade seria capaz de fazê-la superar e destacar-se em um mundo em que são raros os exemplos de obstinação e êxito.
Em minha opinião, independente de a pessoa ser pública ou não, sua vida pode sim valer a pena ser contada e divulgada, caso algum fato extraordinário o justifique. Para que possa servir de exemplo do que deve ser copiado ou até evitado.
Mas que, participe da sociedade humana, cada um possa ter sua experiência compartilhada com os seus iguais.
Para mim, sua vida não deve ser objeto de bisbilhoteiros, apenas para vender tabloides sensacionalistas, como as milhares de revistas de fofocas que existem, pululam por aí, incentivadas até mesmo pelas pseudo-celebridades a que dedicam tempo e páginas, apenas para cultivo da egolatria ou vaidade desses personagens. Muitas vezes, esses sim, sem qualquer interesse em suas vidas, capaz de ser objeto de exposição aos leitores.
Embora ache que para esses "biografados" cuja vida é exposta de forma a deixá-los em evidência, mesmo que leve e docemente constrangidos, nas revistas de fofocas, no fim das contas o público leitor e consumidor é que deve ser apontado como responsável.
E esse público é que deve ser punido por esse comportamento. O que já acontece, ao lerem tais revistas.
Referências
Dessa turma de grupos coletivos de compra, recomendo a ida ao site do NowOn.
Uma proposta diferente, que permite aproveitar as oportunidades de descontos dados na hora em que a promoção está ocorrendo.
E que tem tido muitos elogios dos seguidores, consumidores e clientes.
O NowOn é muito bom e sério. E vale a pena conhecer e se ligar a ele.
Desta feita em Curitiba, para o time da casa: o Coxa.
Razão para que grande parte da torcida e de profissionais da crônica esportiva passassem a criticar novamente o técnico Marcelo Oliveira.
O que acho um absurdo, mas completamente previsível no time azul.
Afinal essa é uma característica da torcida celeste, segundo alguns tão acostumada a vencer que não é capaz de apoiar o time quando de algumas dificuldades, mesmo que passageiras.
Vá lá, embora essa percepção de "tão acostumada a vencer" seja mais uma invenção já que o último título de importância já vai se transformando em uma cada vez mais apagada memória e uma amarelada foto na parede.
Acho Marcelo um excelente técnico. Um estudioso e entendedor do futebol. Que o digam os próprios comandados, seja no Atlético, quando esteve por lá. Seja no próprio Cruzeiro agora. Por isso os jogadores do time o respeitam e o homenageiam, brincando com seu líder.
Porque Marcelo não é o professor. Boleiro que foi, e de excelente qualidade, Marcelo é o cara que mostra para os seus jogadores que sabe do que está falando por ter mais idade e mais experiência. E é isso que faz o plantel do time que ele dirige se fechar em torno dele.
De sua capacidade, que o diga a torcida do Coxa, que reconhecendo todo seu trabalho aplaudiu sua entrada no domingo em campo.
***
Então porque razão o Cruzeiro que vinha embalado no campeonato, danou a perder.
As hipóteses são várias e todas plausíveis, mas a primeira questão a ser discutida é que o time de Marcelo começou para sorte dele, apenas a essa altura já bastante avançada do campeonato a sofrer daquilo que outros times experimentaram desde o início. Refiro-me à questão do cansaço, de contusões, suspensões e outras várias causas, como as convocações para a seleção, que o time agora tem enfrentado e que impede a manutenção da mesma equipe por jogos seguidos e, de certa forma, prejudica o entrosamento e o rendimento do time.
Por outro lado, chegando já ao final de um ano de muitos jogos, como sempre no calendário desorganizado de nosso futebol, e ostentando uma vantagem que lhe assegura 97% de probabilidades de ganhar o título, é natural que o time dê mesmo uma desacelerada. E comece a jogar com o freio de mão puxado, independente do que o técnico esteja mandando ou berrando na beira do gramado.
Lances que no início do campeonato o jogador poria o pé com vontade, correndo riscos de se machucar, por exemplo, ele agora pensa duas vezes, já que a fatura está praticamente liquidada.
***
Como atleticano que sou, acho muito lamentável que o time tenha aberto tanta vantagem e que seja já virtualmente o campeão. Admito para que o Imponderável de Souza, primo irmão do Sobrenatural de Almeida consiga impedir esse título. Mas, a verdade é que o Cruzeiro jogava enquanto outros dormiam.
E daí a diferença que ele colocou. A tal ponto e aproveitando-se da sonolência dos rivais que nem mesmo o que vimos acontecer no ano passado teve chance de ser tentado novamente.
Ou seja: nem a CBF, nem os juízes, nem a imprensa carioca ou paulista percebeu o que estava acontecendo, para tirar com a mão do gato (no caso os árbitros), o que o time fazia em campo.
Ao contrário do Atlético, garfado no ano passado, escandalosamente, o Cruzeiro não teve problemas com arbitragens, maiores que os normais que todos enfrentam.
Abrindo parênteses: o Galo só chegou a campeão da Libertadores, porque era a Conmebol e não a CBF...
***
Mas, o que acho que explica mais a questão da campanha do time de Marcelo, é que enquanto está em franca e natural desaceleração, consequência da folga que ele mesmo criou, vai enfrentar alguns times que estão lutando pela sobrevivência. Sem nada a perder. Alguns em casa.
Para esses, é natural que o time de Marcelo venha a perder ou enfrentar dificuldades homéricas. Não digo o mesmo em relação aos jogos contra os times que lutam desesperadamente para fugir do rebaixamento nos domínios do adversário. Embora mesmo nesses jogos o time de Fábio não terá a mesma facilidade que vinha tendo.
Afinal, quem está lutando para não cair, não tem mais nada a perder. E se os jogadores tiverem brio, como parece que a maioria tem, vão para cima com tudo.
E, franco atiradores, acabam conseguindo coisas que até o mais crédulo, duvida.
***
De minha parte, continuo torcendo para que o estigma do Fluminense que foi capaz de não ser rebaixado sob a batuta de Cuca possa prevalecer e que a probabilidade possa mais uma vez perder de goleada para o que se passa dentro das quatro linhas.
Censura
Sou a favor da publicação de qualquer biografia, especialmente das não autorizadas.
Isso porque a biografia chapa branca conta a história que o personagem central criou para si. Não necessariamente a que reflete sua vida e sua trajetória.
Ora biografia autorizada é livro de memórias. Pode ser de grande qualidade e importância, mas sempre será a versão edulcorada da vida do autor.
São vários os exemplos de como o personagem objeto da homenagem pode acabar influenciando a descrição de sua história e moldando a imagem que lhe interessa transmitir. E como são objeto de manipulação, ou podem ser, acho que muito da compreensão da personagem se perde.
E vou repetir para ficar mais evidente: em minha opinião, quem resolve gastar seu tempo, pesquisando e entrevistando e relatando a vida de outra pessoa, está prestando uma das maiores homenagens a essa outra pessoa que pode ser imaginada.
Afinal, pública ou não a pessoa, a imagem, a figura biografada, o que interessa divulgar a vida dela, se o autor não imaginasse que teria um impacto - não comercial, apenas, mas de exemplo, para o bem ou para o mal?
Porque se para a História poderia ser muito útil a biografia de um Zé da Silva qualquer, morador de um barraco pendurado no morro, e usuário de quatro ônibus todo dia, para se deslocar até o trabalho, a verdade é que essa biografia, autorizada ou não, não seria escrita, nem publicada.
Então, a biografia é uma homenagem. E se não é uma homenagem à pessoa, ao menos ao ambiente, ao meio de que ela fez parte.
E muitas vezes é exatamente naquilo que a pessoa não gostaria de ver publicado, que se encontra a explicação para muitas das ações, dos riscos, das posturas e comportamentos que a pessoa adota e que, por isso mesmo, a transforma em uma pessoa ímpar. Capaz de vencer obstáculos, problemas físicos que a outros abateria, problemas que apenas sua tenacidade seria capaz de fazê-la superar e destacar-se em um mundo em que são raros os exemplos de obstinação e êxito.
Em minha opinião, independente de a pessoa ser pública ou não, sua vida pode sim valer a pena ser contada e divulgada, caso algum fato extraordinário o justifique. Para que possa servir de exemplo do que deve ser copiado ou até evitado.
Mas que, participe da sociedade humana, cada um possa ter sua experiência compartilhada com os seus iguais.
Para mim, sua vida não deve ser objeto de bisbilhoteiros, apenas para vender tabloides sensacionalistas, como as milhares de revistas de fofocas que existem, pululam por aí, incentivadas até mesmo pelas pseudo-celebridades a que dedicam tempo e páginas, apenas para cultivo da egolatria ou vaidade desses personagens. Muitas vezes, esses sim, sem qualquer interesse em suas vidas, capaz de ser objeto de exposição aos leitores.
Embora ache que para esses "biografados" cuja vida é exposta de forma a deixá-los em evidência, mesmo que leve e docemente constrangidos, nas revistas de fofocas, no fim das contas o público leitor e consumidor é que deve ser apontado como responsável.
E esse público é que deve ser punido por esse comportamento. O que já acontece, ao lerem tais revistas.
Referências
Dessa turma de grupos coletivos de compra, recomendo a ida ao site do NowOn.
Uma proposta diferente, que permite aproveitar as oportunidades de descontos dados na hora em que a promoção está ocorrendo.
E que tem tido muitos elogios dos seguidores, consumidores e clientes.
O NowOn é muito bom e sério. E vale a pena conhecer e se ligar a ele.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Ensimesmado
Quando o silêncio fala
e a reprovação se manifesta
um só olhar nos cala
Esse comportamento me distância
e funciona como uma ducha d'água
em meu sentimento
apaga o fogo que eu nutria
e me esfria
Eu me contraio
e fico mudo
eu me afasto
e fecho-me
fico escondido dentro de mim
para não me desgastar
deixando passar um tempo
e preparando-me para não sofrer
para o caso de eu perceber
ou deixar-me finalmente me convencer
de que o melhor
é eu me afastar
e a reprovação se manifesta
um só olhar nos cala
Esse comportamento me distância
e funciona como uma ducha d'água
em meu sentimento
apaga o fogo que eu nutria
e me esfria
Eu me contraio
e fico mudo
eu me afasto
e fecho-me
fico escondido dentro de mim
para não me desgastar
deixando passar um tempo
e preparando-me para não sofrer
para o caso de eu perceber
ou deixar-me finalmente me convencer
de que o melhor
é eu me afastar
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Como você me quer
Você me quer inseguro
como se eu fosse um menino
preso em um quarto escuro
ouvindo ruídos estranhos
da noite
ou vindos do interior
da alma...
Você me deseja fraco
pra não haver consciência
que me faça reagir
capaz de opor resistência
que me impeça de me opor
a todos os seus caprichos
e eu não vir a ter coragem
de soltar todos meus bichos
de por o lixo na rua
faxinar meu interior
Você me deseja como
se deseja um brinquedo
sempre à disposição
guardado no fundo do armário
e eu me deixo levar
e curvo-me à suas vontades
pronto para você me usar
pra resgatar as verdades
que confirmam ser você
o que sou e meu contrário
a minha meia verdade
que tenta a fuga e renega
a parte que não é metade
por sermos a unidade
como se eu fosse um menino
preso em um quarto escuro
ouvindo ruídos estranhos
da noite
ou vindos do interior
da alma...
Você me deseja fraco
pra não haver consciência
que me faça reagir
capaz de opor resistência
que me impeça de me opor
a todos os seus caprichos
e eu não vir a ter coragem
de soltar todos meus bichos
de por o lixo na rua
faxinar meu interior
Você me deseja como
se deseja um brinquedo
sempre à disposição
guardado no fundo do armário
e eu me deixo levar
e curvo-me à suas vontades
pronto para você me usar
pra resgatar as verdades
que confirmam ser você
o que sou e meu contrário
a minha meia verdade
que tenta a fuga e renega
a parte que não é metade
por sermos a unidade
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Dia dos Professores e minhas homenagens e agradecimentos
Para homenagear a todos os professores, pela passagem da data em homenagem a eles, no dia de ontem.
Em meu caso, as professoras da Escola Santo Tomás de Aquino, capitaneadas por D. Tereza Machado e D. Maria Sílvia. Por D. Beatriz, que foi quem me alfabetizou. D. Zélia Zica, D. Marly e D. Lourdes que era a professora terror da escola, que assegurava nossa presença na primeira série de todos os principais colégios de Belo Horizonte. Sem a necessidade de se cursar o Admissão.
***
No Santo Antônio, para recordar frei Jaime, frei Augusto, freis Hilário, Humbertino e Feliciano. O professor Rafael de Matemática e o Fernando Lavall, o prof. Mário de Oliveira, o Mozart, o prof. Rogério de Ciências que faleceu tão novo, em acidente de automóvel.
Homenagear o Alípio, o Cleverson, o Gélson, o Mourãozinho, esses de Português, o Élcio, o Taranto, o Xavier, o Montezuma e o Flávio Neiva de desenho, que me ensinou que é melhor obter uma nota ruim, mas minha, que outra elevada, obtida com trapaça.
Na faculdade, foi uma honra ter sido aluno do Fernando César Cabral, do Chiquinho Teixeira Dias, do Luiz Cláudio Junqueira, do Aloízio Gonzaga Andrade Araújo, do Dr. Edésio Fernandes e tantos outros.
***
E de ter podido conviver com professores como a Bia, da Fumec, o Zé Luiz e o Washington, irmãos do Chiquinho, do Ildeu, do Torres, sempre sábio. Do Luiz Eduardo e seu bom humor. Do Godinho, da Una, do João Gomes, da Ana Colares e Milton Jacques, etc.
***
São muitos a homenagear, sem dúvida. Todos que me deixam honrados de poder conviver com eles.
***
Também é importante agradecer a todos aqueles amigos, alunos e ex-alunos, que nos enviaram cumprimentos.
Eles são a razão última de nossa tarefa.
***
Uma última observação: ontem, dia dos professores, não acessei notebook, ou email. Estava ocupado, aproveitando o dia de recesso, merecido, para corrigir os últimos pacotes de provas aplicadas.
Vida de professor!!!
Em meu caso, as professoras da Escola Santo Tomás de Aquino, capitaneadas por D. Tereza Machado e D. Maria Sílvia. Por D. Beatriz, que foi quem me alfabetizou. D. Zélia Zica, D. Marly e D. Lourdes que era a professora terror da escola, que assegurava nossa presença na primeira série de todos os principais colégios de Belo Horizonte. Sem a necessidade de se cursar o Admissão.
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No Santo Antônio, para recordar frei Jaime, frei Augusto, freis Hilário, Humbertino e Feliciano. O professor Rafael de Matemática e o Fernando Lavall, o prof. Mário de Oliveira, o Mozart, o prof. Rogério de Ciências que faleceu tão novo, em acidente de automóvel.
Homenagear o Alípio, o Cleverson, o Gélson, o Mourãozinho, esses de Português, o Élcio, o Taranto, o Xavier, o Montezuma e o Flávio Neiva de desenho, que me ensinou que é melhor obter uma nota ruim, mas minha, que outra elevada, obtida com trapaça.
Na faculdade, foi uma honra ter sido aluno do Fernando César Cabral, do Chiquinho Teixeira Dias, do Luiz Cláudio Junqueira, do Aloízio Gonzaga Andrade Araújo, do Dr. Edésio Fernandes e tantos outros.
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E de ter podido conviver com professores como a Bia, da Fumec, o Zé Luiz e o Washington, irmãos do Chiquinho, do Ildeu, do Torres, sempre sábio. Do Luiz Eduardo e seu bom humor. Do Godinho, da Una, do João Gomes, da Ana Colares e Milton Jacques, etc.
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São muitos a homenagear, sem dúvida. Todos que me deixam honrados de poder conviver com eles.
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Também é importante agradecer a todos aqueles amigos, alunos e ex-alunos, que nos enviaram cumprimentos.
Eles são a razão última de nossa tarefa.
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Uma última observação: ontem, dia dos professores, não acessei notebook, ou email. Estava ocupado, aproveitando o dia de recesso, merecido, para corrigir os últimos pacotes de provas aplicadas.
Vida de professor!!!
A questão da crise da dívida americana e suas razões e o que pode advir daí
Wesley, um amigo e aluno, manda-me um email sugerindo que eu abordasse nesse blog a questão que o mundo todo acompanha com preocupação, relativa ao governo da maior nação do planeta estar atingindo o limite de seu endividamento.
Comecemos nossa tentativa de tratar o imbróglio lembrando que o teto da dívida nada mais é que o valor máximo que o governo americano pode tomar de empréstimo em dinheiro no mercado americano na busca de financiar seus gastos orçamentários.
Lembremos que esse teto está fixado em US$ 16,7 trilhões de dólares e que o valor, segundo matéria da Folha foi alcançado em maio passado, mas manobras de contabilidade criativa utilizadas permitiram que conseguíssemos chegar até esse mês de outubro.
Assim, começamos essa semana de 14 a 18 de outubro com o anúncio de que o governo americano teria em caixa a bagatela de US$ 30 bilhões de dólares para efetuar pagamentos que, conforme previsão oficial consumiria a totalidade dos recursos até o dia 17. Daí essa ser a data fatídica com que todos trabalham.
Outra informação importante dá conta de que são recolhidos, por dia, o valor de 6 bilhões de dólares de impostos, o que permitiria que o governo conseguisse, com a decisão de adiar o pagamento de alguns compromissos, chegar até o final do mês, quando então não haveria quaisquer recursos em caixa.
E que compromissos são esses que o governo deve liquidar até novembro ou no início daquele mês?
Em primeiro lugar, pelo significado, os juros da dívida pública. Outros pagamentos como toda a seguridade social, tipo pensões, seguros, pagamentos de veteranos, militares, empresas e pessoas contratantes do Pentágono, as parcelas do plano de saúde lançado por Obama como a menina dos olhos de sua gestão, e aprovado mas ainda não implantado totalmente. Ou seja: o governo não contará com recursos principalmente para os gastos que sustentam a vida de várias das famílias americanas, que seriam prejudicadas.
