segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E viva o Coelho, infelizmente

Parabéns ao Coelho, outrora adversário encarniçado, posteriormente segundo time de todo atleticano. De todo mineiro torcedor de futebol.
O Coelhão andou bastante tempo claudicando. Longe, bem longe de suas tradições. Foi rebaixado. Caiu ainda mais. Perdeu o brilho, os jogadores, o rumo.
Mas, agora, felizmente, reencontrou sua trajetória. E ameaça, no retorno, assumir o papel de algoz do Galo.
Justiça seja feita à torcida, pequena, fanática, aguerrida e chata do América.
Essa nunca abandonou. Acreditou sempre. Mesmo nos momentos mais desesperadores.
***
Ontem, o Coelho voltou a brilhar e o fez, infelizmente, em cima de meu time.
Pena. Mas, justo. Merecido.
Daí os cumprimentos a quem superou juiz (pelo pênalty inexistente, não pelo impedimento sim, do companheiro de ataque de Fábio Júnior), torcida, e até um certo descrédito e desconfiança.
***
Do time do Atlético, pouco a observar. Defesa fraca, falhando seguidamente. Serginho perdido, como barata tonta. Réver tão ridículo em campo, não chegando nem à sombra do Réver do final do ano passado.
Leandro, que considero limitado para jogar no Galo, esteve mais tranquilo, protegido do sol, depois de agraciado com o sombrero recebido de Fábio Júnior.
O meio campo sem criatividade e sem objetividade. Novamente, Tardelli fora da área, o que facilita para o time contrário.
Enfim, o time do Galo parece estar enfrentando uma fase caracterizada pela descendente.
Desde o jogo com o Guarani, que por pouco não aprontou no segundo tempo, até o jogo contra o IAP no Maranhão, em que venceu sem convencer, até o dia de ontem. E o jogo de ontem.
O time parece sem objetivo e objetividade. Lento. Tocando muito a bola. Com uma defesa pesada, que não acompanha atacantes mais velozes e atrevidos.
Estamos ganhando, algumas das vezes, mas não podemos nos iludir.
Falta muito para atingirmos o futebol do nível que a torcida espera e merece.

Fim de semana - noite de domingo

DESCANSO

Dorme
cansada pela viagem cósmica
no interior do televisor ligado
noite a dentro.
Dorme inocente
descansando do dia agitado
abusando da úlcera do pai.
Agora, mudou-se o filme
Já não há mais viagem à lua
mas continua abraçada à boneca
Ao lado de quem, dorme tranqüila.

Do clima, em São Paulo

NOITE PAULISTA

Faz frio na noite escura
tinge-se o céu de cinza púrpura
sobre automóveis apressados.
Noite de sábado frio
onde o silêncio se rompe pela aventura
dos motores lá fora.
Faz frio na noite paulista
faz frio, motor paulista.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mundo em conflito

TEORIA


                                               Eu,
                                               Ego,
                                               Interior:
                                   Sub-sistema
                                               Nós,
                                               Guerra
                                               Exterior:
                                   Sub-sistema
                                               O mundo,
                                               Guerra universal:
                                               Não tema:
                                               Sistema.

Quando os personagens trocam de lugar

DÚVIDA

                                   A platéia se diverte
                                   Da comédia sem humor
                                   Fingindo estar gostando
                                   Afinal, quem é o ator?


O poema acima vale como referência à situação da população do Aglomerado da Serra. Mais que à Polícia Militar que, como instituição não tem nenhuma responsabilidade ou participação ou o que quer que seja, quanto ao comportamento de alguns -felizmente poucos- de seus membros.
***
Como qualquer outra organização, a PM tem os maus elementos que também, felizmente, são a minoria, se pudermos mesmo classificar essa minoria sequer como grupo.
Talvez fossem apenas exceções. Contadas pelos dedos das mãos.
***
O problema é que a PM é uma instituição e como tal, não existe. É uma realidade virtual, não no sentido tecnológico, mas no sentido de abstrato.
E o problema é que toda instituição é, no fundo, o conjunto de seus membros. E, onde há maçã podre, há que se temer sempre, mais que mostrar que é uma exceção ou minoria, a possibilidade do contágio.
Também a constatação da existência da fruta podre, levanta a questão, que não pode ser nunca afastada de cena, quanto às influências ou os fatores que permitiram, especialmente no ambiente de que se trata, de o problema ter tido origem. De não ter sido detectado antes. Ou em o sendo, de não ter tido a devida solução de saneamento.
***
Fica ainda mais grave a situção, quando um dos soldados envolvidos no bárbaro assassinato (ou queima de arquivos?), já preso no batalhão da PM, aparece morto na cela, por ter cometido suicídio com o cadarço de um calção.
Logo um cadarço que a Polícia não deixa estar presente nem nas celas dos piores marginais, vai estar presente e servir de arma dentro da cela do batalhão da PM???
***
A situação apenas se torna mais grave na minha opinião, parecendo que dentro da corporação existe mais pessoas que, com a morte por suicídio, já têm a quem imputar os atos desabonadores cometidos.
Em outros termos. Parece que acharam o bode expiatório, sobre quem recairão todas as culpas. Inclusive a dele mesmo, já condenado por sua consciência.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pitacos sobre o comportamento da economia

