sexta-feira, 9 de maio de 2014

Tristeza por favor vá embora, para que a lembrança da alegria de Jair possa ocupar esse momento de dor

A morte de Mister Sorriso, Jair Rodrigues é, sem qualquer dúvida, uma grande perda para a música popular e para a cultura brasileira.
De certa forma, saem de cena sua voz, sua contagiante alegria, seu otimismo, deixando o nosso país mais pobre. Mais triste.
A ele, cantor que se destacou nos festivais desde que cantou com as mãos o "Deixe que digam, que pensem, que falem, deixe isso pra lá, vem pra cá o que é que tem..." e que foi o magistral intérprete de Disparada, de Vandré, vencedora junto com a Banda do Festival da Record dos anos 60, nossas homenagens.
Então, "prepare o seu coração, pras coisas que eu vou contar..." porque dele levaremos sempre boas lembranças.
Dele, além do programa o Fino da Bossa, que compartilhava com sua grande amiga, Elis, guardo a lembrança de um "pout pourri" que interpretava com a Pimentinha Elis, com sambas que se referiam ao morro. "O morro não tem vez, e o que ele fez..."
Inesquecível também, a famosa "Tristeza, por favor vá embora, minha alma que chora está vendo o meu fim". Uma tristeza difícil de se afastar de nós, no dia de hoje, em que o luto é o sentimento que nos invade.
De minha parte, lembro com nostalgia de uma manhã em que voltava do plantão feito em um Posto Fiscal de Igarapé, quando ainda era agente da Fiscalização da Secretaria da Fazenda, e um programa da Rádio Itatiaia, dedicado a músicas, na época ditas caipiras, trouxe sua interpretação da magnífica Sua Majestade o Sabiá.
Confesso agora, não ter certeza se na ocasião achei magnífica a música ou a interpretação do sambista. Que dominava e mandava bem todos os ritmos da música popular brasileira.
Que sua partida sentida sirva para nos lembrar que há sempre, em qualquer circunstância e situação, um jeito melhor e mais alegre de encarar a vida. Com otimismo. E sem deixar a tristeza vir nos dominar e invadir nossa alma.
Tristeza, por favor vá embora, mesmo que seja difícil imaginar você fazendo companhia a quem era a expressão da alegria.

Nenhum comentário: