segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Período de Gestação

Para a mulher-mãe, esse é um período de muita alegria, responsabilidade e, sobretudo, tranquilidade e paz.
O início, a alegria da notícia. Você está grávida!
Saber-se gerando outro ser. Saber que a vida toda que corre em seu corpo, é agora a vida, também de outra pessoa.
Um filho!
Como homem, sei que a alegria é grande e contagiante. Mas a gente só se sente pai a partir do momento em que nasce o filho.
A expectativa do filho, vê-lo mexer no ventre da mãe. Vê-lo tomar forma e acompanhar os exames no período pré-natal, e principalmente, acompanhar os exames de ultra-som, e ouvir o coração bater acelerado são experiências únicas. Mas não se comparam à que a mãe, e só ela, pode experimentar.
Depois da notícia da gravidez, vêm os três meses iniciais de adaptação do corpo. E de azia.
Do quarto mês em frente, vem o período do crescimento e da tranquilidade. Não que as mudanças do organismo, a influência dos hormônios não continuem presentes. Mas esse é, em geral o período de tranquilidade e paz. De desenvolvimento, formação e espera. Externamente, a hora do enxoval. E a hora dos sonhos e sobressaltos, com as primeiras contrações involuntárias, espasmos e chutes.
Do sétimo mês em diante, as dificuldades de locomoção, o cuidado com o sal na alimentação, de modo a evitar algum problema de inchaço e gordura excessiva. A dificuldade de  urinar, contraposta à sensação de estar sempre de bexiga cheia e a necessidade de estar constantemente urinando. Cada vez em menor quantidade. Enjôo? Dificuldade de se locomover e até de dormir? Desconforto? Calor? Dor nas costas? Pés inchados e a necessidade de não ficar muito tempo em pé.
Até a hora do parto e do nascimento.
***
Por não ser mulher, a descrição não é nem pode ser fiel. E, depois de as caçulas estarem se formando, nem a memória poderia ajudar muito mais.
Mas, embora sabendo estar cometendo erros e falhas de julgamento, minha intenção ao tentar uma homenagem às mães é apenas e tão somente, fazer uma analogia com a gestação do governo de nossa primeira mulher presidente do Brasil, a presidenta Dilma.
Analogia que serve para descrever a primeira fase, da notícia, da conquista da vitória eleitoral, da alegria e das comemorações.
Prossegue com os primeiros exames e tomada de consciência da mãe que, finalmente cai em si, e percebe a tremenda responsabilidade que carrega.
***
Estamos agora, no período mais incômodo da gestação: período de alguma azia e desconforto pela adaptação do organismo, que exige a mudança natural de fluidos e hormônios.
Período em que se dá o início do desenvolvimento de células, tecidos, órgãos. Tempo de certa atribulação que, no caso da política confunde-se com a etapa de montagem do governo.
Preparação do organismo, pressões por espaço, disputa por melhores condições e locais para se instalar. Tudo visando chamar mais a atenção e merecer maior visibilidade e condições de sobressair-se e crescer.
Os políticos e partidos, agindo tal qual as células e membros do corpo que se forma, imagino eu.
Em acirrada disputa, intestina, que não chega ao conhecimento exterior, embora pressionando a gestora de todo o processo.
Para nós, meros observadores, calmaria.
No fundo, haja pressão: favores a serem saldados e acordos de campanha a serem cumpridos. Composições de toda espécie e garantia de que a coordenação será assegurada, para o bom desenvolvimento do que está para nascer.
E aí, montada a equipe, vem a etapa de calmaria e espera. E, junto com ele, o fim de ano e as festas. E os votos e desejos de mudança e melhoria no ano novo.

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