Não devia ser surpresa para ninguém o fato de que, com a elevação decretada pelo Banco Central da taxa de juros básica da economia, a Selic, o resultado sobre nossas contas externas seria imediato. Sob a desculpa da necessidade de se adotar políticas de restrição (monetária) à demanda, visando promover a contenção da inflação, a Selic foi elevada, tornando cada vez mais rentável a aplicação de capitais, de qualquer origem em nosso país.
O influxo de recursos externos iria, como a teoria indica, contribuir para manter o real sobrevalorizado, o que implicaria em redução de exportações, aumento das importações, redução do resultado favorável em nossa balança de comércio e em elevação das despesas com serviços obtidos no exterior.
Ou seja, era previsível que a balança de transações correntes ia apresentar déficit e que esse déficit seria vultoso. Ser recorde para o mês de janeiro, não era novidade. Ser recorde na série temporal, sim. Mas isso de alcançar o maior valor, é de somenos importância, frente à lógica perversa que o explica.
***
Tendo como vilão a balança de serviços, o déficit tem sido, a contragosto, apresentado como consequência das remessas de rendimentos e juros feitas pelas multinacionais aqui instaladas  para suas matrizes.
A grande imprensa prefere, na maioria das vezes, falar das viagens internacionais, também pesadamente deficitárias.
Ninguém se lembra que as viagens, para além da questão do mero turismo, sempre contribui com a elevação do nível cultural dos povos. Afinal, desde meus tempos de curso de ensino fundamental, ouvi professores ensinarem que a evolução dos povos gregos muito contou com a contribuição das viagens, das trocas (de mercadorias e conhecimentos e culturas) e do comércio.
Esqueceram que isso contribui ou deve contribuir para a melhoria de nosso nível de conhecimentos e produtividade.
Mas isso é de caso pensado: transformar o viajante ou turista no grande vilão serve aos propósitos das multinacionais. E da globalização que tanto almejamos, lembram-se disso???
***
Efeito da globalização, eufemismo para a financeirização das relações internacionais, o Brasil recebe capitais  a quem remunera bem, seja nas aplicações de curto prazo mais voláteis, seja na aplicação produtiva. Afinal, nosso mercado encontra-se em franca expansão o que assegura lucros crescentes. E a remessa de lucros é facilitada pela conversão de reais, cada vez mais valiosos, por dólares cada vez mais baratos, por culpa mesmo da entrada de dólares.
Coisa meio que esquizofrênica: a empresa traz o dólar, converte-o em real e o aplica com alta remuneração. Ao fazer isso, contribui para a queda do valor do dólar, o que faz com que, na hora de tirar o dinheiro daqui, para remetê-lo à matriz, possa comprar ainda mais dólares, ganhando na vinda, na estada e muito mais ainda, na saída.
***
Mas não há nada esquizofrênico no samba do crioulo doido, que é extremamente rentável para eles.
Apenas, samba, doideira e crioulos. Achando que com samba no pé, estão agradando ao mundo. O que torna-se assim, coisa de doido.

Pitacos sobre a mediocridade na política brasileira

Ou muito me engano, ou às vezes parece que algumas pessoas insistem em se apequenar e reduzir sua própria importância ou a relevância de sua função ou papel.
Senão vejamos: o Congresso, a quem é atribuída a competência para discutir, votar e aprovar a lei de fixação do salário mínimo, acaba de votar, na noite de ontem, uma lei definindo regras estáveis e duradouras, de fácil compreensão e cálculo, para a definição do valor do salário, até o ano de 2015.
Depois de aprovada na Câmara,  na semana anterior, esta lei foi aprovada ontem, no Senado, por ampla maioria.
Ponto para o Congresso que cumpriu seu papel.
***
Dentro da lei votada como manda a Carta, pelo Congresso e seus membros, há uma decisão de implementação: sendo o Executivo obediente à lei, à qual deverá se curvar, e para tornar a discussão e o processo de implantação do valor dos salários para os anos vindouros mais ágil, o Congresso houve por bem permitir que o valor seja fixado por Decreto.
Ponto para o Congresso que votou a regra, e mostrando a interação e o bom convívio com o Executivo, permitiu a esse último Poder estipular o VALOR. NÃO A REGRA, prerrogativa do primeiro.
Diriam os mais afoitos e desavisados que o Executivo deverá se curvar à lei, ou ao Legislativo que a criou.
Simples e meridiano como deve ser no Estado de Direito, onde ninguém ou nada pode ser superior à lei.
***
Do ponto de vista econômico, a estabilidade da regra ajuda a criar a estabilidade tão reivindicada pelos mercados. Há agora, mais condições e ambiente mais favorável a que o cálculo econômico seja feito, sem incertezas.
***
Caso haja mudanças relevantes no cenário político-econômico-social, coisa que ninguém deseja, como por exemplo, a explosão dos preços do petróleo e dos combustíveis, por força da intolerância e intransigência de malucos no poder como o ditador líbio, ou outros de mesma espécie e localização geográfica, ou a explosão dos preços em escala internacional, ou nova crise financeira, ou o retorno da inflação descontrolada em nosso país, nova Lei deverá ser votada.
Pelo Congresso.
Afinal, ao Congresso sempre e a cada momento será reconhecido o direito de, em havendo motivos lícitos para promover mudanças, mudar as leis. Revogando as que se tornam caducas ou prejudiciais e criando outras mais aperfeiçoadas ou adequadas ao momento vivido.
***
Mas, apesar de tudo isso, membros do Congresso correm para as televisões - onde encontram eco, já que qualquer besteira que for dita, se parecer ser contrária ao governo terá imediata ressonância- onde vão chorar pitangas. Quer dizer, para reclamar que o Congresso está abrindo mão de suas prerrogativas e transferindo o que é sua função precípua e exclusiva - legislar sobre o salário mínimo - para o Executivo.
Que pena, ponto contra o Congresso que não merecia ser ocupado por tanta gente pequena, mesquinha, ou ignorante.
E que fique claro, que não há nessa constatação da ignorância que crassa no Congresso qualquer referência a nível de escolaridade ou conhecimento de trambiques e mutretas e habilidade de criar ou conviver com tais comportamentos.
***
Agora são os senadores da Oposição, vinculados principalmente ao PSDB, que ameaçam ir ao Supremo, para pedir que a lei seja considerada inconstitucional, por retirar do Congresso o que é sua atribuição exclusiva. Sem querer fazer qualquer consideração sobre a qualidade do Supremo, que nem posso por não ter o conhecimento necessário, posso dizer que de cabeça de juiz, é sabido, pode sair qualquer interpretação.
Inclusive uma equivocada, que parece ser o que a oposição espera que aconteça.
***
Pensando bem, não há nisso, nada de anormal. De um Senado composto por personagens tão ilustres, vetustas, cultas e sábias, como são os membros que comandam as suas ações, na base do governo ou na oposição, mas especialmente nessa, nesse instante, não era de se esperar posição diferente. Não era de se esperar nada mesmo.
Ou para lembrar a lei de Murphy, para esperar sempre o pior.

