Um pitaco para e pelo brilhante discurso proferido por ocasião da solenidade de entrega da Comenda de Direitos Humanos D. Hélder Câmara, pelo Bispo Manuel Edimilson da Cruz, ao recusar a honraria, sob alegação de que estaria indo contrário ao mérito do prêmio, caso o aceitasse, tendo o Congresso acabado de ir na direção contrária aos direitos humanos do povo brasileiro, ao auto-conceder-se um aumento nos salários muitas vezes maior que aquele concedido ao salário mínimo.
Sem palavras, sempre dispensadas e pequenas, frente à grandeza do gesto.
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Para a despedida emocionada de Lula. Poder-se-ia dizer que saiu como governou, nosbraços do povo brasileiro.
É forçoso reconhecer que sua popularidade se deve mais ao fato de ter feito um governo muito mais paternalista que o que deveria ser promovido por um líder sindicalista. Afinal, suas ações, todas benéficas à grande maioria da população foram, tal qual na era Getúlio, mais uma forma de comprar o apoio da população, pela concessão de vantagens e direitos que lhes aplacassem a capacidade de luta e reação, que por estimular e fortalecer a capacidade de organização e luta popular.
Mas, esse tipo de raciocínio, sei bem, pode ser feito por todos que, como eu, têm o estômago cheio e a mesa farta. Não convém e nem se assenta com um povo que nunca teve, nem educação, nem cultura, nem formação, nem reconhecimento de sua dignidade, nem alimento, nem salário. Ou seja: um não povo, cheio de não cidadãos.
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Pitaco especial para a obra de Lula, representada por seu governo, à essa hora, já parte das páginas da História, a quem competirá fazer o julgamento final.
Creio que, entre críticas e elogios, a História acabará dando a Lula a dimensão, não reduzida, que ele alcançou em seu período.
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Por fim, não é minha praia, mas achei muito bonito o Logo da Olimpíada 2016.
O Pão de Açúcar estilizado, emoldurando a Baía representada pelo espaço vazio, tridimensional, do artefato, e acima de tudo, a representação do sol, e do abraço de solidariedade demonstra o espírito de um povo que, antes de mais nada, merece sim, servir de exemplo de alegria e bom-humor, e calor humano para todos os povos do mundo.
Parabéns ao autor, muito feliz, em minha opinião.
Além da inovação de permitir, por sua tridimensionalidade, a industrialização de várias bugigangas e souvenires.
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A morte de Elizeu Resende, ex-ministro dos Transportes, faz lembrar a eleição de 1983, a primeira para governadores dos Estados contando com a participação do voto popular, no início do processo de redemocratização do país. Naquele ano, representando o partido do governo, o PDS, ele foi derrotado por Tancredo, no primeiro passo que o político e líder mineiro dava em direção ao Planalto e à presidência, conquistada no Colégio Eleitora, dois anos depois.
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O Ano Novo, nem tão cheio de novidades, teve início com chuvas, contínuas. Persistentes. Incômodas e perigosas. Crimes. Violência. Mortes e assassinatos. Acidentes nas estradas e imprudência.
Ou seja: ainda falta muito para percebermos que não adianta nada se, depois de nos desejarmos votos de felicidades e bom ano novo, nada fizermos para mudar nossa atitude. E construirmos sim, um ano verdadeiramente feliz. Para todos.
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