Importante: estourado o limite, torna-se difícil, senão impossível, a própria rolagem da dívida que estiver alcançando a maturidade, ou chegando a seu vencimento.
Uma coisa que, em geral, é pouco difundido aqui em nosso país, refere-se ao vultoso gasto que o governo americano tem, com programas de cunho social, como tíquetes alimentação para os mais pobres. Afinal, sem prestar a informação completa e devida sobre os gastos assistenciais do governo americano, torna-se difícil uma comparação com o mesmo tipo de gasto feito em nosso país, e praticamente impossível para que possamos concluir o quanto ainda temos a fazer, para tentar diminuir as desigualdades e as diferenças entre as classes sociais e sua capacidade de vida e reprodução.
Omitindo os números e valores gastos lá, nossa grande imprensa pode continuar dando voz e representando as nossas elites, em sua crítica nem sempre sutil, mas sempre insidiosa aos gastos públicos "desse bando de sem-vergonhas que integram o governo petista que está aí".
No fundo, creio que trata-se de outra questão, tanto aqui como lá. Ao gastar "muito" e "sem controle" para promover a redução das desigualdades e melhorar a qualidade de vida das populações menos privilegiadas, há um conta que deverá ser paga por alguém. E, ao menos no mundo desenvolvido, essa conta é paga pelas elites que têm maior capacidade contributiva.
Daí porque, lá como aqui, a lenga-lenga contra o excesso de gastos é sempre feita pelos representantes dos interesses das classes mais favorecidas e, ao menos lá, sempre acompanhada de propostas de solução que passam tanto pelo corte de despesas, quanto pela proposta de redução de impostos. Lá, proposta sempre apresentada pelo partido Republicano que representa os interesses dos mais ricos.
Convém lembrar que a lógica, embora seja a mesma que aquela adotada aqui, tem uma diferença: aqui os ricos não pagam o que deveriam, embora estejam sempre na dianteira, reclamando da pesada carga tributária. Reclamações que têm mais a ver com se antecipar a uma possível reforma que cobrasse deles, o que hoje é a carga de tributos que onera, pesadamente, ao povão. Ou à classe média, inclusive a ascendente, que constitui a parcela maior do volume de consumo e gastos que pagam os impostos mais importantes de nossa estrutura tributária: os impostos indiretos, como IPI e ICMS.
***
Pois bem, deixemos a digressão para depois. Verifiquemos com os dados da matéria do site Último instante, o que são os tais pagamentos que devem ser feitos até o início de novembro e suas finalidades.
Até sexta-feira, devem ser pagos os serviços da Medicaid - o plano de saúde para a população de baixa renda, além de seguro-desemprego, pensões e salários de funcionários.
Em 25 de outubro, teriam de ser pagos os cupons de alimentos de que dependem 47 milhões de americanos.
Os contratos do Pentágono, por volta de US$ 2 bilhões é que fogem à lógica do gasto de assistência social, embora sejam o que permite gerar empregos nos fornecedores daquela agência militar.
No último dia do mês, o pagamento de 6 bilhões de dólares de pagamento de juros da dívida é outro gasto que foge àquela lógica, mas que por sua importância trataremos com destaque logo em seguida.
Em 1º de novembro, devem ser efetuados os pagamentos à Seguridade Social, Medicare, salários de militares, pensões de veteranos, prestações a deficientes físicos, além de outras ajudas e remunerações.
Lembremos que o salários dos servidores da administração federal não precisarão ser pagos, ao menos parcialmente, já que eles encontram-se em licença sem remuneração, situação provocada pelo fato de também não ter sido aprovada a proposta de orçamento para o ano fiscal. Sem orçamento, as despesas devem ser restringidas, e o corte de salários de funcionários da administração, não essencial, é uma das primeiras medidas.
Pelo site esses últimos pagamentos somam os 58 bilhões de dólares. O que significa " o temor ... além de deixar famílias inteiras sem rendas essenciais para seu dia a dia, as agências de qualificação diminuam a qualidade da dívida americana, as bolsas desabem e seja colocada em sério risco a recuperação não só dos EUA, mas da economia global."
Embora séria, claro, a ameaça de uma recessão prolongada da economia americana e global, eu continuo achando mais problemático a questão da sobrevivência das famílias inteiras, sem renda para seu dia a dia.
***
E qual é a questão por trás de todo o problema?
O jogo político, que lá como cá, preocupa-se mais com os interesses da classe política e dos verdadeiros detentores do poder, os donos do capital e do dinheiro, portadores do poder que conta de fato em nossa sociedade, o poder econômico.
Ocorre, que os republicanos, que têm maioria na Câmara, não aceitam que o programa de saúde de Obama, voltado para as populações mais pobres, seja colocado integralmente em execução. São igualmente contrários a aumentos de impostos para financiar esse tipo de gastos, embora não tenham se manifestado contra os gastos bancados com recursos dos impostos dos contribuintes para salvar os bancos e outras grandes empresas da derrocada, por ocasião da crise de 2007-2009.
É que, talvez, naquela oportunidade, os gastos eram para benefício dos interesses por eles representados.
Negociando ou usando a melhor expressão, chantageando a administração Obama, negaram-se a aprovar o orçamento de 2013-2014. E agora também se negam a aprovar uma extensão do limite do nível de endividamento que contemple um prazo mais dilatado.
Aceitam discutir propostas de extensão de limite que dure no máximo até fevereiro, quando então terão nova oportunidade de praticarem sua chantagem e reduzirem os benefícios para as classes menos abastadas.
Ciente de que não pode se deixar levar, mais uma vez pela chantagem dos republicanos, Obama não cede. E não aceita negociar prazos tão reduzidos, que somente iriam prolongar o drama.
***
Aproveitando-se do discurso liberal, contrário a um governo gastador (sempre que estiver gastando em interesses que não os deles!) a última proposta agora é a de exigir um corte drástico de despesas públicas, que atingiriam muito mais as classes mais pobres.
Com isso, submeteriam o governo Obama a seus caprichos. Situação que faz com que as pesquisas de opinião pública demonstrem que nunca os políticos foram tão mal avaliados. E que os republicanos são apontados pela grande maioria dos consultados, como os responsáveis pela crise que se prenuncia.
Mas, como ainda temos tempo, até a data de 17 fixada pela própria administração federal, não dá para fazer apostas do que pode acontecer.
***
Dá para imaginar o que aconteceria com a economia americana, com corte de despesas do governo, um dos gastos mais influentes para a composição do PIB, e com a perda de capacidade e poder aquisitivo das famílias, que teriam de reduzir seus gastos de consumo. O que geraria queda de demanda agregada, queda de produção e desemprego.
Também internamente, seriam prejudicados os que sobrevivem às custas do pagamento de juros da dívida pública, embora esses com menor impacto.
Mas, e no exterior, qual o efeito do default americano?
É bom lembrarmos que, depois de Bretton Woods e da instituição do Sistema Monetário Internacional em 1944, o tipo de câmbio instituído, fixo, se baseou na moeda americana como lastro. Enquanto o dólar era considerado conversível em ouro, à paridade fixa, as demais moedas eram atreladas a um valor fixo estabelecido em relação à moeda americana.
Com esse padrão câmbio ouro-dólar, a moeda americana transformou-se, como era de se esperar, em reserva internacional dando aos Estados Unidos muito mais poder que qualquer corrida armamentista ou produção de artefatos nucleares lhe dariam.
Símbolo internacional da riqueza, o dólar passou a ser a moeda usada por todos os demais países do mundo como reserva de valor, ou a representação abstrata da riqueza universal.
Situação que não durou muito. Afinal, com a mesma importância, mas com a vantagem de gerar rendimentos, como o pagamento de juros, a maior parte das economias passou a preferir manter suas reservas em títulos do tesouro americano, denominados em dólar.
E todas as principais economias mundiais mantém reservas em dólar. Segundo dados da Folha, 62% das reservas de todos os Bancos Centrais são em dólares.
Só a China e o Japão, maiores credores externos dos Estados Unidos, e maiores detentores desses recursos detêm 43% dos títulos.
O Brasil detém hoje 4,6% dos títulos, acompanhado por Taiwan, Bélgica, Suíça.
Todos seriam afetados pela perda de rendimentos, no caso de um default e mais ainda pela desvalorização que tais títulos sofreriam no mercado, em razão da perda de qualidade dos títulos.
Com as agências de rating já anunciando um possível rebaixamento das notas atribuídas aos títulos americanos, hoje com a maior avaliação, alguns investidores institucionais poderiam ficar impedidos de aplicarem os percentuais que hoje aplicam nesse tipo de ativo.
Embora não seja nunca interessante tentar fazer previsões - elas sempre falham - parece-me que uma queda da avaliação dos títulos americanos provocaria uma corrida para o ouro, e talvez algumas commodities. Mas, nada é certo. Alguns títulos de outros países poderiam ser também procurados na busca por uma diversificação das carteiras, mas quais países, levando-se em conta a crise experimentada pela região do euro?
Com relação ao crescimento econômico, é certo que um aborto da recuperação americana ou uma recessão naquele país teria consequências para a redução do comércio mundial, com prejuízo para China e outras economias asiáticas.
Vendendo menos para seu principal cliente, a China poderia também reduzir suas compras de países fornecedores de insumos. O que afetaria a nós brasileiros.
Por outro lado, a economia brasileira poderia tornar-se um dos destinos de aplicações desses capitais, em busca de redução de riscos para aplicação.
Nesse caso, o influxo de capitais poderia tanto beneficiar nosso país, e permitir MAIS um espaço para a realização das reformas estruturais consideradas necessárias para romper os entraves que impedem a retomada mais robusta de nosso crescimento ou então poderiam, como o artigo de João Augusto de Castro Neves, publicado na Folha de hoje (caderno B - Mercado, p. B6) apenas tornar menos imprescindíveis, aos olhos dos responsáveis pelas definições estratégicas em nossa economia, as reformas que os mercados tanto pedem.
Especialmente, por que o ano que vem é ano eleitoral e as reformas poderiam afetar a imagem e popularidade que o governo poderia herdar, caso novamente a situação internacional viesse a se mostrar favorável.
Comecemos nossa tentativa de tratar o imbróglio lembrando que o teto da dívida nada mais é que o valor máximo que o governo americano pode tomar de empréstimo em dinheiro no mercado americano na busca de financiar seus gastos orçamentários.
Lembremos que esse teto está fixado em US$ 16,7 trilhões de dólares e que o valor, segundo matéria da Folha foi alcançado em maio passado, mas manobras de contabilidade criativa utilizadas permitiram que conseguíssemos chegar até esse mês de outubro.
Assim, começamos essa semana de 14 a 18 de outubro com o anúncio de que o governo americano teria em caixa a bagatela de US$ 30 bilhões de dólares para efetuar pagamentos que, conforme previsão oficial consumiria a totalidade dos recursos até o dia 17. Daí essa ser a data fatídica com que todos trabalham.
Outra informação importante dá conta de que são recolhidos, por dia, o valor de 6 bilhões de dólares de impostos, o que permitiria que o governo conseguisse, com a decisão de adiar o pagamento de alguns compromissos, chegar até o final do mês, quando então não haveria quaisquer recursos em caixa.
E que compromissos são esses que o governo deve liquidar até novembro ou no início daquele mês?
Em primeiro lugar, pelo significado, os juros da dívida pública. Outros pagamentos como toda a seguridade social, tipo pensões, seguros, pagamentos de veteranos, militares, empresas e pessoas contratantes do Pentágono, as parcelas do plano de saúde lançado por Obama como a menina dos olhos de sua gestão, e aprovado mas ainda não implantado totalmente. Ou seja: o governo não contará com recursos principalmente para os gastos que sustentam a vida de várias das famílias americanas, que seriam prejudicadas.
Importante: estourado o limite, torna-se difícil, senão impossível, a própria rolagem da dívida que estiver alcançando a maturidade, ou chegando a seu vencimento.
Uma coisa que, em geral, é pouco difundido aqui em nosso país, refere-se ao vultoso gasto que o governo americano tem, com programas de cunho social, como tíquetes alimentação para os mais pobres. Afinal, sem prestar a informação completa e devida sobre os gastos assistenciais do governo americano, torna-se difícil uma comparação com o mesmo tipo de gasto feito em nosso país, e praticamente impossível para que possamos concluir o quanto ainda temos a fazer, para tentar diminuir as desigualdades e as diferenças entre as classes sociais e sua capacidade de vida e reprodução.
Omitindo os números e valores gastos lá, nossa grande imprensa pode continuar dando voz e representando as nossas elites, em sua crítica nem sempre sutil, mas sempre insidiosa aos gastos públicos "desse bando de sem-vergonhas que integram o governo petista que está aí".
No fundo, creio que trata-se de outra questão, tanto aqui como lá. Ao gastar "muito" e "sem controle" para promover a redução das desigualdades e melhorar a qualidade de vida das populações menos privilegiadas, há um conta que deverá ser paga por alguém. E, ao menos no mundo desenvolvido, essa conta é paga pelas elites que têm maior capacidade contributiva.
Daí porque, lá como aqui, a lenga-lenga contra o excesso de gastos é sempre feita pelos representantes dos interesses das classes mais favorecidas e, ao menos lá, sempre acompanhada de propostas de solução que passam tanto pelo corte de despesas, quanto pela proposta de redução de impostos. Lá, proposta sempre apresentada pelo partido Republicano que representa os interesses dos mais ricos.
Convém lembrar que a lógica, embora seja a mesma que aquela adotada aqui, tem uma diferença: aqui os ricos não pagam o que deveriam, embora estejam sempre na dianteira, reclamando da pesada carga tributária. Reclamações que têm mais a ver com se antecipar a uma possível reforma que cobrasse deles, o que hoje é a carga de tributos que onera, pesadamente, ao povão. Ou à classe média, inclusive a ascendente, que constitui a parcela maior do volume de consumo e gastos que pagam os impostos mais importantes de nossa estrutura tributária: os impostos indiretos, como IPI e ICMS.
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Pois bem, deixemos a digressão para depois. Verifiquemos com os dados da matéria do site Último instante, o que são os tais pagamentos que devem ser feitos até o início de novembro e suas finalidades.
Até sexta-feira, devem ser pagos os serviços da Medicaid - o plano de saúde para a população de baixa renda, além de seguro-desemprego, pensões e salários de funcionários.
Em 25 de outubro, teriam de ser pagos os cupons de alimentos de que dependem 47 milhões de americanos.
Os contratos do Pentágono, por volta de US$ 2 bilhões é que fogem à lógica do gasto de assistência social, embora sejam o que permite gerar empregos nos fornecedores daquela agência militar.
No último dia do mês, o pagamento de 6 bilhões de dólares de pagamento de juros da dívida é outro gasto que foge àquela lógica, mas que por sua importância trataremos com destaque logo em seguida.
Em 1º de novembro, devem ser efetuados os pagamentos à Seguridade Social, Medicare, salários de militares, pensões de veteranos, prestações a deficientes físicos, além de outras ajudas e remunerações.
Lembremos que o salários dos servidores da administração federal não precisarão ser pagos, ao menos parcialmente, já que eles encontram-se em licença sem remuneração, situação provocada pelo fato de também não ter sido aprovada a proposta de orçamento para o ano fiscal. Sem orçamento, as despesas devem ser restringidas, e o corte de salários de funcionários da administração, não essencial, é uma das primeiras medidas.
Pelo site esses últimos pagamentos somam os 58 bilhões de dólares. O que significa " o temor ... além de deixar famílias inteiras sem rendas essenciais para seu dia a dia, as agências de qualificação diminuam a qualidade da dívida americana, as bolsas desabem e seja colocada em sério risco a recuperação não só dos EUA, mas da economia global."
Embora séria, claro, a ameaça de uma recessão prolongada da economia americana e global, eu continuo achando mais problemático a questão da sobrevivência das famílias inteiras, sem renda para seu dia a dia.
***
E qual é a questão por trás de todo o problema?
O jogo político, que lá como cá, preocupa-se mais com os interesses da classe política e dos verdadeiros detentores do poder, os donos do capital e do dinheiro, portadores do poder que conta de fato em nossa sociedade, o poder econômico.
Ocorre, que os republicanos, que têm maioria na Câmara, não aceitam que o programa de saúde de Obama, voltado para as populações mais pobres, seja colocado integralmente em execução. São igualmente contrários a aumentos de impostos para financiar esse tipo de gastos, embora não tenham se manifestado contra os gastos bancados com recursos dos impostos dos contribuintes para salvar os bancos e outras grandes empresas da derrocada, por ocasião da crise de 2007-2009.
É que, talvez, naquela oportunidade, os gastos eram para benefício dos interesses por eles representados.
Negociando ou usando a melhor expressão, chantageando a administração Obama, negaram-se a aprovar o orçamento de 2013-2014. E agora também se negam a aprovar uma extensão do limite do nível de endividamento que contemple um prazo mais dilatado.
Aceitam discutir propostas de extensão de limite que dure no máximo até fevereiro, quando então terão nova oportunidade de praticarem sua chantagem e reduzirem os benefícios para as classes menos abastadas.
Ciente de que não pode se deixar levar, mais uma vez pela chantagem dos republicanos, Obama não cede. E não aceita negociar prazos tão reduzidos, que somente iriam prolongar o drama.
***
Aproveitando-se do discurso liberal, contrário a um governo gastador (sempre que estiver gastando em interesses que não os deles!) a última proposta agora é a de exigir um corte drástico de despesas públicas, que atingiriam muito mais as classes mais pobres.
Com isso, submeteriam o governo Obama a seus caprichos. Situação que faz com que as pesquisas de opinião pública demonstrem que nunca os políticos foram tão mal avaliados. E que os republicanos são apontados pela grande maioria dos consultados, como os responsáveis pela crise que se prenuncia.
