sexta-feira, 30 de maio de 2014

A aposentadoria de Joaquim Barbosa e porque insistem em não deixar o aposentado Ronaldo em paz...

O anúncio da aposentadoria de Joaquim Barbosa ganha destaque e as manchetes de nossos principais jornais. Alguns deles, questionando o porquê de o presidente do STF anunciar apenas agora sua decisão. Outros achando precipitada a decisão, já que o ministro, nesse momento, não poderá se lançar candidato a qualquer cargo eletivo nas eleições do próximo mês de outubro, como tanto se especulou.
Indagam as razões de o presidente do Supremo, que ganhou tanta notoriedade com o julgamento do mensalão chegando inclusive a ser apresentado como  nosso justiceiro-mór, por parte de nossa classe média de mentalidade conservadora e tacanha, ter preferido o ostracismo e o recolhimento.
Observe que não afirmei que Barbosão, como foi chamado em alguns momentos, posou de justiceiro. Apenas aceitou a imagem que lhe pespegaram, sem qualquer reação ou comentário, contra ou a favor.
Quanto à utilização do termo notoriedade, cuja utilização em inglês denota algum tom crítico, deve-se não ao seu comportamento como relator do mensalão, mas exclusivamente a algumas de suas reações.
Em minha opinião, tais reações, sempre destemperadas, autoritárias e impróprias irão, no futuro, ser lembradas, empanando uma biografia que tinha muitos pontos para ser elogiada, aí considerando-se, inclusive, o fato de ter cumprido seu papel funcional.
Porque embora no Brasil saibamos que isso é raro, e merecedor de comentários, o que ele fez como relator da Ação Penal 470 e depois, como presidente do Supremo, foi apenas o cumprimento de um dever funcional e profissional, que envolve claro, o dever de consciência.
Por raro, o tratamento dispensado por ele a poderosos e políticos como se fossem seres humanos comuns, em minha opinião não há muito que ficar elogiando e lembrando do ministro.
Mas, seu destempero e a dificuldade de aceitar a discordância, o contraditório, a opinião do outro, a falta de diálogo, essas ganharão destaque por não adequadas ao comportamento que se espera de um magistrado da mais alta Corte do país.
Ainda assim, prefiro ficar com a imagem do homem do povo, que venceu por seus méritos e por sua capacidade e inteligência, contra um ambiente que deve ter se apresentado a ele como bastante hostil em várias ocasiões.
Neste momento, curioso é que entre comentários e especulações sobre sua decisão anunciada, pouco espaço tenha sido dedicado pela imprensa a um detalhe simples: por tratar-se de uma opção pessoal  e um benefício de cunho íntimo, pessoal, não há o que ficar procurando razões para explicar o gesto. O que de resto, mesmo se houver, não interessa e não deveria ser preocupação de mais ninguém.

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Ronaldo, agora sim, e cada vez mais, um fenômeno

Que um jogador de futebol emita suas opiniões e as torne públicas, caso tenha espaço para tanto, não é problema algum.
Afinal, por muito tempo, acompanhamos as opiniões emitidas por Edson Arantes do Nascimento, cobrando dele uma postura distinta daquela que ele insiste em nos passar.
Dele, como não cansamos de nos lembrar, o deputado Romário em um momento de rara felicidade observou que, calado era um poeta.
Desta forma, como qualquer outro profissional e cidadão, nada tenho contra as opiniões de Ronaldo Nazário, o gordinho que se tornou o artilheiro recordista de Copas do Mundo, o que convenhamos, não é pouco.
Fato que será sempre digno de destaque ou menção nas páginas ou programas de esportes de nossos meios de comunicação.
Mas, daí dar a ele toda a atenção que lhe é dispensada, em assuntos que não creio que ele tenha autoridade para tratar, é culpa e falha de nossa imprensa, ávida por escândalos.
Em algumas ocasiões, inclusive, o que vemos é apenas e tão somente uma invasão de privacidade desmedida, como no caso das notícias sobre seu casamento em um palácio francês,  como também sua separação algumas semanas depois.
Ou como no caso que ganhou as páginas policiais, por força de desacordo comercial com três travestis em uma noitada no interior de um motel, no Rio.
Mas, em minha opinião, Ronaldo deveria se cuidar mais e sua assessoria está falhando muito, quando o ex-jogador concede entrevistas como membro do Comitê local responsável pela organização da Copa. Até para preservar sua imagem.
E para evitar que ele se mostre tão contraditório e meta tanto os pés pelas mãos, com tem feito, desde quando foi feito o anúncio de seu nome como membro do Comitê que, diga-se de passagem, também não tinha qualquer justificativa. Naquela ocasião, afirmou que uma Copa não se fazia com hospitais, e saúde pública de qualidade, criticando as manifestações populares contrárias à realização da Copa em nosso país. Agora, em entrevista concedida a órgão de imprensa alemã, declarou sentir-se envergonhado com tanta burocracia, atraso e tantas obras por fazer no nosso país, relativas à própria Copa.
Finalmente, para manifestar sua opinião de que, para os manifestantes mais exaltados, ou vândalos, como ele os definiu, o melhor era a polícia baixar o cacete.
Como disse, não há o que criticar de declarações de quem quer que seja. Mesmo que seja alguém de alguma visibilidade.
Mas, que não dá para entender como a imprensa insiste em ouvir a quem não entende nada do que é objeto da discussão, para isso é que não encontro qualquer justificativa.
A imprensa sim, é que agindo assim, merece toda nossa crítica pelo desserviço que presta à população e, pior, ao próprio entrevistado. Ronaldo no caso.

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