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Épica, uma vez que o time de Mano dificilmente é derrotado por um placar acima de 2 gols, e tendo feito o primeiro gol ontem, jogando já com a vantagem indiscutível de poder perder por diferença de dois gols, praticamente eliminava o Vingador das Minas Gerais.
Sim, vingador, já que a vitória não apenas nos reabilita em relação ao péssimo jogo de ida em São Paulo, mas também vinga a derrota que o time paulista impôs ao Cruzeiro.
Por isso, nosso hino estampa o verso Galo forte e vingador.
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Mas confesso que, ao ver o Galo entrar em campo ontem, bateu em mim uma tristeza e um mau presságio muito grande.
Afinal, mais uma vez, e sem qualquer motivo ou explicação aparente, o Atlético não entrou em campo com sua camisa principal, a da mística do Galo Carijó, a camisa alvinegra. Justamente a camisa a quem Roberto Drummond, homenageou ao afirmar em verso que se existir uma camisa preta e branca pendurada no varal, durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento.
Pois bem, o Atlético, entrou de branco, o uniforme que sempre nos traz lembrança de derrotas e decepções.
Mau sinal, que a noite inspirada de Guilherme e todos os anjos e santos dos céus se uniram para modificar.
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Quanto ao jogo em si, com mais de 32 mil pagantes em plena noite de quarta feira, no péssimo horário da Globo, das 22 horas, o que se viu foi um time - com uma posse de bola muito maior que seu adversário, que levava muito perigo em todas as bolas lançadas para o seu avante, Guerrero.
Porque é preciso se reconhecer que nunca Jemerson, o becão que veio da base e se firmou, destacando-se em vários jogos, inclusive por sua maturidade, nunca jogou tão mal. Nunca bateu tanta cabeça, não ganhando, que eu me lembre, nenhuma disputa de bola com o peruano.
Para completar, se Jemerson estava inseguro, intranquilo, perdendo bolas infantis e sempre chegando atrasado na marcação, Edcarlos não conseguia acertar também, o que fazia o rápido e oportunista ataque corinthiano levar sempre perigo ao gol de Victor.
Mas, se o miolo da zaga estava completamente fora de jogo, Marcos Rocha e Douglas conseguiam jogar bem, especialmente na saída do time ao ataque.
Embora seja necessário alguém chamar a atenção de Marcos Rocha mostrando-lhe que não dá para enfeitar em certas jogadas mesmo lá na frente, que podem armar contra-ataques perigosos, especialmente, se ele não tiver pernas para voltar no constante movimento de vai e vem que lhe cabe.
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Para somar-se ao nosso desespero, não vi Donizete jogar bem, e atribuo, à sua saída de campo lesionado, parte da nossa vitória.
Donizete marca mal, ontem marcou mal, não cobriu, como devido, nossa lateral direita nas subidas de Marcos Rocha. Pior ainda, passa mal e comete faltas em número excessivo.
Nossa felicidade é que Vuaden, o juiz, resolveu que não ia marcar faltas, o que começou a fazer apenas no segundo tempo, sempre para o Corínthians.
Sobre o juiz, ainda há que comentar de sua tolerância, incompreensível com a cera técnica feita pelo time paulista, que acabou se transformando em seu merecido castigo.
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Na frente, nitidamente cansado, Tardelli se esforçava, não tendo encontrado quem pudesse ajudá-lo, em função de uma partida - mais uma - muito insípida do jovem Carlos.
Carlos é um bom jogador, e mostrou isso, na única jogada em que partiu para cima da zaga do time paulista, acertando a trave de Cássio.
Muito pouco, para quem tem tanto potencial para mostrar.
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Mas o Atlético foi superior em tudo, não apenas na posse de bola, que deve ter chegado a mais de 60% do tempo.
Teve mais finalizações, mais escanteios, mais coração.
