Não me pronunciei quando, na semana passada, o IBGE divulgou a inflação de 5,9% no de 2010.
Elevação de preços já esperada, e que já havíamos comentado aqui nesse espaço, como sendo justificada pela elevação de alimentos, em especial.
Retomada de preços que, como era de se esperar, e também já comentada, iria assanhar os analistas conservadores, sempre dispostos a promover a idéia da retirada do governo da esfera econômica, e que iriam responsabilizar os gastos públicos, como o grande vilão do movimento de elevação de preços.
O governo, com seus gastos elevados, principalmente em ano eleitoral, e suas políticas de inclusão social, melhoria do nível de remuneração dos segmentos dos andares mais baixos...
Porque, ninguém em sã consciência pode acreditar mesmo que houve melhoria da distribuição de renda no país, quando a distribuição se deu apenas no interior dos estratos assalariados. Com a necessária redução da distância entre os maiores e os níveis salariais mais reduzidos... E tão só, porque aqueles que recebem rendas de propriedade, como aluguéis e lucros e rendimentos de aplicações, não perderam nada, bem ao contrário...
Mas é disso que se trata a crítica ao governo: da melhoria das condições de vida, e da conquista de direitos (mínimos, mas ainda assim, conquistas) do pessoal do andar de baixo.
Fruto de políticas que acabam por quebrar a hierarquia social e a paz que esses conservadores acreditam assegurar sua reprodução e tranquilidade...
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Pois bem, a inflação, longe de ser principalmente explicada pela elevação de gastos públicos, é devida à elevação de preços de produtos alimentícios, face à elevação da demanda por alimentos em todo o planeta.
E serviços pessoais que, não são serviços públicos...
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Se não dei pitacos na sexta feira, é por querer me dedicar sem interrupção ao término da leitura de 2666, de Roberto Bolaño, livro indicado por várias resenhas e críticos literários, como o melhor lançamento do ano de 2010.
Queria dar um pitaco sobre o livro e corroborar o que a crítica especializada falou dele.
Bem, o livro é um tijolaço de 850 e tantas páginas, que se desdobra em 5 livros interiores, que guardam comunicação entre si - têm um elo comum: uma série de assassinatos na fronteira do norte do México.
Por mim, o elemento comum é a descrição de vida de um escritor que opta por fugir de qualquer atividade pública.
Claro, tem os assassinatos... de certa forma, vinculados à vida do autor...
O livro é bom. A leitura, às vezes dinâmica, trepidante, capaz de nos prender a atenção. Outras vezes, em minha opinião, entediante.
Creio já ter lido obras melhores. Mas, recomendo, em especial, se lá fora estiver uma chuva caindo insistente, como a que lavou nossa cidade dos desvios de todo o ano anterior, de 2010, no ínicio desse ano de 2011.
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