Emocionante o discurso de nossa presidenta. O longo discurso, em que ela também se emocionou ao lembrar seus colegas de lutas da juventude, alguns que tombaram lutando por seus sonhos.
Pode ser que a luta não fosse a forma correta, ou não fosse da forma correta. Mas eles lutaram. Não se entregaram. Não se resignaram.
E, hoje, são parte de uma página de nossa história que só poderia ter um nome. Um título. Uma forma de apresentação: Democracia.
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Emocionante vê-la, a ex-guerrilheira, torturada nas celas da repressão, passando em revista a tropa militar. Ela, agora, comandante em chefe das Forças Armadas Brasileiras.
Está certo que, em um longínquo 1973, em um país vizinho e amigo (Chile), outro presidente, também ostentando o cargo de Comandante em Chefe do Exército foi derrubado pelos militares que atacaram o Palácio (La Moneda) e assassinaram o presidente que não quis se render.
Naquele 11 de setembro, em que a democracia naufragava numa das sociedades mais democráticas e avançadas de nosso continente, Salvador Allende era deposto e assumia em seu lugar Augusto Pinochet.
O primeiro passou às páginas da História como o mártir de uma causa. O outro, foi se juntar aos militares que, como Hitler, quiseram decidir por seu povo como refazer ou construir a história desse mesmo povo.
Ambos têm ou deixam de ter o lugar que merecem: o lixo da história.
Mas, recordo Allende, pelo simples fato de que o comandante em chefe do Exército chileno, na noite anterior, havia recebido de seus comandantes militares, o apoio, a solidariedade, demonstrações de fidelidade.
Dilma, agora comandante em chefe, sabe da história. Conhece seus detalhes e, para mostrar que está consciente de seu papel e do que representa sua chegada ao poder, comoveu a todos, com sua homenagem ao "lábaro que ostenta estrelado, o verde louro dessa flâmula...", a bandeira nacional. Um dos símbolos de nossa República.
Também comoveu-se e a todos nós, ao estender a mão desarmada a todos que a apoiaram e, também àqueles que não estiveram a seu lado. E quando deixou claro que, mais que governar para todos os brasileiros, irá governar sem compadrio, sem protecionismos, sem tolerar desacertos e mal-feitos, mas, em especial, sem RESSENTIMENTOS E SEM REVANCHISMOS.
Bem vinda Dilma! Bem aventurada a substituição no Planalto Central, dos ventos fortes, pela força da brisa feminina. Mais tolerante, mas não menos apta a trazer o frescor e aliviar o tempo de calor.
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