quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Chuvas e destruição

As cenas falam por si mesmas. Morros despencando. Casas sendo levadas. Carros transformados em brinquedos, carregados ao sabor das ondas que se  formam em pleno centro das cidades.
Estradas interditadas. Filas enormes de caminhões e carros parados.
E muita lama, muito pó. Muita sujeira.
Embora  cenário seja de destruição, típico dos disasters movies de Hollywood, as perdas são muito maiores. Muito mais severas. Muito mais dramáticas.
Trata-se da perda de vidas humanas. Duzentos e cinquenta e tantas vidas ontem, na região serrana do Rio. Outras nas cidades do interior de São Paulo.
Como na semana anterior ocorrera nas cidades da Zona da Mata do estado de Minas.
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Mas, não é apenas no Sudeste do país. E muito menos, apenas no Brasil.
Também na Austrália, as inundações avançam contra as cidades, os rios sobem ameaçadores e trazem pavor e medo. E mortes.
Também na China, as águas da chuva provocam mortes, drama e perdas.
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Lixo. A falta de obras, depois de mais de 30 anos de repetição da mesma calamidade. A expansão habitacional, a explosão demográfica e a crescente exploração das áreas urbanas, etc. etc.
São várias as causas que, no fundo, não conseguem esconder um fato simples. A natureza está reagindo. Às agressões perpetradas anos a fio pela civilização humana. Ao desmatamento desregrado. Ao mau uso e à incapacidade que temos demonstrado de maniipulação e conservação dos recursos dos quais depende a nossa própria sobrevivência.
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Antes a natureza era escassa, as matérias primas e os recursos extraídos da natureza eram considerados insuficientes para sua utilização na produção de bens e serviços que nossa imaginação alcançasse.
Mas, se não havia recursos de sobra para a fabricação de bens capazes de alimentarem as nossas fantasias, como nos ensina a economia, também, e para compensar, não havia tanta gente sonhando em ter. Tanta gente em nosso planeta, pronta e/ou apta a praticar a coleta predatória dos bens que a natureza nos proporcionava.
Porque sempre foi predatória a ação humana sobre os recursos naturais!!
Mas havia ainda terra suficiente e área suficiente, para a exploração pela população existente. Mesmo que, em algumas regiões, a ação humana mais deletéria provocasse um esgotamento mais acelerado ou antecipado dos recursos da terra.
Hoje, com mais de 6 bilhões de seres humanos agredindo e pressionando a base material que lhes dá sustento; com populações e populações usando de forma irracional e indiscriminada esses recursos, estamos avançando celeremente rumo ao esgotamento desses recursos.
Em parte é contra isso que a natureza está reagindo.
E é chegada a hora, cada vez mais, de termos de discutir seriamente questões como o planejamento, não mais urbano, de ocupação de áreas e do solo, de assentamentos, etc., mas do próprio planejamento familiar, do planejamento demográfico, se quisermos ter futuro no planeta.

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