quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pelo fim das torcidas organizadas no futebol

Atleticano doente, daqueles de ir se sentar na arquibancada bem embaixo da xaranga do Júlio, já há muito tempo perdi um pouco do encanto e graça de ir ao Mineirão.
Saudosismo à parte, nostalgia de lado, o problema é que a torcida do Atlético mudou. Ficou diferente.
A xaranga por muito tempo emudeceu, tendo voltado apenas recentemente. Sob outra batuta.
O sambão que a turma tocava no intervalo e as mulatas que dançavam à nossa volta (nós expectadores!), confesso não ouvi-los ou vê-las mais.
De resto, o time passou a jogar pedras, com um futebol cada vez mais feio, desorganizado.
Mas, isso são outras estórias...
Queria me referir ao fato de que a ida ao Mineirão para torcer pelo Glorioso Galo da Colina passou a não ser prazeirosa. E, em parte, a culpa dessa decepção, em minha opinião é da Galoucura.
Não das torcidas organizadas, pois que sempre existiram: a FAO - Força Atleticana de Ocupação; a GaloPrates; e várias outras que torciam para o Clube Atlético Mineiro, sendo as divisões apenas para indicar a origem, o bairro ou cidade de onde eram originárias.
Mas, a chegada da Galoucura criou uma torcida que parou de torcer para o Atlético e passou a torcer para ela mesma. Senão como explicar o canto: Galoucura é rei!!!
E como entender as citações e auto-referências: "A galoucura canta e a massa se levanta... e só da Galo..."
Ora, em meu entender, há na frase citada uma inversão: o Galo faz a massa levantar e ... satisfeita a massa canta. Toda a massa. Toda a torcida. Ou a Galoucura crê ter a exclusividade e o monopólio da torcida e do amor pelo Galo.
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Conversando sobre o assunto com vários outros torcedores do Galo e não da organizada, as opiniões são semelhantes. A Galoucura se acha... e se achando mais até que o time e o clube, torna-se insuportável e tem afastado muitos atleticanos antigos e de tanto amor quanto, dos estádios. Em especial do Mineirão.
Argumentam que a Galoucura e seus integrantes, nessa idéia equivocada de que representam toda a torcida e/ou que são a torcida autêntica e verdadeira, tornaram-se absolutos, e como tal violentos.
Assim, se antes não respeitavam os torcedores adversários e entre as provocações de sempre,  constantemente se envolviam em brigas, quando não as iniciavam nos estádios ou fora deles, em seu entorno, depois de um certo tempo passaram a não respeitar os próprios torcedores atleticanos que discordassem de suas opiniões a respeito do time, de algum jogador ou técnico, ou mostrassem discordãncia em relação a suas posturas e comportamentos.
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Tudo isso a propósito de falar do absurdo que representa a existência desse tipo de torcida e torcedor, nada diferente de outras organizadas que mais se assemelham a facções criminosas que a torcida de futebol, para se divertir, se distrair e ter prazer.
Futebol é para se divertir, podendo até em algum momento servir para extravasar. Mas não é para agredir, partir para a violência ou até matar.
E o que se viu esses últimos dias em nossa Belo Horizonte, repetindo outros centros esportivos e outras torcidas de mesmo calibre foi a morte de um torcedor adversário.
Morte por agressão bárbara, de quem não sabe se conter, e que longe de ser torcedor não passa de um criminoso.
Reles criminoso, além de covarde que se aproveita de estar em grupo, em geral, em maior número para partir para cima do adversário, apenas pelo outro existir e pensar contra.
E, se o caso agora foi da morte de um cruzeirense, que pode até ter dado motivo à perda de controle de alguns opositores, NADA e NENHUM ARGUMENTO é capaz de justificar a agressão e a violência e a MORTE como resultado. Afinal, mais que um cruzeirense, tratava-se de um ser humano.
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Infelizmente não é o primeiro caso. Outros já existiram, como a morte por tiro de um atleticano no ponto de ônibus, por membros da Máfia Azul. Ou a morte de torcedores no Rio, ou as agressões da Mancha Verde, da Gaviões da Fiel, da Independente do São Paulo.
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Está na hora de as autoridades policiais e da Justiça adotarem medidas muito mais drásticas, eliminando essas auto-denominadas torcidas e extirpando essas facções criminosas dos Estádios e do futebol.
Tais medidas não irão acabar com a violência, que também é atributo humano embora indesejável, e individual. Mas irão retirar a força da impunidade ou da inconsequência daqueles que se aproveitam por estarem em grupos e, às vezes, em maior número.

Um comentário:

Léo disse...

Deveria se informar um pouco mais sobre os verdadeiros projetos das Torcidas Organizadas e não ficar com a opinião passada pela Grande Mídia PIG. Envio alguns links de algumas Ações e Projetos de Torcidas Organizadas, isso sim é a verdadeira cara das Toricdas. Abraços.
- http://www.youtube.com/watch?v=wURIdLe62yk
- http://www.youtube.com/watch?v=rowPGO1dqQI
- http://www.youtube.com/watch?v=QxrC72vW0q4