Enfim, chegamos à definição das quatro principais seleções dessa edição da Copa do Mundo no Brasil, nesse ano de 2014.
E as semi-finais, cujas datas já estão aí em cima, prometem, mais que muita emoção, dois jogos de nível como, até agora, confesso não ter visto.
Está certo que assistimos a um jogaço entre Espanha e Holanda, quando a seleção da laranja enfiou uma impiedosa goleada por 5 a 1 na campeã mundial. E também foi um jogo de grande intensidade o da goleada da Alemanha sobre Portugal, embora ambos realizados na primeira rodada do torneio, já tão distantes.
Claro que depois aconteceram outros jogos movimentados, emocionantes, com goleadas, como por exemplo o jogo do Brasil contra Camarões, ou jogo do Chile contra a Espanha, ou o conjunto das partidas da Colômbia. Mas, talvez pelo fato de grande parte dos jogos ter se dado entre seleções consideradas favoritíssimas contra outros times com menores pretensões, e talvez principalmente pelo fato de mesmo quando o favoritismo era avassalador, as grandes equipes enfrentaram dificuldades significativas para ultrapassarem os adversários, em minha opinião, essa edição ainda está nos devendo dois jogos em que o futebol saia de alma lavada, e seja o grande vencedor, afinal.
Futebol jogado com classe, categoria, com jogadas tramadas, ensaiadas, e lances de efeito, sem descurar de movimentos táticos capazes de alterarem o jogo durante seu transcurso e PRINCIPALMENTE, sem interferência dos juízes, sem erros absurdos, sem juízes travando o jogo, invertendo lances na intermediária, nitidamente enervando um time, em benefício do outro.
Pois bem, que Alemanha e Brasil sejam capazes de fazer o espetáculo de futebol que todos os espectadores e amantes do futebol mereçam, jogando para a frente, sem medo, sem retrancas e sem trocas de passes laterais, destinadas apenas a deixar o tempo passar, sem qualquer objetividade. Que sejam capazes de fazerem um jogo bonito, sem violência, e para a frente, voltado para o objetivo maior do jogo: o gol.
Por outro lado, que a Holanda recupere a postura de sua primeira partida, contra a Espanha e enfrente uma Argentina que parta para a frente e seja capaz de nos encantar, mesmo prejudicada pela ausência de dois de seus vértices do quadrado mágico de seu ataque: Di Maria e Aguero.
Mas que Messi possa brilhar confirmando e comprovando o porquê de ser considerado o melhor jogador em atividade hoje,
E que Palácio ou Higuaín ou Lavezzi possam suprir a falta de seus companheiros, fornecendo-nos um espetáculo de futebol inesquecível.
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Com relação às semi-finais, o que gostaria era de comentar, como a Copa é feita de maneira curiosa. Gastamos um tempão, quase três semanas, com jogos todos os dias, às vezes mais que três partidas, em uma verdadeira overdose de futebol e, quando a coisa começa a se definir e as partidas passam a ganhar mais em emoção e técnica, etc. o tempo é muito curto, os jogos espaçados e... pior: os jogadores submetidos a esforços físicos sobre-humanos, especialmente considerando-se que as partidas são no Brasil, de clima tropical, quente, muito seco ou exageradamente úmido, e no horário de almoço...
Porque não aproveitarem, ao menos da fase de quartas de final para a frente e fazer jogos de ida e volta, evitando-se decisões em prorrogações extenuantes e/ou penalidades?
Porque não fazer jogos de ida e volta no intervalo de três dias, inclusive nas semi finais e na final?
Com isso, os vencedores não seriam os times sujeitos à sorte ou a um preparo físico mais privilegiado, até por força de que alguns campeonatos serem mais exigentes que outros, ou o eterno problema de calendário europeu diferente do campeonato em outras regiões do mundo, interferir.
Não seria mais justo e mais interessante para o próprio futebol uma mudança no formato de mata-mata, mesmo que mantendo a eliminação do time derrotado? Só que derrotado em duas e não em uma partida apenas?
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Classificamos e estamos na semifinal. Sem Neymar, nosso principal jogador.
Confesso que, como o juiz da partida, que não deu sequer a falta ou cartão amarelo para o colombiano, não vi a intencionalidade e ou o mal caratismo que todo mundo está atribuindo à jogada de Zuniga.
Em relação ao juiz, primeiro devo falar que ele prejudicou a Colômbia muito mais que o Brasil, em minha opinião, invertendo faltas, parando o jogo no meio campo e, principalmente, deixando Fernandinho bater como gente grande, sem qualquer admoestação ao volante brasileiro.
Fernandinho, aliás, está duplamente no lucro, já que devia ter sido expulso no início do jogo contra o Chile pela falta que cometeu. Depois, contra a Colômbia se repetiu o lance e... nada.
Que o juiz era muito fraco e, com a complacência sua, a partida foi ficando travada e pegada demais, ficou claro para todos.
Mas, no lance de Zuniga e Neymar, nem mesmo os jogadores do time brasileiro correram para o juiz ou pediram cartão com mais veemência.
Para mim, o jogador colombiano nitidamente procurava a bola e vinha a toda, olhando para cima. Em direção à bola. Bola que Neymar, para dominar, chegou a abaixar o corpo, o que fez o colombiano trombar e, na trombada, subir, escalando nosso craque.
Que ele tenha posto a perna na frente, para se proteger, é questionável e até pode ser uma jogada considerada temerária. Merecedora de cartão amarelo. Mas, daí a acusar o jogador como têm feito, acho desmedido.
Pior ainda, estarem postando nas redes sociais comentários ofensivos e ameaçadores, ao jogador e à sua família.
Talvez, não fosse Neymar ou algum jogador brasileiro, a reação não fosse tão exagerada.
Já com relação a Neymar, perdemos o melhor jogador, o que desequilibrava, mas menos mal que ele pode se recuperar e irá se recuperar o mais rápido possível. E que, no futuro, dará a volta por cima, mostrando que é sim, capaz de se transformar no maior jogador de futebol do mundo.
Esses são meus votos. E mais que desejos, o meu reconhecimento de que Neymar é sim, um craque. E simples e humilde como são os grandes...
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