REMINISCÊNCIAS

REMINISCÊNCIAS

                                               Explodia um vulcão internamente
                                               Destruindo a mente racional 
                                               (olha a fumacinha!)
                                                               Da contrariedade subia
                                                               Uma variedade nova, raiva contida
                                                               Deixando círculos de fumaça no ar
                                                                (onde há fumaça
                                                                       há fogo)

                                   superstições frágeis
                                   desprendendo-se de um cigarro
                                   devorado de um lado qualquer
                                                                       (Você é ciumento
- Olha como você é ciumento!)
                                                           Devorado pelo instinto
                                                           Pela expressão alegre inesperada
                                                           Lançada como um grito na estrada
                                                                                  (Goiaba!)
                                   Gerando caos
                                   Fazendo desviar
                                   Uma direção traçada firme
                                   Ocultando: pedido mudo
                                                           (...!)

Lembranças de um passado nem tão longínquo assim

FIM DA LINHA

                        Elevou-se o nível intelectual
                        do povo de cultura média.
                        foi o MOBRAL. ..
                        E o salário real
                        do operário da empresa                     
cobrindo a inflação
                        (Genial!)
                        Lançou-se o primeiro foguete
                        de nossa era espacial
                        explorou-se o primeiro filete
                        do petróleo essencial
                        Explodiu-se a primeira bomba
                        na página do jornal
                                                           que perdeu o furo:
                                                           a estabilização do custo de vida
                                                           por não ter mais aonde subir
                        (Fim da linha!)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pitacos sobre política, governo Dilma ou já as eleições de 2014

Pieroni, meu amigo e parceiro de truco do Bar do Marinho (R. São João Evangelista, 382), nas noites de terças, quintas e tardes de sábados, já foi citado aqui anteriormente.
Por ser quem é, o que o torna admirável, volto a citá-lo, com o respeito e a amizade que merece. Aliás, e como merece, já que, parece-me é leitor mais assíduo desse blog que meus próprios filhos e familiares.
Deixa quieto. Cada um é cada um.
Ontem, em meio a mais uma das partidas do carteado, cobrou-me por achar que estou enchendo muito a bola de nossa presidente Dilma.
***
Disse-lhe que não. Acho que tenho tratado nossa presidente de forma moderada. Nem elogiosa, nem crítica. Por não ter dado meu voto a ela, prefiro estar e ser mais isento. Mas tenho assinalado, sim, em meus pitacos, que a postura dela, pelo menos nesse início de mandato, destaca-se claramente da adotada por seu antecessor.
Não sou favorável à sua política econômica, muito pallociana para meu gosto. Muito ortodoxa e capaz de querer combater uma inflação, que não é de demanda, com medidas para contenção da demanda. A saber, juros elevados. Selic em alta.
Quanto a cortes de gastos públicos, por mais que a mídia conservadora e os mercados cobrem esse comportamento, também tenho feito críticas a ele. Afinal, há cortes que devem ser feitos, como no pagamento de juros da dívida pública, mas outros existem que não deveriam ser cortados. Ao contrário, deveriam ser elevados.
Situam-se, nesse caso, os gastos com a reestruturação do aparelho de Estado, incluindo desde gastos com reposição de funcionários públicos, até uma política de valorização dessa mão de obra, centrada em treinamento e qualificação, mas também, e porque não, em salários dignos.
Fim de privilégios que todos cobram é acertado, mas antes há que se debater o que é e até onde vai o privilégio.
***
Então, se não sou favorável à política econômica da Dilma, a qual até crítico por estar conduzindo o país a problemas graves, como o anúncio do resultado de nossa balança de transações correntes bastante deficitário,  no último mês de janeiro, onde estariam os elogios.
Na postura mais técnica e menos pirotécnica da presidente. Na demonstração dada até agora, de que vai fazer uma política externa que, antes de outros interesses comerciais ou políticos, deixe claro que há outras dimensões nas relações entre nações, que devem também ser consideradas, mesmo que não sejam os interesses de maior peso.
***
Mas, eu descobri. Pieroni sabe que não estou elogiando a Dilma. Mas acha que estou, ao menos em todos os pitacos em que eu estiver, como tenho feito, criticando ao menino do Rio, ex-governador Aécio.
Por tentar se arvorar em líder da oposição, e por seu desejo de ser o próximo candidato a presidente, em nome das forças políticas de oposição, Aécio não pode ser atacado ou criticado, sob pena de, subrepticiamente, eu estar ao agir assim, elogiando a quem pode se tornar seu adversário, ou adversária, em 2014.
É isso.