Mas, como ainda temos tempo, até a data de 17 fixada pela própria administração federal, não dá para fazer apostas do que pode acontecer.
***
Dá para imaginar o que aconteceria com a economia americana, com corte de despesas do governo, um dos gastos mais influentes para a composição do PIB, e com a perda de capacidade e poder aquisitivo das famílias, que teriam de reduzir seus gastos de consumo. O que geraria queda de demanda agregada, queda de produção e desemprego.
Também internamente, seriam prejudicados os que sobrevivem às custas do pagamento de juros da dívida pública, embora esses com menor impacto.
Mas, e no exterior, qual o efeito do default americano?
É bom lembrarmos que, depois de Bretton Woods e da instituição do Sistema Monetário Internacional em 1944, o tipo de câmbio instituído, fixo, se baseou na moeda americana como lastro. Enquanto o dólar era considerado conversível em ouro, à paridade fixa, as demais moedas eram atreladas a um valor fixo estabelecido em relação à moeda americana.
Com esse padrão câmbio ouro-dólar, a moeda americana transformou-se, como era de se esperar, em reserva internacional dando aos Estados Unidos muito mais poder que qualquer corrida armamentista ou produção de artefatos nucleares lhe dariam.
Símbolo internacional da riqueza, o dólar passou a ser a moeda usada por todos os demais países do mundo como reserva de valor, ou a representação abstrata da riqueza universal.
Situação que não durou muito. Afinal, com a mesma importância, mas com a vantagem de gerar rendimentos, como o pagamento de juros, a maior parte das economias passou a preferir manter suas reservas em títulos do tesouro americano, denominados em dólar.
E todas as principais economias mundiais mantém reservas em dólar. Segundo dados da Folha, 62% das reservas de todos os Bancos Centrais são em dólares.
Só a China e o Japão, maiores credores externos dos Estados Unidos, e maiores detentores desses recursos detêm 43% dos títulos.
O Brasil detém hoje 4,6% dos títulos, acompanhado por Taiwan, Bélgica, Suíça.
Todos seriam afetados pela perda de rendimentos, no caso de um default e mais ainda pela desvalorização que tais títulos sofreriam no mercado, em razão da perda de qualidade dos títulos.
Com as agências de rating já anunciando um possível rebaixamento das notas atribuídas aos títulos americanos, hoje com a maior avaliação, alguns investidores institucionais poderiam ficar impedidos de aplicarem os percentuais que hoje aplicam nesse tipo de ativo.
Embora não seja nunca interessante tentar fazer previsões - elas sempre falham - parece-me que uma queda da avaliação dos títulos americanos provocaria uma corrida para o ouro, e talvez algumas commodities. Mas, nada é certo. Alguns títulos de outros países poderiam ser também procurados na busca por uma diversificação das carteiras, mas quais países, levando-se em conta a crise experimentada pela região do euro?
Com relação ao crescimento econômico, é certo que um aborto da recuperação americana ou uma recessão naquele país teria consequências para a redução do comércio mundial, com prejuízo para China e outras economias asiáticas.
Vendendo menos para seu principal cliente, a China poderia também reduzir suas compras de países fornecedores de insumos. O que afetaria a nós brasileiros.
Por outro lado, a economia brasileira poderia tornar-se um dos destinos de aplicações desses capitais, em busca de redução de riscos para aplicação.
Nesse caso, o influxo de capitais poderia tanto beneficiar nosso país, e permitir MAIS um espaço para a realização das reformas estruturais consideradas necessárias para romper os entraves que impedem a retomada mais robusta de nosso crescimento ou então poderiam, como o artigo de João Augusto de Castro Neves, publicado na Folha de hoje (caderno B - Mercado, p. B6) apenas tornar menos imprescindíveis, aos olhos dos responsáveis pelas definições estratégicas em nossa economia, as reformas que os mercados tanto pedem.
Especialmente, por que o ano que vem é ano eleitoral e as reformas poderiam afetar a imagem e popularidade que o governo poderia herdar, caso novamente a situação internacional viesse a se mostrar favorável.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Globo está matando a galinha dos ovos de ouro: resultado estádios vazios e público cada vez mais ausente
Ontem, no jogo do Independência, muitos eram os claros da arquibancada, sinal de um público menor que o esperado.
No próprio Independência, para além da questão de o time do Galo ter perdido em Campinas na última apresentação, estar com time alterado por contusões e suspensões, e não estar vindo de uma jornada muito regular, o que pode desanimar a parte da torcida de ir ao campo, houve briga e confronto entre gangues organizadas do próprio time adversário.
Entre torcidas dos dois times, se houve, foi antes da chegada a campo. Ou depois. Lá dentro do estádio não. Dentro, apenas o desrespeito de sempre com a torcida que mais caro paga para ver o Galo: a torcida do Galo Na Veia. O nome dado a nosso programa de sócio-torcedor.
Posicionada sobre a torcida do Galo na Veia, a torcida do Cruzeiro, embora sendo apenas 10% do total de público, agrediu como quis aos adversários, jogando copos de bebidas e outros líquidos não identificados, cusparadas, e até um rojão.
***
Em minha opinião, por mais importante que seja, também não foi a violência ou sua possibilidade que afastou a torcida. Tampouco o tempo: fazia calor e o dia estava aberto, com um sol que no primeiro tempo insistiu em castigar o goleiro e defesa do Galo.
***
Com os preços dos ingressos no nível em que estão, com dois jogos por semana graças a esse nosso calendário completamente irracional. Com a renda média de nosso povo apresentando-se ainda tão baixa, apesar de todas as melhorias que foram conquistadas, é difícil para o pai de família se animar ou poder ir ao jogo, levando mulher e filhos ou só filhos ou até mesmo simplesmente indo, ele sozinho.
O brasileiro não tem condições de ir, nem levar, nem cultivar em seus filhos o amor pelo esporte que era o mais popular de nosso país.
Mas pior é a Globo, essa rede que está matando a galinha dos ovos de ouro, com seus horários para impedir a ida ao estádio de pais de famílias e trabalhadores. com esses horários completamente esdrúxulos de 19 e 30 minutos, quando os trabalhadores estão largando seus trabalhos e tendo de ir se sacolejar dentro de nossos ônibus lotados e sem condições de circulação minimamente adequadas e seguras.
Ou no horário depois da novela, faltando 10 minutos para as 10 horas da noite, hora em que o trabalhador que tem de levantar cedo e pegar 2 ou até mais conduções, deve estar é indo para a cama. Ou horário de 6 e meia da tarde, em um domingo, dia de se dedicar à família e a um último momento de descanso e lazer para juntar energias e se preparar para o reinício da semana.
***
O futebol está virando jogo de elite para um elite que não consegue sustentar todo circo que cerca o negócio. Não é business. É apenas ignorância que vai permitir que, dentro de pouco tempo, todos estejam torcendo de casa, pelo pay-per-view.
Até que as novas gerações cresçam e, por falta de costume de ir a campo, de viver, vibrar, se emocionar com o espetáculo de campo, dentro e fora dos gramados, acabem optando por esportes mais vinculados a nossas tradições como o curly ou o esqui na neve. Ou o futebol americano.
***
Algo deve ser feito. E começa por retirar o poder da dona Globo de mandar e desmandar em nosso esporte antes o mais popular ...
No próprio Independência, para além da questão de o time do Galo ter perdido em Campinas na última apresentação, estar com time alterado por contusões e suspensões, e não estar vindo de uma jornada muito regular, o que pode desanimar a parte da torcida de ir ao campo, houve briga e confronto entre gangues organizadas do próprio time adversário.
Entre torcidas dos dois times, se houve, foi antes da chegada a campo. Ou depois. Lá dentro do estádio não. Dentro, apenas o desrespeito de sempre com a torcida que mais caro paga para ver o Galo: a torcida do Galo Na Veia. O nome dado a nosso programa de sócio-torcedor.
Posicionada sobre a torcida do Galo na Veia, a torcida do Cruzeiro, embora sendo apenas 10% do total de público, agrediu como quis aos adversários, jogando copos de bebidas e outros líquidos não identificados, cusparadas, e até um rojão.
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Em minha opinião, por mais importante que seja, também não foi a violência ou sua possibilidade que afastou a torcida. Tampouco o tempo: fazia calor e o dia estava aberto, com um sol que no primeiro tempo insistiu em castigar o goleiro e defesa do Galo.
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Com os preços dos ingressos no nível em que estão, com dois jogos por semana graças a esse nosso calendário completamente irracional. Com a renda média de nosso povo apresentando-se ainda tão baixa, apesar de todas as melhorias que foram conquistadas, é difícil para o pai de família se animar ou poder ir ao jogo, levando mulher e filhos ou só filhos ou até mesmo simplesmente indo, ele sozinho.
O brasileiro não tem condições de ir, nem levar, nem cultivar em seus filhos o amor pelo esporte que era o mais popular de nosso país.
Mas pior é a Globo, essa rede que está matando a galinha dos ovos de ouro, com seus horários para impedir a ida ao estádio de pais de famílias e trabalhadores. com esses horários completamente esdrúxulos de 19 e 30 minutos, quando os trabalhadores estão largando seus trabalhos e tendo de ir se sacolejar dentro de nossos ônibus lotados e sem condições de circulação minimamente adequadas e seguras.
Ou no horário depois da novela, faltando 10 minutos para as 10 horas da noite, hora em que o trabalhador que tem de levantar cedo e pegar 2 ou até mais conduções, deve estar é indo para a cama. Ou horário de 6 e meia da tarde, em um domingo, dia de se dedicar à família e a um último momento de descanso e lazer para juntar energias e se preparar para o reinício da semana.
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O futebol está virando jogo de elite para um elite que não consegue sustentar todo circo que cerca o negócio. Não é business. É apenas ignorância que vai permitir que, dentro de pouco tempo, todos estejam torcendo de casa, pelo pay-per-view.
Até que as novas gerações cresçam e, por falta de costume de ir a campo, de viver, vibrar, se emocionar com o espetáculo de campo, dentro e fora dos gramados, acabem optando por esportes mais vinculados a nossas tradições como o curly ou o esqui na neve. Ou o futebol americano.
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Algo deve ser feito. E começa por retirar o poder da dona Globo de mandar e desmandar em nosso esporte antes o mais popular ...
Aumento da SELIC e as previsões para o final de ano e o ano que vem: uma taxa de dois dígitos são ou poderiam ser um tabu?
Duas notícias ainda da semana passada, que comento aqui, por força de gerarem efeitos continuados...
A primeira a alta da taxa básica de juros, a SELIC, já esperada e até determinada pela precificação feita pelo mercado.
Quando as expectativas de todos os agentes convergem para uma mesma direção, como já havia sido ensinado por Lorde Keynes, nada há que faça o resultado não surgir. Afinal, para que os mercados funcionem, a primeira condição é a da existência de touros e ursos, ou de visões antagônicas e expectativas contraditórias.
É porque espero que o dólar vá cair, em alguma data do futuro, seja o próximo minuto ou os próximos 6 meses, que vou querer vender o dólar agora, e realizar imediatamente o meu ganho. Realizando-se minha projeção, compro dólares com os recursos que obtive com a venda.
Mas, enquanto espero que o dólar vá cair, alguém tem de estar esperando que o dólar vá ficar mais caro, e deve ter interesse em antecipar compras para evitar a valorização da moeda e o encarecimento dela.
Caso os dois agentes não existissem, o negócio não seria fechado.
***
No caso da Selic, todo o mercado não apenas apostava na alta da taxa como até no percentual de 0,5%, que foi o que acabou acontecendo.
Selic a 9,5% o mercado agora se agita para tentar prever o que será decidido na próxima reunião, embora distante 45 dias da última quarta feira.
Antes disso, muita água deve rolar e vai rolar sob a ponte, inclusive a publicação da Ata do Copom, que dá as dicas de como andam pensando os diretores do BACEN e que indicadores eles andam acompanhando mais atentamente.
E, até mesmo fatos como as publicações de intenções de votos podem causar mudanças no cenário.
Assim, e sabendo que qualquer previsão é sujeita a erros, alguns já apostam na elevação em mais 0,25% , com a Selic fechando o ano em 9,75%, já que dois dígitos é de certa forma, uma derrota para Dilma e a equipe econômica.
Entretanto, há aqueles que apostam na elevação de 0,5% e Selic fechando a 10%.
De minha parte, acredito que alguns fatores terão de ser analisados, embora ainda seja cedo para tais previsões como já falei no parágrafo anterior.
Primeiro, o fato de que a taxa de inflação voltou a ficar abaixo dos 6%, o que indica que, no médio prazo a taxa apresenta tendência declinante. Dada a substituição de taxas maiores dos meses que restam para terminar o ano, quando comparadas com aquelas alcançadas nos mesmos meses do final do ano passado, é normal que a taxa continue apresentando queda, cada vez mais na direção dos 5% para a inflação de 2013. Não que a taxa ficará distante dos 5,5% por aí.
Só esse fato já permite verificar que não há necessidade de aperto maior monetário. O que conspira para um aumento menor.
***
Por outro lado, há a questão da necessidade de se elevar o preço dos combustíveis para corrigir as perdas da elevação do dólar e do impacto disso sobre as compras de óleo cru pela Petrobras, com o impacto negativo sobre as contas de nossa maior empresa.
Como elevação de combustíveis joga mais lenha na fogueira da inflação, e como o governo não tem como continuar segurando por muito tempo o reajuste dos preços, já bastante defasados, esse é um fator que contribui para uma Selic maior.
De quebra, lembre-se que estamos na época de Natal. Porque se a festa de Natal e o festival de consumo se dá em dezembro, é agora que as grandes lojas de departamentos e os grandes magazines e atacadistas, estão fazendo suas encomendas.
Embora o volume de compras na data de dia dos pais e dia das crianças, possa ter apresentado comportamento inferior ao previsto ou desejado, é sempre uma época em que os empresários aproveitam para recuperar alguma queda de lucratividade, aproveitando-se da demanda maior.
E há que se pensar que a nova taxa deverá compensar a entrada de um novo ano e, talvez, seus dois primeiros meses.
Meses que costumam apresentar menor movimento no comércio, mas que já sabemos que se iniciam com a elevação reclamada em geral, de matrículas e mensalidades escolares, aumentos de impostos em especial, o IPTU, em São Paulo. E meses que, por causa das chuvas, também sofrem impacto de elevação de preços de alimentos.
***
Por fim, e para não esgotar o tema e a lista grande de fatores que podem influenciar a decisão, há a questão do dólar e da economia americana.
Caso comece a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, reduzindo-se o apoio do governo à recuperação do setor privado, nosso país talvez tenha que elevar seus juros, para não haver fuga de capitais, em momento que temos que assegurar o fechamento de nossas contas externas. Essas sim, cada vez mais aptas a nos deixar de cabelo em pé, face a previsão de déficit em conta corrente para esse 2013.
***
Ainda há a questão de 2014 ser ano eleitoral e de elevação de inflação, fato normal para toda economia onde há eventos da magnitude da realização de uma Copa do Mundo, em especial puxada pela elevação de preços de serviços, querendo aproveitar a oportunidade de ouro.
Se Dilma quiser chegar às portas das eleições com a fama de jogar duro contra a inflação, como já havia postado antes nesse mesmo espaço, a hora de abrir o saco de maldades é agora. Para começar a praticar política de maior generosidade a partir do segundo trimestre ou do terceiro do ano que vem.
Então, por todos esses fatores não parece, a meu ver, que a equipe econômica ou Dilma estariam preocupados, agora, em manter a taxa abaixo de 2 dígitos.
E, pelo BC, e pelo mercado, não estaria muito ruim que nossa taxa andasse aí pela casa dos 11% ao menos até o início da Copa do Mundo.
***
Mas tudo isso são conjecturas. E de minha parte, acho que taxa de juros elevada mata a inflação e a economia. E repõe o problema de tornar mais baratos o dólar, os produtos importados, inclusive insumos, e quebra nossa saúde externa.
A ver.
A primeira a alta da taxa básica de juros, a SELIC, já esperada e até determinada pela precificação feita pelo mercado.
Quando as expectativas de todos os agentes convergem para uma mesma direção, como já havia sido ensinado por Lorde Keynes, nada há que faça o resultado não surgir. Afinal, para que os mercados funcionem, a primeira condição é a da existência de touros e ursos, ou de visões antagônicas e expectativas contraditórias.
É porque espero que o dólar vá cair, em alguma data do futuro, seja o próximo minuto ou os próximos 6 meses, que vou querer vender o dólar agora, e realizar imediatamente o meu ganho. Realizando-se minha projeção, compro dólares com os recursos que obtive com a venda.
Mas, enquanto espero que o dólar vá cair, alguém tem de estar esperando que o dólar vá ficar mais caro, e deve ter interesse em antecipar compras para evitar a valorização da moeda e o encarecimento dela.
Caso os dois agentes não existissem, o negócio não seria fechado.
***
No caso da Selic, todo o mercado não apenas apostava na alta da taxa como até no percentual de 0,5%, que foi o que acabou acontecendo.
Selic a 9,5% o mercado agora se agita para tentar prever o que será decidido na próxima reunião, embora distante 45 dias da última quarta feira.
Antes disso, muita água deve rolar e vai rolar sob a ponte, inclusive a publicação da Ata do Copom, que dá as dicas de como andam pensando os diretores do BACEN e que indicadores eles andam acompanhando mais atentamente.
E, até mesmo fatos como as publicações de intenções de votos podem causar mudanças no cenário.
Assim, e sabendo que qualquer previsão é sujeita a erros, alguns já apostam na elevação em mais 0,25% , com a Selic fechando o ano em 9,75%, já que dois dígitos é de certa forma, uma derrota para Dilma e a equipe econômica.
Entretanto, há aqueles que apostam na elevação de 0,5% e Selic fechando a 10%.
De minha parte, acredito que alguns fatores terão de ser analisados, embora ainda seja cedo para tais previsões como já falei no parágrafo anterior.
