De meu ponto de vista, a postura de um candidato que renega o estreitamento das relações de amizade e comércio com países vizinhos.
Ao atacar as relações com a Venezuela de Chaves, a Bolívia de Evo, o Equador, o que Serra faz é confundir o povo, a nação amiga e irmã, com o seu representante de turno.
Ou adota a postura de quem julga - e condena o povo por suas escolhas, que reputa equivocadas, já que em todos esses países vizinhos, gostemos ou não das atitudes adotadas, tem havido eleições e o povo tem votado nos líderes criticados; ou então, depois de ter encontrado refúgio no Chile, há muitos anos atrás, Serra jogou fora parte de sua própria formação e origem (como economista).
Parece também remar contra a idéia que permitiu à Europa, com todas as dificuldades históricas de guerras e etc., tentar superar suas divergências para transformar-se em uma única e forte comunidade.
Ou seja: parece pensar que o que é bom para os países que toma como exemplos de democracia e tolerância, e desenvolvimento, não deve funcionar para nosso continente.
Posiciona-se contrário à integração latino-americana.
E utiliza o discurso de respeito aos direitos humanos e de acusação à postura de pretensos ditadores vizinhos para combater a política do governo Lula, em alinhamento com interesses de países como Estados Unidos, que estão longe de serem exemplos de respeito à vida, aos direitos humanos.
Utiliza também a questão da segurança, e acertadamente a do tráfico de drogas e de armas, para acusar esses países de estarem sendo a origem e a fonte de estímulo á invasão de drogas em nosso país.
Mas nada fala do consumo de drogas do mercado americano, que insiste em prosseguir apesar de toda a segurança e políticas de segurança que aquele país logrou estabelecer.
Nem da situação do México, cada vez mais assolado pela ação criminosa do tráfico, talvez influenciado pela ajuda perniciosa que os traficantes que lá atuam merecem de autoridades do país vizinho.
Em minha opinião, o pior no discurso do candidato do PSDB é o risco de romper a nossa posição, duramente conquistada, de não alinhamento automático, e de uma postura soberana e autônoma, em relação às grandes questões que nos afetam e à toda humanidade.
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