A lei do mercado

                                                                                  CONCORRÊNCIA

                                   Sádico irmão
                                   mata tua fome
                                   na morte da vida
                                   de um miserável qualquer
                                   viva matando
                                   assassino impune
                                   Sádico, eu sou
                                   assassino cruel
                                   numa grotesca cena lúgubre
                                   onde quem não tem
                                   morre por não ter
                                   morre prá eu ter.

Da série dos conselhos

                                                                                                 CONSELHO


                                               Sorria, por qualquer trocado
                                               sorria, seja um bom soldado
                                               sorria, siga nosso lema:
                                               deixe-se guiar por toda estrada
                                               entre sorrisos
                                               Pois só assim sorrindo
                                               Terás ao fim de sua jornada
                                               atingido o alvo
                                                           alcançado o nada.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Respingos do tempo quente da Serra e o retorno da CPMF

E continua repercutindo, na nossa capital das Alterosas, o confronto entre a Polícia Militar e a população do Aglomerado da Serra, onde duas pessoas foram mortas na última semana.
Para alguns, simples e puro fuzilamento de pessoas comuns, normais, trabalhadoras, entre eles um enfermeiro que, pelo que ouvi hoje em programa da Rádio Itatiaia, trabalhava prestando cuidados e assistência ao jornalista Acyr Antão.
Não conheço os fatos, se é que alguém conhece, exceto os envolvidos, mas que erro e atuação desastrada é muito difícil de aceitar como uma desssas justificativas que nada justifica, é a questão.
Atuação tão patética de uma polícia que tem tantos feitos a enaltecer cheira mais a queima de arquivo: alguém que estava na hora errada, no lugar errado e viu o que não devia.
***
Convidado para participar da reunião de governadores do Nordeste, o governador Anastasia, de Minas, estado que tem uma região toda localizada na área geográfica da Sudene esteve presente e manifestou sua discordância em relação ao tema principal da reunião: a recriação da CPMF, como fonte de recursos para a Saúde.
Alegou que, embora a Saúde precise sim, de verbas maiores, não seria esse o caminho para conseguir tais recursos, propondo, em troca, a discussão de uma reforma tributária.
Partidário que sou da volta da CPMF, por sua característica de ser o único tributo que, efetivamente tributa a todos, indistintamente, bandidos ou honestos, ricos ou pobres, empresários ou trabalhadores, etc. acho que a discussão deveria ser sim, realizada, ao contrário do que pensa o governador mineiro, até como ponto de partida para a outra questão, da Reforma Tributária.
Agora que é curiosa a declaração em relação à importância da Saúde, para um governador de Estado que sistematicamente não cumpre o percentual obrigatório de aplicação na área, ninguém pode negar.
E, mais uma vez, remeter a questão da CPMF para o escopo mais amplo de uma discussão que todos sabem, ninguém tem real interesse em fazer progredir, é outra questão digna de consideração e análise.

E BH implanta a lei do silêncio

DE NOITE

                                   Maldito som
                                   que vem de fora
                                   do inferno da rua
                                   acrescentar-se ao zumbido
                                   sem sentido de uma mosca
                                   que me impede o repouso
                                   aliando-se ambos
                                   na guerra surda
                                   da poluição sonora.

Apelações e deformações da vida

                        SEXO

                        Sexo fruto
                        sexo produto
                        sexo amor
                        sem condição de contestação
                        sem a arma da exaltação
                        sem o poder inatingível
                        da comunicação
                        Sexo dor
                        sublime amor inexistente
                        suprema inconstância
                        lembrança doce
                        Sexo ambição
                        ou tentação desenfreada
                        fruto do produto
                        da mente deformada
                        de nossa era atual ...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E pondo gols nos respingos

