terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quantas caras tem um candidato?

De espanto: Serra acuado com a agressividade da opositora.
De nuvem: Serra ao ouvir a candidata Dilma perguntar por duas ou três vezes, a respeito da declaração de sua mulher, Mônica.
De incredulidade: Até que a candidata acabou dizendo a frase dita pela mulher de Serra e que ele se recusava a reconhecer como verdadeira.
De alívio: ao ver a chamada dos comerciais, justo no momento em que, para rebater as acusações de que a candidata Dilma não podia alegar desconhecimento das atrapalhadas de sua fiel escudeira, D. Erenice, Dilma reagiu com a pergunta a respeito do assessor de campanha que teria fugido com 4 milhões.
Serra não tocou mais no assunto. Fez-se de morto, quando da volta do intervalo.
Como não tocou no assunto da frase de sua mulher, durante todo o debate.
Ou seja, não reclamou; não defendeu; ignorou solenemente.
De vítima: até que ontem, ao assistir a sua participação em um dos jornais da noite, direto de Goiás, ele veio a público e, finalmente, falou sobre os ataques a sua esposa. Para não ser falso, o que ele disse foi da agressividade da concorrente, trazendo menções a familiares, em meio a uma campanha eleitoral, pessoas que nada tinham a ver com a agenda de temas importantes para se debater, frente ao público.
Candidato Serra, ao vê-lo ontem reagir, tive muito medo. Porque, se para defender sua mulher, o senhor levou tanto tempo (seu amigo e assessor até agora não teve qualquer defesa) temo que, para defender os pontos de vista e interesses de nosso país o senhor mostre a mesma inépcia.
A menos que, como prefiro acreditar, sem argumentos para defender sua mulher de uma declaração como a citada, o senhor preferiu silenciar-se, embora aproveitando-se de que o público do jornal podia ser outro, resolveu posar de vítima.
Mil caras, não. Mil personas. Das máscaras do teatro grego.
Logo o senhor que sempre vendeu a idéia de ser enérgico, até autoritário. Homem de vontade férrea e capaz de tomar decisões, a tempo e a hora.
Logo o senhor que, em 1988, conforme nos aponta o DIAP votou:
- contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
- contra mais garantias ao trabalhador relativas à estabilidade no emprego;
- foi contra o direito de greve (isso explica o forma ditatorial e violenta com que ele trata o funcionalismo quando recorre à greve);
- negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
- negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
- negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
- negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
- votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
Cara de palhaço, nós os Tiririca: que vimos o senhor, favorável à flexibilização das leis trabalhistas, como posso supor pela posição nas votações citadas, falar em aumento do salário mínimo; em melhoria das condições de trabalho dos empregados da Petrobrás.
É ... cara de otários de todos nós.

Um comentário:

Unknown disse...

A Dilma surpreendeu ao iniciar o debate atacando o tucano, ela conseguiu tirar todas as armas de ataque do Serra já na primeira pergunta. O Serra ele tem experiencia politica mas não apresenta ser um bom administrador de ideias e fica obvio que tudo que ele está prometendo não passa de um ganha voto para depois tudo mudar. Infelismente não estamos tendo boas opções para presidente, acredito assim que é melhor deixar do jeito que está.