quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Um Galo melancólico de branco e a expectativa do debate de hoje

Mais uma vez, jogando com o fatídico uniforme todo branco, o Atlético enfrentou na noite de ontem o Corínthians no Itaquerão pela Copa do Brasil, saindo derrotado pelo placar de 2 a zero.
Infelizmente, por compromissos de aula, só pude assistir ao segundo tempo do jogo, em que o Galo abusou de trocar passes, especialmente de errar passes - com Tardelli se destacando nesse quesito, e não conseguiu levar qualquer perigo ao gol de Cássio.
Aliás, cometi um engano. Houve sim, um único lance, em que Guilherme, poucos segundos antes de sair de campo, fez um lançamento espetacular para Dátolo pegar de primeira acertando a trave.
Muito pouco para qualquer time grande e menos ainda para um time que pudesse ter qualquer pretensão a avançar no torneio mata-mata. Ser campeão, então, nem se fala.
É verdade que o time do Galo sofre um desgaste significativo em razão de estar com mais jogadores no Departamento Médico que à disposição de Levir.
É também verdade que esse nosso calendário exige demais de todos os atletas, obrigados a disputarem partidas no meio e nos finais de semanas. Como também é verdade que todos os problemas vividos pelo Atlético são decorrência e responsabilidade de uma diretoria que abusou do direito de cometer erros.
Primeiro, desde o início da temporada, o erro em não antecipar o retorno dos jogadores para que pudessem fazer uma pré-temporada que permitisse ao menos dar um melhor condicionamento físico à equipe. Dessa forma, os jogadores se apresentaram com apenas 9 dias de antecedência do primeiro compromisso oficial, já pelo campeonato mineiro. Depois, e pior na minha opinião, o fato de não aproveitar a paralisação da Copa do Mundo para fazer um trabalho que não foi feito ao início da temporada, preferindo fazer uma excursão à China, para jogos do tipo caça -níquel que nem mesmo poderiam ser classificados como capazes de permitirem observações capazes de prepararem e entrosarem o time para o segundo semestre.
Em função de todo o desacerto, a vítima ontem foi Léo Silva, que teve de dar lugar a Edcarlos.
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E, se o resultado da partida já não era bom para o Galo, melhor seria sair de campo com a derrota de um a zero.
Afinal, mesmo jogando em casa, reverter um placar de dois gols de diferença, embora não seja impossível, é muito mais complicado quando do lado contrário está  um time que tem se notabilizado por jogar e obter empates e tomar poucos gols.
Agora, no próximo sábado, o time do Galo já volta a entrar em campo, desta feita para enfrentar o difícil time do Criciúma jogando em casa. Jogo importante para as pretensões do Galo de se manter no chamado G4, grupo dos que postulam uma vaga na Libertadores de 2015.
E jogo que se torna ainda difícil pela série de desfalques do time de Levir, agora também por suspensões.
Em Santa Catarina, não deverão jogar, além do elenco de jogadores no estaleiro, o lateral Marcos Rocha e Tardelli, o que para até tem um lado positivo, permitindo que haja mais tempo para a regeneração muscular dos atletas.
Mas vai ser uma pedreira, para dizer o mínimo. E tomara que o Atlético não venha com esse uniforme que já me deixa com a confiança lá em baixo, toda vez que o vejo desfilando no gramado.
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Uma última observação: todo grande goleiro comete falhas e com Victor não seria diferente. E mais: creio que a saída completamente atabalhoada do goleirão que tem salvado o time em tantas oportunidades se deveu mais a uma insegurança provocada pela soma de bola levantada na área e a ausência de Leonardo Silva para subir com Guerrero.
Dizer que Victor tem crédito com a torcida é completamente desnecessário. Ele tem a confiança de todos nós e de seus companheiros de equipe, o que permite a ele assumir com grande tranquilidade sua falha no jogo de ontem.
Pena que foi uma falha contra o Corínthians, em São Paulo, em um jogo decisivo para que o time possa avançar em busca da tentativa de conquista do inédito título da Copa do Brasil.
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Debate na Globo: é hoje que as últimas fichas serão lançadas

Com a mesma expectativa que costuma cercar os jogos decisivos ou os grandes clássicos de nossos torneios, o último debate entre os postulantes à presidência da República nos momentos finais da propaganda eleitoral que antecede o primeiro turno acontece na noite de hoje, pela Globo.
Se de um lado pode-se esperar uma troca de farpas e agressões maior entre Marina e Aécio, na disputa do voto do eleitor indeciso, que os permitirá canalizar toda a insatisfação antipetista, e os conduzir ao segundo turno, pela primeira vez nessa campanha, podemos ver hoje uma presidenta bastante mais confortável.
Podendo escolher qual candidato preferia ter como adversário na realização eventual e cada vez mais provável de um segundo turno, Dilma pode pela primeira vez sair da defensiva e tratar olimpicamente aos dois oponentes, partindo para um discurso mais propositivo.
Isso não significa que não irá receber acusações e ataques de todos os lados. Ao contrário. A estratégia que provavelmente será utilizada pelos candidatos do PSB e do PSDB deve ser a de ver quem agride mais ao governo, para tentar conquistar o chamado "voto útil contra o PT".
Só que Dilma, sem deixar de dar respostas à altura das acusações formuladas não precisa de partir para o ataque de forma agressiva. Basta responder no mesmo tom em que for feito o ataque.
O que convenhamos é muito difícil e complicado para quem é tão sem jogo de cintura e tem um comportamento tão ruim quanto Dilma, ao falar em público.
Por outro lado, dependendo de sua postura ao longo do debate, a presidenta poderá eliminar a necessidade de um segundo turno, embora essa hipótese seja cada vez mais remota.
Remota ou não, a hipótese existe. E Dilma pode se aproveitar de alguns resultados positivos que vêm sendo divulgados pela imprensa, como o da taxa de desemprego muito baixa em agosto, ou da melhoria de desempenho da indústria.
Por outro lado, sem dúvida a questão dos Correios e do uso daquela empresa em prejuízo da campanha eleitoral de candidatos contrários ao governo será destaque no debate.
E disso se aproveitarão todos que vêm há muito, acusando o aparelhamento da máquina pública pelo modo companheiro de governar.
Uma questão fica no ar, e dela deverá se aproveitar a candidata á reeleição: qual a veracidade de um vídeo, destinado a prejudicar o partido, feito e gravado por um deputado da própria agremiação?
Mas, como esse tipo de pergunta não costuma ser feita pela imprensa esse é um assunto que poderá pautar grande parte dos ataques ao governo na noite de hoje.
O jeito é aguardar pelo debate. Com a mesma expectativa que costuma cercar os momentos que antecipam a um jogo importante de futebol.
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STJD e as punições


Como já havíamos abordado em comentário anterior, a punição a Atlético e Cruzeiro pelo STJD foi a mais branda possível. A perda de um único mando de campo foi pena bastante leve frente à pena esperada e comentada de mais de 20 jogos. Mais pesada foi a multa de R$ 50 mil.
Mas, se acabou se mostrando surpreendente, a decisão não deve causar maiores espantos para tanto desmando que vem sendo praticado por esse tribunal.
Afinal, quem pune uma agressão verbal a um árbitro com mais rigor que a pena aplicada a outro jogador que agrediu a um colega de profissão, casos de Sheik e Valdívia respectivamente, mostra bem que nem por esporte aquele colegiado pode ser levado a sério.
Aliás, seriedade que os próprios julgadores não mostram possuir, quando transformam-se em tietes e vão ficar babando ovo de um Emerson Sheik como ocorreu no julgamento realizado nessa semana.
Vergonha, é isso.

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