Para não deixar de falar no futebol, já que é segunda-feira.
E para não deixar de comentar de como o Galo e seus 4 gols levantam o ânimo do torcedor atleticano para a campanha, ou as campanhas, em que o time estará envolvido nesse ano de 2011.
Mais ou menos a essa época, no ano passado, o Atlético estava bastante mal posicionado na tabela, mesmo que viesse mais tarde a reagir, tornando-se campeão mineiro.
Mas, quem se lembra sabe que era outro o time e outro o astral. O diálogo também. Talvez até, para sermos justos, um diálogo muito melhor. Mais profícuo ou prolixo. Já que, se não tinhamos técnico, como o temos hoje, pelo menos o time tinha um papagaio marqueteiro que sempre estava pronto a falar de seus projetos mirabolantes, construídos de sonhos e fantasias.
***
Hoje o Galo pode não ser ainda o time que a torcida idealiza. Mas é outro. E parece muito mais consistente. Mais realista e mais empolgante. Daí que líder.
Temos técnico: Dorival Júnior. Cada vez mostrando mais a diferença entre a competência e a propaganda.
Há apenas a salientar o fato de que a defesa parece, em algumas ocasiões, completamente fora de foco. E de jogo.
E que o segundo tempo ontem, e a reação do Guarani explica-se, em minha opinião, muito menos por um suposto relaxamento do time que vencia por quatro a zero. Creio que a real explicação foi a saída do corredor Neto Berola, e da falta de opções de jogadas lá na frente, após as mudanças feitas, algumas por culpa do calor.
***
No Rio, onde a marquetagem é coisa global, e não por outra razão, a Globo tem suas origens naquele estado, o papagaio do futebol viu seu time chegar à final ontem. Mais por sorte que por competência, que a campanha do Flamengo tem sido marcada por gols salvadores e por jogos em que venceu sem ter convencido.
Ontem foi nos pênaltes. E o Rio e o Flamengo mostram que, ao menos ali, há espaço para os que fingem que trabalham e que sabem vender seu peixe com certa competência.
***
Domingo tem Atlético e América. Jogo que até meados da década de 60 era o Clássico das Multidões e fazia do América o adversário mais temido do Galo.
Antes, tem a Copa Brasil, no Maranhão, na quarta.

Pondo pingos nos respingos

Enquanto prossegue o veranico, um dos mais prolongados que se tem notícia na capital mineira, segunda a imprensa, o tempo esquenta.
Esquenta no aglomerado da Serra, onde a Polícia Mineira e a população entraram em confronto e, na troca de agressões, contabiliza-se duas mortes, ônibus incendiados e brigas.
Esquenta no relacionamento entre os donos de empresas de transporte coletivo em nossa cidade e os motoristas e trocadores, que não aceitaram o aumento proposto pelos patrões, razão porque pode reiniciar o movimento de paralisações de ônibus urbanos.
***
Também agita-se o Senado, em meio à crítica feita pela oposição, encabeçada por Aécio Neves, à aprovação de uma lei que transfere a decisão, por decreto, da determinação dos valores a prevalecerem para o salário mínimo, até o ano de 2014.
Com apoio da mídia mesquinha e subordinada ao ex-governador, cada vez menos informativa e cada vez mais transformada em caixa de ressonância da vontade e dos sonhos presidenciais do atual senador por Minas, Aécio bota a boca no trombone para criticar o autoritarismo de Dilma.
Para o eminente frequentador das praias do Rio, o autoritarismo estaria em tirar as prerrogativas do Congresso, em relação ao tema, uma vez que o mesmo seria "imposto" por decreto a cada novo exercício fiscal.
***
Embora entenda bastante da questão do autoritarismo, já que governou Minas Gerais por dois mandatos, sustentado por leis delegadas arrancadas à Assembléia Legislativa do estado, o governador se equivoca, aqui.
Primeiro, porque a fixação do mínimo, consoante as novas regras já aprovadas na Câmara, mesmo que por decreto, apenas valorizaria o papel legislativo do Congresso, onde a lei foi votada e, tudo indica, será aprovada.
Ora, definida a lei, prerrogativa do Congresso, se o Executivo apenas vier a cumpri-la, nada há de autoritário. E, se o instrumento para isso, de que dispõe o Executivo é o decreto, nada haverá de anormal ou arbitrário nisso. Exceto para quem vê sombras como pessoas, e não como seu reflexo, por tanto tempo ludibriar a si mesmo e aos que o cercam, confundindo objetos e sombras, pessoas e seu reflexo.
Ou sua vontade com a vontade do povo.
***
De mais a mais, a aprovação da lei daria maior estabilidade às regras de fixação do salário, e impediria que o Congresso, a cada ano assistisse a esse triste episódio de demagogia e/ou de eliminação de direitos aos trabalhadores, que temos acompanhado até aqui.
Aliás, não é à-toa que os jornais noticiam que o genial (ou genioso) político mineiro está tentando atrair as Centrais de trabalhadores e seu apoio para seu Partido.
***
Além dessas notícias, e junto ao calor, também ferve a situação externa, agora na Líbia, onde o ditador, por não ser aliado dos Estados Unidos, sofre pressão de todos os lados.
Que caia por seu autoritarismo e pela vontade do povo, e que não haja a reação policial exacerbada que parece estar ocorrendo, é o que todos devemos desejar, até mesmo a midia, independente do envolvimento do país e de seus amigos ou da existência de interesse americano no desenlace.
***
Parabéns à Folha, por seus 90 anos.
Por mais que possamos criticar o jornal e sua postura ou posição em determinados assuntos e temas, é inegável que os serviços por ela prestados são muito superiores a essas críticas.
Leitor e assinante da Folha desde o ano de 1977, algumas vezes posso dela divergir e até querer paralisar a assinatura contratada. Mas, mais que reconhecer sua importância, em especial para quem mora numa cidade como a capital mineira, onde os jornais são todos muito ruins, quando não cópias atrasadas de órgãos como a própria Folha, a verdade é que o dia em que, por qualquer motivo o entregador não traz o jornal, a gente sente uma falta danada.