Primeiro, o fato de que a taxa de inflação voltou a ficar abaixo dos 6%, o que indica que, no médio prazo a taxa apresenta tendência declinante. Dada a substituição de taxas maiores dos meses que restam para terminar o ano, quando comparadas com aquelas alcançadas nos mesmos meses do final do ano passado, é normal que a taxa continue apresentando queda, cada vez mais na direção dos 5% para a inflação de 2013. Não que a taxa ficará distante dos 5,5% por aí.
Só esse fato já permite verificar que não há necessidade de aperto maior monetário. O que conspira para um aumento menor.
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Por outro lado, há a questão da necessidade de se elevar o preço dos combustíveis para corrigir as perdas da elevação do dólar e do impacto disso sobre as compras de óleo cru pela Petrobras, com o impacto negativo sobre as contas de nossa maior empresa.
Como elevação de combustíveis joga mais lenha na fogueira da inflação, e como o governo não tem como continuar segurando por muito tempo o reajuste dos preços, já bastante defasados, esse é um fator que contribui para uma Selic maior.
De quebra, lembre-se que estamos na época de Natal. Porque se a festa de Natal e o festival de consumo se dá em dezembro, é agora que as grandes lojas de departamentos e os grandes magazines e atacadistas, estão fazendo suas encomendas.
Embora o volume de compras na data de dia dos pais e dia das crianças, possa ter apresentado comportamento inferior ao previsto ou desejado, é sempre uma época em que os empresários aproveitam para recuperar alguma queda de lucratividade, aproveitando-se da demanda maior.
E há que se pensar que a nova taxa deverá compensar a entrada de um novo ano e, talvez, seus dois primeiros meses.
Meses que costumam apresentar menor movimento no comércio, mas que já sabemos que se iniciam com a elevação reclamada em geral, de matrículas e mensalidades escolares, aumentos de impostos em especial, o IPTU, em São Paulo. E meses que, por causa das chuvas, também sofrem impacto de elevação de preços de alimentos.
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Por fim, e para não esgotar o tema e a lista grande de fatores que podem influenciar a decisão, há a questão do dólar e da economia americana.
Caso comece a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, reduzindo-se o apoio do governo à recuperação do setor privado, nosso país talvez tenha que elevar seus juros, para não haver fuga de capitais, em momento que temos que assegurar o fechamento de nossas contas externas. Essas sim, cada vez mais aptas a nos deixar de cabelo em pé, face a previsão de déficit em conta corrente para esse 2013.
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Ainda há a questão de 2014 ser ano eleitoral e de elevação de inflação, fato normal para toda economia onde há eventos da magnitude da realização de uma Copa do Mundo, em especial puxada pela elevação de preços de serviços, querendo aproveitar a oportunidade de ouro.
Se Dilma quiser chegar às portas das eleições com a fama de jogar duro contra a inflação, como já havia postado antes nesse mesmo espaço, a hora de abrir o saco de maldades é agora. Para começar a praticar política de maior generosidade a partir do segundo trimestre ou do terceiro do ano que vem.
Então, por todos esses fatores não parece, a meu ver, que a equipe econômica ou Dilma estariam preocupados, agora, em manter a taxa abaixo de 2 dígitos.
E, pelo BC, e pelo mercado, não estaria muito ruim que nossa taxa andasse aí pela casa dos 11% ao menos até o início da Copa do Mundo.
***
Mas tudo isso são conjecturas. E de minha parte, acho que taxa de juros elevada mata a inflação e a economia. E repõe o problema de tornar mais baratos o dólar, os produtos importados, inclusive insumos, e quebra nossa saúde externa.
A ver.
Quem manda no terreiro é o Galo, ou no palco do ballet...
Coincidentemente, a última postagem nesse blog foi feita na quarta-feira e falava do Galo e seu futebol Galo Doido e do voo baixo do outro time aqui de BH presente na Divisão principal do nosso Campeonato Brasileiro, que para alguns torcedores estrelados equivale a um ballet.
Coincidência já que, depois de uns dias em que a quantidade de compromissos impediu-me de publicar meus comentários, a primeira nota volta a tocar nos mesmos personagens: os times de Atlético e Cruzeiro, e o futebol.
Em especial o show de futebol a que tivemos a oportunidade de assistir ontem, no Independência. Show que não foi dos artistas das sapatilhas. Que não foi um ballet.
Um show que poderia ser definido como sendo da equipe de contra-regras, ou da equipe técnica do espetáculo, aquela equipe sem a qual o show nunca dá certo. E que embora tenham cara, nome e sobrenome, não têm rosto. Não vêm ao centro do palco e, por isso, são desconhecidos do público pagante.
Porque o Atlético ontem, embora tivesse sim artistas em campo, dignos de atraírem a atenção da plateia, chamou a atenção não pelas firulas, mas pelo jogo compacto, de equipe, pela seriedade, pela determinação, pela doação em que estavam empenhados cada um e todos os jogadores, exceção feita a alguns momentos de completa displicência - e talvez, sonolência ou inapetência de nosso centro-avante Alecsandro.
***
Mas, desde o início, via-se um Atlético completamente diferente do que temos visto em alguns jogos recentes. Marcando a saída de bola do adversário, embora em alguns momentos, voltando todo o time para marcar a partir da linha divisória do meio-campo, iniciando aí uma pressão de dois, três jogadores sobre o jogador contrário.
Dessa forma, não apenas não dava espaço para que os cruzeirenses jogassem, como não permitia que dominassem a bola com tranquilidade, nem que tramassem jogadas ou armassem lances que pudessem levar perigo ao gol de Giovanni.
A rigor, só em dois lances Giovanni teve de mostrar suas qualidades, ambas no segundo tempo, especialmente em um lance isolado de Ricardo Goulart, que entrou driblando pelo meio da área até ficar livre à frente de nosso goleiro e sapecar um tirambaço, que o substituto de Victor conseguiu espalmar.
No primeiro tempo o Cruzeiro não conseguiu nada de produtivo, embora o domínio de bola do Galo não se traduzisse, em minha opinião, em maior perigo para a área de Fábio.
Dominávamos. Dominamos todo o tempo. Mas, não conseguíamos acertar o último passe para a conclusão da jogada.
Houve sim, alguns chutes ao gol do Fábio, alguns até com perigo, como um de Fernandinho, mas no geral a bola cruzava a área sem que aparecesse uma ponta de pé qualquer para enfiar a bola para o fundo das redes.
E pior: continuamos sem tentar os chutes de fora da área. Salvo ainda, uma tentativa de Josué, no primeiro tempo, que passou longe do gol de Fábio e outra de Alecsandro no segundo tempo, que embora tivesse a direção do gol, não teve a força necessária.
***
Claro, houve ainda o chute de Fernandinho, de fora da área, por cobertura e de curva, que foi morrer no fundo das redes, decretando a nossa vitória. Mas, esse foi o gol. O lance do gol em MAIS uma jogada que teve início de um desarme de Marcos Rocha, mais uma jogada que teve o lançamento de Marcos Rocha, e que Fernandinho caprichou ao dar a gaúcha no adversário, e perceber Fábio já meio adiantado, para chutar por cima e marcar um golaço.
Diga-se ainda: o gol que ele Fernandinho estava já merecendo por fazer, por tudo que fez no jogo. O gol que estava merecendo por fazer, por ter entrado tão bem no time e estar, tão rapidamente, fazendo a torcida atleticana sentir saudades, mas não a falta de Bernard.
***
Quanto ao esquema tático, devo admitir que Cuca deu um nó em Marcelo, que reconheceu a superioridade total do nosso Galão sobre o time líder, no primeiro tempo. Mas, mais que Cuca e a forma que ele armou o time, que contam muito, claro, a vontade, a gana dos jogadores, ao cumprirem à risca o que foi combinado, conta muito mais. E explica o jogo, sua movimentação e até o placar, embora esse por justiça deveria ser maior, talvez uns 2 a zero.
No que percebi, Cuca só falhou ao demorar a substituir Alecsandro, que já estava sendo marcado pela torcida do Galo, já que toda a bola que chegava a seus pés, era bola perdida ou recuperada pelo adversário. Não se diga que Alecsandro não lutou. Correu, lutou, tentou dar passes, veio buscar bola, apareceu voltando para ajudar a marcação. Talvez sua presença tenha sido muito importante para a forma do time jogar, na pressão.
Mas, Alecsandro parecia completamente desentrosado do time. Na hora que tinha que correr e penetrar na área, não o fazia. Na hora que tinha que aguardar a bola, enfiava-se no meio da zaga ficando sem espaço para qualquer coisa. Por duas ou três vezes, a bola passou cruzando toda a área e ele não estava posicionado para dar o toque sutil, final. Foi assim no primeiro tempo, quando tentou com o pé. Foi assim no segundo tempo, quando tentou raspar a cabeça.
Com a torcida já impaciente com a peça que destoava, acho que Cuca demorou a mexer. E mexeu mal, acho. Colocar Berola no jogo é falta de qualquer opção. Berola é bom corredor. É capaz de incendiar o jogo, por suas arrancadas velozes, e sua total capacidade de fazer o que nunca se espera... nem dele, nem de ninguém. Talvez essa a sua maior qualidade.
Mas, é um jogador somente esforçado. Querido pela torcida, que pediu sua entrada, mas apenas e tão somente esforçado.
Ontem, melhor que alguns toques de calcanhar, ou de efeito tentados por Alecsandro, que por não terem tido êxito, acabam jogando a torcida contra ele mesmo. Talvez se deixasse de enfeitar demais...
***
Em minha opinião, Emerson foi o nome do jogo. Embora tenha ouvido comentários colocando como principal jogador Fernandinho, foi o zagueiro que comandou nossa defesa e, sem brincar e sem querer enfeitar e sair jogando bonito, fez o trivial. Deu chutão quando devia. Deu toque para o lado quando podia. Isolou a bola para a frente, no mais genuíno bumba-meu-boi, mas, acima de tudo, passou segurança. Todo mundo sabia que podia confiar nele e sair jogando que ele estava lá atrás.
Marcos Rocha, no primeiro tempo não foi o jogador que, as vezes, afoitamente, sobe e vai para o ataque, deixando um vazio às suas costas.
Marcos Rocha foi lateral com L maiúsculo todo o primeiro tempo, anulando William que caía por aquele lado. Jogando sério, sem firula. Ainda teve chances de ir à frente algumas ocasiões e até de mostrar o que Cuca já viu, é dos poucos no Galo que tem qualidade no passe. Fez lançamentos para Luan, inverteu bola para Fernandinho - é o único que tenta essa jogada tão cara ao Bayern e que pega a defesa contrária toda desarrumada e o único que costuma acertar.
Fora Marcos Rocha, para fazer uma inversão de lado de jogo, a bola tem que ser passada pelo pé de uns 2 ou 3 jogadores, o que dá tempo de a defesa adversária marcar todo mundo.
Josué foi também um monstro no meio campo. E Pierre jogou como sempre. Sério, indo nas jogadas para não deixar o time contrário ter tempo de dominar a bola.
Luan, incansável. Merecia marcar o gol em chute no segundo tempo que obrigou Fábio a mostrar o grande goleiro que é. Luan foi quem espanou a bola da área, foi quem ajudou Marcos Rocha na defesa, quando o lateral subia no segundo tempo. Estava no meio ajudando a roubada de bola e saída com a bola dominada, trocando passes ligeiros.
Luan, é desses jogadores que caem no gosto de qualquer torcedor. Além de ter tudo para se tornar folclórico, tão divertido e boa praça que mostra ser.
Deixei Tardelli para comentar no final. Porque o nosso craque, parece estar sentindo a responsabilidade toda que está posta sobre seus ombros. Só assim se explica o fato de ele estar longe de ser aquele Tardelli que ia em todas, acreditava em todas e saía sempre livre, com a bola dominada na cara do gol.
Vá lá que jogando como está, vindo de trás, fica mais difícil. Esse é um tipo de jogo que exige muito preparo físico e condições ideais que talvez ele não tenha alcançado, até pelo cansaço de tantas partidas seguidas.
O certo é que ninguém nega dele e tira suas qualidades. E sua dedicação. Houve um lance no primeiro tempo que ele recebeu a bola pela esquerda e saiu em disparada como se fosse um atleta de corrida, tamanha sua disposição.
Mas, pelo jogador que é e pelo brilho que ostenta e deve ostentar, Tardelli está deixando a desejar.
***
Do Cruzeiro, nada a falar. O time não jogou. Talvez a sapatilha estivesse machucando os pés, e impedindo o ballet de se realizar.
Nada a preocupar. Com todos os demais times fazendo força para perderem pontos a cada rodada e se livrarem do título, o Cruzeiro continua franco favorito.
Quanto ao jogo de ontem, também nada de anormal para causar alarme.
Apenas dá sequência à sina: caiu no Horto tá morto!
Coincidência já que, depois de uns dias em que a quantidade de compromissos impediu-me de publicar meus comentários, a primeira nota volta a tocar nos mesmos personagens: os times de Atlético e Cruzeiro, e o futebol.
Em especial o show de futebol a que tivemos a oportunidade de assistir ontem, no Independência. Show que não foi dos artistas das sapatilhas. Que não foi um ballet.
Um show que poderia ser definido como sendo da equipe de contra-regras, ou da equipe técnica do espetáculo, aquela equipe sem a qual o show nunca dá certo. E que embora tenham cara, nome e sobrenome, não têm rosto. Não vêm ao centro do palco e, por isso, são desconhecidos do público pagante.
Porque o Atlético ontem, embora tivesse sim artistas em campo, dignos de atraírem a atenção da plateia, chamou a atenção não pelas firulas, mas pelo jogo compacto, de equipe, pela seriedade, pela determinação, pela doação em que estavam empenhados cada um e todos os jogadores, exceção feita a alguns momentos de completa displicência - e talvez, sonolência ou inapetência de nosso centro-avante Alecsandro.
***
Mas, desde o início, via-se um Atlético completamente diferente do que temos visto em alguns jogos recentes. Marcando a saída de bola do adversário, embora em alguns momentos, voltando todo o time para marcar a partir da linha divisória do meio-campo, iniciando aí uma pressão de dois, três jogadores sobre o jogador contrário.
Dessa forma, não apenas não dava espaço para que os cruzeirenses jogassem, como não permitia que dominassem a bola com tranquilidade, nem que tramassem jogadas ou armassem lances que pudessem levar perigo ao gol de Giovanni.
A rigor, só em dois lances Giovanni teve de mostrar suas qualidades, ambas no segundo tempo, especialmente em um lance isolado de Ricardo Goulart, que entrou driblando pelo meio da área até ficar livre à frente de nosso goleiro e sapecar um tirambaço, que o substituto de Victor conseguiu espalmar.
No primeiro tempo o Cruzeiro não conseguiu nada de produtivo, embora o domínio de bola do Galo não se traduzisse, em minha opinião, em maior perigo para a área de Fábio.
Dominávamos. Dominamos todo o tempo. Mas, não conseguíamos acertar o último passe para a conclusão da jogada.
Houve sim, alguns chutes ao gol do Fábio, alguns até com perigo, como um de Fernandinho, mas no geral a bola cruzava a área sem que aparecesse uma ponta de pé qualquer para enfiar a bola para o fundo das redes.
E pior: continuamos sem tentar os chutes de fora da área. Salvo ainda, uma tentativa de Josué, no primeiro tempo, que passou longe do gol de Fábio e outra de Alecsandro no segundo tempo, que embora tivesse a direção do gol, não teve a força necessária.
***
Claro, houve ainda o chute de Fernandinho, de fora da área, por cobertura e de curva, que foi morrer no fundo das redes, decretando a nossa vitória. Mas, esse foi o gol. O lance do gol em MAIS uma jogada que teve início de um desarme de Marcos Rocha, mais uma jogada que teve o lançamento de Marcos Rocha, e que Fernandinho caprichou ao dar a gaúcha no adversário, e perceber Fábio já meio adiantado, para chutar por cima e marcar um golaço.
Diga-se ainda: o gol que ele Fernandinho estava já merecendo por fazer, por tudo que fez no jogo. O gol que estava merecendo por fazer, por ter entrado tão bem no time e estar, tão rapidamente, fazendo a torcida atleticana sentir saudades, mas não a falta de Bernard.
***
Quanto ao esquema tático, devo admitir que Cuca deu um nó em Marcelo, que reconheceu a superioridade total do nosso Galão sobre o time líder, no primeiro tempo. Mas, mais que Cuca e a forma que ele armou o time, que contam muito, claro, a vontade, a gana dos jogadores, ao cumprirem à risca o que foi combinado, conta muito mais. E explica o jogo, sua movimentação e até o placar, embora esse por justiça deveria ser maior, talvez uns 2 a zero.
No que percebi, Cuca só falhou ao demorar a substituir Alecsandro, que já estava sendo marcado pela torcida do Galo, já que toda a bola que chegava a seus pés, era bola perdida ou recuperada pelo adversário. Não se diga que Alecsandro não lutou. Correu, lutou, tentou dar passes, veio buscar bola, apareceu voltando para ajudar a marcação. Talvez sua presença tenha sido muito importante para a forma do time jogar, na pressão.
Mas, Alecsandro parecia completamente desentrosado do time. Na hora que tinha que correr e penetrar na área, não o fazia. Na hora que tinha que aguardar a bola, enfiava-se no meio da zaga ficando sem espaço para qualquer coisa. Por duas ou três vezes, a bola passou cruzando toda a área e ele não estava posicionado para dar o toque sutil, final. Foi assim no primeiro tempo, quando tentou com o pé. Foi assim no segundo tempo, quando tentou raspar a cabeça.
Com a torcida já impaciente com a peça que destoava, acho que Cuca demorou a mexer. E mexeu mal, acho. Colocar Berola no jogo é falta de qualquer opção. Berola é bom corredor. É capaz de incendiar o jogo, por suas arrancadas velozes, e sua total capacidade de fazer o que nunca se espera... nem dele, nem de ninguém. Talvez essa a sua maior qualidade.
