Não por culpa do atleta que, embora jogando mal e mais presente em festas e boates, não recebia do clube carioca os valores acertados, estando reclamando atrasados que atingiam os 40 milhões de reais.
Como sempre, em lugar de admitir sua responsabilidade, o clube carioca, com apoio de grande parcela da midia, que fica babando ovo dos times do Rio e do Flamengo, em especial, procurou desmoralizar o jogador, passando ao ataque e baixando o nível de forma tal que até imagens de R10 em um hotel, acompanhado de uma moça que deixava seu quarto, foram divulgadas.
O Flamengo só não explicou porque ao ter acesso às imagens gravadas pelas câmeras de segurança, não adotou qualquer medida disciplinar, fingindo não ver o que depois mostrou ao Brasil inteiro.
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Ronaldinho foi um golpe de marketing e, devo admitir, de genialidade da direção do Atlético, com méritos para Kalil, claro, mas principalmente para Cuca, que por amizade com Assis, intermediou a vinda do craque.
E ao ser anunciado, com desconfiança de grande parcela da massa atleticana, de minha parte corri para me associar ao Galo na Veia, antes que fosse anunciada a data da estréia daquele que já tinha sido eleito duas vezes o melhor jogador do mundo.
Estréia contra o Bahia, no Independência.
Em minha avaliação, Ronaldinho desacreditado precisava mostrar ao Brasil e ao mundo que ainda era o jogador que encantou a tantos admiradores do futebol arte, e que o Flamengo e não ele é que estava errado na disputa.
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Postei aqui, especialmente contra o Vitória no último jogo do time do Galo pelo campeonato brasileiro do ano passado, e na última partida antes do embarque para Marrocos que a volta de Ronaldinho de uma contusão muscular que o mantivera afastado do campo, era uma bênção.
Lembro-me que, encantado com a facilidade que o craque tinha de jogar, descobrir espaços e companheiros livres para tocar a bola, fazer lançamentos sempre perigosos, comentei do prazer de vê-lo em campo, superior ao próprio resultado do jogo, vencido pelo Atlético.
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Da trajetória do camisa 49 e depois camisa 10 pelo campo, desncessário dizer alguma coisa. Entretanto, há situações e imagens marcantes, como aquela do dia em que a Galoucura o homenageou, estampando um grande painel com sua mãe, então em recuperação de um câncer. Na foto, aparecia a mãe do ídolo e o retrato do craque, com votos de recuperação plena a D. Miguelina.
Foi ele também o comandante do passeio que permitiu ao Galo e a um clube brasileiro vencer, em território argentino, pela primeira vez, um time da terra, por uma sonora goleada de 5 a 1.
E foi também ele quem primeiro calou de forma definitiva a voz arrogante do imbecil Paulo Morsa, para quem o Atlético não iria longe na Libertadores de 2013, por ser um grande cavalo paraguaio.
Posteriormente, em jogo contra o São Paulo, vencido pelo time paulista, já com o Galo classificado na fase de grupos, declarou que o São Paulo ganhou porque aquela partida representava a sua classificação, enquanto para o Galo, a partida poderia representar um teste para as etapas seguintes.
Quis a sorte que os dois voltassem a se enfrentar na fase exatamente seguinte. E o Galo, contrário a todos os prognósticos, superou o tricolor paulista, tendo Ronaldinho declarado que na hora do jogo para valer a história era outra.
O Galo, como se sabe, foi campeão, mas Ronaldinho já nas partidas finais, apresentava menor rendimento que o esperado dele.
No campeonato brasileiro foi poupado em várias ocasiões e, embora tivesse feito inclusive gols no Marrocos, não conseguiu comandar o time de forma a escapar do vexame na disputa do Mundial de Clubes.
Em 2014 pouco entrou em campo e, quando entrou agora, com Levir, acho que não mereceu do técnico o respeito merecido.
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Importante deixar claro que não culpo Levir, por sua decisão de sair, embora ele afirme que foi a relação como treinador que o fez tomar a decisão de rescindir o contrato.
O problema é que, com Autuori, o time não jogava nada, e muitos jogadores eram acusados de estarem fazendo corpo mole, especialmente, influenciados por problemas extra-campo, como a frequência de baladas noturnas.
Ao chegar, imediatamente a imprensa se lembrou de que Levir, em passagem anterior pelo Galo, adotou uma postura mais de disciplinador, não se importando de tirar do time jogadores tido como intocáveis como Éder e Renato Gaúcho.
Essa história era relembrada para mostrar que Levir não se intimida nem se intimidaria com quaisquer estrelas que estivessem sob seu comando, o que é positivo.
Mas, no caso de Ronaldinho, houve certa prepotência de Levir. Em minha opinião, uma certa necessidade de confirmar o que dele diziam os comentaristas, de seu rigor e seriedade, o que o levou a ser implacável com Ronaldinho.
Afinal, estava no campo contra o Lanús, na partida em que o Galo foi derrotado pelo time argentino, na disputa da partida final da Recopa. E é verdadeiro que R10 não estava jogando bem, tendo inclusive perdido um gol, no ínicio do segundo tempo, tentando encobrir o goleiro, mas dando oportunidade para que o beque interceptasse a bola.
O problema é que Maicosuel não jogava nada. Que o meio campo era uma avenida, parecendo que Pierre tinha problemas intestinais que o impediam de correr. E nem vou insistir em falar da zaga, que parte da imprensa ainda elogiou, considerando Léo Silva como o melhor do jogo????
Mas, quem foi sacado do time para a entrada de Luan, nosso talismã, foi Ronaldinho.
E, depois, ao final, mais uma vez Levir dizia que em suas estatísticas, R10 pouco fazia ou fez, ao passo que Emerson Conceição foi até elogiado como um jogador em evolução.
Confesso que ainda estou procurando encontrar a evolução de Emerson, que se melhorou no final do jogo, contribuindo para que o Galo vencesse na prorrogação e se tornasse campeão, voltou a jogar o mesmo futebol pobre e sem qualquer qualidade contra o Sport, no Recife.
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Por esse motivo, entre outros, entendo sim que Levir quis provar que era mesmo rigoroso, e sempre ouvi falar e acredito que todo mundo que tem alguma coisa a provar, não tem confiança em sua própria capacidade.
R10 não foi desrespeitado por Levir, mas outros mereceram tratamento mais condescendente do técnico e continuam recebendo tal tratamento. E com R10 ele foi completamente inflexível.
Mas, se não foi desrespeitado R10, Levir faltou sim com alguma consideração especial, em minha opinião, ao passado do craque. Que não merecia, depois de tanto quanto fez pelo Galo, o tratamento e a despedida que estamos vendo acontecer.
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Obrigado R10, o jogador de maior qualidade técnica que vi passar pelos gramados com a camisa do Galo. Diferente de outro craque que foi o Reinaldo, que era mais incisivo, até por jogar no comando do ataque. Mas R10 não foi eleito duas vezes o melhor do mundo, nem foi campeão da Copa de 2002, por acaso.
É um monstro. E joga como um monstro.
E agradeço poder te-lo visto em atuação.
Vá e seja feliz, Ronaldinho, jogando onde for que você possa continuar desfilando sua qualidade, que é a própria matéria prima da magia e encantamento do futebol.
Obrigado por tudo.
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