terça-feira, 29 de março de 2011

Mais uma medida para conter a enxurrada de dólares e, de quebra, combater a inflação

Está no portal UOL, de hoje.
Por meio de decreto, o governo federal elevou nessa terça-feira o IOF, também para as operações de obtenção de empréstimos de longo prazo por empresas e bancos, no exterior.
A alíquota para empréstimos de prazos superiores a 3 meses foi fixada em 6%. Para empréstimos até 90 dias, considerados de curto prazo e capazes de trazer grande volatilidade ao mercado financeiro, sem maiores benefícios para o país, a alíquota do IOF permanece no patamar em vigor, de 5,38%.
A medida demonstra a disposição do governo federal de impedir que os agentes citados continuem ampliando seu nível de endividamento externo, que alcançou nível recorde nesse início de ano, retomando os níveis de antes da crise financeira internacional de 2008.
Mais que a tentativa de conter o aumento do risco de crédito de bancos e  empresas, o governo visa coibir a entrada de recursos que não se destinam a financiamento de inversões, mas tão somente à obtenção de ganhos especulativos.
Afinal, ao captarem no exterior, e internalizarem os recursos em nosso país, essas operações promovem ainda uma maior desvalorização da moeda americana.
O resultado da operação é a obtenção de lucros elevados, seja nos ganhos da aplicação dos recursos convertidos em reais, na aquisição de títulos públicos que remuneram às taxas de juros mais altas do planeta, seja depois, na reconversão dos reais em dólares que, desvalorizados, propiciam também os ganhos cambiais.
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Se rentável para os agentes financeiros, a prática traz evidentes e maléficas consequências para a economia real, incluindo-se aí, a perda de competitividade de nossos produtos, a elevação das importações, a elevação dos gastos no exterior na conta de serviços e a deterioração de nossa conta em transações correntes.
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Adicionalmente, a medida contribui para o encurtamento da liquidez interna, o que pode vir a ajudar na contenção de gastos e da demanda agregada, que deixa de exercer pressão sobre a alta de preços.

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