Mas, é um jogador somente esforçado. Querido pela torcida, que pediu sua entrada, mas apenas e tão somente esforçado.
Ontem, melhor que alguns toques de calcanhar, ou de efeito tentados por Alecsandro, que por não terem tido êxito, acabam jogando a torcida contra ele mesmo. Talvez se deixasse de enfeitar demais...
***
Em minha opinião, Emerson foi o nome do jogo. Embora tenha ouvido comentários colocando como principal jogador Fernandinho, foi o zagueiro que comandou nossa defesa e, sem brincar e sem querer enfeitar e sair jogando bonito, fez o trivial. Deu chutão quando devia. Deu toque para o lado quando podia. Isolou a bola para a frente, no mais genuíno bumba-meu-boi, mas, acima de tudo, passou segurança. Todo mundo sabia que podia confiar nele e sair jogando que ele estava lá atrás.
Marcos Rocha, no primeiro tempo não foi o jogador que, as vezes, afoitamente, sobe e vai para o ataque, deixando um vazio às suas costas.
Marcos Rocha foi lateral com L maiúsculo todo o primeiro tempo, anulando William que caía por aquele lado. Jogando sério, sem firula. Ainda teve chances de ir à frente algumas ocasiões e até de mostrar o que Cuca já viu, é dos poucos no Galo que tem qualidade no passe. Fez lançamentos para Luan, inverteu bola para Fernandinho - é o único que tenta essa jogada tão cara ao Bayern e que pega a defesa contrária toda desarrumada e o único que costuma acertar.
Fora Marcos Rocha, para fazer uma inversão de lado de jogo, a bola tem que ser passada pelo pé de uns 2 ou 3 jogadores, o que dá tempo de a defesa adversária marcar todo mundo.
Josué foi também um monstro no meio campo. E Pierre jogou como sempre. Sério, indo nas jogadas para não deixar o time contrário ter tempo de dominar a bola.
Luan, incansável. Merecia marcar o gol em chute no segundo tempo que obrigou Fábio a mostrar o grande goleiro que é. Luan foi quem espanou a bola da área, foi quem ajudou Marcos Rocha na defesa, quando o lateral subia no segundo tempo. Estava no meio ajudando a roubada de bola e saída com a bola dominada, trocando passes ligeiros.
Luan, é desses jogadores que caem no gosto de qualquer torcedor. Além de ter tudo para se tornar folclórico, tão divertido e boa praça que mostra ser.
Deixei Tardelli para comentar no final. Porque o nosso craque, parece estar sentindo a responsabilidade toda que está posta sobre seus ombros. Só assim se explica o fato de ele estar longe de ser aquele Tardelli que ia em todas, acreditava em todas e saía sempre livre, com a bola dominada na cara do gol.
Vá lá que jogando como está, vindo de trás, fica mais difícil. Esse é um tipo de jogo que exige muito preparo físico e condições ideais que talvez ele não tenha alcançado, até pelo cansaço de tantas partidas seguidas.
O certo é que ninguém nega dele e tira suas qualidades. E sua dedicação. Houve um lance no primeiro tempo que ele recebeu a bola pela esquerda e saiu em disparada como se fosse um atleta de corrida, tamanha sua disposição.
Mas, pelo jogador que é e pelo brilho que ostenta e deve ostentar, Tardelli está deixando a desejar.
***
Do Cruzeiro, nada a falar. O time não jogou. Talvez a sapatilha estivesse machucando os pés, e impedindo o ballet de se realizar.
Nada a preocupar. Com todos os demais times fazendo força para perderem pontos a cada rodada e se livrarem do título, o Cruzeiro continua franco favorito.
Quanto ao jogo de ontem, também nada de anormal para causar alarme.
Apenas dá sequência à sina: caiu no Horto tá morto!
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Do Galo Doido ao ballet do Cruzeiro: os comentários do cruzeirense Tostão
Juca Kfouri é corinthiano declarado. Nunca negou ou escondeu isso de ninguém e sempre menciona esse fato em suas colunas.
Não é por ser torcedor apaixonado que seus comentários não devem ser lidos e, em minha opinião, muito do que ele escreve merece ser considerado e levado a sério. Ao contrário. Exatamente por deixar claro que é torcedor, qualquer leitor pode dar o desconto que achar devido, caso identifique algum viés em seus textos.
Outros jornalistas torcedores também escrevem, comentam e deixam claras suas preferências. Isso também colabora para que a opinião deles possa ser considerada com as devidas cautelas. Acho isso normal e não tenho nada contra.
Acho tão importante e tão válido quanto a boa prática dos meios de comunicação que em algumas situações publicam reportagens sobre algum tema e deixam claro, por exemplo, que o repórter viajou por conta, se alimentou, passeou, pode fazer muito do que está comentando, financiado ou por conta de quem se beneficia do conteúdo da matéria.
Aqui neste blog, embora reconheça que esse espaço não tem a importância que pareço agora lhe atribuir, já comentei em postagens anteriores que não considero que as crônicas ou comentários de Tostão mereçam ser levados a sério porque ele, mesmo tendo sido jogador do Cruzeiro, e evidentemente sendo torcedor daquele time, não deixa clara sua preferência.
Portanto, suas opiniões, que respeito, não leio. Simplesmente as ignoro. Ou leio e não levo a sério.
Em sua coluna de hoje, entretanto, finalmente ele admitiu sua preferência ou simpatia pelo time. Timidamente, como parece que é do temperamento dele.
Menos mal.
E aí, mesmo que de forma envergonhada, o que se lê é que o Cruzeiro está jogando um futebol de encantar os olhos do torcedor mais exigente. Jogando um futebol solidário, moderno, onde nenhum jogador guarda posição fixa e todos se revezam, por todos os lugares do campo. Digno da laranja mecânica holandesa de 1974, que encantou o mundo.
***
Do Galo, mesmo quando tenta elogiar visando esconder o que é evidente, sua paixão pelo adversário, o que comenta é que o time foi o que apresentou melhor futebol no primeiro semestre, usando uma tática que de moderna nada tinha: a tática do chutão. O futebol que ele anteriormente já havia denominado de tática do Galo Doido.
Em que o time não joga nada, mas consegue cativar a torcida e, com o apoio da massa, agiganta-se, impõe-se aos adversários. Em outras palavras, seria mais ou menos no estilo da truculência. Estilo que pode ser vencedor, mas está longe de encantar como o balé do time dele.
Ele não menciona o estilo balé, que poderia parecer até mesmo "ato falho". Deixa pra lá.
***
Mas, o campeão das Américas, só tinha como jogada preparada, o estilo chutão. O bumba-meu-boi que encontrou em Jô, um apoio, o pivô, para a entrada desesperada, na correria, talvez, de seus companheiros. ***
Estará Tostão errado em sua análise?
Claro que não. Afinal, quantas vezes eu mesmo comentei aqui e alhures, de forma crítica, que o Atlético depende demais de bolas recuadas do meio campo para que Victor (ou até Giovanni, agora) dê um chutão que tenha a sorte ou felicidade de encontrar Jô. E que este consiga tocar a bola para algum companheiro que venha entrando em diagonal, jogada cada vez mais manjada e por esse motivo, cada vez mais neutralizada por todos os times que nos enfrentam.
Fora isso, apenas a dependência da genialidade de Ronaldinho Gaúcho, que Tostão deixou de fora quando comentou dos jogadores veteranos no nosso campeonato e da importância de cada um deles, para seus respectivos times. Embora também tenha deixado de fora, ao comentar dos jogadores mais novos e sua importância, etc.
Ou seja: Ronaldinho para Tostão merece apenas o limbo.
Fora isso, a importância de Diego Tardelli e sua movimentação e excelente técnica, que substitui em parte a genialidade que Ronaldinho tem como destaque.
Fora isso, apenas a velocidade e capacidade de driblar de Fernandinho, substituindo, com destaque ao jovem Bernard, que para Tostão não tem aquela alegria nas pernas que só Felipão viu.
Fora isso, a capacidade pulmonar, o folêgo de Marcos Rocha, ou a postura de Réver.
***
Felizmente Tostão não enxerga nada disso, já que só tem olhos para o seu time e os bons jogadores que ele possui e que Marcelo Oliveira conseguiu reunir em um conjunto que, de fato, está jogando muito acima daquele futebol que está sendo apresentado por todos os demais clubes brasileiros, nesse instante.
Sorte do Cruzeiro que Marcelo Oliveira não é apenas torcedor. É um estudioso e profissional correto.
Sorte minha (ou nossa) de conhecendo Tostão e seu pensamento, não precisamos achar que estamos perdendo alguma coisa importante, quando simplesmente ignoramos o que ele escreve.
Não é por ser torcedor apaixonado que seus comentários não devem ser lidos e, em minha opinião, muito do que ele escreve merece ser considerado e levado a sério. Ao contrário. Exatamente por deixar claro que é torcedor, qualquer leitor pode dar o desconto que achar devido, caso identifique algum viés em seus textos.
Outros jornalistas torcedores também escrevem, comentam e deixam claras suas preferências. Isso também colabora para que a opinião deles possa ser considerada com as devidas cautelas. Acho isso normal e não tenho nada contra.
Acho tão importante e tão válido quanto a boa prática dos meios de comunicação que em algumas situações publicam reportagens sobre algum tema e deixam claro, por exemplo, que o repórter viajou por conta, se alimentou, passeou, pode fazer muito do que está comentando, financiado ou por conta de quem se beneficia do conteúdo da matéria.
Aqui neste blog, embora reconheça que esse espaço não tem a importância que pareço agora lhe atribuir, já comentei em postagens anteriores que não considero que as crônicas ou comentários de Tostão mereçam ser levados a sério porque ele, mesmo tendo sido jogador do Cruzeiro, e evidentemente sendo torcedor daquele time, não deixa clara sua preferência.
Portanto, suas opiniões, que respeito, não leio. Simplesmente as ignoro. Ou leio e não levo a sério.
Em sua coluna de hoje, entretanto, finalmente ele admitiu sua preferência ou simpatia pelo time. Timidamente, como parece que é do temperamento dele.
Menos mal.
E aí, mesmo que de forma envergonhada, o que se lê é que o Cruzeiro está jogando um futebol de encantar os olhos do torcedor mais exigente. Jogando um futebol solidário, moderno, onde nenhum jogador guarda posição fixa e todos se revezam, por todos os lugares do campo. Digno da laranja mecânica holandesa de 1974, que encantou o mundo.
***
Do Galo, mesmo quando tenta elogiar visando esconder o que é evidente, sua paixão pelo adversário, o que comenta é que o time foi o que apresentou melhor futebol no primeiro semestre, usando uma tática que de moderna nada tinha: a tática do chutão. O futebol que ele anteriormente já havia denominado de tática do Galo Doido.
Em que o time não joga nada, mas consegue cativar a torcida e, com o apoio da massa, agiganta-se, impõe-se aos adversários. Em outras palavras, seria mais ou menos no estilo da truculência. Estilo que pode ser vencedor, mas está longe de encantar como o balé do time dele.
Ele não menciona o estilo balé, que poderia parecer até mesmo "ato falho". Deixa pra lá.
***
Mas, o campeão das Américas, só tinha como jogada preparada, o estilo chutão. O bumba-meu-boi que encontrou em Jô, um apoio, o pivô, para a entrada desesperada, na correria, talvez, de seus companheiros. ***
Estará Tostão errado em sua análise?
Claro que não. Afinal, quantas vezes eu mesmo comentei aqui e alhures, de forma crítica, que o Atlético depende demais de bolas recuadas do meio campo para que Victor (ou até Giovanni, agora) dê um chutão que tenha a sorte ou felicidade de encontrar Jô. E que este consiga tocar a bola para algum companheiro que venha entrando em diagonal, jogada cada vez mais manjada e por esse motivo, cada vez mais neutralizada por todos os times que nos enfrentam.
Fora isso, apenas a dependência da genialidade de Ronaldinho Gaúcho, que Tostão deixou de fora quando comentou dos jogadores veteranos no nosso campeonato e da importância de cada um deles, para seus respectivos times. Embora também tenha deixado de fora, ao comentar dos jogadores mais novos e sua importância, etc.
Ou seja: Ronaldinho para Tostão merece apenas o limbo.
Fora isso, a importância de Diego Tardelli e sua movimentação e excelente técnica, que substitui em parte a genialidade que Ronaldinho tem como destaque.
Fora isso, apenas a velocidade e capacidade de driblar de Fernandinho, substituindo, com destaque ao jovem Bernard, que para Tostão não tem aquela alegria nas pernas que só Felipão viu.
Fora isso, a capacidade pulmonar, o folêgo de Marcos Rocha, ou a postura de Réver.
***
Felizmente Tostão não enxerga nada disso, já que só tem olhos para o seu time e os bons jogadores que ele possui e que Marcelo Oliveira conseguiu reunir em um conjunto que, de fato, está jogando muito acima daquele futebol que está sendo apresentado por todos os demais clubes brasileiros, nesse instante.
Sorte do Cruzeiro que Marcelo Oliveira não é apenas torcedor. É um estudioso e profissional correto.
Sorte minha (ou nossa) de conhecendo Tostão e seu pensamento, não precisamos achar que estamos perdendo alguma coisa importante, quando simplesmente ignoramos o que ele escreve.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Refletindo sobre o vazamento de gás que causou mortes em São Paulo e a falta de qualquer comunicado ou alerta quanto ao problema
Finalmente saiu o laudo da perícia realizada na casa da família que apareceu morta em um apartamento em São Paulo, confirmando que a causa da morte foi um vazamento de gás.
O mesmo vazamento que já havia feito duas vítimas, um rapaz e o bebê que a esposa do rapaz esperava, já no período final de gravidez, pouco tempo antes.
O que causa estranheza é que, tendo acontecido um caso trágico pouco tempo antes, ninguém, nem a Polícia, nem o síndico, nem os vizinhos se preocuparam em avisar aos novos moradores do imóvel, alertando-os do ocorrido e, quem sabe até, levando-os a procurar uma solução para o problema.
Falo em estranheza, embora, na verdade, cada dia mais o que se vê é um total e completo alheamento entre os vizinhos que, raras vezes se conhecem ou sequer trocam cumprimentos nos halls e elevadores dos prédios.
Completamente diferente de quando, tempos atrás, os vizinhos traziam cadeiras para a soleira das portas e assentavam-se ali, onde conversavam, contavam histórias, estreitavam os laços de amizade ou ficavam tão somente apreciando a companhia, uns dos outros, vendo juntos o cair da tarde, em especial naquelas tardes de temperaturas mais elevadas.
***
E não é uma questão de saudosismo apenas, o que me leva a essa reflexão. Também eu sei que esses são tempos que não existem mais, ou não voltam mais, até por força de cada vez mais desaparecerem as casas, substituídas por prédios, cada vez maiores. E com mais vizinhos. E problemas...
Ocorre que, há pouco tempo, uma vizinha teve ao subir para guardar alguma coisa no maleiro, levou uma queda. Não uma queda como a da presidente argentina, que passa hoje por uma cirurgia para retirada de um coágulo.
Não fosse o procedimento cirúrgico sempre algo mais sério e sujeito a riscos, por mais rotineiro que possa ser, como é o caso, alguém poderia até brincar que, logo agora que descobriram que Cristina Kirchner tem sim, alguma coisa na cabeça, os médicos resolvem extirpar...
Brincadeiras à parte, Suerte para a presidente do país hermano.
***
Mas eu dizia que nossa vizinha caiu e fraturou o fêmur. Também bateu a cabeça, o que lhe valeu um pequeno corte, felizmente sem maiores consequências, para uma pessoa já com alguma idade.
Por sorte, pouco tempo depois a vizinha ouviu o morador do apartamento ao lado passeando na área contígua ao salão de festas, onde tinha levado seu cachorro para um passeio.
E a sorte foi maior ainda, já que o vizinho ouviu os gritos e pedidos de socorro, podendo providenciar o necessário atendimento médico.
***
Por outro lado, não são raros os casos noticiados de pessoas que foram descobertas mortas já depois de algum tempo do evento.
Pessoas que viviam isoladas, e não tinham quem pudesse sentir sua falta.
***
Que a vida nas cidades grandes vai ficando cada vez mais impessoal, é decorrência do próprio crescimento das cidades e da correria a que estamos todos sujeitos.
Mas, no caso de um problema com morte, como no caso do apartamento de São Paulo, a situação fica pior, já que o que se constata é que a Polícia nada fez para exigir que o problema do gás fosse sanado. Ninguém foi responsabilizado pela primeira perda de vida e, por esse motivo, o gás continuou vazando e a ligação continuou irregular.
Pior. Parece que a própria Polícia nem sabia ou não acreditou em que a morte do rapaz e de sua filha ainda em gestação tivessem sido provocadas pelo envenenamento.
Tanto que chegou a prender o namorado da mulher, um boliviano que ficou alguns dias detido, injustamente.
Tudo por falta de comunicação ou por falta de seriedade no trato de questões tão sérias.
O mesmo vazamento que já havia feito duas vítimas, um rapaz e o bebê que a esposa do rapaz esperava, já no período final de gravidez, pouco tempo antes.
O que causa estranheza é que, tendo acontecido um caso trágico pouco tempo antes, ninguém, nem a Polícia, nem o síndico, nem os vizinhos se preocuparam em avisar aos novos moradores do imóvel, alertando-os do ocorrido e, quem sabe até, levando-os a procurar uma solução para o problema.
Falo em estranheza, embora, na verdade, cada dia mais o que se vê é um total e completo alheamento entre os vizinhos que, raras vezes se conhecem ou sequer trocam cumprimentos nos halls e elevadores dos prédios.
Completamente diferente de quando, tempos atrás, os vizinhos traziam cadeiras para a soleira das portas e assentavam-se ali, onde conversavam, contavam histórias, estreitavam os laços de amizade ou ficavam tão somente apreciando a companhia, uns dos outros, vendo juntos o cair da tarde, em especial naquelas tardes de temperaturas mais elevadas.
