quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A apropriação do privado

A Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica,  órgão regulador das empresas responsáveis pela produção e fornecimento da energia elétrica em nosso país, decidiu que essas prestadoras não terão de devolver ao público consumidor, os 7 bilhões de reais que essas companhias cobraram a mais de nós usuários brasileiros.
Sem grande poder de convencimento, essa decisão foi apresentada à imprensa com a argumentação de que, a devolução agora, levaria a que, no futuro, os consumidores estariam pagando um valor muitas vezes maior que o ganho que teriam agora.
Não fosse a Agência um órgão capturado pelas empresas a quem deveria controlar, como já tratamos aqui em outros comentários nesse mesmo janeiro, e como tal, agindo para e em defesa dos interesses dessas corporações  e não do povo brasileiro, como se supunha ser o comportamento de um órgão vinculado ao poder público, poderíamos ficar surpresos.
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Mas, surpreende-me mais a desfaçatez. Afinal, até futurólogo, ou vidente, capaz de ver preços futuros, os membros da agência se mostraram ser.
Tudo bem, para um país em que até Mãe Dinah teve seus 15 momentos de fama.
E, quem sabe, essas empresas estejam mesmo precisando dos recursos cobrados indevidamente (apropriação indébita? roubo?) para contratar quem saiba fazer cálculos e/ou para comprar máquinas de calcular que possam, no futuro, impedir tantos erros e de tantos anos, nas contas de reajuste das tarifas????
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Pelo menos uma tranquilidade em meio a esse festival de sandices: as empresas de energia elétrica foram, em sua maioria frutos de processos de privatização dos anos pós-Real.
E, em sendo privadas, comprovam e confirmam a maior e melhor capacidade gerencial da iniciativa privada, quando comparada a suas congêneres públicas.
Afinal, lucram muito mais. Faturam muito mais. Ganham muito mais. E são bem mais eficientes.
Pelo menos enquanto o Brasil continuar sendo o reino da impunidade.

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