quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pitacos sobre política, governo Dilma ou já as eleições de 2014

Pieroni, meu amigo e parceiro de truco do Bar do Marinho (R. São João Evangelista, 382), nas noites de terças, quintas e tardes de sábados, já foi citado aqui anteriormente.
Por ser quem é, o que o torna admirável, volto a citá-lo, com o respeito e a amizade que merece. Aliás, e como merece, já que, parece-me é leitor mais assíduo desse blog que meus próprios filhos e familiares.
Deixa quieto. Cada um é cada um.
Ontem, em meio a mais uma das partidas do carteado, cobrou-me por achar que estou enchendo muito a bola de nossa presidente Dilma.
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Disse-lhe que não. Acho que tenho tratado nossa presidente de forma moderada. Nem elogiosa, nem crítica. Por não ter dado meu voto a ela, prefiro estar e ser mais isento. Mas tenho assinalado, sim, em meus pitacos, que a postura dela, pelo menos nesse início de mandato, destaca-se claramente da adotada por seu antecessor.
Não sou favorável à sua política econômica, muito pallociana para meu gosto. Muito ortodoxa e capaz de querer combater uma inflação, que não é de demanda, com medidas para contenção da demanda. A saber, juros elevados. Selic em alta.
Quanto a cortes de gastos públicos, por mais que a mídia conservadora e os mercados cobrem esse comportamento, também tenho feito críticas a ele. Afinal, há cortes que devem ser feitos, como no pagamento de juros da dívida pública, mas outros existem que não deveriam ser cortados. Ao contrário, deveriam ser elevados.
Situam-se, nesse caso, os gastos com a reestruturação do aparelho de Estado, incluindo desde gastos com reposição de funcionários públicos, até uma política de valorização dessa mão de obra, centrada em treinamento e qualificação, mas também, e porque não, em salários dignos.
Fim de privilégios que todos cobram é acertado, mas antes há que se debater o que é e até onde vai o privilégio.
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Então, se não sou favorável à política econômica da Dilma, a qual até crítico por estar conduzindo o país a problemas graves, como o anúncio do resultado de nossa balança de transações correntes bastante deficitário,  no último mês de janeiro, onde estariam os elogios.
Na postura mais técnica e menos pirotécnica da presidente. Na demonstração dada até agora, de que vai fazer uma política externa que, antes de outros interesses comerciais ou políticos, deixe claro que há outras dimensões nas relações entre nações, que devem também ser consideradas, mesmo que não sejam os interesses de maior peso.
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Mas, eu descobri. Pieroni sabe que não estou elogiando a Dilma. Mas acha que estou, ao menos em todos os pitacos em que eu estiver, como tenho feito, criticando ao menino do Rio, ex-governador Aécio.
Por tentar se arvorar em líder da oposição, e por seu desejo de ser o próximo candidato a presidente, em nome das forças políticas de oposição, Aécio não pode ser atacado ou criticado, sob pena de, subrepticiamente, eu estar ao agir assim, elogiando a quem pode se tornar seu adversário, ou adversária, em 2014.
É isso.

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