quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Salário mínimo

Já ouvi comentários e li, em algum órgão de imprensa, acho que a Folha, que a política de correção de salários, com base na reposição da inflação mais a variação apresentada pelo PIB, pode ser alterada, por força de pressões para que o salário mínimo possa ser elevado até o nível dos 600 reais, medida classificada como demagógica.
Afinal, como o PIB não apresentou crescimento no ano anterior, por força da crise internacional que varria o mundo, o índice de reajuste deveria se contentar com a reposição da perda inflacionária.
Mas, o que a presidenta Dilma deixou claro em sua entrevista ao Jornal da Band?
Que, em contra-partida, tendo em vista a taxa de crescimento de economia chinesa que é esperada para experimentarmos nesse 2010, o aumento em 2011 será muito elevado.
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Ora, enquanto esse ano, a definição do índice apresenta um valor reduzido, para o ano subsequente, o valor seria extremamente elevado. E, embora previsível, causaria, claro, choque no ambiente econômico e distorção no cálculo econômico, que orienta os processos de tomada de decisão, em especial as decisões cruciais de investir e produzir, dos empresários.
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Dada a elevada taxa de reajuste que pode-se esperar deverá ser anunciada em 2011, até o mais ingênuo dos Cândidos, percebe que haveria grande pressão para que o reajuste fosse menor. Com perdas para o trabalhador, esse mesmo que é alvo do discurso e das principais promessas de campanha de Dilma. Esse que ela quer transformar, cada vez mais, em classe média.
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A pergunta que não quer calar é: não seria mais racional, antecipar parte do aumento para agora, anunciando um salário próximo dos 600 reais, e abatendo essa antecipação concedida agora, no anúncio de reajuste do próximo ano?
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Ou a grande e conservadora imprensa, vai insistir em, desde o início, tentar tourear a presidenta e as políticas de seu governo, em defesa dos interesses do sacrossanto deus Mercado???

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