***
E não é uma questão de saudosismo apenas, o que me leva a essa reflexão. Também eu sei que esses são tempos que não existem mais, ou não voltam mais, até por força de cada vez mais desaparecerem as casas, substituídas por prédios, cada vez maiores. E com mais vizinhos. E problemas...
Ocorre que, há pouco tempo, uma vizinha teve ao subir para guardar alguma coisa no maleiro, levou uma queda. Não uma queda como a da presidente argentina, que passa hoje por uma cirurgia para retirada de um coágulo.
Não fosse o procedimento cirúrgico sempre algo mais sério e sujeito a riscos, por mais rotineiro que possa ser, como é o caso, alguém poderia até brincar que, logo agora que descobriram que Cristina Kirchner tem sim, alguma coisa na cabeça, os médicos resolvem extirpar...
Brincadeiras à parte, Suerte para a presidente do país hermano.
***
Mas eu dizia que nossa vizinha caiu e fraturou o fêmur. Também bateu a cabeça, o que lhe valeu um pequeno corte, felizmente sem maiores consequências, para uma pessoa já com alguma idade.
Por sorte, pouco tempo depois a vizinha ouviu o morador do apartamento ao lado passeando na área contígua ao salão de festas, onde tinha levado seu cachorro para um passeio.
E a sorte foi maior ainda, já que o vizinho ouviu os gritos e pedidos de socorro, podendo providenciar o necessário atendimento médico.
***
Por outro lado, não são raros os casos noticiados de pessoas que foram descobertas mortas já depois de algum tempo do evento.
Pessoas que viviam isoladas, e não tinham quem pudesse sentir sua falta.
***
Que a vida nas cidades grandes vai ficando cada vez mais impessoal, é decorrência do próprio crescimento das cidades e da correria a que estamos todos sujeitos.
Mas, no caso de um problema com morte, como no caso do apartamento de São Paulo, a situação fica pior, já que o que se constata é que a Polícia nada fez para exigir que o problema do gás fosse sanado. Ninguém foi responsabilizado pela primeira perda de vida e, por esse motivo, o gás continuou vazando e a ligação continuou irregular.
Pior. Parece que a própria Polícia nem sabia ou não acreditou em que a morte do rapaz e de sua filha ainda em gestação tivessem sido provocadas pelo envenenamento.
Tanto que chegou a prender o namorado da mulher, um boliviano que ficou alguns dias detido, injustamente.
Tudo por falta de comunicação ou por falta de seriedade no trato de questões tão sérias.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Marina embarca em canoa furada??
Marina, morena Marina, você se queimou... Marina, você faça tudo, mas faça o favor...
Os versos de Dorival Caymmi, aqui alterados talvez não sirvam para a ex-senadora, mas convenhamos que ao se decidir pela filiação ao PSB de Eduardo Campos, Marina fez uma jogada de alto risco.
Primeiro, porque é muito difícil que ela consiga fazer a transferência de votos, que acredito tenha sido a hipótese que tenha levado a ingressar naquela sigla.
Se é verdade, como se afirma, que no Brasil o eleitor vota na pessoa e não no partido, a questão é saber se o eleitor irá identificar na pessoa de Campos, a figura de Marina.
Exceto se Marina resolver sair como vice-candidata na chapa encabeçada pelo governador pernambucano, e nessa condição, estivesse junto do candidato em todas as fotos e material de campanha.
Mas, aí é que acho que está o maior perigo da ex-petista e ex-PV. A imagem que passa, a mensagem implícita, de que na hora que lhe chutaram a canela, negando-lhe e à sua Rede o reconhecimento oficial, ao invés de reagir partindo para o ataque, a candidata acovardou-se e correu para engrossar as fileiras de outro candidato, então considerado mais fraco, aos olhos dos eleitores, ao menos a julgar pelos índices apontados nas pesquisas eleitorais.
Afinal, Eduardo Campos, estava lá atrás nas pesquisas, sendo o último dos candidatos considerados com alguma chance. Ao contrário, Marina é que estava lá em cima, em condições de atrapalhar as pretensões de reeleição de Dilma.
Além disso, se conseguir transferir sua popularidade, Marina tende a desaparecer, mesmo no caso de uma vitória de sua chapa no segundo turno. Nunca é demais lembrar que vice no nosso país, não tem nenhuma importância.
Mas, no caso de uma derrota, então, ficará em uma situação ainda mais desfavorável, já que sem poder usar o argumento de sua votação estrondosa... como foi em 2010.
***
Também não sei se Marina avaliou exatamente a sua possibilidade de transferir votos, quando se recorda que uma grande parte de sua votação significativa em 2010 foi obtida em Minas. Especialmente significativa, a sua votação em Belo Horizonte.
Pois bem, tendo agora em 2014 que enfrentar um candidato mineiro, e que foi governador de Minas por dois mandatos, o que o torna nome imbatível em Belo Horizonte, será que Marina iria conseguir mesmo fazer a transferência de votos com que parece estar contando?
Por ser conservador o voto do estado mineiro, em especial no tocante à crença de que mineiro deve votar em mineiro, independente de quaisquer outros aspectos que estejam presentes em uma eleição, acho que Marina arriscou demais, em sua opção.
***
Também não convence a ninguém, e vai ser difícil que o PSB consiga passar uma mensagem de partido de oposição, ele que esteve participando do governo Dilma, inclusive contando com cargos no primeiro escalão, até nesse mês de setembro.
Ora, sem conseguir se mostrar efetivamente contra tudo isso que aí está, o PSB retira de Marina até a oportunidade do discurso de quem foi injustiçada pelo PT e pela justiça de nosso país, que alguns poderiam acusar de a serviço de interesses do partido no poder.
***
Bem, que a senadora tenha sorte em seu intento. Mas, que acho que embarcou em uma canoa furada, isso é o que penso.
Os versos de Dorival Caymmi, aqui alterados talvez não sirvam para a ex-senadora, mas convenhamos que ao se decidir pela filiação ao PSB de Eduardo Campos, Marina fez uma jogada de alto risco.
Primeiro, porque é muito difícil que ela consiga fazer a transferência de votos, que acredito tenha sido a hipótese que tenha levado a ingressar naquela sigla.
Se é verdade, como se afirma, que no Brasil o eleitor vota na pessoa e não no partido, a questão é saber se o eleitor irá identificar na pessoa de Campos, a figura de Marina.
Exceto se Marina resolver sair como vice-candidata na chapa encabeçada pelo governador pernambucano, e nessa condição, estivesse junto do candidato em todas as fotos e material de campanha.
Mas, aí é que acho que está o maior perigo da ex-petista e ex-PV. A imagem que passa, a mensagem implícita, de que na hora que lhe chutaram a canela, negando-lhe e à sua Rede o reconhecimento oficial, ao invés de reagir partindo para o ataque, a candidata acovardou-se e correu para engrossar as fileiras de outro candidato, então considerado mais fraco, aos olhos dos eleitores, ao menos a julgar pelos índices apontados nas pesquisas eleitorais.
Afinal, Eduardo Campos, estava lá atrás nas pesquisas, sendo o último dos candidatos considerados com alguma chance. Ao contrário, Marina é que estava lá em cima, em condições de atrapalhar as pretensões de reeleição de Dilma.
Além disso, se conseguir transferir sua popularidade, Marina tende a desaparecer, mesmo no caso de uma vitória de sua chapa no segundo turno. Nunca é demais lembrar que vice no nosso país, não tem nenhuma importância.
Mas, no caso de uma derrota, então, ficará em uma situação ainda mais desfavorável, já que sem poder usar o argumento de sua votação estrondosa... como foi em 2010.
***
Também não sei se Marina avaliou exatamente a sua possibilidade de transferir votos, quando se recorda que uma grande parte de sua votação significativa em 2010 foi obtida em Minas. Especialmente significativa, a sua votação em Belo Horizonte.
Pois bem, tendo agora em 2014 que enfrentar um candidato mineiro, e que foi governador de Minas por dois mandatos, o que o torna nome imbatível em Belo Horizonte, será que Marina iria conseguir mesmo fazer a transferência de votos com que parece estar contando?
Por ser conservador o voto do estado mineiro, em especial no tocante à crença de que mineiro deve votar em mineiro, independente de quaisquer outros aspectos que estejam presentes em uma eleição, acho que Marina arriscou demais, em sua opção.
***
Também não convence a ninguém, e vai ser difícil que o PSB consiga passar uma mensagem de partido de oposição, ele que esteve participando do governo Dilma, inclusive contando com cargos no primeiro escalão, até nesse mês de setembro.
Ora, sem conseguir se mostrar efetivamente contra tudo isso que aí está, o PSB retira de Marina até a oportunidade do discurso de quem foi injustiçada pelo PT e pela justiça de nosso país, que alguns poderiam acusar de a serviço de interesses do partido no poder.
***
Bem, que a senadora tenha sorte em seu intento. Mas, que acho que embarcou em uma canoa furada, isso é o que penso.
Galo jogou poupando forças para o próximo domingo...
Enquanto o Cruzeiro passeava em Pernambuco, enfrentando o último colocado do Campeonato Brasileiro e já praticamente rebaixado Náutico, o Galo não conseguia transformar em gols e em vitória sobre o Corínthians, seu maior domínio de jogo.
Insistindo em jogar bolas aéreas, desde a saída de bola, para um jogador como Alecsandro, cujas características são bastante diferentes das que Jô exerce como pivô, o Atlético tornou-se em boa parte do primeiro tempo, presa fácil da defesa do time paulista. Tudo isso agravado pelo fato de que perdeu muitos passes, ao longo de todo o jogo.
Por outro lado, vindo de uma série de partidas com resultados negativos, Tite armou o time praticamente na defesa, apenas com Guerrero mais avançado, e um Douglas muito fraco no meio campo. Fora Guerrero, que catimbou o quanto pode, Romarinho não conseguia aparecer, nas poucas oportunidades em que a bola chegou até ele.
E, com dificuldades de se livrar da marcação corinthiana, o Galo não conseguiu levar também maiores perigos ao gol de Cássio, sendo que mais uma vez deixou claro que é um time que chuta pouco a gol.
Ainda assim, mesmo dando poucos chutes e levando pouco perigo ao time paulista, o Galo teve a seu favor, alguns lances de perigo, que o auxiliar interrompeu, marcando impedimento.
Confesso que, do lugar em que estava localizado no estádio, não tive essa visão, sendo que em um deles, achei que Fernandinho - que estava impedido, embora ameaçasse participar da jogada, acabou não participando. No outro, Tardelli também me pareceu em condições de partir com a bola dominada...
No segundo tempo, com a torcida já pegando no pé de Alecsandro, o menos culpado de estar jogando em um time que insiste em uma única jogada de ataque, de resto já conhecida e manjada, Cuca providenciou a entrada de Berola e, depois, de Donizete e de Daniel.
Berola, até tentou correr e participou de uma das jogadas mais perigosas que o Galo teve na partida toda. Quem sabe, a única, que Diego Tardelli, já parecendo estar sem pernas, não conseguiu dominar e chutar para as redes de Cássio.
Já Daniel, que ao entrar muitos comentaram que era um velocista, acabou não conseguindo articular de jogada alguma de maior importância.
Assim, a partida caminhou para um final sem lances de perigo e até algo melancólico, refletido no 0X0 do placar do Independência.
***
Tomara que o ataque pouco efetivo de ontem seja apenas sinal de que o time está guardando sua força ofensiva para o próximo domingo, quando então, irá se desencantar. Mesmo que, jogando contra o líder...
Insistindo em jogar bolas aéreas, desde a saída de bola, para um jogador como Alecsandro, cujas características são bastante diferentes das que Jô exerce como pivô, o Atlético tornou-se em boa parte do primeiro tempo, presa fácil da defesa do time paulista. Tudo isso agravado pelo fato de que perdeu muitos passes, ao longo de todo o jogo.
Por outro lado, vindo de uma série de partidas com resultados negativos, Tite armou o time praticamente na defesa, apenas com Guerrero mais avançado, e um Douglas muito fraco no meio campo. Fora Guerrero, que catimbou o quanto pode, Romarinho não conseguia aparecer, nas poucas oportunidades em que a bola chegou até ele.
E, com dificuldades de se livrar da marcação corinthiana, o Galo não conseguiu levar também maiores perigos ao gol de Cássio, sendo que mais uma vez deixou claro que é um time que chuta pouco a gol.
Ainda assim, mesmo dando poucos chutes e levando pouco perigo ao time paulista, o Galo teve a seu favor, alguns lances de perigo, que o auxiliar interrompeu, marcando impedimento.
Confesso que, do lugar em que estava localizado no estádio, não tive essa visão, sendo que em um deles, achei que Fernandinho - que estava impedido, embora ameaçasse participar da jogada, acabou não participando. No outro, Tardelli também me pareceu em condições de partir com a bola dominada...
No segundo tempo, com a torcida já pegando no pé de Alecsandro, o menos culpado de estar jogando em um time que insiste em uma única jogada de ataque, de resto já conhecida e manjada, Cuca providenciou a entrada de Berola e, depois, de Donizete e de Daniel.
Berola, até tentou correr e participou de uma das jogadas mais perigosas que o Galo teve na partida toda. Quem sabe, a única, que Diego Tardelli, já parecendo estar sem pernas, não conseguiu dominar e chutar para as redes de Cássio.
Já Daniel, que ao entrar muitos comentaram que era um velocista, acabou não conseguindo articular de jogada alguma de maior importância.
Assim, a partida caminhou para um final sem lances de perigo e até algo melancólico, refletido no 0X0 do placar do Independência.
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Tomara que o ataque pouco efetivo de ontem seja apenas sinal de que o time está guardando sua força ofensiva para o próximo domingo, quando então, irá se desencantar. Mesmo que, jogando contra o líder...
Aniversário do Blog
Foi em um 7 de outubro que fiz a primeira postagem desse Também quero dar pitaco. O ano era 2010, e junto à minha primeira postagem, um discurso de paraninfo que havia proferido há pouco, elenquei, em outra nota, razões para me ler.
Naquela oportunidade, adverti que qualquer assunto poderia ser tratado nesse espaço virtual, embora por razões de ofício e paixão, trataria mais de temas ligados à economia, à política (que não anda distante das questões econômicas, nem pode andar), de futebol. Também mencionei que iria, a cada dia, publicar um ou alguns de meus poemas, atendendo a pedidos de alguns POUCOS amigos, e para tédio de outros.
Bem, em 3 anos de publicação, interrompida apenas aos fins de semana e alguns momentos e situações muito especialíssimas, a boa notícia é que meus poemas acabaram.
Agora, só ocasionalmente a inspiração ainda surge e, então, cometo um ou outros versos.
***
Lembro-me, no primeiro dia de blog, de ter enviado mensagens de emails a todos os meus contatos de caixa de correio, tanto no trabalho quanto em meu email pessoal. Então, além de informar-lhes de minha disposição de editar e manter o blog tambemquerodarpitaco, ainda pedia, quase implorava (risos!!) que viessem visitar e que dessem uma passadinha, mesmo que ocasional, por este espaço. Brinquei com eles que, quanto maior fosse o número deles que viessem me visitar, mais rápido eu poderia obter vantagens concedidas a todos os sites, blogs, etc. que bombam pela internet.
Pois bem, nesse intervalo, 87 pessoas - nem preciso dizer que amigos, todos e alunos alguns, com medo de alguma retaliação minha caso não se inscrevessem - tornaram-se seguidores do blog.
O cruzeirense - hoje feliz da vida, Juliano, o não menos feliz Élcio, o baiano Fernando Simões, o atleticano fanático Pieroni, o também feliz cruzeirense, Borella, o Ricardo Boynard, o grande amigo e professor Torres, o colega de aulas Ângelo Pereira, o Sérgio Leite, do Banco, foram inúmeros colegas que sempre me deram a honra de me prestigiar, além do Thales Rosa, minha cunhada Neuzinha, e muitos outros que, embora lendo, não fizeram comentários.
Em todo esse tempo, foram postados 1199 textos, tratando de assuntos variados, com 18 282 visualizações, número que me deixa bastante orgulhoso.
E com uma responsabilidade grande, já que esse pequeno quadro estatístico não significa que deixaremos de continuar publicando nossos pitacos.
Vamos continuar dando pitaco em tudo que nos julgarmos capazes - não de comentar, mas de "meter o bedelho".
E, até gostaríamos de pedir aos amigos que nos lêem, que também sugerissem assuntos, ou enviassem algum tema ou até opinião própria, as quais, além de publicarmos, iríamos ainda comentar.
Bem, é isso.
Agradeço a todos que têm passado e vindo visitar essa página, e espero sinceramente, que em alguns momentos a leitura desse blog possa estar trazendo alguma contribuição para a formação de alguma opinião, para algum leitor.
Até o próximo aniversário.
Naquela oportunidade, adverti que qualquer assunto poderia ser tratado nesse espaço virtual, embora por razões de ofício e paixão, trataria mais de temas ligados à economia, à política (que não anda distante das questões econômicas, nem pode andar), de futebol. Também mencionei que iria, a cada dia, publicar um ou alguns de meus poemas, atendendo a pedidos de alguns POUCOS amigos, e para tédio de outros.
Bem, em 3 anos de publicação, interrompida apenas aos fins de semana e alguns momentos e situações muito especialíssimas, a boa notícia é que meus poemas acabaram.
Agora, só ocasionalmente a inspiração ainda surge e, então, cometo um ou outros versos.
***
Lembro-me, no primeiro dia de blog, de ter enviado mensagens de emails a todos os meus contatos de caixa de correio, tanto no trabalho quanto em meu email pessoal. Então, além de informar-lhes de minha disposição de editar e manter o blog tambemquerodarpitaco, ainda pedia, quase implorava (risos!!) que viessem visitar e que dessem uma passadinha, mesmo que ocasional, por este espaço. Brinquei com eles que, quanto maior fosse o número deles que viessem me visitar, mais rápido eu poderia obter vantagens concedidas a todos os sites, blogs, etc. que bombam pela internet.
