quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O Atlético perde para ele mesmo. Hoje, ele é seu principal adversário

Lamentavelmente, por estar dentro de sala de aula, não pude assistir ao primeiro tempo do jogo do Galo contra o Flamengo ontem à noite no Maracanã, que terminou com a vitória do Atlético, pelo placar mínimo, gol de Maicosuel.
Pelo comentário do canal 230, do PFC da Net, não perdi nada. Ou perdi muito pouco. Para o Lédio Carmona, o Flamengo foi melhor, retendo mais a posse de bola, chutando mais a gol, desarmando mais, jogando mais bolas aéreas na área. Segundo ele, a proposta do Galo era jogar nos contra-ataques e depois do gol, logo no início do jogo, a tática deu certo. Embora o Flamengo tivesse mais volume de jogo, a velocidade do Galo sempre encontrava um time carioca desarrumado e confuso, levando perigo à meta flamenguista.
Mas, jogar encolhido, no contra-ataque, contra o Flamengo e toda sua torcida empurrando o time em pleno Maraca, é implorar para que o time contrário venha para cima com tudo e se dispor a levar sufoco. Para um time com uma defesa frágil como o Atlético vem demonstrando possuir, especialmente com jogadores considerados reservas e que não vêm jogando, é querer sofrer uma virada e sair derrotado.
Pior não é isso. É que o time do Atlético nos minutos iniciais do segundo tempo, não só abdicou de partir para cima do time de Luxemburgo, mantendo a mesma proposta de não jogo do primeiro período, como não conseguia acertar dois passes seguidos.
Com isso, não conseguia reter a bola, que parece foi a solicitação feita por Levir Culpi no intervalo do jogo, trocando passes, gastando o tempo e enervando o time carioca, o que permitiria que a torcida passasse a pressionar o time com cobranças que apenas nos beneficiariam.
Mas Josué não acertava nem um passe, além de não conseguir, tal como Pierre, dar o bote e roubar a bola do time carioca. Rafael Carioca, era outro perdido em campo, sem conseguir armar jogada alguma. Tardelli corria, corria, corria, parece estar correndo até agora, sem encontrar quem pudesse se aproximar dele, para tentar uma troca de passes. Na correria, ficou perdido em meio à defesa contrária. Jô, conseguiu matar uma bola na canela e, na hora que ia tentar o giro para chutar a gol, furou e viu a bola escorrer para os pés do beque flamenguista. Maicosuel não acertava nada que tentava. Pedro Botelho era outro que não acertava nada, culminando com o pênalte completamente desnecessário e Alex Silva, pela direita só aumentava minha saudade de Marcos Rocha.
Enfim, o Atlético perdia para si mesmo. Para sua incompetência e a falta de padrão de jogo e esquema tático que Levir até hoje não conseguiu definir.
É verdade que o time não consegue manter uma base, tendo que mudar constantemente, por força de contusões, principalmente.
Mas, se tentou evitar que o Atlético jogasse como nos tempos de Cuca, com chutões para Jô e ligação direta, a verdade é que Levir não conseguiu criar nada para o lugar. O Atlético, quando tenta a ligação direta, ainda encontra Jô fazendo o pivô. E é só. Não deslancha e não tem outras jogadas treinadas.
Pior é que para nós que estamos assistindo ao jogo, e ao contrário do que vemos em outros jogos, de outros times, nós atleticanos sabemos que a qualquer momento o caldo entorna e nós sofreremos o gol de empate, o da virada e outros para aumentar nosso vexame.
Por outro lado, se o tempo todo esperamos e ficamos torcendo e rezando para que a bola saia de nossa área, do meio para a frente não esperamos nada.
Nem mesmo quando Maicosuel dá lugar à Luan, ou quando outras substituições como a de André no lugar de Jô acontecem.
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Parece que Levir ontem culpou a falta de brilho individual pelo resultado ruim. É forçoso reconhecer que ele não está sem razão. Os jogadores, inclusive Tardelli, estão jogando um futebol burocrático, sem qualquer inspiração. Erram demais. Parece estarem ali não por prazer ou profissionalismo mas por total e completa falta de opção.
Mas o técnico também e sua falta de esquema tático são responsáveis pelo péssimo resultado.
E têm a companhia de uma diretoria que contrata mal quando contrata e que parece não estar nem aí para o sofrimento de toda uma massa de abnegados.
A situação está feia. Muito feia. Semelhante ao futebol ridículo do time. Motivo suficiente para que o time despenque tabela abaixo e que o sonho de voltar a participar de uma Libertadores fique cada vez mais distante.
O Atlético jogando encolhido se apequena, e com essa estatura, volta a ocupar aquela posição intermediária que tantas vezes termina por ocupar na tabela. Bem própria e adequada ao Galo 13, na faixa situada lá entre a décima ou décima terceira posição em meio a vinte outros times.
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Enquanto isso, os demais clubes fazem o que podem para dar o título com um turno de antecipação ao Cruzeiro, o que já está fazendo o campeonato perder a graça.
Claro que isso não significa que o campeonato por pontos corridos tenha que ser alterado em sua fórmula. Significa apenas que quem deseja vencê-lo tem que ter e manter uma estrutura, tem que contratar com cuidado e montar um time capitaneado por um técnico que entende de futebol, não inventa e que sabe que quanto mais um time é alterado, mais seu futebol desaparece.

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