Saudação ao novo

NASCIMENTO DE UM POETA

Nasce o poeta
cantador de lirismo
o cronista
contador de estórias
o contista
o músico
desabrocha
em criança
peito alegre
a expressão comunicativa
nasce o autor
menino ainda
nasce o artista
Puro futuro....

Vida Vã

VIDA

Viver...
- no esto de paixões amargas
de ilusões preconceituosas
da ambição de um racionalismo
pictórico, imaginário...
- poluição desbragada
de um objetivo lúcido
resplandecente em ouro...
- na última sombra gloriosa
de um inesquecer eterno
- feliz, com o nosso mundo
imaginário, de escrúpulos
falsos, adornado...
- num século de estoicismo exacerbado
contemplando a verdadeira vida
de um bem-estar inútil.
Perde-se o fim pelo início.
Perde-se no triunfo imortal de trevas
A alegria de uma vida inexistente.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poema, o mínimo e o preço da carne

                                      VITRINA

Cortado
em fatias
na vitrina
exposto
o quilo
da carne
no açougue
vizinho
Coitados
da carne
do quilo
do açougue
exposto
ao povo
que passa
sem dinheiro
nas ruas
da vida.

DIREITOS

Nascer e crescer
lutar e viver
o dia-a-dia
Pensar e dizer
ouvir e sorrir
cantar e amar
andar e olhar
questionar, indagar
Ser livre.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

E respingos políticos

Ao ser eleito e tomar posse como governador do Estado de Minas Gerais, em 1986/87, o primeiro ato de Newton Cardoso foi o de exonerar todos os funcionários ocupantes de cargos públicos do Estado.
A confusão foi gigantesca. Muitos interesses - contagem de tempo para apostilamento, etc., foram feridos.
Instituições acéfalas, secretarias funcionando apenas com o Secretário indicado.
Lembro-me da situção vivida.
Não estou certo se a frase explicativa foi mesmo dele, ou se foi por ele apropriada, ou se o imaginário popular adaptou-a ao Governador. Mas, conta a lenda que ele teria, alguns dias depois de confusão e incerteza, nomeado novamente, praticamente as mesmas pessoas, para os mesmos cargos que ocupavam.
E justificou: tomou a atitude para que todos soubessem a quem deviam o favor da nomeação daquela data em diante.
***
Essa situação é, em minha opinião, bastante parecida com a que vivemos em relação ao início do governo Dilma. Para além das diferenças pessoais, de comportamento, formação, visão de mundo e ESTILO, Dilma tem que delimitar claramente a diferença entre seu governo e o de seu antecessor.
Nem que para isso, adote posturas que, diz o folclore, Lula não adotaria, como a questão da queda de braço travada contra as Centrais.
Ou do corte volumoso dos gastos públicos. Embora nesse quesito, basta lembrar que, no início do seu primeiro mandato, Lula também teve comportamento similar, propondo um superávit primário superior ao sugerido pelo próprio Fundo Monetário.
Afinal, não é que Lula gastou exageradamente, no último ano, nem mesmo por ser ano eleitoral, o que já por si só justificaria, qualquer que fosse o partido no poder um comportamento mais gastador.
Como se sabe, o próprio Lula, se fosse o caso, teria que cortar gastos que foram inflados sim, mas para que o Brasil pudesse superar a crise que não criou e de que foi vítima, em 2009. Tal qual a grande maioria dos países, inclusive os europeus desenvolvidos e o próprio Estados Unidos, fizeram.
Elevação de gastos públicos em 2009, saída da crise, recuperação forte com crescimento em 2010, e se não houve oportunidade para cortar gastos naquele ano, de forma a que eles retornassem a seus níveis normais, o corte teria que vir em 2010.
Agora, que ninguém seja ingênuo de que Lula não andou cortando gastos em 2010. Se não nas rubricas que compõem o orçamento, ao menos na prática, ao promover o contingenciamento de crédito, situação que pode ser verificada nas contas da execução financeira.
***
Para terminar, que curioso o comportamento de alguns ditos brasileiros cônscios, que não votaram em Dilma; não aprovaram Lula; criticaram a gastança promovida pelo ex-presidente e, agora, satisfeitos, quase que babando em regozijo, vêm criticar à presidenta, pelo fato ela estar, pretensamente, traindo suas bases e praticando um "estelionato intelectual".
Esses, arvoram-se em defensores dos menos favorecidos, que criticavam nas gastanças dos programas de bolsas de Lula.
Tais brasileiros, que agem como torcedores de futebol, mostram claramente que o interesse maior do país, não lhes importa. Importa sim, estar sempre criticando, do outro lado. Onde têm assegurado espaço para desfilarem sua mesquinhez. Quem sabe até, sua mediocridade.