Pois bem, nesse intervalo, 87 pessoas - nem preciso dizer que amigos, todos e alunos alguns, com medo de alguma retaliação minha caso não se inscrevessem - tornaram-se seguidores do blog.
O cruzeirense - hoje feliz da vida, Juliano, o não menos feliz Élcio, o baiano Fernando Simões, o atleticano fanático Pieroni, o também feliz cruzeirense, Borella, o Ricardo Boynard, o grande amigo e professor Torres, o colega de aulas Ângelo Pereira, o Sérgio Leite, do Banco, foram inúmeros colegas que sempre me deram a honra de me prestigiar, além do Thales Rosa, minha cunhada Neuzinha, e muitos outros que, embora lendo, não fizeram comentários.
Em todo esse tempo, foram postados 1199 textos, tratando de assuntos variados, com 18 282 visualizações, número que me deixa bastante orgulhoso.
E com uma responsabilidade grande, já que esse pequeno quadro estatístico não significa que deixaremos de continuar publicando nossos pitacos.
Vamos continuar dando pitaco em tudo que nos julgarmos capazes - não de comentar, mas de "meter o bedelho".
E, até gostaríamos de pedir aos amigos que nos lêem, que também sugerissem assuntos, ou enviassem algum tema ou até opinião própria, as quais, além de publicarmos, iríamos ainda comentar.
Bem, é isso.
Agradeço a todos que têm passado e vindo visitar essa página, e espero sinceramente, que em alguns momentos a leitura desse blog possa estar trazendo alguma contribuição para a formação de alguma opinião, para algum leitor.
Até o próximo aniversário.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
A mensagem e uma homenagem a São Francisco, em um mundo de animais de extrema virulência, fruto talvez de sua (ir)racionalidade!!!
Só para registrar que, nesse dia 4 de outubro, e como ex-aluno de colégio dirigido por franciscanos, comemora-se o dia de São Francisco, aquele que falava aos animais, a quem considerava muito, por serem todos criaturas de Deus.
Quando a violência impera e leva a atos de barbárie contra animais, como algumas fotos postadas na internet de pessoas anormais torturando cães presos a uma cruz, ou quando se sabe do tratamento dado, nas clínicas de tratamento especializado em pets, a cães e gatos, como mostrado em redes de tvs, dá para entender melhor porque de tanta barbárie e violência contra o próprio ser humano.
E a razão e necessidade de que campanhas em prol da gentileza e da maior tolerância tenham de ser levadas ao ar, nos intervalos comerciais.
***
Afinal, guardadas as devidas proporções, quem maltrata animais sem nenhum motivo, é capaz também de bater, torturar e matar mulheres, por motivos tão fúteis como o desejo legítimo de elas não quererem continuar sendo objeto e propriedade de seus "machos".
Como se ser macho fosse ser capaz da adoção de uma atitude tão covarde, típica de uma franga!
Quem maltrata animais é digno de agredir a idosos sem qualquer proteção e sem noção mesmo do porque estão sendo agredidos.
Quem age assim, é capaz de estuprar e matar garotinhas de 4, 5, ou 9 anos, como o anormal que matou a garotinha Rebeca no Rio, embora nesse caso, a própria anormalidade seja já um atenuante.
***
Por isso, cresce em minha opinião, a importância da mensagem representada por São Francisco de Assis.
O que apenas é ratificado por imagens como a veiculada no site do Hoje em Dia de ontem, de um cão (acho que labrador) fazendo todo o possível para alegrar um menino, criança, portador da Síndrome de Down.
***
E pensar que ainda temos coragem de chamar de animais àqueles a quem queremos agredir e cujo comportamento e motivações escapam a nosso juízo e compreensão.
Quando a violência impera e leva a atos de barbárie contra animais, como algumas fotos postadas na internet de pessoas anormais torturando cães presos a uma cruz, ou quando se sabe do tratamento dado, nas clínicas de tratamento especializado em pets, a cães e gatos, como mostrado em redes de tvs, dá para entender melhor porque de tanta barbárie e violência contra o próprio ser humano.
E a razão e necessidade de que campanhas em prol da gentileza e da maior tolerância tenham de ser levadas ao ar, nos intervalos comerciais.
***
Afinal, guardadas as devidas proporções, quem maltrata animais sem nenhum motivo, é capaz também de bater, torturar e matar mulheres, por motivos tão fúteis como o desejo legítimo de elas não quererem continuar sendo objeto e propriedade de seus "machos".
Como se ser macho fosse ser capaz da adoção de uma atitude tão covarde, típica de uma franga!
Quem maltrata animais é digno de agredir a idosos sem qualquer proteção e sem noção mesmo do porque estão sendo agredidos.
Quem age assim, é capaz de estuprar e matar garotinhas de 4, 5, ou 9 anos, como o anormal que matou a garotinha Rebeca no Rio, embora nesse caso, a própria anormalidade seja já um atenuante.
***
Por isso, cresce em minha opinião, a importância da mensagem representada por São Francisco de Assis.
O que apenas é ratificado por imagens como a veiculada no site do Hoje em Dia de ontem, de um cão (acho que labrador) fazendo todo o possível para alegrar um menino, criança, portador da Síndrome de Down.
***
E pensar que ainda temos coragem de chamar de animais àqueles a quem queremos agredir e cujo comportamento e motivações escapam a nosso juízo e compreensão.
Como a derrota da Rede pode ser benéfica para Marina
O ano era 1965, e as eleições para os governos estaduais de Minas Gerais e da Guanabara estavam para ocorrer, mesmo que a ditadura militar, implantada há um ano, não permitisse a realização das eleições mais importantes, para a Presidência da República.
Um problema porém afligia os usurpadores do poder: o favoritismo de Sebastião Paes de Almeida, ex-ministro da Fazenda do governo JK e filiado ao PSD, partido que os militares alegavam ser impregnado de corruptos e, justamente por isso, um dos motivos da necessidade de se proceder a uma faxina na vida política do país.
Faltando dois meses para a realização do pleito, sobreveio novo golpe: em documento que fazia analogia entre o candidato pessedista e o assalto ao trem pagador e a seu personagem Tião Medonho, três políticos mineiros da UDN solicitam e conseguem a impugnação do nome do candidato.
Tendo seu nome lançado em cima da hora, em substituição a Paes de Almeida, Israel Pinheiro acabou elegendo-se governador de Minas Gerais.
No Rio, Negrão de Lima, do mesmo partido, acabou eleito, para desespero dos golpistas da UDN e servindo de justificativa para a proibição de eleições diretas para governos estaduais até o ano de 1982.
Tempos negros e sombrios que constituem nossa história.
***
Lembro-me desse episódio, para refletir, independente das questões político-partidárias específicas da época e da reação popular, na reação do povo brasileiro, ou do eleitor, quando julga estar sendo tramada alguma injustiça.
Parece-me que o eleitor toma o lado do injustiçado e acaba apoiando-o nas urnas.
Não tenho nenhum dado concreto ou base científica para chegar a essa constatação, mas minha sensação é de que o povo brasileiro reage como quem tomasse as dores do injustiçado, ou da figura do coitadinho.
***
Pois bem, tendo em vista o que afirmei acima, será mesmo que ao cassar o registro da Rede de Sustentabilidade de Marina Silva, o TSE prejudicou aquela candidata ou apenas agregou mais um ingrediente, altamente positivo à candidatura da ex-ministra e capaz de dar mais combustível a sua pretensão de ser candidata a presidência da República em 2014?
Ocupando hoje a vice-liderança da preferência popular, como indicam as pesquisas de intenção de voto, e com vários partidos interessados em oferecer-lhe a vaga a candidata, Marina não acabou sendo beneficiada pelo simples fato de ter o TSE agido estritamente dentro do que determina a legislação?
Afinal, o papel de coitadinha e de candidata prejudicada pelos interesses poderosos dos que ocupam o poder assenta-se à perfeição a Marina, que sabe cultivar tal imagem, sem sombra de dúvida.
Por um lado, há a questão de que alguns dos juízes do TSE são os mesmos que têm assento no STF, onde os embargos infringentes foram aprovados, e a opinião pública, manipulada pela mídia, já formou seu juízo de que a Corte é formada por maioria petista.
Ora, como a presidenta Dilma, petista, é candidata à reeleição, a ameaça representada por Marina afeta principalmente aos planos do partido que está no poder. Esse mesmo partido identificado com o mensalão e com os juízes que, agora, prejudicam Marina.
Até já sou capaz de imaginar Boris Casoy apresentando o jornal noturno e comentando que Tá tudo dominado!
***
Não está.
Que tenha havido problemas no registro das assinaturas daqueles que se filiaram à Rede, e que tenha havido morosidade dos cartórios eleitorais, nada disso guarda relação com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que se ateve estritamente ao que está contido na legislação.
Fazer aquilo que talvez fosse desejo de alguns, de flexibilizar a lei, apenas baseado no ambiente criado pela mídia que vitimizava Marina é que seria um absurdo, como deixou bastante claro a Ministra Carmem Lúcia, presidente do colegiado e Ministra do STF. Ministra, aliás, que votou contra a aceitação dos embargos infringentes que beneficiavam José Dirceu e Genoíno e João Paulo Cunha, entre outros.
Ministra que deixou muito claro não concordar com a opinião de Gilmar Mendes, outro companheiro em ambos os tribunais, e que também votou contra os infringentes e, ontem, mais uma vez, levando mais em conta seu interesse partidário que o que é a letra da lei.
***
Até mesmo a perda do registro da Rede é uma mera hipótese nesse momento. Afinal, ainda hoje e até amanhã, as assinaturas necessárias, em torno de 50 mil poderão ser colhidas, especialmente se as redes sociais, que tanto ajudaram o partido a ganhar simpatia popular, promoverem uma grande campanha de filiação.
É bom lembrar, como outro dia o fez o colunista da Folha, Igor Gielow (coluna Despertador, na Folha de 2 de outubro), que foi confundir o número de assinaturas exigidas com o número de curtidas no Facebook, que ajuda a explicar porque Marina não obteve êxito no registro.
Porque não usar do imenso poder demonstrado pela candidata, ou por seu partido, para conseguir as assinaturas faltantes, numa arrancada final?
De mais a mais, se não acho que prejudique a candidatura de Marina, pelos motivos que expus, o que a não aceitação do registro da Rede pode vir a prejudicar, ou quem, são aqueles velhos políticos de sempre, e suas práticas também de sempre, da mudança de siglas, como quem muda de roupa.
A esse respeito, é bom lembrar que os políticos que têm mandato perderiam seus mandatos caso mudassem de siglas partidárias, o que não acontece se migram para partidos novos, no afã de acomodar seus interesses. Alguns desses interesses nada republicanos...
Entretanto, a possibilidade de irem para novos partidos ainda subsiste, já que recentemente 2 novas siglas foram autorizadas, mesmo que sem todo apoio e frisson que a Rede tem provocado.
***
De minha parte, acho que, na verdade, quem ganha com a decisão do TSE são aqueles partidos de oposição que nunca disseram a que vieram, como o PSDB, que nunca conseguiu ser alternativa a nenhum projeto de poder político ou de mudança social desejada pela população brasileira, com seu candidato espertinho, como todos os bons meninos do Rio, com todos os seus anos de praia...
Afinal, a chegada de Marina ao páreo, por um partido nanico, sem qualquer expressão é muito boa para obrigar o eleitor a se acostumar com a possibilidade de uma disputa de segundo turno.
Mais difícil, ao final, será derrubar Marina, embora o discurso de que, no fim das contas ela é como qualquer outro político, sujeita a se filiar a qualquer partidinho, apenas para levar avante seus interesses individuais mais egoísticos, possa ser capaz de beneficiar a quem, durante todo o primeiro mandato de Dilma, nada fez a não ser ficar oportunamente em silêncio.
Ou pior, aproveitando-se das benesses de estar no poder para, só agora, no final do baile, optar por descer da embarcação e passar a criticar a direção do navio e até as músicas da orquestra de que fizeram parte tão convenientemente.
***
Curiosa, em minha opinião e mudando de assunto ligeiramente, a postura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que ou convenceu-se de que Lula tenta voltar ao poder em 2018 ou entrou em desespero.
Afinal, amigo de Lula, de quem foi aliado desde sempre, vinculado a Miguel Arraes e a toda tradição de cunho social que o político esquerdista representa, era de se esperar que negociasse para se tornar o nome para uma eventual sucessão de Dilma, em 2018.
Situação que, agora, parece completamente afastada do horizonte.
Um problema porém afligia os usurpadores do poder: o favoritismo de Sebastião Paes de Almeida, ex-ministro da Fazenda do governo JK e filiado ao PSD, partido que os militares alegavam ser impregnado de corruptos e, justamente por isso, um dos motivos da necessidade de se proceder a uma faxina na vida política do país.
Faltando dois meses para a realização do pleito, sobreveio novo golpe: em documento que fazia analogia entre o candidato pessedista e o assalto ao trem pagador e a seu personagem Tião Medonho, três políticos mineiros da UDN solicitam e conseguem a impugnação do nome do candidato.
Tendo seu nome lançado em cima da hora, em substituição a Paes de Almeida, Israel Pinheiro acabou elegendo-se governador de Minas Gerais.
No Rio, Negrão de Lima, do mesmo partido, acabou eleito, para desespero dos golpistas da UDN e servindo de justificativa para a proibição de eleições diretas para governos estaduais até o ano de 1982.
Tempos negros e sombrios que constituem nossa história.
***
Lembro-me desse episódio, para refletir, independente das questões político-partidárias específicas da época e da reação popular, na reação do povo brasileiro, ou do eleitor, quando julga estar sendo tramada alguma injustiça.
Parece-me que o eleitor toma o lado do injustiçado e acaba apoiando-o nas urnas.
Não tenho nenhum dado concreto ou base científica para chegar a essa constatação, mas minha sensação é de que o povo brasileiro reage como quem tomasse as dores do injustiçado, ou da figura do coitadinho.
***
Pois bem, tendo em vista o que afirmei acima, será mesmo que ao cassar o registro da Rede de Sustentabilidade de Marina Silva, o TSE prejudicou aquela candidata ou apenas agregou mais um ingrediente, altamente positivo à candidatura da ex-ministra e capaz de dar mais combustível a sua pretensão de ser candidata a presidência da República em 2014?
Ocupando hoje a vice-liderança da preferência popular, como indicam as pesquisas de intenção de voto, e com vários partidos interessados em oferecer-lhe a vaga a candidata, Marina não acabou sendo beneficiada pelo simples fato de ter o TSE agido estritamente dentro do que determina a legislação?
Afinal, o papel de coitadinha e de candidata prejudicada pelos interesses poderosos dos que ocupam o poder assenta-se à perfeição a Marina, que sabe cultivar tal imagem, sem sombra de dúvida.
Por um lado, há a questão de que alguns dos juízes do TSE são os mesmos que têm assento no STF, onde os embargos infringentes foram aprovados, e a opinião pública, manipulada pela mídia, já formou seu juízo de que a Corte é formada por maioria petista.
Ora, como a presidenta Dilma, petista, é candidata à reeleição, a ameaça representada por Marina afeta principalmente aos planos do partido que está no poder. Esse mesmo partido identificado com o mensalão e com os juízes que, agora, prejudicam Marina.
Até já sou capaz de imaginar Boris Casoy apresentando o jornal noturno e comentando que Tá tudo dominado!
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Não está.
Que tenha havido problemas no registro das assinaturas daqueles que se filiaram à Rede, e que tenha havido morosidade dos cartórios eleitorais, nada disso guarda relação com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que se ateve estritamente ao que está contido na legislação.
Fazer aquilo que talvez fosse desejo de alguns, de flexibilizar a lei, apenas baseado no ambiente criado pela mídia que vitimizava Marina é que seria um absurdo, como deixou bastante claro a Ministra Carmem Lúcia, presidente do colegiado e Ministra do STF. Ministra, aliás, que votou contra a aceitação dos embargos infringentes que beneficiavam José Dirceu e Genoíno e João Paulo Cunha, entre outros.
Ministra que deixou muito claro não concordar com a opinião de Gilmar Mendes, outro companheiro em ambos os tribunais, e que também votou contra os infringentes e, ontem, mais uma vez, levando mais em conta seu interesse partidário que o que é a letra da lei.
***
Até mesmo a perda do registro da Rede é uma mera hipótese nesse momento. Afinal, ainda hoje e até amanhã, as assinaturas necessárias, em torno de 50 mil poderão ser colhidas, especialmente se as redes sociais, que tanto ajudaram o partido a ganhar simpatia popular, promoverem uma grande campanha de filiação.
É bom lembrar, como outro dia o fez o colunista da Folha, Igor Gielow (coluna Despertador, na Folha de 2 de outubro), que foi confundir o número de assinaturas exigidas com o número de curtidas no Facebook, que ajuda a explicar porque Marina não obteve êxito no registro.
Porque não usar do imenso poder demonstrado pela candidata, ou por seu partido, para conseguir as assinaturas faltantes, numa arrancada final?
De mais a mais, se não acho que prejudique a candidatura de Marina, pelos motivos que expus, o que a não aceitação do registro da Rede pode vir a prejudicar, ou quem, são aqueles velhos políticos de sempre, e suas práticas também de sempre, da mudança de siglas, como quem muda de roupa.
A esse respeito, é bom lembrar que os políticos que têm mandato perderiam seus mandatos caso mudassem de siglas partidárias, o que não acontece se migram para partidos novos, no afã de acomodar seus interesses. Alguns desses interesses nada republicanos...
Entretanto, a possibilidade de irem para novos partidos ainda subsiste, já que recentemente 2 novas siglas foram autorizadas, mesmo que sem todo apoio e frisson que a Rede tem provocado.
