Para comemorar o encerramento de mais um campeonato brasileiro, realizou-se ontem a festa do Futebol brasileiro, no teatro Municipal do Rio. Como principais homenageados, Conca, escolhido como melhor jogador, tanto pelo voto da crônica como da torcida, além de melhor jogador em sua posição; Muricy, o melhor técnico; Jonas, com prêmio pela artilharia; e os campeões das distintas divisões, com destaque para o Coritiba, da segunda divisão e o Fluminense.
Apesar da grande propaganda, o evento foi chocho, sem muito viço, assemelhando-se mais a um arremedo das festas de entrega do Oscar de Hollywood. Aqui, sem o glamour e o tapete vermelho dos artistas que cultivam os sonhos de todos nós.
E, por isso, sem graça, em minha opinião.
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A ponto de atribuírem um prêmio a Ronaldo Fenômeno, pelo conjunto da obra, deixando de lado outros profissionais do futebol, tão importantes para a construção da história do esporte em nosso país, ou até mais que Ronaldo.
Nada contra reconhecer os méritos do maior artilheiro de todas as Copas. Aqui a homenagem é justa. Mas, para ser um prêmio pelo conjunto da obra, imagem que a homenagem tentou passar, acho que Ronaldo deveria esperar, ao menos, completar mais idade. Senão, parar de jogar, definitivamente.
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Mas, nenhuma homenagem especial foi prestada a Carlos Eugênio Simon (nem mesmo pelo Botafogo, a quem ele tanto ajudou em competições passadas, contra o meu Galo!!).
E, quer gostemos ou não, Simon esteve presente, representando nosso país, em várias Copas do Mundo.
Tudo bem que, no futebol, o juiz é sempre o pior personagem.
E, no nosso caso, outros juízes apitaram final de Copa e também não foram homenageados.
Preferiram homenagear a torcida do Bahia!!! E o centenário do Corínthians, o sem ter nada.
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Confesso que até o Adnet, embora fazendo a platéia rir de seu texto, não me agradou como eu esperava. Afinal, a comparação entre o locutor de rádio e de televisão, narrando um mesmo lance é já anedota conhecida. E embora as piadas boas não têm idade, a repetição cansa.
Daí que preferi trocar de canal e ir assistir ao CQC sob o comando de Marcelo Tas, na Band.
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Entretanto, a propósito de comentar sobre futebol, vi hoje, no site do UOL, uma notícia que procurava avaliar as razões porque Luxemburgo foi uma grande frustração como técnico do Atlético Mineiro.
Primeiro, devo observar que sua passagem não foi frustrante apenas no Galo. Afinal, por muito pouco ele não acabou derrubando também o Flamengo.
Listando os motivos de o Atlético ter afundado no ano de 2010, a reportagem cita Luxemburgo como o principal deles. E começa lembrando que, ao ser apresentado como o maior técnico do país - um equívoco, Luxemburgo pode conquistar o campeonato mineiro, por contar com a base deixada por Celso Roth.
Antes que a memória se perca, convém lembrar que, mesmo no campeonato mineiro, o Galo esteve em penúltimo lugar na tabela, em certo momento da disputa.
E lembrando que se conseguiu chegar à fase final do torneio, não convenceu em vários jogos em que saiu vitorioso, mais pelo nome e tradição. Sem contar que, do América, nos jogos decisivos do quadrangular final, ganhou por contar com a sorte, e a sorte de ter maior nome e a simpatia do juiz...
Quem viu os jogos, há de se lembrar que o América foi melhor e não mereceu a sorte que teve.
Depois, na final, o adversário foi o Ipatinga. Já em ritmo de jogo que estava antecipando o que seria a campanha do time do interior na série B do Campeonato Brasileiro. Onde terminou rebaixado...
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Nesse meio tempo, disputávamos a Copa Brasil, e na partida contra o Sport, talvez tenhamos visto o único momento bom do técnico que Vanderlei foi um dia.
Depois da classificação conquistada, com um nó tático e técnico no time pernambucano, fomos para a partida contra o Santos. Jogamos bem e vencemos a primeira, em casa. Mas por um placar apertado, que o Santos descontou em São Paulo.
Ali, o time já não praticou o mesmo futebol que vinha mostrando evolução - a ponto de a reportagem do UOL colocar Dorival, então técnico do Santos como o segundo dos motivos do desastre atleticano.
Mas, não era Dorival. Era o próprio técnico do Atlético e seu ego descomunal.
É bom lembrar que o Atlético entrou mordido, mas não com o pensamento na vitória. Desejava mais a vingança. E não contra o Santos, mas contra a provocação que uma semana antes os jogadores santistas haviam feito a... Vanderlei.
Ainda ecoa em meus ouvidos, ao final da conquista do campeonato paulista, o coro puxado por Robinho: "O Vanderlei, pode esperar... a tua hora vai chegar." E Vanderlei acusou o golpe. A ponto de sair com o discurso de que não merecia isso e que foi desrespeitado...
Ora, a reação foi a homenagem que os jogadores santistas, a quem ele não havia respeitado em sua recente passagem por aquele clube, lhe prestaram.
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Aí, entra em cena o Vanderlei empresário. Aquele que fecha e negocia contratos de compra e venda de direitos federativos... e eu estaria sendo cínico se dissesse que, desinteressadamente, o técnico participa de todas as contratações. E dispensas...
Para cada prata da casa, jogador de base e futuro, dispensado, a sugestão de um nome famoso, de jogador em má fase, ou com problemas de contusão.
Luxemburgo reformulou mal e trouxe quem estava baleado e não poderia entrar imediatamente no time, nem em forma. E a reformulação mal sucedida, segundo o UOL o terceiro motivo do desastre do Galo deve ter dado dividendos bastante interessantes para Vanderlei. E a tudo Kalil assistia calado.
O "manager" que com tudo queria se envolver, e quis promover uma reestruturação do time base com o campeonato em pleno andamento, não conseguiu montar um time. E nem mantê-lo. E não por problemas com os jogadores, mas por incapacidade mesmo de dar treinos, aprimorar fundamentos, ensaiar jogadas... E, pior, por não se fixar em uma formação. E querer ficar inventando. A cada rodada, uma nova formação. E a cada vítória, auto-elogios e auto-engano. E a cada empate, nós temos que ver o que tem de ser mudado. E a cada derrota ... bem, o técnico não entra em campo, e vamos cobrar dos jogadores maior entrega e etc. e lenga-lenga.
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Por último, a questão dos goleiros. A quantidade de goleiros, em fim de carreira até, que Luxemburgo contratou e lançou no time, não atendendo à vontade da torcida que queria que fosse dada chance ao jovem Renan Ribeiro.
Quanto a esse, foi dito em programa de televisão esportivo, que o técnico quis comprar os direitos com seu próprio dinheiro. Como não houve acordo, preferiu queimar o rapaz não o escalando. O que contribuía para reduzir seu valor e dilapidar o patrimônio do clube.
Bem, esse é o verdadeiro motivo do Atlético ter ido tão mal. A omissão quase criminosa do presidente, a visão turva da torcida, em especial a organizada, por força do marketing pessoal do técnico. E o mal caratismo do técnico, que nunca deveria ter vindo parar aqui por essas bandas.
E que confirmou e comprovou tudo isso que estou recordando aqui, com sua passagem pelo Flamengo.
Lamentável...
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