Respingos mínimos

Como podia ser previsto, deu a lógica na votação de ontem na Câmara. O governo, com apoio de sua base, aprovou o valor de 545 reais para o salário mínimo a vigorar já nesse mês de fevereiro.
Surpreendente pode ser, sim, a vantagem governista, em assunto tão sujeito à demagogia e à utilização politiqueira.
A matéria "sobe" agora ao Senado, onde a maioria folgada do governo, assegura uma aprovação mais tranquila.
Quem sabe, até com o voto de políticos da oposição murística ou oposição do pé de ouvido, como a que faz o jovem senador dessas Minas.
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Do ponto de vista econômico, já comentamos, a aprovação e o valor se adequam à postura de subserviência do governo aos interesses do mercado. O valor não faz explodir a despesa da Previdência, no pagamento de pensões e aposentadorias atreladas ao mínimo e, dessa forma, contribui com a política de austeridade nos gastos públicos, tão exigida e cobrada pelas elites.
Somada ao corte anunciado de 50 bilhões de reais dos gastos orçamentários, ajudará a manter as expectativas menos voláteis, o que pode contribuir para a construção de um cenário menos catastrófico em relação à previsão da inflação.
Que isso, lá na frente, possa ajudar ao Banco Central a promover a redução da taxa de juros básica da economia, é não apenas razoável e bastante plausível, com justificativas até do ponto de vista teórica. Que por conta disso, o BC pratique efetivamente essa política monetária, é de se esperar para ver.
***
Enquanto isso, extra-campo, ou seja, na esfera política, a vitória de Dilma repercute. Afinal, o primeiro grande embate já foi travado e vencido. Da forma que conduziu a disputa, a nova presidenta mostra, além disso, que sua disposição para o combate é bem mais vigorosa que a de Lula.
É exatamente isso que explica a vitória ontem. Sem muita conversa, os avisos às Centrais de que acordo é acordo e que esse que está em curso assegura os ganhos reais dos salários. E que dentro dele é que poderia ser discutida, pelo menos no início do processo, uma antecipação. Fora dele, nem mesmo os ganhos reais estariam certos.
Quanto aos partidos da base aliada, a questão dos cargos. Ou vota com o governo e mantém os cargos do governo, ou vota contra e é escanteado, perdendo a posição.
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Como bom cabrito não berra, ninguém quis testar se Dilma falava a sério como o tom de suas conversas dava a entender. E Dilma obteve sucesso, o que aliás é característica de todo governante em início de mandato.
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No embate político mais amplo, o aceno e a disposição de promover o enxugamento dos gastos públicos, seja pelo valor do mínimo, seja pela ordem de corte dos gastos, significa que a geração do superávit primário e suas consequências, a certeza de ter recursos para pagar aos do andar de cima, venceu e se impôs.
Em síntese: continua em andamento o processo de transferência de renda dos salários, que aumentam menos, para os receptores de rendimentos do capital. O que também não é nenhuma novidade em nosso país.

Curtos poemas

PERMANÊNCIA

Nas sombras da vida
não perdi seu vulto amado
no tempo do espaço
brilha ainda a mesma estrela
em minha mente...

                                      IDEAL

Uma flor em botão
esmagada...
no chão...

                                     CIDADE   JARDIM

No lugar do verde
miséria...
em vez de flores,
mendigos...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E às noites....

POLUIÇÃO NOTURNA

Não vejo a lua
não veja a rua
nua, negra, solitária.
Impede-me a visão
a cortina de neblina
tóxica poluição.
Não vejo a noite
nem as estrelas
apenas sinto no ar
o brilho filtrado pelo homem
que me impede de vê-las.

Atemporalidade

ATEMPORALIDADE

Só se passara um dia
não fora com certeza
um ano inteiro
fora apenas o momento triste
a idéia do abandono.
(Eu ainda sonhava
continuaria sonhando
e o peso de mais um ano
era muito árduo,
prá quem ainda se mostrava
a mesma criança de ontem).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hoje o dia é de Ronaldo