Ao Coringão, restou ficar fazendo mais tempo de cera, na reposição de bola. Principalmente com o bom goleiro Cássio.
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Mas se Luan correu e se entregou como é sua característica, tanto atrás quanto na frente, a noite ontem foi de Guilherme.
Que começou apagado, até meio disperso, mas conseguiu acertar um belo chute em que Cássio, atrapalhado por Luan que não tocou na bola, acabou deixando entrar.
Em seguida, em outro chute de fora da área, conseguiu virar o jogo, com a bola que acertou o defensor paulista e acabou, mais uma vez, traindo ao goleiro.
O terceiro gol, para fazer justiça, foi dele mesmo.
Mas restava o gol que nos asseguraria a classificação e esse saiu da cabeçada/ombrada de um improvável Edcarlos.
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Galo 4 a 1. Classificado. E festa da massa. Como toda a nossa festa, com sofrimento e, por isso, um sabor a mais.
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Quanto ao Cruzeiro, prejudicado pelo juiz, pelo que me contam e os comentaristas das tevês confirmam, Fox em especial, deve ficar atento, às arbitragens.
Afinal, quem era o juiz ontem? De onde, de que estado ele vinha?
Porque pode estar em curso um plano para desestabilizar o time mineiro, o que não seria nada estranho.
Embora até secando o nosso adversário, é importante que se lembre que, principalmente com falhas do juiz, uma série de derrotas consecutivas pode abalar o trabalho que vinha sendo feito e dando certo.
Como Minas está por cima, em todas as competições principais, isso pode não ser tolerado.
Portanto, olho vivo.
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Galo e Flamengo reeditam grandes decisões. Tomara que dessa vez, sem o time carioca escalar seu principal jogador, o árbitro.
Chega de tanta roubalheira e ajuda ao urubu.
Porque futebol por futebol, dificilmente o Flamengo tem para mostrar.
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De volta ao debate da Band
Como já havia comentado ontem, quem ganhou o debate para os eleitores de Dilma foi a presidenta, que inclusive levou o seu oponente a mostrar clara irritação em algumas perguntas.
Quem ganhou o debate para os que não conhecem ou não fazem questão de ignorar o mal que o PSDB já ocasionou ao país, foi o político vaselina que governou Minas que venceu.
Para esses Aécio não foi agressivo, embora o tenha sido, e se saiu sempre muito bem, embora seu discurso vago, cheio de ideias que nunca foram mais que promessas.
Para quem estava indiferente, ganhou o debate quem foi dormir mais cedo.
E é isso que as pesquisas estão mostrando. O debate nada solucionou. Nem debate algum o fará, salvo se algum dos candidatos demonstrar sinais flagrantes de fraqueza ou despreparo, o que não é o caso.
Para os que insistem em ignorar o que é e representa o PSDB, embora sejam todos da classe mais elitista, o que não significa que pertençam à elite de fato, esse partido é tão ruim, que enquanto esteve no governo conseguiu até mesmo eleger o PT, em 2002.
Claro que 1998 não conta, com a fantasia mentirosa de que o Plano Real foi sua decisão, o que levou Itamar a romper com seu sucessor, e com o estelionato eleitoral, do câmbio e sua propalada não desvalorização.
Aliás, diga-se de passagem, a desvalorização que levou Cacciola a cobrar do governo e obter vantagens para cobrir o rombo de suas contas, que autoridades do BC e da área econômica o fizeram assumir.
Para os desavisados, o que deu origem ao escândalo que foi dos poucos que a Justiça teve a oportunidade de apreciar, e condenar a diretores do Banco Central, um deles, inclusive, tornado diretor depois do imbróglio, como prêmio por sua disposição de fazer mal feitos.
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Mas tem gente que se esquece de que, por culpa de tanta corrupção e desmandos, o PSDB as levou a votar no Lula.
De matar de rir, especialmente quando são esses que agora, mais acusam a corrupção sem limites do PT.
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