Hoje, sábado, dia de carreata em Belo Horizonte.
Não fui. Mas vi o movimento. A cidade acordou diferente, agitada. Parece que, finalmente a militância petista acordou e saiu para as ruas.
Era para terem vindo o presidente Lula, a candidata Dilma, o vice José Alencar, e muitos outros...
Como disse, não estive presente. Não fui, e até evitei os lugares em que a carreata ia passar.
Nada contra a Dilma. Ou o presidente.
Mas confesso que, nessa situação do segundo turno, continuo sendo de opinião que, mais uma vez, a postura e o tom correto foi o ditado pelo Plínio Arruda.
Entre a direita internacionalizante e neoliberal que cerca o Serra (e vai cobrar dele o apoio, que ele vai ter de honrar mesmo tendo engulhos, já que a não ser que tenha mudado muito, não é a postura pessoal dele) e a postura de centro (cada vez mais inclinado à direita) da Dilma, mas com espaço suficiente ainda para dar um tratamento mais digno ao pessoal do nível social do andar de baixo, melhor ficar inerte.
Como se manifestou o Plinio, um vai contra a eliminação das injustiças e desigualdades sociais, deixando ao mercado a solução das diferenças. Ou seja, entregando a galinha aos cuidados da raposa, para mostrar sua competência na arte de sobreviver.
O outro, ou outra, até favorece aos menos favorrecidos, mas de forma a entorpecê-los. Cooptando-os, acaba permitindo uma melhora aparente nas sua condição de cidadania. Melhoram nos bens de consumo, mas não no aprendizado que ensina que cada ser humano é que é o sujeito de sua própria história. E assim sendo, a ele cabe partir para a luta, arrancando as conquistas e não recebendo-as de mão beijada.
Claro está que é melhor a política do PT e Dilma, seguindo Lula, que a do seu oponente. Mas, melhor ainda seria que o povo não precisasse de ser cooptado. E aprendesse a lutar de verdade.
Então, se tiver que votar em algum candidato, o voto crítico em Dilma, é a recomendação mais coerente, para os que ainda sonham que é possível melhorar esse país, de uma forma abrangente e inclusiva.
(Lembro-me aqui de um primo, político, que me afirmava que todos querem o mesmo. Melhorar o país. Se o objetivo então é sempre o mesmo, as formas de alcançá-lo é que muda. E como!)
Para concluir, tenho que dizer que hoje ia deixar de postar qualquer comentário, a título de descanso para os amigos que insistem em achar que daqui pode sair algo que valha a pena, e ainda me lêem.
Mas, depois de receber um telefonema de meu amigo, companheiro, mestre, José Antônio Breyner Torres, o Torres da Fumec, achei que devia fazer esse comentário em homenagem e agradecimento a ele.
Pela lembrança sempre carinhosa e para ver se arranco dele, mais comentários e ensinamentos.
A você Torres, grande abraço, mesmo que, por acaso tenha cometido algum erro na declinação de seu nome. Isso, como amigo, sei que você relevará.
2 comentários:
Concordo c/ vc, a opção é mesmo Dilma. No 1º turno,o melhor discurso foi do Plínio (dejà vu), mas como disse a Maria da Conceião Tavares,(in palestra no auditório da reitoria da UFMG, 08/2010, com Campolina presente, ex-aluno dela, à qual assisti(ouvi)em/a pé,ele é caso impar na história do pensamento brasileiro: conservador na juventude, radical na velhece. Torrea
Os comentários de Daniel são de José Torres !!
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