Sem dúvida, das mais emocionantes a transmissão do resgate dos 33 mineiros chilenos presos na mina do deserto de Atacama. Sentimento presente desde o momento em que o primeiro socorrista dirigiu-se até a capsula, com o semblante tranquilo e calmo de quem sabe exatamente bem os riscos que estará enfrentando em contraponto à sensação de cumprimento do dever, claro de honra.
Dezessete minutos de tensão entre o momento do início da descida e a chegada até o abrigo em que os mineiros sobreviveram e passaram seus últimos 68 dias. E, depois de alguns minutos mais de acertos, preparações, etc. o início do resgate propriamente dito. E a chegada de Florencio Avalos à liberdade, ao alto do túnel.
Emocionante a recepção, a reação e o choro de seu filho, o abraço na mulher. Até o abraço apertado no presidente Pinera que, afinal de contas, tem todo o direito de capitalizar com vem fazendo, a vitória e a saga em que se transformou essa operação de salvamento.
Já impressionante desde o primeiro momento em que se descobriu haver sobreviventes.
Interessante que vários reporteres se preocuparam e insistiram em falar do fato de o presidente chileno estar se aproveitando da situação para angariar mais apoio político. Fico me perguntando se essa insistência tem algo a ver com o fato de que, nos desastres naturais em nosso país, as autoridades costumam ser as últimas a aparecerem.
Assim tem sido ao longo dos tempos, e assim segue sendo como pudemos testemunhar nas últimas chuvas e deslizamentos de terra que aconteceram na passagem de ano, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, no interior de São Paulo.
Vá lá que a presença de políticos e autoridades seja sempre uma atitude difícil de ser tomada. De um lado, sempre pode passar a idéia de a autoridade estar se aproveitando para fazer marketing pessoal, fundado na desgraça alheia. De outro lado, pode passar a idéia de descaso. No caso brasileiro, até de omissão.
Aliás, no caso de chuvas e deslizamentos, mais de omissão, pela inação. Por evitarem de tomar as decisões necessárias, quando necessário, para que não se consumasse a tragédia.
Daí que é estimulante ver o presidente chileno presente ao evento do resgate dos mineradores, menos como presidente e autoridade do país, mas como ser humano. Como gente que sofre, sente, vibra, se emociona, e nos passa a emoção que pudemos resgatar, também, como vitória da vida.
Um comentário:
Esse foi o verdadeiro reality show da vida, deveria ser dado milhões de premios a esses mineiros.
Sobre o preseidente, vejo pelo lado humano e não como um marketing presidencial.
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