segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O Galo e a letargia que dá ao vê-lo em campo

Sempre vai aparecer alguém para falar que o Galo jogou bem, trocou muitos passes, pressionou o Coritiba, mandou duas bolas na trave, e que afinal de contas, jogando no campo do adversário, o resultado de empate não é de todo mal.
Sempre vai aparecer alguém para falar que o time vai se entrosando aos poucos e que seu futebol está em evolução. Alguns até irão lembrar que, vindo de uma partida dura contra o Palmeiras, contra quem tem mais um confronto no meio dessa semana, o Galo se poupou, preferiu não se expor muito, para não perder mais titulares contra o time paulista pela Copa do Brasil, já que Tardelli não joga.
É possível que ao apaixonado torcedor do Galo seja vendida a fantasia de que o time é bom e, completo, irá se mostrar toda sua condição e qualidade para frequentar a zona dos times com acesso à Libertadores.
Tudo ilusão. Tudo engano.
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Ver o time do Galo jogando ontem, na capital paranaense, debaixo de muita chuva e com campo pesado, embora com a drenagem funcionando de forma bastante razoável foi um martírio. Ou um tédio.
Afinal, devemos lembrar que o Coritiba contra quem o Atlético jogou entrou no gramado na condição de pior time do campeonato, lanterna da competição.
E, foi o Coxa que saiu com mais determinação para o jogo, o que levou o time de Alex já aos dois minutos da primeira fase, a obrigar Victor a praticar excelente defesa em cobrança perigosa de falta, próxima à área.
Daí para a frente, o time do Atlético mostrava lentidão na saída de bola, nos passes, com não raras vezes a bola sendo passada de pé em pé, para Maicosuel, Alex Silva, Rafael Carioca, que atrasava a bola para Josué, que sem companheiro e categoria para passar a bola, atrasava ainda mais para que Leo Silva ou o próprio Victor dessem o chutão tentando encontrar Jô.
Algumas vezes, poucas, em que Tardelli foi acionado, jogando com Maicosuel pelo meio ou tentando alguma trama com Pedro Botelho, o Atlético ainda parecia mostrar alguma disposição para o jogo. Só que não. Tardelli prendia muito a bola e era facilmente dominado por dois, três jogadores contrários. Isso quando não errava passes de forma bisonha no meio campo.
Jô não conseguia participar de uma jogada em que estivesse com o corpo preparado para partir para cima do gol do Coxa.
Quanto à defesa do Galo, essa é inexplicável. Afinal, com tantos cabeça de área, como Josué, o próprio Rafael Carioca, contando com a volta até de Jô, às vezes, como as arrancadas de Zé Love levavam perigo? com que facilidade ele penetrava na nossa defesa, especialmente quando saía enfileirando toda a nossa retaguarda!
Do lado direito, Dudu, orientado por Alex, levava sufoco ao gol de Victor. E nem Pedro Botelho conseguia marcar a quem caísse por ali, muito menos Alex Silva. A favor de Botelho, deve ser dito que o lateral aproveitando-se da altura, ao menos andou cabeceando e tirando bolas alçadas no meio da área, local onde não estavam nem Jemerson, nem Leo Silva.
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O Coxa teve duas excelentes oportunidades de marcar, sempre com a bola indo morrer nas mãos de Victor, que ainda praticou excelente defesa em outra cobrança de falta de Alex, quase repetição da primeira.
Enquanto isso, ninguém precisava se preocupar em ficar com os olhos cravados no jogo, quando a bola estava nos pés do Atlético. Pior, poderia até cochilar, se a bola estivesse do meio campo para a frente, já que o retorno dela até as mãos de Victor, lá atrás, era o caminho mais provável de ser cursado.
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No segundo tempo, quem esperava alguma mudança de comportamento do Galo, especialmente pela saída de Josué, substituído por Donizete, não viu nada de novo no panorama do jogo. Situação que também não se alterou com a substituição de Marion ou de Maicosuel.
Ocorre que depois de perder novamente duas oportunidades de ataque que poderiam ter levado perigo, com Victor se destacando ainda mais uma vez, o Atlético percebeu o cansaço do time do Coritiba, o que deu oportunidade para que o time do Galo passasse a ficar mais  tempo com a bola no campo do adversário.
Daí, em jogada que poucos levavam fé, apareceu um cruzamento na área, que Tardelli espertamente cabeceou com perigo, para a bola caprichosamente ir se chocar contra a trave e voltar aos braços de Vanderlei.
Algum tempo depois, experimentando um chute de fora da área, novamente a bola foi se chocar com a trave do time do Paraná.
Fora isso, o jogo continuava andando, num ritmo lento, pesado, já com o cansaço interferindo nas atuações. O Galo lento, e sem que qualquer surpresa pudesse ser esperada, capaz de dar alguma emoção ao jogo.
No final, o Coritiba que tinha abdicado do ataque, ainda mandou também uma bola na trave de Victor, decretando o zero do placar.
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Posso estar enganado. Posso ter visto o jogo com o olhar de quem está decepcionado com o time e o futebol medíocre que vem sendo apresentado.
Eu que sempre defendi Levir, começo agora a rever minha posição quanto a sua capacidade de motivar e dar novo ânimo aos jogadores do Galo.
É uma pena. Mas, o fato é que do ponto de vista de nossas exigências e aspirações, a Libertadores trouxe apenas desalento para todos nós.
Acostumamos com um time vencedor, como diz nosso hino. Estamos vendo um time burocrático, que joga para trás e matando o tempo. Longe de ser o time que desejamos.
Embora ressalve-se o esforço individual de todos os jogadores, que estão correndo. O problema é que o que devia ser um time é um bando de atletas correndo, sem qualquer organização tática.

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