Não dá outra. O tema do dia é Ronaldo Nazário, o Fenômeno.
Confesso que, apesar de achá-lo um grande jogador, não sei se seria capaz de colocá-lo como o melhor atacante brasileiro, nem mesmo nos últimos 10 ou 20 anos.
Nenhum problema com o craque, nem mesmo pelo fato de ter ele sido jogador do Cruzeiro e não do Galo.
Sou capaz de afirmar que, em termos de técnica, vi Reinaldo desfilar sua habilidade em campo. E, para Reinaldo, o maior elogio quem fez foi Raul, o goleiro cruzeirense da camisa amarela.
Mas Reinaldo machucou-se cedo para o futebol e não foi em nenhum momento de sua curta carreira, o atleta que Ronaldo chegou a ser.
Ponto para Ronaldo.
Mas, concordo com Tostão quando escalou em sua seleção brasileira o baixinho Romário. Romário foi o maior jogador, recente de miolo de área. Dentro das quatro linhas da grande área, era imbatível.
E, mais que isso, ganhou uma classificação e uma Copa para a gente. Pode-se dizer que 94 só deu Romário.
Ponto aqui, para Romário.
***
Que Tostão agora diga que Ronaldo foi o maior jogador do Cruzeiro, é uma coisa. E com essa não concordo. Afinal, mesmo não sendo cruzeirense, Graças a Deus!, não sou bobo. E vi o próprio Tostão. E vi, também, Dirceu Lopes. E vi Zé Carlos.
Mas, em minha avaliação de observador do futebol, Zé Carlos estava meio passo atrás dos outros dois. E entre aqueles... acho que dá empate.
Para mim, ponto para Tostão e Dirceu.
***
Ronaldo foi o maior artilheiro de todas as copas e, sem dúvida, melhor que Careca, que Luiz Fabiano, que vários jogadores que vestiram a camisa da seleção. E foi três vezes escolhido o maior jogador do mundo.
Assim como o foi também Zidane.
E como foram duas vezes Romário e Ronaldinho, o gaúcho.
Mas, sem desfazer de sua capacidade, de sua explosão de arranque, de sua técnica e habilidade, creio que muito da sua escolha tripla se deve aos times em que jogou, verdadeiras vitrinas, além do nome de seu patrocinador: a Nyke.
Àqueles que podem discordar de minha opinião, basta lembrar que ele foi escolhido para ganhar o prêmio de Bola de Ouro, dado ao melhor jogador de uma Copa em 1998,justo o ano em que ele teve o célebre problema de saúde, até hoje muito mal explicado.
Ainda assim, ponto para Ronaldo.
***
Mas, daí a colocá-lo como o jogador brasileiro mais próximo de Pelé, sem menção a jogadores como Garrincha, Didi, Zico, só para citar alguns, é sinal de que a memória nossa é mesmo muito pobre. Ou que, como sempre, o brasileiro é muito emotivo.
Razão porque qualquer pessoa que morre, logo se transforma de vilão em herói. E quem aposenta, como no caso de Ronaldo, vira o maior atleta de todos os tempos.
Menos mal: o Brasil continua celeiro de bons jogadores.
E, sem dúvida, Ronaldo estará e sempre será lembrado como um dos maiores deles. Sem necessidade de ser o maior ou um dos três maiores.
***
Quanto a seu fim de carreira, melhor não ficar comentando, já que há tanto para relembrar dele.

Vagando pela noite

POLUIÇÃO

Vagando à noite
atrás de seu vulto
coberto pela sombra
cortinas de fumaça
névoa úmida, poluída.

Porque insiste ainda em desaparecer
e deixa-me com a sensação vaga
de ter perdido meu alvo?
escondido na  fumaça
sombra que vem e passa.

Em busca da liberdade

EMBLEMA

Da força fez-se o direito
e do direito a lama
da verdade o segredo
da alegria, o medo.
Era do fuzil
impõe-se a mão de ferro
prepotente
(era de silêncio).
E no silêncio fez-se a luta
da luta fez-se a revolta
da verdade fez-se tema
da liberdade, emblema.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Respingos de futebol

Não poderia deixar de tratar do tema.
Ver o Atlético vencer de 4 a 3 a seu principal rival, nos dias de hoje.
Ve-lo correndo em campo, com esquema de jogo, depois de tanto tempo em que o amontoado de jogadores parecia desnorteado com o discurso empolado e vazio de marqueteiros que resolveram infestar no futebol.
Ver que torcida não ganha jogo, definitivamente, embora possa servir para pressionar ou até intimidar o adversário, ou os jogadores ainda inexperientes.
Ver que o sorriso dos atleticanos e a camisa preta-e-branca não foram feitos para ficar guardados, porque afinal de contas colorem a capital mineira.
Ver que apenas 10 mil torcedores do time adversário, se tantos, se atreveram a viajar para assistir a um jogo que nada vale, ao final das contas.
Nada disso é tão significativo quanto a percepção de que quando o jogador está com fome de bola, ele se empenha e consegue simplificar até as coisas mais difíceis, como correr, desarmar, ajudar a defesa, participar de lances de área e marcar gols. Três, como aconteceu com Diego Tardelli. Isso sim, foi o melhor, em minha opinião, do último sábado.
E Dorival Júnior pode creditar mais essa façanha a sua folha de serviços ao Galo: resgatou a vontade de jogar de todo o time e de seu ponta de lança.
É verdade, e é muito bom: Tardelli está vivo, e com fôlego novo.
***
O mesmo fôlego que Fábio Júnior está mostrando no América e como artilheiro do campeonato. Embora sua passagem pelo Galo não tivesse nunca me agradado.
***
Fôlego que parece ter chegado ao fim no caso de Ronaldo. Que, sendo muito honesto, demorou-se demais para decidir pela sua aposentadoria.
Até em respeito a tudo que ele mesmo fez e construiu ao longo de sua carreira, de tantas demonstrações de futebol de classe, vistoso. De vigor. De obstinação.
Se uma palavra marca o jogador e o homem, para mim essa palavra não é FENÔMENO. A menos que fenômeno de SUPERAÇÃO.
***
Show de Lucas. Show de Neymar. E a seleção brasileira já assegurou sua vaga na Olimpíada de Londres, em 2012.
Parabéns aos campeões. Parabéns a Neymar, o artilheiro da competição e o jogador que mais encantou a torcida, se encarregando de dar o toque de arte e alegria ao futebol.