sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Respingos

Fevereiro avança aos poucos, sem qualquer respingo de chuva ou sequer nuvens pesadas no horizonte. Enquanto isso, o calor insiste em permanecer presente, tornando abafado o tempo.
Passadas as chuvas torrenciais dos 16 primeiros dias de janeiro e seus estragos e prejuízos em termos de vidas humanas e perdas materiais, as pessoas reclamam agora do calor insuportável.
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Nesse meio tempo, parece que sob a influência relaxante do calor, muito pouca coisa acontece no campo econômico, ou mesmo político.
No primeiro, a divulgação de resultados e indicadores, e taxas de comportamento alcançadas pelo país no ano anterior.
Destaque para a questão cambial (sempre ela), a previsão de déficits em conta corrente elevados e o embate entre o Banco Central e a sua aquisição da moeda americana e o mercado, onde o dólar não dá sinais de paralisação da sua vertiginosa queda.
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No cenário político, depois da posse, os primeiros discursos, em geral de conteúdo prático muito pequeno, e a apresentação dos primeiros projetos, alguns apenas para que o deputado ou senador possa dar o ar da graça. E quem sabe, conquistar algum holofote da mídia.
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Na tv, Big Brother, mostrando cada vez mais como uma idéia que vai se exaurindo, acaba dando ensejo a todo tipo de distorção e apelação, desde que mantenha o IBOPE.
Pior que a edição, ou o programa em si, ou os participantes vazios, ou qualquer outra coisa que se queira criticar, é o espaço que a mídia dá ao diretor do programa. Fato que só serve para alimentar a sua megalomania e transformá-lo em um pequeno tirano, ou mesmo um deus de araque.
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No futebol, os campeonatos estaduais começam a engrenar, e o Corínthians, mais uma vez, mostra a sina de todo grande time e sua fiel torcida: a desilusão.
Dado como 100% certa sua classificação, frente ao desconhecido Tolima, o Timão não saiu do empate em São Paulo e da derrota na Colômbia.
Para desespero e, mais uma vez, o despertar da selvageria, consequência da louca paixão dos seus fiéis seguidores.
Os mesmos que há menos de um ano, endeusavam aqueles que hoje assumiram o papel de vilões.
Tenho certeza de que, o principal responsável pelo destino corintiano não foi o técnico, ou a diretoria, ou mesmo os jogadores. Mas a imprensa, que anunciou e desfez do time adversário todo o tempo.
A ponto de na transmissão do segundo e definitivo jogo, poder ser ouvida a pérola de estar  o Corínthians
sendo desclassificado por um time completamente desconhecido.
Como se o Corínthians, por suas campanhas vitoriosas anteriores, fosse muito conhecido na América Latina.
Enquanto a imprensa mentia e apontava o Coringão como o melhor e vitorioso, por antecipação, o verdadeiro time tentava, tentava, e experimentava um time - talvez até inferior - mas mais aguerrido, mais bem treinado, mais disposto e mais merecedor da vitória e classificação.
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Ou seja: respingos de vazios, de um país que parece querer confirmar a máxima de que, nada acontece antes do Carnaval.

2 comentários:

Igor disse...

O Sr está lendo muito Valor Ecônomico junto com Estado de Minas e Folha de São Paulo! (O Globo, talvez)

Igor disse...

Interprete o primeiro comentário com um tom de brincadeira. Sou um grande idolatra(sem acento) das suas profusões de pensamentos e sentimentos.