Dizem os entendidos que 5 em cada 6 tremores de terra, de maior magnitude, ocorrem no país do Sol Nascente.
Outros há, que afirmam que o número de abalos de pequena intensidade, às vezes diários, é tão grande que nem chegam a ser sentidos.
Por força de tanta convivência forçada com os fenômenos sísmicos, o Japão desenvolveu uma tecnologia para a construção civil, que é invejosa. As fundações, preparadas para suportar oscilações nas estruturas, vítimas dos abalos, resistem, como o comprovam os estragos, quase nulos em termos de desabamentos, dos últimos tremores de terra.
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Sim, porque não foi apenas um abalo, de mais de 8,9 pontos na escala Richter. Ainda no dia de ontem, um novo abalo, de mais de 6,2 foi sentido em Tóquio, e representa apenas mais um, dos vários tremores de réplicas, consequência do tremor inicial.
Pior, no entanto, foi a tsunami, a onda gigantesca que atingiu a região de Sendai, e invadiu o território japonês, deixando atrás de si um rastro de destruição e temores
A força das águas sim, arrastou consigo casas, prédios, aeroportos, aviões, navios, pontes, automóveis, misturando tudo como se fossem brinquedos, pequenas peças de um lego, tal qual o menino que, enfastiado da brincadeira, faz um amontoado de todas as peças, arrastando-as para o canto do quarto, afastando as peças do caminho.
Pior, no caso japonês, a vida do menino também foi arrastada, figurativamente falando. Tudo para representar as vidas, milhares que foram tragadas pelas ondas.
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Mas, o temor maior e a maior preocupação não vem do acidente, nem da fatalidade, mas das consequências para as usinas nucleares, a principal delas, porque afetada, de Fukushima, também situada ao norte da ilha nipônica.
Com a tsunami, não foi possível resfriar o reator, gerador de energia nuclear, parte dos 36% para alguns sites ou 30% para outros, da energia consumida no Japão. Especificamente, a usina afetada, representa 18% da capacidade total de geração desse tipo de energia.
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É uma geração de energia nuclear e uma importância muito significativa na matriz energética de consumo de um país que tem em sua história a trágica marca de ser o único vitimado pela explosão de duas bombas atômicas.
Com as consequências, tantas vezes já debatida, em relação à contaminação do meio ambiente, devido à radioatividade.
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Diga-se de passagem que a usina suportou bem o abalo, que a segurança funcionou a contento, com o reator sendo imediatamente desligado e as edificações suportaram até mesmo o impacto do choque da grande onda, mas o vazamento pelo aquecimento exagerado não pode ser impedido.
E está o Japão, novamente, às voltas com a possibilidade de vazamentos de alto teor de radiotividade e, até de algumas explosões, se novos abalos ou tsunamis insistirem em acontecer.
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Muito se fala das vantagens da energia nuclear, até mesmo por comparação com os problemas apresentados por outras fontes, como a baseada no combustível fóssil, não renovável e que vai se aproximando de suas reservas finais (ao menos as conhecidas, e de viabilidade já comprovada).
Muito se fala da economia mais pura, e renovável, incapaz de poluir o ambiente e causar o efeito estufa e o aquecimento global.
Muito já se fez e desenvolveu de tecnologia visando ampliar ao máximo possível a segurança das usinas de energia nuclear.
Também há que se admitir que, mesmo outras fontes de energia, como a hidrelétrica, também são passíveis de gerarem destruições, tanto na fase de construção das represas, quanto depois, no caso de uma eventualidade qualquer, ainda decorrente de causas naturais, acabar gerando a ruptura da represa.
O mesmo se aplica à possibilidade de geração de transtornos por outras fontes energéticas, renováveis que sejam, uma vez que as construçõse físicas estão, por óbvio, necessariamente presentes em todas elas. E sujeitas, essas sim, às agressões das forças da natureza.
Mas que há que se repensar, com muito cuidado a utilização da energia nuclear, pelo potencial de estrago que ela pode acarretar, isso não há como deixar de lado.
Torcendo para que, até que seja chegado o dia de tal tecnologia ser considerada completamente dominada e capaz de ser mantida segura, ou então abandonada de vez, não ocorrer uma fissão nuclear capaz de eliminar de vez, não o efeito estufa ou o aquecimento, mas a própria vida no planeta. Toda a raça humana.
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