quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Depoimentos do caso Bruno

Se há uma unanimidade no caso do goleiro Bruno e do sumiço/assassinato de Eliza Samúdio, é que já cansou e passou das contas. A ponto de não estar mais se justificando o destaque que a imprensa prossegue dando à cobertura do caso, agora na fase de depoimentos dos acusados para instrução da fase judicial.
Mas, como a imprensa está noticiando, até mesmo sem querer acabamos acompanhando o caso. Não sem a sensação de que muito tempo se passou e muito alvoroço se criou, a troco de nada.
Não que não possa ter havido o crime. Mas a sensação do nada tem a ver com a quantidade de pessoas que se projetaram e que trataram do caso menos como a de um possível homicídio e mais como mais uma oportunidade de auto-promoção.
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Do caso e dos depoimentos, o que vai se delineando é o que já se previa nas rodas de conversas nos bares. Ao final, a descoberta de que Macarrão foi o autor e mentor intelectual do evento. Que adotou um comportamento e fez o que fez, à revelia do ex-goleiro, para preservá-lo e à sua imagem.
Que tentou encobrir suas ações, de forma a e tão somente para preservar a figura do amigo, que não foi responsável nem mesmo pela vinda de Eliza para o sítio de Bruno. Portanto, se Eliza veio por vontade própria ou se vítima de sequestro, nada pode ser imputado a Bruno, que desconhecia e se surpreendeu com a ex-amante em sua casa.
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Foi Macarrão, o amigo, que sequestrou, bateu, feriu, e se houve mais, sumiu com as provas que pudessem evidenciar concretamente qualquer participação de Bruno.
Foi Macarrão que deu ordem para darem sumiço no filho de Eliza, e foi ele quem desejava fazer mal maior à criança.
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O enredo que todos sabem qual é, termina com Macarrão assumindo a culpa ou sendo considerado o principal culpado, perante as evidências.
Isso o leva a pegar uma condenação pesada.
Bruno pega uma pena pequena, por omissão e por ocultação da verdade. E, depois de uma passagem mínima pela prisão, até por ter ficado preso antes de seu julgamento, sai para voltar a retomar sua vida.
Pela cabeça de todos os envolvidos, ele volta a treinar e praticar esportes, assinando contratos que poderão, mais tarde, dar boa vida a sua família, e até mesmo ao Macarrão.
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Para o script funcionar a contento e para dar tudo certo, só falta combinar com algum clube. Desses de massa, capazes de contratar o goleiro por altos salários e ainda firmar acordos publicitários aproveitando a fama de seu atleta.
E aqui a coisa pega. Ou algém acredita que algum clube desses irá querer participar e atrelar seu nome, imagem e tradição a eventos tão lamentáveis?

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