***
De minha parte, acho que, na verdade, quem ganha com a decisão do TSE são aqueles partidos de oposição que nunca disseram a que vieram, como o PSDB, que nunca conseguiu ser alternativa a nenhum projeto de poder político ou de mudança social desejada pela população brasileira, com seu candidato espertinho, como todos os bons meninos do Rio, com todos os seus anos de praia...
Afinal, a chegada de Marina ao páreo, por um partido nanico, sem qualquer expressão é muito boa para obrigar o eleitor a se acostumar com a possibilidade de uma disputa de segundo turno.
Mais difícil, ao final, será derrubar Marina, embora o discurso de que, no fim das contas ela é como qualquer outro político, sujeita a se filiar a qualquer partidinho, apenas para levar avante seus interesses individuais mais egoísticos, possa ser capaz de beneficiar a quem, durante todo o primeiro mandato de Dilma, nada fez a não ser ficar oportunamente em silêncio.
Ou pior, aproveitando-se das benesses de estar no poder para, só agora, no final do baile, optar por descer da embarcação e passar a criticar a direção do navio e até as músicas da orquestra de que fizeram parte tão convenientemente.
***
Curiosa, em minha opinião e mudando de assunto ligeiramente, a postura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que ou convenceu-se de que Lula tenta voltar ao poder em 2018 ou entrou em desespero.
Afinal, amigo de Lula, de quem foi aliado desde sempre, vinculado a Miguel Arraes e a toda tradição de cunho social que o político esquerdista representa, era de se esperar que negociasse para se tornar o nome para uma eventual sucessão de Dilma, em 2018.
Situação que, agora, parece completamente afastada do horizonte.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Coisas que acho engraçadas, por viver em um país como o Brasil, que é pândego
Valeu até a observação de Boris Casoy no Jornal da Noite, pela Band, ontem à noite. Mas mesmo antes de seu comentário, eu já havia observado e achado muito curiosa a situação.
Refiro-me ao desembarque dos médicos cubanos, contra os quais nada tenho, até pelo contrário. Afinal, há muito tempo já, tenho ouvido que a medicina naquela ilha é um curso de elevada qualidade e, mesmo que essa qualidade tenha sido apenas uma lenda, ou propaganda, ou tenha sido algo que aconteceu e passou, o fato é que, em minha opinião, a formação lá não pode ser tão precária quanto aquela proporcionada por algumas de nossas faculdades.
A esse respeito, sempre pensei que se fossem exigir, também para os médicos formados em nosso Brasilzão, esse exame que as associações e conselhos médicos estão exigindo para os concorrentes vindos de fora, muito pouca gente será aprovada.
E não há aqui nenhum demérito ou crítica ao curso de Medicina, especificamente. Basta olhar o que acontece e os resultados dos exames da OAB, considerados tão difíceis, dado o nível de reprovação, que a solução que muitos têm apresentado é a de acabar com a prova...
O que aliás é já uma das coisas engraçadas de nosso país.
Quem sabe até não mereça aparecer listada aqui, como a primeira coisa engraçada mencionada nessa postagem.
***
Então vamos á segunda, que é o fato de os médicos cubanos que estão desembarcando aqui em nosso país nesse segunda leva (parece-me que deverão ser aproximadamente 2 mil médicos) já desembarcarem com jalecos brancos.
Conforme a observação de Boris, é o marketing dos médicos, que já chegam uniformizados. Para mim, é apenas mais uma coisa curiosa, longe do marketing.
Explico: não acredito que eles tenha vindo no vôo vestidos com os jalecos. Mas supondo que tenham vindo vestidos daquela forma, é péssimo marketing. Como aliás, não deixa de ser péssima propaganda caso não tivessem vindo vestidos daquela forma, deixando para colocarem o uniforme somente na hora do desembarque no aeroporto.
Afinal, aquele jaleco branco é usado exatamente para impedir que os médicos, vestidos com roupas comuns, pudessem transmitir algum tipo de doença para os pacientes, especialmente infecções causadas por bactérias, germes, etc.
Todos sabemos como as roupas usadas no nosso dia a dia são sujeitas a portarem ácaros, germes, micróbios. Para isso são usados os jalecos, como uma espécie de garantia de que os profissionais da saúde estão adotando procedimentos de maior higiene.
Até recentemente foi feita uma campanha, proibindo que profissionais da área usassem seus jalecos para irem de casa para o serviço, ou irem às ruas para almoçar, ou qualquer outra atividade.
Mas os médicos cubanos não. Repito, não são só os cubanos. São os médicos que estão desembarcando aqui em nosso país, para trabalhar no projeto Mais Médicos, por acaso, ontem vindos da ilha.
Independente disso, o certo é que chegam de jalecos, o que já retira daquela indumentária, o que ela serve para transmitir: a noção de higiene.
Ou descer no aeroporto, ficar à espera da bagagem nas esteiras rolantes, em geral apinhadas de passageiros contra os quais todos acabam se esbarrando, apanhar malas e pertences, sair ali arrastando ou carregando essas malas, não é situação capaz de transformar o jaleco em algo contrário ao que era sua função original?
Pior que isso é que fotos estampadas nos jornais, de médicos que já frequentam os postos de saúde mas ainda não estão impedidos de começar a trabalhar, por força de problemas burocráticos de registros e autorizações, mostram profissionais não vestindo o tal jaleco.
Ou seja: para trabalhar, não precisa da indumentária. Mas para desembarcar todos descem fantasiados de médicos. Vai entender...
***
Uma terceira coisa que tenho achado bastante curiosa é relativa ao futebol e, agora à campanha do Cruzeiro no campeonato brasileiro.
Há muito pouco tempo atrás, ouvi de vários colegas a afirmação de que se o Galo não conquistasse a Libertadores, nunca mais iria conseguir o feito. Afinal, diziam os cruzeirenses, nunca fora tão fácil. Nunca o nível da disputa foi tão ridículo. Nunca times tão fracos estavam participando da competição.
Esqueceram-se eles, que a competição começou com times considerados de ponta, muitos dos quais aqui do Brasil, um até recentemente campeão do mundo.
Se foram ficando pelo caminho, alguns por falta de futebol de nível, ou por força de fatores que poderíamos alegar extra-futebol, como o caso do Corínthians, prejudicado pelo juiz, são coisas do próprio jogo.
Mas, se alguns foram sendo eliminados por times inferiores, é porque aqueles times inferiores mostraram-se superiores na competição. O que os tornava times fortes, ao menos naquele momento e circunstâncias...
Pois bem, agora o time do Cruzeiro dispara na frente no campeonato. Nada excepcional, se considerarmos que, no campeonato passado o líder do campeonato tinha o mesmo número de pontos conquistados, talvez mais ou menos 3 pontinhos.
Então, o que o time está fazendo é uma campanha muito boa, de campeão ou candidato ao título, sem dúvida. Está encaixado, os jogadores todos empenhados, um excelente técnico, um time com esquema tático, etc. etc. E um ataque que está arrasador, não há como negar.
Mas, se o time repete ou faz campanha semelhante ao time líder na edição passada, o que pode-se dizer dos demais?
O ano passado, o segundo colocado, meu Galo estava nos calcanhares do líder. O Grêmio estava ali, fungando no cangote, também.
Todos vencendo seus compromissos.
E hoje?
Colocar 11 pontos de vantagem no segundo colocado é sinal de que o time do Barro Preto está muito melhor ou sinal de que os demais times estão muito fracos?
Tão ruins em suas campanhas, que praticamente não há muita diferença entre o time que está na zona do rebaixamento e o time que está lá em sexto, sétimo ou oitavo lugar. A qualidade está tão baixa, nos outros times, que quem está em sexto lugar, não tem certeza de que escapa da degola dada a pequena diferença de pontos.
Certo que o Cruzeiro não tem nada com isso. E está fazendo a parte dele.
Mas engraçado é que se algum de nós atleticanos comentamos que nunca foi tão fácil, eles não gostam. Reclamam. Inclusive os torcedores jornalistas ou cronistas.
Quer dizer, eles podem menosprezar as conquistas em que não levavam fé. Os outros não. Têm que reconhecer que o time deles está liderando o mais árduo e difícil campeonato que já foi realizado dentre todas as edições de campeonato de pontos corridos já havidos no Brasileiro...
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Para não cansar muito, vou revelar apenas mais um das coisas curiosas ou engraçadas a que tenho visto recentemente.
Trata-se da presidenta Dilma estar voltando a utilizar-se do twitter, para se comunicar com a população. A presidenta fazendo uso de redes sociais, afinal, uma das grandes armas a serem utilizadas nas próximas eleições.
E o que vejo de engraçado é que esse reinício de uso das redes ocorre justo em meio ao problema da espionagem patrocinada pelo governo americano e tão combatida pela nossa presidenta (com toda razão a meu juízo!) com direito a discurso de reprovação na ONU, etc.
Como é difícil acreditar que, em função do discurso recriminatório os EUA parem de fazer uso da espionagem eletrônica, e como se sabe que eles não deram qualquer indício de que irão paralisar ou já paralisaram tais comportamentos, acho engraçado que Dilma queira se expor mais e não menos nessa hora.
Salvo se o que a presidenta estiver fazendo pelas redes não se tratar apenas de discussão de abobrinhas e temas que servem mais para encher os canais de "escuta" americanos, sobrecarregando suas ligações, ou se não for apenas para fazer marketing.
O que igualaria a presidenta ao candidato do PSDB, outro que está prometendo, em meio a toda essa confusão de espionagem, fazer uso cada vez maior das redes.
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Não posso deixar de comentar que acho também engraçadas as ameaças de Israel, sentado em sua bomba nuclear, ou nas milhares delas, ao Irã e ao projeto de desenvolvimento de energia nuclear por aquela nação.
E isso logo agora em que os Estados Unidos, que tanto tempo sustentaram o Estado judeu, estão dispostos a admitirem que os povos dos países vizinhos têm também o direito que eles lhes negaram durante tanto tempo, enquanto faziam vistas grossas ou até incentivavam seus protegidos a desenvolverem essa energia.
Inclusive e especialmente, para fins não pacíficos.
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Engraçado e triste: milhares de emails que recebo de quem acha que é politicamente bem informado e está revoltado, como é a moda e está na moda, contra o PT e sua política de privilegiar a classe mais baixa de renda (por si só, já engraçado o suficiente, uma vez que nunca antes na história desse país, os banqueiros lucraram tanto e os estratos de renda mais elevada aumentaram tanto seus rendimentos, a ponto de o número de milionários ter se elevado muito).
Alguns desses emails têm a baixeza de elogiarem os bons governos militares, em que os generais ditadores de plantão, não roubavam, e não havia corrupção, etc. etc.
Pior que roubar recursos públicos, os tais generais da ditadura roubaram vidas preciosas. E mais que roubo, cometeram crimes de tortura, contra quem lutava, esses sim, para a derrubada de usurpadores que ocuparam o poder através de golpes.
E são os que distribuem esses emails que acusam o PT e os petistas de serem autoritários, manipuladores, e anti-democráticos.
Logo quem!!!
Vai ver, o problema é que quem manda e repassa esses emails, ou ainda é muito jovem, o suficiente para ser bastante ignorante e ter muito o que aprender, se se dedicarem a abrir livros de história e irem ler (caso sejam já alfabetizados!) para aprender um pouco mais, em lugar de ficarem perdendo tempo distribuindo esses emails.
Ou então são já tão velhos, que já estão senis, o suficiente para esquecerem o tanto que falavam dos militares de mais baixa patente, que eram os que tratavam as questões mais mundanas de desvio de recursos públicos em nome de seus comandantes, como é o caso do Coronel Andreazza.
Ou porque já se passou muito tempo, e já faleceu, Mário Andreazza - contra quem não tenho nada, e nada sei, senão que era sempre alvo de comentários ligados à questão de corrupção, virou santo e as pessoas esqueceram o que falavam dele, mesmo sem provas.
Ou porque já se passou muito tempo, e já faleceu, Mário Andreazza - contra quem não tenho nada, e nada sei, senão que era sempre alvo de comentários ligados à questão de corrupção, virou santo e as pessoas esqueceram o que falavam dele, mesmo sem provas.
Aliás, como falam agora de políticos que estão no poder, e como já falaram, em outros tempos, de JK, Israel Pinheiro, Brizola e outros que morreram também todos pobres....
terça-feira, 1 de outubro de 2013
O vermelho das Contas Públicas
Déficit nominal nas contas públicas já é comum. Déficit também nas contas de Estados e municípios é comum, sempre compensado pelo resultado primário das contas do governo central, que inclui a União, Banco Central e Previdência.
Mas, os resultados anunciados agora pelo Banco Central, relativos ao mês de agosto, indicam ter havido déficit também para a União, fazendo com que o déficit primário total alcançasse 432 milhões de reais no mês, o pior já medido desde 2001.
Embora para todo o período de janeiro até agosto o resultado seja superavitário, a divulgação do número assusta.
E nem vou falar que assusta por indicar que o governo não irá cumprir a meta prevista para todo o ano, já que está bem abaixo do comportamento necessário e abaixo do montante de excesso de arrecadação de mesmo período alcançado em 2012.
Vamos aos números: de janeiro até agosto, o valor do superávit atingiu 54 bilhões, menos 20 bilhões quando comparado a igual período do ano passado, quando foi necessário que o governo maquiasse números e adotasse a contabilidade criativa para cumprir suas metas fiscais.
Acende-se portanto o sinal de alerta, ou deveria acender tal sinal.
***
Ao menos pelos lados do Banco Central, já foram emitidos sinais de que a política monetária sofrerá novos apertos, leia-se aumentos de juros, para compensar a piora do quadro fiscal.
Particularmente, nem sou favorável a que o governo esteja nesse momento de crise econômica em todos os quadrantes do planeta, preocupado com não elevar seu déficit. Acho que tem sim, que fazer política fiscal mais frouxa, expansionista, para assegurar a manutenção do emprego e sustentar a demanda agregada.
O problema que vejo é que o governo reduz arrecadação, razão da queda do resultado primário, e a economia não reage. Por mais incentivos que o governo crie, os empresários não reagem, os investimentos não são retomados na escala desejada ou planejada.
Isso sim, é ruim, porque desbarata nossos recursos públicos, abre o flanco a crises, e nada... nada melhora ou faz a economia reagir.
Imaginar como poderia estar muito pior nossa economia caso o governo não estivesse adotando o comportamento que vem adotando e a situação que estamos atravessando hoje, é perda de tempo. E não resolve o problema: não está funcionando. Não está dando resultados.
E, de fato, vem fazendo volume e engrossando outros problemas, já visíveis no horizonte. Problemas não necessariamente relacionados, mas que afetam o comportamento de nossos agentes econômicos, como a inflação, no patamar de 5,8%; o monumental déficit nas contas de transações correntes; a elevação do dólar, que prejudica o controle inflacionário, mesmo que, por outro lado, promova a redução da participação da dívida pública no PIB.
A potencial escalada dos juros como arma de combate à inflação, ou à que ela saia de controle, tudo isso, somado ao fato de que ano que vem é ano eleitoral, e mais difícil se torna prever um comportamento mais responsável dos gestores de recursos fiscais.
***
Pior mesmo é que a economia não reage, já que nas mãos de empresários privados avessos ao risco e mal acostumados pelo governo a só saírem da letargia ao custo de muito estímulo e muito incentivo.
Mas, os resultados anunciados agora pelo Banco Central, relativos ao mês de agosto, indicam ter havido déficit também para a União, fazendo com que o déficit primário total alcançasse 432 milhões de reais no mês, o pior já medido desde 2001.
Embora para todo o período de janeiro até agosto o resultado seja superavitário, a divulgação do número assusta.
E nem vou falar que assusta por indicar que o governo não irá cumprir a meta prevista para todo o ano, já que está bem abaixo do comportamento necessário e abaixo do montante de excesso de arrecadação de mesmo período alcançado em 2012.
Vamos aos números: de janeiro até agosto, o valor do superávit atingiu 54 bilhões, menos 20 bilhões quando comparado a igual período do ano passado, quando foi necessário que o governo maquiasse números e adotasse a contabilidade criativa para cumprir suas metas fiscais.
Acende-se portanto o sinal de alerta, ou deveria acender tal sinal.
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Ao menos pelos lados do Banco Central, já foram emitidos sinais de que a política monetária sofrerá novos apertos, leia-se aumentos de juros, para compensar a piora do quadro fiscal.
Particularmente, nem sou favorável a que o governo esteja nesse momento de crise econômica em todos os quadrantes do planeta, preocupado com não elevar seu déficit. Acho que tem sim, que fazer política fiscal mais frouxa, expansionista, para assegurar a manutenção do emprego e sustentar a demanda agregada.
O problema que vejo é que o governo reduz arrecadação, razão da queda do resultado primário, e a economia não reage. Por mais incentivos que o governo crie, os empresários não reagem, os investimentos não são retomados na escala desejada ou planejada.
Isso sim, é ruim, porque desbarata nossos recursos públicos, abre o flanco a crises, e nada... nada melhora ou faz a economia reagir.
Imaginar como poderia estar muito pior nossa economia caso o governo não estivesse adotando o comportamento que vem adotando e a situação que estamos atravessando hoje, é perda de tempo. E não resolve o problema: não está funcionando. Não está dando resultados.
E, de fato, vem fazendo volume e engrossando outros problemas, já visíveis no horizonte. Problemas não necessariamente relacionados, mas que afetam o comportamento de nossos agentes econômicos, como a inflação, no patamar de 5,8%; o monumental déficit nas contas de transações correntes; a elevação do dólar, que prejudica o controle inflacionário, mesmo que, por outro lado, promova a redução da participação da dívida pública no PIB.
A potencial escalada dos juros como arma de combate à inflação, ou à que ela saia de controle, tudo isso, somado ao fato de que ano que vem é ano eleitoral, e mais difícil se torna prever um comportamento mais responsável dos gestores de recursos fiscais.
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Pior mesmo é que a economia não reage, já que nas mãos de empresários privados avessos ao risco e mal acostumados pelo governo a só saírem da letargia ao custo de muito estímulo e muito incentivo.
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